segunda-feira, 9 de junho de 2014

Holanda

Tim Krul: É "só" um dos guarda-redes mais seguros de toda a Premier League. Formado no ADO Den Haag, revela uma agilidade incrível entre os postes, conseguindo defesas que parecem impossíveis. Alto e possante, este guarda-redes esquerdino só falhou dois jogos no campeonato esta temporada, o que atesta bem o estatuto que ele possui em Newcastle, cidade e clube que bem lhe podem agradecer não terem perdido mais vezes esta época. Em teoria, será o titular da baliza da Oranje.

Jasper Cillessen: É um dos mais talentosos guarda-redes da nova geração holandesa. Titularíssimo na baliza do Ajax durante quase toda a temporada, revelou-se importante em várias partidas, pela sua agilidade, pelos seus reflexos e pela maneira como consegue tapar bem os ângulos de remate até em situações de um-para-um. Não tendo sido formado no Ajax, já adquiriu o hábito de jogar com os pés, na habitual saída de bola desde trás. Deverá discutir, em teoria, a titularidade com Krul.

Michael Vorm: Um dos seis convocados para este Mundial do Brasil que também esteve presente no vice-campeonato em 2010. Aos 30 anos, o mais experiente keeper inglês parece ser, curiosamente, aquele que terá menos hipóteses, à partida, de discutir a titularidade, visto que Krul e Cillessen parecem chegar em melhor forma. Guarda-redes de reflexos interessantes, mergulha bem para interceptar remates e possui um posicionamento correcto entre os postes. Época interessante no Swansea, embora tenha estado de fora em alguns jogos...

Daryl Janmaat: Um de vários representantes do Feyenoord na defensiva holandesa. Formado entre as academias do clube de Roterdão e do ADO Den Haag, este lateral destro foi crescendo na Eredivisie ao serviço do Heerenveen, tendo garantido o regresso ao primeiro clube da sua formação após 4 temporadas de muito bom nível nos Super Frísios.

Lateral de projecção ofensiva, destaca-se pela maneira aguerrida como explora o corredor quer em organização quer em transição ofensiva. Exibe qualidades ao nível do passe e do cruzamento, ganhando bem o espaço nas costas do lateral contrário. Por vezes, tenta também o remate de meia-distância, de pé direito. Defensivamente, é um jogador cumpridor, tendo evoluído consideravelmente ao longo desta época. Provável titular no Brasil, poderá dar o salto para um campeonato superior no final deste Mundial.

Bruno Martins Indi: Nascido no Barreiro, tem uma história de vida curiosa: emigrou ainda bebé com os pais para Roterdão, portanto praticamente só o nome é que pode ser considerado português (ou cabo-verdiano, as suas verdadeiras origens). Fez toda a sua formação em Roterdão, entre o Spartaan´20 e o Feyenoord, clube onde ainda permanece, apesar do assédio de clubes como o Arsenal, Manchester United ou AC Milan.

Defesa-central ou lateral-esquerdo, é um jogador bastante poderoso do ponto de vista físico, imponente no jogo aéreo e no desarme dentro da área. Dá uma saída de bola interessante (é canhoto) e sabe progredir com a bola no terreno. Muito perigoso também no aproveitamento de lances de bola parada ofensivos e eficaz a resolver os defensivos. Trata-se claramente de um dos mais promissores jogadores desta selecção, provável titular neste Campeonato do Mundo e candidato a uma saída para um clube grande na próxima época.

Ron Vlaar: Central bastante possante, é o líder natural da defesa holandesa. Formado no AZ Alkmaar, deu o salto para o Feyenoord após apenas uma época e meia na Eredivisie. É um jogador bastante competente do ponto de vista defensivo, agressivo, forte no desarme e no jogo aéreo. Por vezes, é um pouco durinho de mais, daí necessitar de refrear os ânimos algumas vezes. A defesa holandesa colectivamente está longe de ser brilhante, mas Vlaar poderá ser um dos esteios, não só pela maior experiência por comparação com os outros, mas também pela maneira imponente como joga.

