segunda-feira, 23 de dezembro de 2013

10 apontamentos rápidos do fim-de-semana de futebol internacional pré-natalício

1. Derby della Madonnina. Jogo sempre emocionante e este não fugiu à regra. Surpreendeu o Milan, entrando a mandar no jogo, perante Inter mais defensivo. Kaká a muito bom nível, assim como o trinco que arruma a casa, Nigel de Jong. Na 2ª parte, logo se notaram as diferenças do ponto de vista físico, sobretudo quando Mazzarri foi mexendo (e bem) na equipa e Allegri não o fez. O Inter cresceu, foi mais equipa e, no final, mereceu o soberbo golo de Palacio (que exibição colossal, oferecendo-se ao jogo, movimentando-se bem no espaço e decidindo de calcanhar um equilibrado dérbi).
2. Juventus segura e tranquila. Não há muitas dúvidas de que a Juve tem o plantel mais equilibrado e de maior qualidade da Série A. Para mim, nesta altura, são os favoritos mais óbvios à revalidação do Scudetto. Este fim-de-semana, triunfo robusto em Bergamo, contra uma frágil Atalanta (4-1). Não foi um jogo brilhante, mas a 2ª parte mostrou-nos uma equipa super-segura e capaz de desequilibrar a qualquer momento. Sem fascinar, Llorente e Vidal lá voltaram a picar o ponto e Pogba rendeu de forma segura como médio-interior. Os laterais foram dando amplitude à equipa, com destaque para um regressado Lichtsteiner ( abençoado seja o seu regresso!) e muitas bolas foram caindo na área. Uma vitória justa e bonita de uma Juve eficaz. E atenção que logo a abrir o ano há um espectacular Juve-Roma!
3. A remontada do Barça. Grande resposta do Barcelona à desvantagem de 2-0, logo aos 15 minutos, em Getafe. A equipa começou intranquila, falhando bastante atrás, tanto em lances de bola corrida como de bola parada. Porém, Pedrito foi se soltando, marcou um hat-trick e a equipa desbloqueou o jogo mentalmente. Foi controlando melhor daí para a frente (sempre com um ou outro susto no sector mais recuado) e acabou por resolver na segunda parte, com dois golos de Fabregàs. Vitória importante, porque mostrou que esta equipa sabe reagir às adversidades.
4. O Everton de Roberto Martínez é coisa séria! Enorme Premier League para já. E excelente o Everton de Roberto Martínez, o espanhol que o ano passado havia dado a FA Cup ao modesto Wigan (embora com descida ao Championship, para contrapor). Ontem, triunfo importantíssimo no terreno do Swansea de Michael Laudrup. A 2ª parte dos toffees foi muito conseguida: pegaram em definitivo no jogo, assumiram as rédeas e atacaram com mais unidades. Extraordinário Barkley (que golo e que época!) e bom nível de outras figuras como Coleman, Mirallas ou McCarthy. Estão metidos na luta pela Champions: quem diria no início da época, hein?...
5. Suárez, o "bicho". Impressionante Luis Suárez. Bis e assistência ao Cardiff City, sendo que os seus 2 golos foram autênticas obras-primas (o segundo, num remate cruzado, é mais uma prova de como estamos perante um dos melhores do mundo neste momento). Leva 19 golos em 11 jogos, 10 deles só em Dezembro (nunca um jogador havia feito tantos tentos num só mês na Premiership). Veloz, tecnicamente dotado, com um sentido de baliza incrível, cada vez melhor no contexto colectivo e soberbo na criação/invenção de golos. Candidato claro à Bota de Ouro, se continuar assim.
6. Arsenal-Chelsea. Fraquinho, no geral, embora com alguns detalhes tácticos interessantes. Bom Chelsea no 1º tempo, criando algumas chances claras e defendendo-se muito bem, perante Arsenal a roçar o medíocre. 2º tempo mais quezilento e com o Arsenal a só reagir nos últimos 10 minutos. Lampard bem na 1ª parte, assim como Arteta. Esperava mais de Ozil e Ramsey, embora veja algum cansaço em ambos, sobretudo no galês. Foi um jogo chato, com tempo chuvoso e demasiado agressivo. Resultado: 0-0. Ninguém ficou surpreendido...
7. Bayern Campeão do Mundo. É verdade que o foi, sim senhor, mas a sensação que ficou foi decepcionante. Fez-me ter saudades dos tempos da velhinha Taça Intercontinental (disputada muitas vezes sob intensa neve em Tóquio). O Bayern ganhou o troféu derrotando o Guangzhou Evergrande e o Raja Casablanca, duas equipas muito inferiores (apesar dos méritos que tiveram em chegar a esta fase do Mundial). Na final, vimos como Alaba é cada vez mais um ala e como entra muito por dentro e como Thiago jogou mais adiantado, em linha com Kroos, sendo ambos protegidos por um Lahm cada vez mais adaptado à posição de trinco (até Joachim Low já o testou aí na Mannschaft!). Algumas nuances interessantes face ao passado recente, vistas, ainda assim, em contextos de baixa intensidade.
8. Borussia Dortmund-Hertha. O BvB tem ido completamente abaixo. Para lá das lesões no sector defensivo/meio-campo, que afectam o rendimento da equipa e de que maneira, o ataque também já não rende como dantes. Não sei se por alguma descrença no título ou se será mesmo problema relacionado com as dinâmicas da equipa. A verdade é que não temos visto um Borussia poderoso. Do outro lado, esteve um belíssimo Hertha, uma das surpresas desta 1ª metade da época na Bundesliga. Enormes os atacantes Adrián Ramos (goleador da equipa, interessa ao Borussia Dortmund aliás) e Allagui (excelente o golo marcado e a assistência para Ramos), bom nível do sector defensivo e boas sensações do médio Cigerci.
9. Galatasaray. Bom triunfo sobre o Trabzonspor este fim-de-semana (2-1), num jogo intenso e bem disputado. Burak Yilmaz voltou a ser o herói, se bem que com alguma sorte à mistura, nos 2 golos apontados. O Galatasaray mandou mais, num jogo bem disputado a meio-campo (4x3x1x2 de Mancini, com Sneijder como enganche e uma enorme batalha de Selçuk Inan e Melo contra o poderoso Zokora) e com lances de perigo nas duas áreas. Ainda assim, ficou uma sensação de insegurança, nada rara aliás, no sector mais defensivo, sobretudo entre os centrais Gokhan Zan e Semih Kaya.
10. Heerenveen de Marco van Basten. Grande exibição do Heerenveen em Alkmaar no último sábado e vitória gorda (5-1). Atenção a Hakim Ziyech, esquerdino talentoso, com grande visão de jogo e soberbo no remate. Já leva 6 golos (bisou neste jogo) e 8 assistências em 18 jogos na Eredivisie. O AZ desmoronou-se atrás sem o estabilizador Ortiz e foi um passeio para Finnbogason, Slagveer, Basacikoglu (18 anos e um primeiro golo absolutamente brilhante neste jogo!) e companhia.

