quarta-feira, 11 de junho de 2014

Uruguai

Fernando Muslera: Guarda-redes de uma estatura imponente, foi um indiscutível na baliza do Galatasaray ao longo de toda a temporada. Depois de ter sido um dos alicerces da grande campanha de 2010, regressa 4 anos depois, mais maduro, inteligente e, na mesma, com uns reflexos bastante apurados. Agilidade e qualidade entre os postes não lhe falta e se o Uruguai quer voltar a chegar longe, estará muito dependente das suas prestações.

Rodrigo Muñoz: Será o terceiro guarda-redes uruguaio neste Campeonato do Mundo. Figura-maior do Libertad do Paraguai, revela boa destreza e uns reflexos interessantíssimos. Nas saídas, nem sempre dá sensação de segurança. Mesmo sem ser uma opção regular, parece ser um dos preferidos dos uruguaios para assumir o papel de guarda-redes reserva.

Martin Silva: Jogou dois jogos na fase de qualificação, algo que, caso dúvidas houvesse, vem mostrar quem é o concorrente directo de Muslera. Aos 31 anos, o actual keeper do Vasco mostra muita segurança entre os postes, revelando agilidade e uma capacidade de rubricar defesas do outro mundo. O ano passado foi uma das estrelas maiores do finalista vencido da Libertadores, Olimpia.

Diego Lugano: Defesa experiente e durinho, continua a ser uma das referências defensivas deste Uruguai. Dispensado do West Bromwich mesmo antes do Mundial, fala-se até de poder ficar no Brasil mais para lá desta prova. Certinho no passe, muito possante e faltoso, Lugano caminha claramente para a última grande prova da carreira. Em teoria, fará dupla com um dos melhores centrais do momento, por isso deve aproveitar e tratar de rentabilizar ao máximo o seu rendimento, para bem do Uruguai.

Diego Godín: Indiscutivelmente, um dos melhores defesas-centrais da temporada que agora findou. Titularíssimo no extraordinário Atlético de Madrid de Simeone, chega a este Mundial na melhor forma de sempre. Curiosa a história deste jogador, que há sensivelmente 12 anos foi vendido pelo Defensor Sporting (ainda era sub-19) por apenas 37 dólares (!!) ao Cerro. Depois disso, passou pelo gigante Nacional, Villarreal, até se estabelecer como um dos melhores na formação colchonera.

Godín é um central soberbo por alto, tanto na sua área, como na área contrária. Revela um sentido posicional tremendo e uma qualidade notável ao nível do desarme. Representa na perfeição a definição de "muro", que é muitas vezes utilizada para descrever um defesa-central imponente. Tecnicamente interessante, tem evoluído ao nível do passe (aquele que talvez fosse o ponto onde tinha de melhorar). Chega ao Brasil para brilhar e, certamente, fá-lo-á!

Maxi Pereira: Lateral-direito experiente e raçudo, vem de uma temporada de sonho ao nível do Benfica, sendo que, para de quem se dizia estar cada vez menos competitivo, apresentou um nível geral muito apreciável. De facto, Maxi parece já ter ultrapassado os 30 anos, pelo rótulo de "velho" que lhe vão colocando, quando isso não acontece. Agora, tantas temporadas seguidas a jogar quase sem férias terão alguma consequência do ponto de vista físico, naturalmente...

Apesar disso, o aspecto do desgaste não se notou tanto esta época e o lateral benfiquista foi peça fundamental no sucesso dos "encarnados". Jogador agressivo nos tackles e na marcação, mostra-se na marcação e revela uma capacidade de apoio ofensivo notável. Dá largura, acrescenta profundidade e possui qualidade no cruzamento. Não arrisca muito no remate (algo que fazia mais no início da carreira, quando jogava mais como ala), mas na qualificação (onde foi um indiscutível, diga-se) até marcou 2 golos, um deles em plena área, no "play-off" na Jordânia. Titular quase certo no Brasil.

Jorge Fucile: Afastado do FC Porto por motivos disciplinares, é o caso daquele jogador que vai tentar relançar a carreira através do Mundial, sem tirar nem pôr. Lateral aguerrido e versátil (tanto joga à direita como na esquerda), dá profundidade à equipa nas faixas e revela qualidades interessantes a fechar os corredores. Pena o seu temperamento e algumas decisões erradas (falo em termos do jogo jogado, atenção) que o fazem parecer um jogador inconstante. Figura em 2010, certamente não estará na melhor forma para atacar esta prova, logo, será um provável suplente...

Martín Cáceres: Defesa multi-funções, pode actuar em todas as posições do sector mais recuado, havendo uma ideia geral de que irá ocupar a posição de lateral-esquerdo, dado que tanto Fucile como Álvaro Pereira não parecem estar no melhor momento das suas carreiras. Essa versatilidade tem dado bastante jeito aos treinadores dos clubes por onde passa e também a Oscar Tabárez, mas digamos que ainda não se conseguiu consolidar em definitivo nalgumas delas. Jogador rápido, forte no desarme e nas intercepções de bola, é um defesa que dá uma saída de bola interessante, dado que possui boa qualidade de passe. Ainda assim, como lateral, não é demasiado profundo. Equilibrado, será uma boa opção.

