domingo, 1 de junho de 2014

Japão

Kawashima: Guarda-redes experiente, vem de uma época espectacular ao serviço do Standard. Ágil, com bons reflexos e rápido a sair de entre os postes, Kawashima demonstrou quase sempre uma enorme segurança ao longo da época. Embora, por vezes, ainda arrisque demasiado e tenha algumas falhas de comunicação com os companheiros, não vejo melhor opção para a baliza japonesa actualmente. Outrora criticado, tornou-se um indiscutível, em definitivo.

Nishikawa: Keeper talentoso a parar pénaltis, mudou-se no início deste ano do Sanfrecce Hiroshima para o Urawa Red Diamonds. Embora cometendo alguns deslizes, é um guarda-redes que se faz valer, muitas vezes, dos seus apurados reflexos, sobretudo em situações in-extremis. Em determinados momentos, o posicionamento e o timing da saída não são os melhores. Provável suplente de Kawashima.

Gonda: Antigo guarda-redes dos sub-23 do Japão, foi o titular da formação nipónica nos Jogos Olímpicos de Londres. É um dos guarda-redes com mais potencial da J-League e um regular das convocatórias com Zaccheroni, se bem que ainda tenha alguns aspectos a trabalhar. Boa compleição física, capacidade para fazer defesas interessantes embora ainda se sinta inseguro algumas vezes. Claramente, a terceira opção para a baliza.

Nagatomo: Um dos jogadores mais experientes e dinâmicos da formação japonesa. Lateral que pode jogar em ambas as alas, embora preferencialmente do lado esquerdo, é um jogador que dá imensa profundidade à equipa e parece ter um pulmão inesgotável. Começou a jogar ainda na Universidade, tenho saído posteriormente para o histórico FC Tokyo. Depois disso, o salto para o futebol italiano, onde se tornou num jogador consagrado. É um jogador de grande entrega, apoia bem o ataque e, além do cruzamento, ainda arrisca algumas vezes o remate. Defensivamente, compensa com a sua velocidade e garra embora nem sempre feche bem os espaços...

Yoshida: Um indiscutível no centro da defesa do Japão. Ainda assim, residem algumas dúvidas quanto ao seu estado de forma actual, depois de uma lesão no joelho sofrida em Março e da qual só recuperou há pouco tempo. Formado no Nagoya Grampus, este robusto central mostra qualidades no jogo aéreo, dá uma saída de bola certinha, dobra bem o lateral, tem capacidade de desarme embora ainda tenha de melhorar na marcação e na abordagem a certos lances. Mostra potencial e qualidades interessantes, claramente o central mais sólido da selecção japonesa.

Uchida: Um lateral bastante cumpridor, que se destaca sobretudo pelo apoio que dá ao ataque. "Nascido" para a alta competição no Schalke 04 (que o foi recrutar ao Kashima Antlers, após 4 anos de grande nível na J-League), Uchida é um jogador importantíssimo para o esquema de Alberto Zaccheroni. Incorpora-se muito bem nas acções de ataque, aparecendo com grande incisão nas costas do lateral-esquerdo contrário, sempre pronto a cruzar, de pé direito. Defensivamente, embora seja rápido, tem de melhorar a fechar o espaço nas suas costas, que algumas vezes fica demasiado desprotegido. Não joga um jogo da Bundesliga desde Fevereiro, dado que entretanto se submeteu a uma cirurgia. Já recuperado, terá de acelerar o passo para chegar ao Brasil em grande...

Hiroki Sakai: Lateral-direito fiável, é um sério candidato à titularidade, dado que Uchida ainda não parece estar no seu melhor. Titular no Hannover, mostra-se um defensor interessante, combativo e cumpridor do ponto de vista táctico. Ofensivamente, não sendo tão acutilante quanto o seu concorrente directo na lateral direita, revela-se um jogador esforçado, capaz de dar largura e, em determinados momentos, profundidade e capacidade de cruzamento. Seria uma boa aposta para equilibrar a equipa nas laterais...

Konno: Central rápido e com técnica, tem passado por algumas críticas no Japão, por algumas falhas comprometedoras em determinados jogos da J-League. Ainda assim, parece-me que, num bom momento, a sua qualidade de antecipação e velocidade não são de desdenhar. Destro elegante e simplista nos processos de jogo, pode ainda jogar como trinco ou lateral-esquerdo.

Gotoku Sakai: Filho de pai japonês e mãe alemã, este lateral-esquerdo (embora também possa actuar do lado direito) revela-se um jogador entusiasmante nos momentos de apoio ao ataque, projectando-se bem com bola e cruzando com qualidade. Defensivamente é um jogador cumpridor, se bem que contra adversários velozes e tecnicistas ainda sofra um pouco. Deve melhorar a fase defensiva e a tentação para driblar adversários em momentos inconvenientes...