terça-feira, 10 de dezembro de 2013

10 apontamentos do fim-de-semana de futebol internacional

1.  Alguns detalhes sobre o Arsenal-Everton. 90 minutos de beleza rara. Futebol de ataque puro, duas equipas extremamente competitivas e recheadas de jogadores brutais em termos ofensivos. O Everton controlou o 1º tempo, teve mais bola, embora as melhores ocasiões tenham pertencido ao Arsenal. Barkley fez uma exibição notável distribuindo jogo, sempre bem acompanhado por jogadores verticais como Mirallas ou Coleman. Na 2ª parte, porém, o Arsenal foi conseguindo pegar mais no esférico e impedia que o Everton pudesse desequilibrar mais facilmente. Mesmo sem o melhor Ramsey, os "gunners" conseguiram chegar à vantagem (por Ozil), isto depois de Wenger ter operado 3 substituições de uma assentada. Porém, do outro lado, havia mais que Barkley: Roberto Martínez (grande treinador, o seu Everton ainda só perdeu uma vez na Premier League) decidiu lançar Deulofeu e em boa hora o fez. O extremo cedido pelo Barcelona inventou o golo do empate e continua a provar que está destinado a ser uma das próximas estrelas do futebol mundial. O seu crescimento tem surpreendido tudo e todos, incluindo o próprio Bob Martínez (como é carinhosamente conhecido em Inglaterra o técnico dos toffees).