José Maria Giménez: Muito jovem, pode actuar como defesa-central ou lateral-direito. É o "menino de ouro" da convocatória uruguaia. Defesa poderoso e contundente, revela um jogo aéreo muito interessante, além de possuir uma colocação notável, que lhe permite desarmar os seus adversários, usando bem o seu imponente físico. Formado na boa escola do Danubio, foi muito pouco utilizado esta época em Madrid, compreensível devido à forte concorrência, que inclui, aliás, o colega de selecção Godín. Jogador de muito futuro, será um suplente/reserva a ter em conta em casos de maior aperto.~

Sebastián Coates: Depois de uma experiência pouco conseguida e pouco duradoura no futebol inglês, regressou à "tranquilidade" do futebol uruguaio e ao poiso de onde saiu (Nacional de Montevideo). Central muito alto e bastante possante, revela-se quase imbatível no jogo aéreo. Deve melhorar nalguns procedimentos e na maneira como reage a certas distracções. Creio que o regresso à América do Sul pode ter sido o ideal para a sua carreira, de forma a dotar-se um pouco mais antes de poder voltar à Europa.

Walter Gargano: Médio de contenção puro, é um dos "cães de caça" do meio-campo uruguaio. Sem ter sido indiscutível em Parma ao longo da época, é sempre um jogador a ter em conta na equipa charrúa, apesar de não haver certezas quanto à sua titularidade. Jogador pouco acutilante do ponto de vista ofensivo, destaca-se pelo trabalho defensivo, pela maneira como tenta equilibrar a equipa no meio-campo mais recuado e como recorre muitas vezes a um desarme mais agressivo ou à falta para tentar travar os adversários.

Álvaro Pereira: Lateral/ala com passado ligado ao futebol português, mostra-se um jogador muito activo na ala esquerda, dando profundidade e acrescentando capacidade de cruzamento. É um jogador ofensivo, sim, mas também sabe compensar em termos defensivos, dado que é rápido e possui atributos físicos. Tacticamente, nunca conseguiu fazer o tal upgrade que lhe permitisse uma adaptação plena às exigências máximas do futebol europeu. Resultou muito bem no FC Porto, não tão bem no Inter. Depois de cinco meses no São Paulo, prepara-se para tentar ganhar um lugar na selecção charrúa, o que não se afigura tarefa fácil...

Cristián Rodríguez: Campeão espanhol, chega muito motivado a este Mundial. Mesmo sem ter sido um indiscutível para Diego Simeone em Manzanares, chega ao Brasil com aspirações de ganhar um lugar na equipa titular de Tabárez. Jogador versátil e raçudo, pode actuar entre as alas e uma zona mais central do meio-campo, sendo um dos médios com a capacidade de poder desequilibrar mais na segunda linha (a par de Ramírez). Rápido, robusto e com bom remate, é um jogador extremamente esforçado e dedicado, daqueles que qualquer treinador gosta de ter. Não é à toa que Simeone e Tabárez não abdicam da sua presença...

Nicolás Lodeiro: Prestes a sair para o Corinthians, ataca este Mundial conhecendo bem os terrenos que vai pisar, depois de vários anos no futebol brasileiro. Jogador irregular, não haja dúvida que possui talento, mas falta-lhe ser mais consistente em termos exibicionais. Lodeiro possui uma técnica apurada e um sentido de jogo interessante. Bons pés, detalhes interessantes com bola e uma capacidade de passe interessante. Se resultar como médio-centro, Tabárez verá o problema de criatividade no meio-campo resolvido. Resultou na Jordânia, mas não é certo que resulte contra Inglaterra, Itália ou Costa Rica...

Diego Pérez: Jogador de uma dedicação e de um compromisso máximos, costuma ser uma peça-chave para ajudar a fechar o meio-campo uruguaio. Utilizado regularmente em Bolonha ao longo da temporada, não conseguiu, porém, ajudar a evitar a despromoção do histórico clube italiano. Defensivamente eficaz, efectua vários desarmes durante um jogo, além de interceptar imensas bolas. Deve moderar um pouco os seus ímpetos agressivos em algumas situações, sabendo que também essa faceta se revela muitas vezes útil. Ofensivamente, possui uma saída de bola correcta e tem uma meia-distância razoável.

Arévalo Ríos: Uma das revelações de 2010, embora já na altura tivesse 28 anos. Pivot defensivo, deverá ser o titular nessa posição durante este Campeonato do Mundo. Jogador de contenção, revela-se agressivo e contundente nas marcações. Recuperador de bolas nato, sabe como equilibrar a equipa e mostra acerto no passe, embora sejam quase todos muito básicos. Não sendo muito útil na circulação de bola, sabe pelo menos qual é o seu papel e costuma cumpri-lo sempre com bastante afinco.

