terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

5 apontamentos rápidos do fim-de-semana de futebol internacional

1. Liverpool-Swansea, pura Premier. Um dos grandes jogos do fim-de-semana inglês foi, indiscutivelmente, o Liverpool-Swansea. Um jogo "clássico" da Premier League, aberto, com duas equipas vocacionadas para o ataque e a deixar muitas dúvidas atrás. Não foi o melhor jogo dos reds que, no entanto, conseguiram salvar três preciosos pontos. O 4-3 final traduz bem o que foi o jogo desde início: ataques velozes, verticais e letais contra defesas lentos, distraídos e erráticos. No Liverpool, salta à vista o tremendo momento de jogadores como Sterling, Sturridge ou Henderson (dois golos neste jogo), por contraponto com o abaixamento de Suárez em termos de golos (embora continue a dar bastante à equipa noutras vertentes). Do lado galês, ficam as boas intenções da equipa agora treinada por Garry Monk (até à época passada elemento integrante do plantel principal), com os perigosos Bony, Dyer e Routledge na frente, bem apoiados pelo criativo Shelvey (autor de um golaço, aplaudido de pé por todo o Anfield Road).

2. A tarde de Çalhanoglu. Em Hamburgo, regresso às vitórias da equipa local, depois de 8 jogos oficiais seguidos sempre a perder. Na estreia do terceiro treinador da época (Mirko Slomka), o Hamburgo surgiu no confronto frente ao poderoso Borussia Dortmund num 4x4x2, com as linhas baixas e procurando sair em contra-ataque. Na frente, brilhou a dupla Lasogga-Çalhanoglu, com destaque para este último, médio-criativo feito segundo-avançado neste jogo. O jovem internacional turco brilhou com um golo estratosférico mas os pormenores técnicos, a qualidade na distribuição e nas movimentações no último terço mostram que há muito futuro naqueles pés (em especial, no direito). O Hamburgo humilhou um fragilizado BvB (3-0), numa tarde que foi sobretudo de um miúdo turco, quase pronto para dar o salto para a liga dos grandes.

3. As melhorias de Seedorf. No reencontro do técnico holandês com o seu amigo Mihajlovic, o Milan levou a melhor sobre uma Sampdoria que, ao contrário dos últimos jogos, mostrou uma certa falta de estofo em compromissos de maior intensidade e dificuldade. Os rossoneri foram melhores, com um "onze" onde Seedorf introduziu algumas alterações como, por exemplo, as entradas de Saponara ou Pazzini. Os reforços Taarabt (mais uma vez em bom nível, sendo o jogador mais activo do ponto de vista ofensivo) e Rami decidiram um jogo no qual o Milan foi uma equipa rigorosa, competitiva e eficaz. A Sampdoria confirmou os problemas defensivos que revela nos jogos mais difíceis, algo que o seu treinador ainda terá de trabalhar...

4. Red Bull Salzburgo imparável. Depois da estrondosa demonstração de futebol em Amesterdão na Liga Europa (vitória por 0-3), o Red Bull Salzburgo regressou às lides domésticas com nova goleada (6-1 ao Admira Wacker). O início de jogo nem foi bom, com uma falha de Schiemer a valer golo para o Admira. No entanto, daí para a frente só deu Red Bull. Jonathan Soriano voltou a molhar a sopa, desta feita num livre directo irrepreensível. No 2º tempo, entrou o elegante Alan para o seu lugar e não fez a coisa por menos: hat-trick em 45 minutos. Além dos craques do ataque, devo destacar ainda o golo da jovem promessa Valentin Lazaro (bons pormenores, até sair lesionado aos 65´), a colocação de André Ramalho a médio-centro, junto ao talentoso internacionak noruguês Valon Berisha ou a boa entrada de um dos meus jogadores preferidos a actuar em Ligas inferiores neste momento (Kevin Kampl). Uma equipa com muito potencial, dentro e fora da Áustria. Estará aqui o novo Basileia da Liga Europa? Veremos nos próximos capítulos...