2. Terrível United e a força francófona do Newcastle. Confrangedor o momento do Manchester United, vigente campeão da Premiership. Duas derrotas seguidas em casa, primeiro contra o Everton e agora contra o Newcastle, fizeram disparar os alarmes em Old Trafford. O jogo frente ao Newcastle foi tudo menos bom: equipa teve intensidade de início mas foi uma nulidade em termos criativos. O défice acentua-se no meio-campo, onde a falta de um médio organizador se tem feito notar. Além do mais, há vários jogadores em mau momento de forma e outros, como van Persie, que regressaram de lesão recentemente e que ainda não estão na melhor forma. Do outro lado, impecável trabalho táctico da equipa de Alan Pardew. Com um meio-campo capaz de dominar a bola e com Cabaye em evidência, o Newcastle mereceu plenamente os 3 pontos conquistados em Old Trafford. Uma prenda antecipada de Natal para uma equipa com bastante potencial.

3. City envergonhado fora de casa... Como é possível uma equipa com tanto potencial, com um treinador admirado em todo o mundo e capaz de golear e destruir adversários poderosos (United e Tottenham que o digam...) em casa, ter tantos complexos a jogar fora de portas? É um mistério com o qual nos temos deparado esta época quando vemos jogar o Manchester City. Este fim-de-semana, no difícil terreno do Southampton, o vice-campeão inglês voltou a soçobrar. O encontro era dífícil, sim, mas o City ainda não conseguiu ultrapassar o complexo por completo. Os citizens até entraram bem e marcaram cedo por Aguero mas nunca conseguiram dominar o jogo. Excelente resposta de um aplicado Southampton, que mesmo sem Wanyama ou Schneiderlin, soube competir bem, graças ao trabalho de jogadores como Ward-Prowse, Lallana ou Cork, à profundidade do jovem Shaw na esquerda e ao génio de Pablo Osvaldo. Bom ponto para a equipa de Pocchetino, mais um passo em falso para os rapazes de Pellegrini.

4. Bruno Fernandes, a Udinese e um Nápoles irregular. Soberba exibição de um jovem português de 19 anos, no último sábado, no mítico San Paolo de Nápoles. Bruno Fernandes, formado no Pasteleira e Boavista, saído do Bessa para a Serie B italiana na última época (Novara foi o destino), marcou o primeiro golo no principal campeonato italiano e rubricou uma exibição completa. Jogando como interior-esquerdo na 2ª linha, aparecendo muitas vezes na ala e flectindo depois para dentro, buscando o seu pé direito, Bruno Fernandes desequilibrou, deu linhas de passe, tentou o remate e conseguiu fazer um chapéu notável ao guarda-redes Rafael. Jogador muito ágil e forte a atacar os espaços, destaca-se ainda nalgumas compensações defensivas. Foi ele uma das imagens fortes de uma Udinese jovem mas corajosa, que fez uma 1ª parte interessante, apesar de, de repente, ter ficado a perder por dois. Não baixou os braços e saiu de Nápoles com um ponto. Já os comandados de Rafa Benítez voltaram a decepcionar: dois golos sofridos na sequência de canto, dificuldades em controlar o jogo e, salvo alguns rasgos de Insigne, Callejón ou Higuaín, pouco mais fizeram. Inler e Dzemaili tiveram dificuldades em ganhar o meio-campo e a equipa ressentiu-se. Vários problemas que têm estado à vista de todos nos últimos jogos dos napolitanos...

5. Apaixonante Roma-Fiorentina. Num fim-de-semana de grandes jogos em todos os campeonatos, diria que alguns dos melhores estiveram em Itália. Este ano não falha: há cada vez melhores atacantes, propostas mais ofensivas, no fundo, os treinadores italianos estão mais abertos e há os estrangeiros, como Rudi Garcia, que chegam e logo colocam as suas equipas a jogar futebol de qualidade e de vocação ofensiva. O Roma-Fiorentina foi um jogo, geralmente, apaixonante, de muito ataque, sobretudo na primeira parte. Grande início dos giallorossi, com um Gervinho endiabrado. Logo, após 20 minutos de domínio romano, a Fiore foi repondo o equilíbrio, sendo que também aí houve um extremo a destacar-se (Cuadrado). Vargas empatou um marcador que havia sido inaugurado por Maicon e logo teve de ser, já no segundo tempo, um regressado (Mattia Destro) a resolver. Novamente, após jogada brilhante de Gervinho. Deste jogo, só guardo pela negativa a 1ª parte de Giuseppe Rossi (marcado por um implacável Benatia) e a exibição frouxa do criativo Pjanic. E basta.