Stefan de Vrij: Mais um produto das escolas do Feyenoord, clube onde se consagrou como um dos mais jovens capitães de sempre. Central alto, fisicamente robusto e muito disponível, revela-se um defesa-central rápido, forte no desarme e em antecipação. Procura sair a jogar muitas vezes, assumindo por vezes acções de risco desnecessárias. Possui atributos no passe, tanto curto como longo. Por vezes, parece ser algo macio nas disputas mais físicas, ponto em que deve progredir. Outro sério candidato a titular no possível esquema de três centrais de Louis van Gaal.

Daley Blind: Filho do mítico internacional holandês dos anos 90, Danny Blind, é um lateral-esquerdo de origem, que jogou quase todo o ano a trinco no Ajax (e com sucesso, diga-se de passagem...). Formado no clube onde o pai obteve maior sucesso na sua carreira, Blind esteve ainda meio ano emprestado ao Groningen (em 2009/2010), antes de regressar à casa-mãe, para começar-se a estabelecer em definitivo.

Blind revela-se um jogador versátil, agressivo e bastante cumpridor do ponto de vista defensivo. Além disso, acrescenta a estas características uma saída de bola segura e eficaz, qualidade no passe e rigidez táctica (isto sobretudo quando joga a médio-defensivo). O dilema passa por perceber em que posição van Gaal pretende colocá-lo. O jogador do Ajax parece render melhor ao meio, mas entre todas as alternativas possíveis para a lateral esquerda parece a mais competente. Dia 13, na Arena Fonte Nova de Salvador da Bahia, iremos dissipar as dúvidas...

Paul Verhaegh: Lateral destro, trata-se de um jogador experiente, convocado por Louis van Gaal para os jogos particulares mais recentes. Titularíssimo numa das boas surpresas da Bundesliga, este jogador formado entre o VVV-Venlo e o PSV revela-se defensivamente cumpridor, preferindo o seleccionador holandês a sua regularidade à utilização intermitente e dificuldade a proteger as costas de van der Wiel. Bem nas dobras, mostra uma disponibilidade considerável em termos físicos. Além disso, apoia bem o ataque, conseguindo inclusive algumas assistências para golo. Boa opção alternativa a Janmaat.

Joel Veltman: O central-revelação da última Eredivisie. Autor de um exercício notável, este jovem destro mostra-se muito confiante na saída da bola, revelando uma qualidade de passe muito interessante. Certinho no desarme e em antecipação, revela contudo alguma falta de intensidade em determinados lances. Poderia ser mais contundente, mas ainda está num processo de evolução, que o pode catapultar, claramente, para palcos maiores. Muito potencial.

Terence Kongolo: Central/lateral-esquerdo muito disponível em termos físicos, foi uma das surpresas desta convocatória (sobretudo para quem não o viu jogar esta temporada...). Internacional em todas as camadas jovens da selecção holandesa, este jovem de origem congolesa revela qualidades no jogo aéreo, em antecipação e nos duelos físicos. Esta resistência ao choque torna-o num jogador importante e a ter em conta nesta lista de 23. Em termos do passe, é um jogador correcto, embora menos exuberante que outros companheiros. Figura da Europeu de sub-17 em 2011, procura consagrar-se neste Mundial.

Nigel de Jong: Conhecido como o Terrier pela sua agressividade a defender e pela fama de enfant terrible, chega a este Campeonato do Mundo com o estatuto de vice-campeão do Mundo, o que não é coisa pouca numa equipa tão jovem. Completo em termos defensivos, é um ladrão de bola exímio e autêntico ponto de equilíbrio do meio-campo das equipas onde joga. No passe, é preciso e não arrisca muito. Além do mais, mostra atributos a aparecer a finalizar na área contrária, de cabeça. Jogador muito experiente, com mais de 70 internacionalizações, resta saber se van Gaal lhe dará um lugar fixo no "onze" ou será preferirá sangue novo...

Jordy Clasie: Mais um dos "miúdos" formados na escola do Feyenoord, embora tenha sido recrutado ainda cedo ao EDO Haarlem, equipa da sua terra. Jordy foi crescendo em Roterdão, num dos clubes com a melhor formação da Europa e tornou-se num indiscutível do clube, das selecções jovens e, mais tarde, também da selecção principal.