5. Fraco River. Uma das desilusões do fim-de-semana. Exibição muito fraca do River Plate no Cemitério dos Elefantes de Santa Fe, casa do Colón. O esquema de defesa a 3 de Ramón Díaz voltou a dar sinais de fragilidade, ainda para mais sem elementos como Balanta ou Mercado. Aproveitou bem o jovem Graciani, promissor ala direito, autor de dois golos e criador de imensos problemas para a defesa dos Millonarios. Já no ataque, poucos destaques pela positiva. Exibição pobrezinha, no geral, de Teo Gutiérrez e Cavenaghi (apesar do golo apontado). Lanzini apareceu a espaços e até deu uma assistência, ele que, apesar do muito talento que possui, continua a revelar uma certa irregularidade exibicional.


terça-feira, 11 de fevereiro de 2014

10 apontamentos do fim-de-semana de futebol internacional

1. O "banho" do Liverpool. Imensos aqueles primeiros 20 minutos de jogo em Anfield. Neste tempo, deu para tudo: marcar 4 golos, criar mais umas chances e obrigar o Arsenal a errar 18 passes (sim, 18, quase todos em zona perigosa). O resultado final foi de 5-1 para o Liverpool mas poderiam ter sido mais. O plano de Brendan Rodgers resultou na perfeição: montou a equipa em 4x3x3, mas introduziu-lhe nuances interessantes, como a colocação de Sturridge mais ao centro e a derivação de Suárez para a direita. Mais por dentro também estava Coutinho, chave a anular o início de transição dos gunners. Todas estas variantes táctico-posicionais, aliadas a uma intensidade frenética e a um aproveitamento dos espaços absolutamente brutal, fizeram deste jogo um dos mais espectaculares da temporada. Rodgers tirou os espaços aos criativos do Arsenal e fez gato sapato de uma pobre e desamparada defesa. Por uma tarde, Sturridge, Suárez, Sterling, Coutinho, Gerrard e companhia sentiram-se no topo do mundo. De forma justa, diga-se.

2. Eden Hazard quer ser Bola de Ouro. Mais uma exibição descomunal do médio-ofensivo belga do Chelsea. Durante o comentário televisivo ao Man.City-Chelsea da última semana, o antigo defesa do Arsenal e internacional inglês, Martin Keown, referia que "se Hazard metesse uns esquis nos pés e participasse nos Jogos Olímpicos de Inverno, talvez ganhasse a medalha de ouro, tamanha qualidade têm os seus slaloms". A analogia de Keown faz todo o sentido, vistos os jogos mais recentes do belga. Este fim-de-semana, na recepção ao Newcastle, fez um hat-trick, numa das exibições individuais mais brilhantes que me recordo nos últimos tempos. Potência, destreza na condução, arranque imparável em diagonal e um cardápio de detalhes técnicos e de finalização notáveis. Já leva 12 golos na Premier League 2013/2014 e a continuar a este ritmo pode bater o recorde de golos conseguido em Lille (20, na época 2011/2012).

3. Uma equipa (e um treinador...) a precisar de ir ao divã... Ao contrário de Liverpool e Chelsea, o Manchester United continua a acumular desilusões e a Champions começa a parecer uma miragem bem distante (9 pontos de distância para o 4º lugar). Este domingo, apesar dos 81 cruzamentos, do domínio de fio a pavio e de inúmeras tentativas de golo, os red devils não passaram do 2-2 frente a um autocarro de 2 andares chamado Fulham. Além dos problemas de construção a meio-campo, já muito discutidos ao longo da época, a equipa parece entrar em pânico quando se acerca da baliza contrária e quase todos os lances saem sem clareza, como se fossem um quadro esborratado por um pintor genial. De facto, pintores geniais não faltam naquela casa (van Persie, Rooney, o recém-chegado Mata...), falta é que eles consigam arranjar as tonalidades certas para que o quadro possa ser admirado numa galeria de arte. Os pintores e o professor (David Moyes) parecem precisar dumas sessões de psicoterapia ou, quiçá, de uma nova musa inspiradora...

4. Juventus: da quase-perfeição à desilusão. Uma 1ª parte de controlo total, com muita bola e não concedendo qualquer tipo de chance ao adversário. Na 2ª parte, porém, tudo mudou, em especial quando mais uma bola proveniente da cabecinha voadora de Luca Toni, resultou em golo e a equipa começou a sentir dúvidas. Estou a falar do empate da Juventus frente a uma corajosa e perspicaz formação do Hellas Verona (2-2). Nos primeiros 45 minutos, foi relativamente fácil para Pirlo e companhia encontrar espaços, sempre com a ajuda exterior dos pêndulos Lichtsteiner e Asamoah e com os movimentos inteligentes de Tévez e Llorente. Ao intervalo, dois golos de Tévez valiam vantagem incontestável. Porém, Toni reduziu, a Juve começou a perder o controlo a meio-campo (melhoria do lado do Verona, sobretudo de Halfredsson) e viu ainda Chiellini sair lesionado. No meio destas perdas de autoridade no jogo, a Juventus não contava com outro factor: Juanito Gómez. O argentino entrou determinado a decidir e apareceu na área a fazer o empate, quando já poucos esperavam que o Verona levasse um ponto deste encontro. Um resultado brilhante para a equipa regressada do inferno da Série B, uma total desilusão para o bi-campeão italiano (apesar da vantagem robusta para a Roma...).