6. O Inter e os fantasmas do passado. Época irregular tem tido o Inter. Não fossem os recentes deslizes do Nápoles e o 3º lugar não passaria de uma miragem. Porém, honestamente, alguém acredita que este Inter conseguirá chegar ao pódio? Muito difícil, a menos que se reforce bem no mercado. É que o treinador, Walter Mazzarri, é de topo. Porém, o plantel tem vários jogadores ainda a ganhar experiência e outros que já estão no fim das suas carreiras. Este fim-de-semana, empate caseiro contra o Parma de Donadoni (3-3) e mais uma exibição descolorida. Foi o 3º empate consecutivo na Serie A, num jogo marcado por um acumular de erros defensivos graves. O Inter, graças à pujança e técnica quase eterna de Palacio, bem apoiado por um Guarín de vocação mais ofensiva, lá vai marcando, mas concedeu muito atrás, foi permissivo e cada cruzamento era um "Ai Jesus" para os verdes centrais nerazzurri. Aliás, se há equipa que acabou mais perto de vencer o jogo foi o Parma (Cassano em bom momento, bem acompanhado por jogadores como Sansone ou Biabiany). Muito trabalho a fazer na casa interista.

7. Um Atleti bruto. Nem na Copa, a máquina pára. O Atlético de Madrid passeou em Sant Andreu (4-0) e ficou com o apuramento para os "oitavos" da segunda maior competição do futebol espanhol assegurado. Sim, porque milagres destes não acontecem. Nem irão acontecer alguma vez, penso eu (mas teriam a sua piada, sejamos honestos...). Apesar das poupanças, a equipa de Simeone partiu para cima do adversário e chegou a um cómodo 0-2 logo nos primeiros 20 minutos. Destacaria as exibições de Koke, sempre esclarecido na distribuição e organização de jogo e de um Arda Turan goleador (bisou nesta partida), sem esquecer Raúl Garcia, Villa e o jovem lateral-direito Manquillo, que fez uma exibição bastante completa. Uma máquina difícil de parar, porque a sua atitude competitiva é tremenda. Muito mérito para o Cholo Simeone.

8. BvB-Bayer Leverkusen. Decepcionante exibição do Borussia Dortmund, apesar das muitas ausências e das lesões que dois jogadores fundamentais sofreram neste mesmo jogo (Bender e Sahin saíram tocados). Do outro lado, um Bayer Leverkusen aguerrido, ordenado, compacto atrás e perigoso em contra-ataque, com destaque, mais uma vez, para o coreano Heung-Min Son (autor do único golo da partida). A equipa de Sami Hyypia já fugiu aos Schwartzgelben (alcunha dos de Dortmund), somando agora mais 6 pontos que a formação orientada por um Jurgen Klopp certamente em desespero. Não por duvidar das suas competências ou do seu plantel, mas sim pelas inúmeras lesões que vão afectando alguns dos jogadores mais importantes do vice-campeão europeu.

9. E o Spider-Enyeaman lá voltou a sofrer golos... Ao fim de 1035 minutos, Vincent Enyeama voltou a sofrer um golo na Ligue 1, golo esse, diga-se, bastante azarado (remate de N´Guémo e desvio em Kjaer). Depois de uma série de jogos extraordinários, o Lille quebrou na visita ao terreno de um competitivo Bordéus. O jogo foi interessante, com os da casa a tentar explorar as transições rápidas, jogando sempre de forma muito vertical. Surpreendeu a colocação inicial de Obraniak quase como um "falso 9", sendo que posteriormente ocuparam essa posição Jussiê e Saivet. Duelo interessante entre laterais-esquerdos africanos (Poundjé e Souaré), muito disponíveis e capazes de cruzar bem e um jogo bem disputado a meio-campo, com a linha N´Guémo-Sertic a aguentar bem Mavuba, Balmont ou Gueye. Jogo razoável do Lille, sem grandes chances, mesmo com mais um na última meia-hora (Poundjé foi expulso).