Morishige: Um candidato à titularidade neste Mundial, podendo actuar como defesa-central ou como médio-defensivo. Não sendo um jogador muito alto, tem um bom jogo aéreo e revela qualidades no salto. A saída de bola está longe de ser espectacular mas digamos que cumpre ao nível do passe. Dado que não é um central de origem, ainda sente algumas dificuldades na criação de rotinas nessa posição. Recentemente, rubricou duas excelentes exibições em amigáveis contra a Bélgica e Holanda e marcou um golo à Nova Zelândia. Chega ao Campeonato do Mundo, quiçá, no melhor momento da sua carreira.

Inoha: Central que também pode jogar a lateral-direito e trinco. A sua convocatória foi uma das mais criticadas pelos japoneses, por acreditarem que ele não possui qualidades que acrescentem algo de positivo à equipa nacional. De facto, trata-se de um jogador razoável, defesa limitado do ponto de vista técnico, embora esforçado e atlético. Digamos que foi chamado mais pela sua polivalência do que por outra coisa...

Yasuhito Endo: Um dos jogadores mais míticos do futebol japonês na última década, tem passado por um período de críticas localmente (assim como Konno), por força do seu rendimento abaixo das expectativas ao longo dos últimos meses. Dizem por lá que defensivamente é cada vez menos útil. No entanto, ele destaca-se mesmo é pelos seus atributos técnicos, bem patenteados ao nível da distribuição de jogo. Dá uma saída de bola limpa e segura e aparece bem na segunda linha. Alia a uma notável visão de jogo, um remate extraordinário de pé direito, algo que é bem visível em situações de bola parada. Aos 34 anos, terá aqui, muito provavelmente, a derradeira oportunidade para brilhar numa grande competição internacional...

Keisuke Honda: Médio-ofensivo requintado do ponto de vista técnico, é uma das principais estrelas da selecção nipónica. Podendo actuar mais descaído numa faixa ou mais por dentro, revela-se sempre importante no momento de construção ofensiva. Joga sempre de cabeça levantada, procurando a melhor linha de passe e tentando constantemente jogadas de entendimento, de pé para pé, com os seus companheiros.

Revelado no futebol europeu pelo modesto VV Venlo da Holanda e potenciado pelo CSKA, Keisuke é um espectáculo dentro do próprio espectáculo. Tem mobilidade, técnica em espaços curtos, velocidade para progredir em espaços mais longos, finta e um remate de meia-distância verdadeiramente notável. Se ele estiver inspirado,  talvez o Japão possa fazer algum brilharete num grupo bastante competitivo. Valor não lhe falta, embora chegue a este Mundial sem ter feito uma grande segunda volta ao serviço do Milan (onde esteve emprestado)...

Shinji Kagawa: Um dos médios de ataque mais atractivos deste Mundial, vem, no entanto, de uma temporada de estreia irregular ao serviço do Manchester United. Jogador refinado em termos técnicos, costuma representar uma mais-valia clara para esta equipa, do ponto de vista da criação de jogo no ataque. Actua na segunda linha, sendo que na selecção é colocado preferencialmente na ala esquerda, partindo muitas vezes em diagonal para o seu espaço predilecto (mais por dentro).

Muito forte tecnicamente, tem uma grande criatividade e uma capacidade enorme de desequilíbrio, sendo elemento-chave das habituações triangulações ofensivas da formação japonesa. Formado no FC Miyagi, rebentou para o futebol no Cerezo Osaka, tendo sido aproveitado pelo sempre atento gabinete de prospecção do Borussia Dortmund. E foi aí, com Jurgen Klopp, que saltou para a estratosfera, conciliando os argumentos técnicos com uma capacidade para criar e finalizar, muitas vezes já na grande área. Seguramente, um dos jogadores a seguir neste Campeonato do Mundo!

Hasebe: Não jogou muito ao serviço do Nuremberga na segunda metade da temporada (por culpa de uma lesão), daí dizer-se que provavelmente não será titular no meio-campo de Zaccheroni. Médio com boa visão de jogo e qualidades interessantes tanto no passe curto como longo, Hasebe é um jogador interessante, com experiência de Bundesliga e que confere um grande equilíbrio e sentido táctico ao meio-campo japonês. Veremos se chegará totalmente recuperado à estreia no Mundial. Pelo menos, já jogou na última jornada do campeonato, o que pode ser um bom indicativo...