5. Fiorentina-Atalanta. Ilicic, Wolski e outros bons apontamentos. Bom triunfo da Fiorentina sobre a Atalanta (2-0). Ilicic e Wolski foram os autores dos golos. O esloveno marcou um livre directo absolutamente fantástico, de pé esquerdo. Já o jovem polaco entrou muito bem em jogo, em que é um "10" talentoso, com sentido de baliza, bom primeiro toque, embora não muito rápido. O seu golo foi soberbo, pela maneira como, subtilmente, tirou a bola do alcance dos defesas e atirou cruzado sem hipóteses para o guarda-redes Consigli. Para lá dos golos, vimos uma Fiore mandona, com Cuadrado e Vargas a darem bastante profundidade e largura ao jogo ofensivo da equipa de Montella. A equipa viola controlou o jogo quase todo sem grandes problemas, até porque a equipa de Bérgamo raramente mostrou atributos para poder discutir o resultado.

6. Real Madrid-Villarreal. Apesar dos 6 golos e de vários bons momentos, esperava algo mais deste jogo, sobretudo da parte da equipa de Marcelino García. Defensivamente, o Villarreal esteve bastante mal e isso fez a diferença. Sobretudo quando pela frente há jogadores como Bale, Benzema ou Jesé. Este trio, aliás, foi a chave para resolver o jogo. Bale fez o primeiro, Benzema, o segundo e o quarto e lá pelo meio Jesé fez o terceiro, num desvio subtil a fazer lembrar Romário. Na ausência de Cristiano Ronaldo, os merengues continuam a ter opções muito credíveis. Além disso, está por lá um rapaz chamado Di María, que tem tido uma adaptação muito interessante a esse novo papel de médio interior no 4x3x3 de Ancelotti. O argentino, assim que sentiu a concorrência de Bale, motivou-se e mesmo com a entrada do galês na equipa manteve-se opção válida, embora noutra posição. De facto, quando um jogador mostra competência, o treinador arranja-lhe sempre lugar na equipa...

7. Mónaco-PSG. Grande duelo entre os dois da frente em França. O empate a um traduz um jogo com diversas nuances, dominado pelos parisienses, mas com boa resposta de um Mónaco transfigurado em 4x4x2 após o intervalo. O jogo foi bastante intenso, como seria de esperar. Roubar a bola ao PSG é tarefa árdua de conseguir hoje em dia, por isso Ranieri apostou nas transições rápidas. Pastore marcou cedo (8´), o PSG foi controlando, mas nos últimos 45 minutos, com um Fabinho em plano de evidência, apareceu o auto-golo de Thiago Silva (74´). O lateral brasileiro tentou dar para Berbatov se estrear a marcar mas foi o capitão do PSG a desviar para a própria baliza. No final, resultado justo num jogo cheio de ritmo e dinamismo.

8. PSV-Twente. Duelo interessante na Eredivisie. O PSV venceu por 3-2, num jogo aberto e intenso. 1ª parte dominada pela equipa forasteira, com um PSV mais pragmático, procurando as transições rápidas. Nos últimos 45 minutos, manteve-se a toada com o Twente a não conseguir chegar ao empate, por muito que tenha tentado. Gostei bastante de rever jogadores como Arias ou Willems (laterais de propensão ofensiva, autores de 2 belíssimos golos), o veterano Ji-Sung Park, o talentoso Depay e ainda o robusto Locadia (excelentes recepções de bola e um grande golo de cabeça), do lado do PSV. Do outro lado, gostei da capacidade de desarme e subida com e sem bola de Ebecilio (marcou na sequência de um canto do lado direito), dalguns pormenores dos esquerdinos Felipe Gutiérrez e Tadic e das acelerações de Promes, muitas vezes bem apoiado por Rosales.

9. O regresso do campeonato argentino. Começou o Clausura na Argentina. Tivemos várias notas interessantes. Desde a derrota do campeão San Lorenzo no terreno do Olimpo de Bahia Blanca, até ao triunfo à justa de um dominador River Plate (muito nível do médio Kranevitter e pormenores do criativo Lanzini), passando pela goleada do primeiro líder Racing de Avellaneda (com golaço do ex-sportinguista Valentín Viola) ou pelos nulos entre Vélez e Tigre e no Newell´s-Boca (joga com várias ocasiões, aberto, entretido e com um Banega a mostrar muito nível para este campeonato). Já sentíamos saudades desta luta frenética, em que há vários candidatos ao título e onde podemos ter as mais variadas surpresas...