10. Albín, uma estrela a brilhar na Roménia. A fechar o périplo exclusivamente europeu deste fim-de-semana, uma análise a Juan Albín. O talentoso médio-ofensivo uruguaio, ex-Getafe e Espanyol, está agora no Petrolul, onde vem acumulando exibições de alto nível. No último sábado, frente ao Corona Brasov, ele e o português Filipe Teixeira desequilibraram a defesa adversária por completo, graças ao seu talento e qualidade técnica. Albín poderia estar perfeitamente a jogar numa liga de maior nível. No entanto, vê-lo no campeonato romeno faz-me pensar como este tipo de campeonatos médios precisam tanto de alguns jogadores de renome. São mais um factor de interesse, para lá das revelações que vão surgindo por lá (e são muitas!).




terça-feira, 3 de dezembro de 2013

10 apontamentos do fim-de-semana de futebol internacional

1. Ramsey, o líder dos líderes. Enorme o início de temporada do internacional galês. 15 golos entre Arsenal e selecção e a certeza de que estamos perante um jogo muito mais completo. Cresceu imenso esta época. Voluntarioso na construção, aparece eficaz em zona de finalização e ajuda a equilibrar o meio-campo. Do ponto de vista técnico, também progrediu consideravelmente. Ele é, no fundo, o ponto de maior verticalidade num Arsenal preferencialmente de posse. No último sábado, bisou frente ao Cardiff, numa demonstração de eficácia tremenda. Um golo de cabeça, em grande estilo, e outro numa finalização certeira. Ambos os lances dentro da área. E lá vai o Arsenal no passeio dos alegres líderes...

2. Manchester City. Impressionante a campanha caseira dos citizens nesta Premier League. Somam por vitórias todos os jogos disputados no Etihad até agora. A equipa de Manuel Pellegrini sente-se mais confortável a dominar e a ditar as sentenças. Curiosamente, a 1ª parte do encontro frente ao Swansea até foi dominada pelos galeses, que mereciam ter ido empatados para o intervalo. No 2º tempo, porém, apareceu o melhor Yaya Touré e o City foi uma equipa mais equilibrada, rápida e objectiva. Nasri fechou, com 2 golos, as contas que haviam sido abertas num grande livre de Negredo. A equipa nem sempre teve bola mas quando a tinha quase esmagava o Swansea. Nasri, Aguero, Negredo, Yaya Touré, Fernandinho...esta equipa é uma mina de craques.

3. Tottenham-Man.United. O jogo grande da jornada da Premiership não foi excepcional, mas teve alguns detalhes interessantes: a boa forma actual de Rooney é evidente (claramente o melhor de um United insípido esta temporada); Kyle Walker candidata-se a ser o dono da lateral direita da Inglaterra nos próximos anos; Chiriches é um dos melhores centrais do mundo, rápido e tecnicamente dotado; Lennon com espaços é um jogador perigosíssimo; Sandro, além de equilibrar, também sabe marcar grandes golos. O Manchester United teve sempre mais posse, mas não desequilibrou muito. Kagawa e Welbeck não foram os melhores complementos para Rooney. Outro detalhe interessante: o jogo consistente da dupla Cleverley-Jones. Acertados, sendo que Cleverley até esteve activo na construção. Ainda assim, é evidente que este United precisa de um bom médio organizador. Talvez em Janeiro...

4. PSG a caminho do Bi. Tem toda a pinta de que o Paris Saint-Germain vai lançado para novo título de campeão francês. É, sem dúvida, a melhor equipa do campeonato. Este ano, Blanc trouxe uma nova filosofia (mais posse de bola e imensa circulação). Ainda que a equipa seja menos vertical e espectacular que a de Ancelotti, tem um controlo absolutamente notável dos jogos. Tudo parte de uma defesa implacável, onde imperam os centrais Thiago Silva e Alex (ou Marquinhos) e de um meio-campo que precisa de ser massacrado para perder a bola. Verratti continua a recuperar e distribuir a um ritmo frenético, Thiago Motta equilibra com mestria e procura sempre o italiano para iniciar a construção e há ainda o "bicho" Matuidi. Na frente, Ibra e Cavani revelam-se predadores letais, avançados de uma técnica e capacidade de finalização notáveis. O 4-0 ao Lyon mostrou ainda outra faceta vincada desta formação: os golos na sequência de lances de bola parada, sobretudo cantos. O aproveitamento é realmente soberbo!