Médio-centro/defensivo agressivo e com grande sentido posicional, equilibra bem a equipa tacticamente, recuperando imensas bolas. Com bom passe, tanto curto como longo, revela uma visão de jogo notável, muito útil para as suas equipas. Destro, embora com bom pé esquerdo, bate bolas paradas e sabe aparecer na segunda linha para rematar à baliza. Será, com quase toda a certeza, um indiscutível desta nova Holanda.

Leroy Fer: Deu o salto para Inglaterra esta temporada, algo que já vinha "pedindo" deste há uns tempos a esta parte. Porém, o Norwich desceu de escalão, logo até é provável que este versátil médio holandês venha a dar o salto depois do Mundial. Jogador que pode actuar em todas as posições do meio-campo central, é um jogador rápido, com boa qualidade de passe e visão de jogo. Jogador disponível do ponto de vista físico, sobe no terreno e procura o remata várias vezes, sendo ambi-destro. Além disso, sabe equilibrar a equipa do ponto de vista defensivo, tornando-se bastante útil. Provável suplente no Brasil.

Wesley Sneijder: Nascido em Utrecht há 29 anos, este talentoso médio-ofensivo holandês tem tudo para ser uma das figuras holandesas neste Campeonato do Mundo. Depois do insucesso na final de 2010, ele e outros da geração da velha guarda sabem que não terão muito mais oportunidades para triunfar num Mundial, portanto tentarão surpreender nesta edição. Formado no Ajax e depois de já ter corrido parte dos grandes clubes europeus, assentou arraiais na Turquia, embora se fale que possa sair para Inglaterra depois desta prova...

Sneijder é um médio criativo, hábil com os dois pés, muito forte a assumir acções de condução e criação de desequilíbrio no espaço central. É na posição "10", atrás do ponta-de-lança, com liberdade para explorar a sua espectacular meia-distância, que ele se sente confortável. Tecnicamente muito dotado e com boa visão de jogo, tem competido num nível menos intenso do que nos maiores campeonatos mas, ainda assim, deverá chegar ao Brasil em forma. Será titular, com quase toda a certeza.

Jonathan De Guzmán: Olhando para os teste mais recentes, parece poder vir a ganhar terreno na luta pela titularidade no meio-campo da Oranje. A questão agora é: será que Louis van Gaal irá abdicar de um jogador entre Clasie ou de Jong no meio-campo, para que entre De Guzmán (dado que Sneijder terá lugar reservado)? Médio nascido em Toronto, no Canadá, De Guzmán revela qualidades ao nível do passe e do remate, aparecendo muito bem em zona de finalização, dispondo de liberdade para ir aparecendo na área contrária. Formado nas escolas do Feyenoord, apresenta ainda qualidades defensivas interessantes, revelando-se um jogador combativo e com espírito de entreajuda e solidariedade. Médio muito interessante.

Georginio Wijnaldum: Muito bom tecnicamente, teve uma lesão prolongada (5 meses), que o impediu de fazer uma época mais vistosa. Ainda assim, acabou bem a temporada e a chamada à selecção acaba por ser justa. Nº10 que pode actuar mais descaído na direita, apresenta ainda atributos ao nível da velocidade, verticalidade e remate. Destro, aparece também na área, vindo da segunda linha, para finalizar ou assistir. Formado entre o Sparta de Roterdão e o Feyenoord, este jogador originário do Suriname pode vir a ser um dos bons médios-ofensivos do futuro do futebol holandês.

Klaas-Jan Huntelaar: Avançado com boa escola (De Graafschaap e PSV Eindhoven), chega a este Campeonato do Mundo para ser alternativa a RvP. Um pouco susceptível a lesões, é, ainda assim, um dos melhores matadores holandeses dos últimos anos. Esta temporada, não jogou demasiado, por culpa dos tais problemas que o condicionaram, mas ainda assim acabou com um rendimento bastante interessante (12 golos em 18 jogos na Bundesliga, por exemplo).

Huntelaar é um avançado de área, que beneficia claramente da presença de um segundo avançado, de forma a potenciar as suas qualidades. Jogadores de bons movimentos, recepções e inteligente nas desmarcações, revela-se um finalizador de contraste em frente à baliza. De cabeça ou com os pés, se lhe derem espaço, ele revela-se letal. The Hunter promete caça aos golos neste Mundial, resta saber se terá muitas oportunidades para o fazer...