10. São Paulo a decepcionar. Mau jogo na deslocação ao terreno da Ponte Preta. Apesar do domínio inicial, o São Paulo foi sempre pouco audaz na criação ofensiva e perdeu com justiça (2-1), perante adversário bem arrumado e eficaz. Além disso, a equipa de Muricy Ramalho continua a falhar muito a nível defensivo (10 golos sofridos nas 7 jornadas disputadas do Paulistão). Destaques pela positiva: os ex-portistas Álvaro Pereira (o melhor) e Souza e o guarda-redes Rogério Ceni, autor de mais um golo e dalgumas boas intervenções. Exige-se trabalho!


terça-feira, 4 de fevereiro de 2014

10 apontamentos do fim-de-semana de futebol internacional

1. City-Chelsea. Mais uma lição táctica de José Mourinho, conseguindo aquilo que só o super-Bayern de Guardiola havia feito esta temporada: derrotar o Manchester City em pleno Etihad. A vitória por 1-0 (golo de Ivanovic) foi curta, face àquilo que os blues fizeram, tanto em termos defensivos (jogo soberbo), como em termos ofensivos (vários lances de perigo em contra-ataque e três bolas nos ferros). No fundo, este City, poderosíssimo na frente, mas reduzido a cinzas perante Chelsea soberbo a defender, foi o adversário ideal para o Chelsea provar a candidatura ao título em definitivo, visto que é uma equipa que tem imensos problemas na transição defensiva. Enormes Matic e David Luiz ao meio, gigante o trabalho do quarteto defensivo (Cahill em evidência) e um Hazard endiabrado na contra-ofensiva. No City, enquanto Yaya Touré mandou, houve sensação de superioridade. Mas conforme ele foi perdendo influência, o conjunto de Pellegrini foi perdendo qualidade e racionalidade. Elucidativo...

2. Oxlade-Chamberlain pronto para o Brasil. Arsenal de regresso à liderança após mais um jogo em que deixou dúvidas na 1ª parte (lentidão de processos, passes falhados, jogo inconsequente, no fundo), para resolver depois nos últimos 45 minutos. Cazorla está num momento notável e o beneficiado foi Oxlade-Chamberlain. O promissor ala, médio-centro neste jogo, por ordem de Wenger (as lesões assim o obrigam...), falhou imensos passes no 1º tempo, mas no 2º foi decisivo, aparecendo mais na 2ª linha, estando mais liberado e acabando por decidir com dois belos golos. Uma vitória justa de um Arsenal que se vai valendo da sua competitividade para seguir na frente (factor decisivo por comparação com as últimas épocas).

3. QPR-Burnley. Mais um espectáculo de alta intensidade no segundo escalão do futebol inglês. O encontro entre 2º e 3º classificados terminou com um 3-3 e eu saí com uma sensação de plena satisfação do jogo (mesmo tendo vivido o Nottingham Forest 4-2 Watford, dois dias antes). Porque vi uma boa disputa, entre duas equipas rijas, competitivas e com belíssimos jogadores. Do lado do QPR, gostei de rever jogadores como Hoilett, Traoré ou o estreante Maiga, que até fez o 3-3 final. No Burnley, equipa organizada, mas com algumas dificuldades a defender bolas paradas, destaco o "10" Danny Ings, segundo-avançado que actua próximo do "9", Sam Vokes. Mexe-se muito, recua, dá largura, apesar da estatura elevada tem boa técnica e finaliza com qualidade. Mostrou um nível que o pode aproximar da Premier League a passos largos.

4. PSG a caminho do título. É certo que está para chegar um Mónaco-PSG potencialmente decisivo na luta pelo primeiro lugar, mas eu vejo as coisas muito claras: acho que o Paris Saint-Germain, salvo tremenda hecatombe, vai a caminho da renovação do título. Na última sexta-feira, venceu bem o Bordéus (2-0), num jogo que fica marcado pelos primeiros 20 minutos de Cabaye ao serviço do emblema parisiense (e com bons apontamentos!). Mas não só. Depois de uma 1ª parte competitiva perante Bordéus organizado e coeso atrás, o PSG subiu a intensidade no início da 2ª parte e acabou por resolver o jogo. A chave esteve em Lucas Moura, que apareceu mais solto e capaz de dar mais profundidade do lado direito. Ibra e Alex fizeram o resto e a equipa de Laurent Blanc continua no bom caminho. A segurança na posse de bola e capacidade de meter velocidade no último terço são as chaves do sucesso desta formação.