5. Brahimi, um géniozinho das Arábias à solta em Granada. Já falei aqui dele recentemente mas é que não cansa fazê-lo: Yacine Brahimi, nº10 que gosta de vir de fora para dentro, partindo quase sempre da ala, é uma das figuras actuais da Liga espanhola. O Granada é o clube ideal para ele crescer e não só pela relação intrínseca da cidade com a herança árabe. Tem em seu redor uma equipa que lhe dá as condições para assumir o papel de maior desequilibrador. Rápido e tecnicista, exímio na condução de bola e na finta, Brahimi entorta os olhos a qualquer defesa quando tenta o drible ou muda de velocidade. Além disso, descobre boas linhas de passe, tendo só de melhorar o registo de golos (apenas 1 em 14 jogos na Liga). Aos 23 anos, este internacional argelino parece estar no bom caminho para assinar proximamente por um clube que lute por objectivos superiores.

6. Son, a estrela de Leverkusen. Mais uma grande exibição do internacional sul-coreano. 2 golos ao Nuremberga e um cardápio de lances interessantes. A técnica apurada, as movimentações e a definição com os dois pés tornam-no uma das promessas mais interessantes da Bundesliga. Ataca bem os espaços, sendo que um jogador que se enquadra bem numa equipa de contra-ataque. Está no sítio certo, portanto.

7. Fiorentina vs Verona ou Borja Valero vs Iturbe. Grande jogo na jornada da Serie A. Digamos que, esta época, se tornou mais fácil ver jogos com muitos golos em Itália. Os treinadores vão-se afastando cada vez mais do "fantasma" do catenaccio e abraçam estratégias mais ofensivas. Além disso, os jogadores de cariz ofensivo presentes na Serie A, actualmente, fazem prever partidas entretidas junto das balizas. 4-3 foi o resultado final deste duelo de históricos, numa partida onde brilharam, sobretudo, Borja Valero e Iturbe. O espanhol apontou 2 bons golos, em remates de fora da área, e o argentino, emprestado pelo FC Porto, fez um golaço também de fora da área e propiciou o primeiro golo a Rômulo, também num remate de meia-distância. Eles foram os reis de um jogo onde ainda se destacaram jogadores como Rossi ou Vargas, na Fiore, e Jorginho ou Halfredsson do lado do Hellas Verona.

8. Zaza e Berardi. Atenção a estes dois jovens, emprestados ao Sassuolo (Zaza pertence à Sampdoria, Berardi à Juventus), ambos com perspectivas evidentes de futuro. Esquerdinos, de movimentos elegantes e remate fácil, Zaza e Berardi vão ganhando créditos na Serie A com os seus golos e assistências. Dois avançados que poderão muito bem marcar o futuro da Squadra Azzurra, se mantiverem este trajecto evolutivo.

9. Argentina e Brasil. Campeonato louco na Argentina, onde ninguém parece querer ser campeão. Este fim-de-semana, Newell´s e Arsenal perderam, o líder San Lorenzo empatou e o grande duelo Lanús-Boca acabou também com uma igualdade (2-2). No Brasil, para lá do Cruzeiro campeão, temos uma luta de gigantes pela manutenção. Na última jornada, Flu e Vasco podem cair na Segundona. Vai ser uma ronda de grandes emoções e alguém irá ficar a chorar, pela certa...

10. Emelec campeão no Equador. É um campeonato sobre o qual nunca escrevi. Porém ultimamente tenho começado acompanhar algumas das ligas sul-americanas menos badaladas, pelo menos deste lado do Globo. Este fim-de-semana assisti ao Manta-Emelec, jogo que supôs o título para um dos mais representativos clubes equatorianos. O 0-0 final foi suficiente para a festa do Emelec. Não foi o primeiro jogo que vi deles este ano (curiosamente para o campeonato também só me havia calhado um 0-0, contra o Barcelona). A destacar, Enner Valencia, ala direito no 4x4x2 de Gustavo Quinteros, internacional equatoriano, jogador de boa técnica, forte, potente e capaz de fazer vários golos. Diz-se que está de saída para o Pachuca do México. Valencia é a figura mas outros jogadores como Gaibor, Mondaini, Lastra, Bagui ou o conhecido Denis Stracqualursi merecem ser vistos com maior atenção. Equipa muito interessante!