Arjen Robben: É, talvez, a grande estrela do conjunto holandês. Formado no Groningen (clube onde despontou para o estrelato), sempre mostrou uma qualidade técnica e uma velocidade no último terço brutais. O início da sua carreira foi complicado e houve período débil, no qual teve de superar um tumor nos testículos (benigno). Recuperou sem problemas mas ao longo dos anos foi tendo lesões, algumas delas difíceis de superar e que lhe complicaram a progressão. Ainda assim, parece ter assentado nos últimos meses e estará mais do que pronto para assumir este mais um desafio na sua carreira.

Robben revela-se um jogador brutal em velocidade, com uma condução de bola e uma qualidade técnica notáveis. Forte no um-para-um, é um jogador exímio a explorar a sua passada, em profundidade, ou procurando diagonais (movimento muito típico dele). Esquerdino considerado algo individualista, revela qualidades soberbas no remate e no passe. É, claramente, um jogador-chave para esta equipa e, se estiver em boa forma, poderá vir a ser uma das estrelas da competição.

Robin van Persie: Será o avançado titular da Oranje neste Mundial. Aos 30 anos, poderá estar também perante o último Mundial na plenitude das suas capacidades, portanto quererá, certamente, fazer boa figura. Formado no Feyenoord, onde começou a despontar, jogando como extremo, vai apenas no terceiro clube da sua carreira, o que atesta que é um jogador que aprecia estabilidade. Estrela-maior dos red devils (junto com Rooney), é também uma das figuras principais da sua selecção.

Como avançado, van Persie revela atributos que o colocam no Olimpo dos craques ofensivos: mobilidade, velocidade, inteligência, qualidade de remate (é esquerdino) e uma excelente leitura de jogo. Sente-se claramente mais confortável dentro da área, portanto, se os adversários o conseguirem tirar do seu habitat estarão com uma enorme vantagem, em teoria. Ainda assim, possui um bom disparo de fora da área, marcando inclusivamente alguns livres à entrada da área. Um dos craques deste Campeonato do Mundo, indiscutivelmente.

Dirk Kuyt: Titularíssimo no Fenerbahçe, poderá ter perdido o seu espaço no "onze" de van Gaal, com o aparecimento deste novo esquema 5x3x2. Destro móvel e com boa técnica, actua sobretudo entre a ala direita e o corredor central. É um jogador bastante disponível fisicamente, com sentido de baliza e velocidade. A época que agora findou correu-lhe realmente bem, por isso chega extremamente motivado a este Campeonato do Mundo. Formado no Quick Boys, cedo saiu para o Utrecht, dando depois o salto para o Feyenoord (como não poderia deixar de ser...), onde explodiu em definitivo. Este deverá ser o último Mundial da sua carreira, logo prova com grande importância sentimental para ele...

Memphis Depay: Uma das revelações da Eredivisie esta temporada. A sua chamada à selecção não é mais que um prémio justo às grandes exibições que rubricou ao serviço do PSV. Destro, costuma partir da ala esquerda, procurando constantemente as diagonais. Possui uma qualidade de passe apurada e um remate cruzado impressionante. Pode também jogar na ala direita, o que, sendo destro, faz todo o sentido. Ofensivamente, é um dos jogadores jovens mais entusiasmantes do futebol europeu. Deve, porém, melhorar o seu registo no momento da recuperação defensiva. Bem trabalhado, terá um futuro brilhante pela sua frente.

Jeremain Lens: Extremo habitualmente convocado para a selecção (mesmo depois da saída para a Ucrânia), teve uma participação bastante activa na fase de qualificação (5 golos em 9 jogos disputados). Tem boa técnica, qualidade no um-para-um, vai bem à linha para cruzar, embora também procure a diagonal, dado que costuma jogar mais na ala esquerda e é um destro. É o típico extremo holandês, tecnicamente dotado e divertido a jogar, mas pouco audaz no auxílio defensivo. Aos 26 anos, esta será a sua primeira grande competição internacional de selecções, depois de ter falhado as chamadas em 2010 e 2012.


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