Gastón Ramírez: Um dos médios mais criativos da selecção charrúa. Longe de ser um indiscutível para Pocchetino no Southampton, revela muito talento nas suas acções, embora também alguma irregularidade dentro das quatro linhas. Canhoto criativo e desequilibrante, desempenha bem o papel de enganche, revelando qualidade técnica, drible e boa visão de jogo. A adaptação ao futebol inglês não está ainda completa, mas é provável que, se ficar por lá na próxima temporada, possa começar a mostrar mais...

Álvaro González: Médio-centro, que também pode jogar encostado ao corredor direito e até como lateral. Revela-se um jogador útil, versátil, com boa meia-distância e boa qualidade de passe. Utilizado regularmente na Lazio, mesmo sem ser um indiscutível, apresenta ainda atributos na hora de ajudar a fechar. Poderá vir a ser titular, apesar da forte concorrência e da ideia de Tabárez de fechar com jogadores mais robustos.

Luis Suárez: Chega a este Mundial na sequência de uma época tremenda, na qual foi o ícone da recuperação de um clube que andava pelas ruas da amargura. Melhor marcador da Premier League, assumiu-se como um dos melhores jogadores do Mundo e terá, certamente, um estatuto a defender no Brasil, mais além dos objectivos colectivos da selecção 4ª classificada do Campeonato do Mundo em 2010. Internacional pelo Uruguai em quase 80 ocasiões, é já uma referência da história do futebol charrúa.

Atacante extremamente profícuo, Suárez revela atributos, naturalmente, ao nível do remate, da velocidade, da técnica e do passe, possuindo uma visão de jogo extraordinária. Bastante móvel e agressivo na disputa dos lances, revela uma inteligência e uma aplicação notáveis no último terço, inventando lances de golo, quer para ele finalizar, quer para outros também o fazerem. Explora muito bem os espaços e revela-se incisivo a entrar nas costas das defesas contrárias. É ainda um marcador de bolas paradas excepcional. Todo um craque, mais do que pronto a repetir o brilharete de há 4 anos.

Édinson Cavani: Um dos avançados mais completos da actualidade. É outro dos jogadores que mais brilhou em 2010 e que agora procura repetir essa campanha de sucesso. Vem de uma temporada sensacional ao serviço do PSG, com 25 golos marcados e 7 assistências em 43 jogos oficiais. Goleador-nato, com um registo de mais de 100 golos na Serie A, poderá ser um candidato a melhor marcador da prova, isto se o Uruguai voltar a estar pelos ajustes...

Cavani revela-se um avançado completo em várias vertentes: finalização com o pé direito, de toda a forma e feitio (e também sabe rematar com o esquerdo), jogo aéreo, velocidade, técnica e inteligência na leitura de jogo. No 4x3x3 de Blanc, costuma jogar um pouco mais descaído, sendo que não é um avançado que se sinta confortável encaixado entre os centrais contrários. Na selecção, também poderá aparecer mais encostado à faixa, tanto à direita como à esquerda ou então numa dupla com Suárez. Poderá estar aqui a chave de um grande Mundial para os uruguaios...

Diego Forlán: Melhor jogador do Mundial 2010, chega com um estatuto diferente a esta prova: goza o seu El Dorado no Cerezo Osaka japonês e a pressão agora vai para os seus colegas que brilham ao mais alto nível, Luis Suárez e Édinson Cavani. Fisicamente, já não é o mesmo jogador e a sua titularidade estará em risco. Porém, continua a mostrar inteligência e sagacidade na hora de atirar à baliza, mostrando que o seu pé direito ainda está bastante afinado. Além do mais, a experiência poderá contrapor-se a uma menor resistência e nesse sentido continuará a ser um elemento útil para o conjunto charrúa. Vai para o último Mundial da sua carreira.´

Christian Stuani: Atacante versátil, pode actuar em qualquer posição no último terço do terreno. Formado na excelente cantera do Danubio e com uma passagem já pelo futebol italiano, Stuani revela-se um avançado inteligente a entrar nos espaços, com sentido de baliza e um porte físico imponente. Deve aumentar um pouco a velocidade e a intensidade nalgumas situações e também deve dotar um pouco mais a sua capacidade de passe. Não fez grande segunda volta no Espanyol. Provável suplente.

Abel Hernández: Vem de uma grande temporada no Palermo, com título da Serie B e subida à Serie A garantidos. Hernández é um avançado robusto, com boa mobilidade e capaz de acrescentar bastante verticalidade ao ataque charrúa. 14 golos (e 3 assistências) em 28 jogos na Serie B provam que ele pode vir a ser muito útil, dado que se trata de um jogador bastante inteligente nas movimentações e com faro de golo. Opção de banco a ter claramente em conta neste Campeonato do Mundo.

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