Yamaguchi: Um sério candidato a titular neste Campeonato do Mundo. O médio-centro do Cerezo Osaka é um dos jogadores mais atractivos do campeonato japonês e tem vindo a ser opção regular nos últimos jogos da selecção. Médio bastante completo e com uma visão de jogo notável, parece claramente pronto para dar o salto para o futebol europeu no pós-Mundial. De Itália, aliás, já surgiram os cantos de sereia da Fiorentina e da Atalanta. Tem um belíssimo pé direito, que utiliza para dar passes teleguiados, assistências e para marcar alguns livres directos. Deve continuar a trabalhar para progredir em termos defensivos, mas o potencial está lá.

Aoyama: Médio-centro com boa meia-distância, será muito provavelmente um reserva desta equipa. Jogador experiente e rotinado na posição, revelou porém algumas dificuldades em acompanhar o ritmo e qualidade de jogo de boa parte dos seus companheiros no recente jogo particular frente à Nova Zelândia. A sua exibição nessa partida não convenceu a crítica, que acredita que é um jogador interessante para o nível da J-League mas que enquadrado no âmbito da selecção não rende tanto...

Kiyotake: Médio-ofensivo bastante talentoso, pode actuar em todas as posições da segunda linha do meio-campo, mas preferencialmente ao meio. Destro hábil, com técnica e disparo colocado, foi uma das poucas coisas boas que se viram no Nuremberga desta temporada. O seu registo de golos e assistências, aliado ao seu potencial, deverão levá-lo a permanecer na Bundesliga (naturalmente terá de mudar de clube...).

Okazaki: Acabou a temporada em grande e promete ser uma das figuras do Japão neste Mundial. Ala/extremo-direito, que também pode jogar no centro do ataque, Okazaki é um atacante versátil, dinâmico, forte a explorar diagonais e que se enquadra muito bem com a baliza adversária. Os 15 golos apontados ao serviço do surpreendente Mainz ao longo desta temporada certamente que demonstram a sua mais-valia na frente de ataque. Rematador e passador ambi-destro, pode ter aqui a oportunidade para dar o salto para uma equipa mais competitiva na próxima época.

Kakitani: Supõe-se que venha a ser o "falso 9" do Japão neste Campeonato do Mundo. Avanaçado/médio-ofensivo de grande mobilidade e de técnica refinada, Kakitani promete mostrar-se no Brasil, para poder dar o salto para Europa logo de seguida. Destro que remata também bem de pé esquerdo, mostra qualidades a fugir da zona central, sobretudo para o lado direito, de onde costuma embalar para as suas finalizações. Além das diagonais, também se destaca pela verticalidade que dá a equipa, usando a velocidade que possui. Explosivo e tecnicista, falta-lhe ser mais regular e consistente nas suas actuações e falta também perceber como irá render num patamar competitivo superior.

Yuya Osako: Avançado trabalhador e com faro de golo, é um dos candidatos a ser o "9" do Japão no Mundial. Aos 24 anos, deu o salto para o futebol europeu em Janeiro passado, trocando o Kashima Antlers pelo TSV 1860 Munique da 2.Bundesliga. Desde que chegou, apontou 6 golos em 1325 minutos, registo interessante para um jogador sem experiência noutro país. Destro, embora remate bem com o pé esquerdo, tem sentido de baliza e sabe-se posicionar para o remate. Veloz e robusto, consegue ganhar vários duelos mais físicos com os adversários. Uma opção interessante para Zaccheroni.

Yoshito Okubo: Ponta-de-lança experiente e ambi-destro, tem feito imensos golos ao longo dos últimos 12 meses. Ao longo da sua carreira, já teve duas experiências na Europa (Maiorca e Wolfsburgo), que acabaram por não ser bem sucedidas. No entanto, no Japão, é um avançado tido em conta e muito respeitado pelo seu trajecto ao serviço da selecção e, sobretudo, ao serviço dos clubes por onde vai passando. Okubo é baixinho, tem uma técnica interessante e finaliza bem com os dois pés. Está em grande forma e será uma opção muito válida para esta prova.

Manabu Saito: Extremo-esquerdo de baixa estatura, parte bem de fora para dentro, em diagonal, procurando combinações com os seus companheiros que jogam mais por dentro. Agarra-se bem à bola, tem velocidade e destreza. Como é destro, aparece algumas vezes também do lado direito. Fisicamente é um jogador frágil, embora compense com a sua velocidade. Figura do Yokohama F.Marinos ao longo do último ano, chega a este Campeonato do Mundo como uma das referências da liga japonesa.





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