5. Rennes-Lyon. Um dos jogos mais interessantes da jornada da Ligue 1, até pela estreia do talentoso Paul-Georges Ntep ao serviço do Rennes. Venceu a equipa da casa (2-0), num jogo em que se fez valer das suas qualidades defensivas, dum certo pragmatismo e da eficácia na área lyonnaise. Belíssima exibição do todo-o-terreno Doucouré, bem protegido por um Konradsen certinho mas, por vezes, pouco intenso e por um Makoun mais posicional. De destacar ainda o excelente jogo de todo o quarteto defensivo do Rennes (em especial dos centrais Hountondji e Armand) e a "primeira vez" do trio Ntep-Toivonen-Alessandrini no ataque. Do lado do Lyon, uma equipa com iniciativa mas a pagar caro os erros defensivos em dois momentos fatais.

6. Maravilhoso Cabella. Dois golos e mais uma exibição notável do "10" do Montpellier. Virtuoso, com boa visão de jogo, mobilidade e golo, encontrou em Niang um bom parceiro para finalizar e ajudar a construir lances no último terço. Fica a questão: para quando um "grande"? A oportunidade estará para chegar (PS: falou-se com insistência no interesse do Newcastle no último mês).

7. O Bayern de Pep e as suas variantes. O Bayern-Eintracht Frankfurt (5-0) foi um jogo desinteressante do ponto de vista da competitividade mas muito rico em detalhes, pelo menos no que concerne aos bávaros. De início, surpreendeu a insistência em bolas longas, tentando criar espaços em profundidade ou buscando uma 2ª bola (assim surgiu o 1º golo, com Mandzukic a segurar passe de Dante para Gotze finalizar com brilhantismo). Depois, o Bayern começou a jogar, como habitual, com mais bola no solo. Thiago era o maestro, enquanto que Gotze se divertia entre-linhas. No meio disto tudo, ainda deu para proporcionar um regresso decente de Robben à competição (com direito a golo e tudo!). Um Bayern imenso e capaz de jogar em vários registos. Futebol que dá prazer ver.

8. Drmic e o regresso aos golos de Derdiyok. Doutros jogos que vi na jornada da Bundesliga chamou-me à atenção o brilhante rendimento do avançado suíço Josip Drmic (Nuremberga), ele que já leva 10 golos em 18 jogos. Aliás, face à ausência de bons pontas-de-lança na selecção suíça, acredito que, a continuar assim, este jovem de 21 anos pode muito bem vir a ser titular no Mundial. Outro suíço que brilhou foi Eren Derdiyok. Tem jogado muito pouco (só 160 minutos, divididos por 7 jogos na Bundesliga), mas foi decisivo no difícil triunfo do Bayer Leverkusen sobre o Estugarda. Correspondeu na perfeição a um bom cruzamento de Sam. Alternativa a Kiessling e, como se viu neste jogo, possível complemento. A luta pelo centro do ataque da selecção suíça numa das melhores Ligas do mundo.

9. Immobile, Berardi e Toni. Tenho pensado em escrever um texto sobre as alternativas a Balotelli na selecção italiana, perspectivando já o Mundial. O tempo para o escrever não tem sido muito mas este fim-de-semana centrei-me no acompanhamento dalguns potenciais convocados. Em Reggio Emilia, duelo entre Sassuolo e Hellas Verona. Dum lado, a entusiasmante promessa Domenico Berardi (já falei dele aqui...). Do outro, o "veteraníssimo" Luca Toni. E foi precisamente o experiente avançado do Verona que levou a melhor neste duelo particular, apontando um chapéu excepcional e mostrando outros bons pormenores ao longo dos 90 minutos. Em San Siro, Ciro Immobile voltou a dar um recital. Que grande época tem feito o avançado do Torino. 11 golos em 19 jogos, mostrando qualidades enormes a atacar o espaço e no um-para-um. Um destro de finalização fácil e capaz de apontar golos extraordinários. Em teoria, Cesare Prandelli não tem com que se preocupar...

10 Blind, o novo médio-centro do Ajax. Experiência interessante, colocada em prática por De Boer esta temporada: a adaptação do lateral-esquerdo Daley Blind à posição de pivot defensivo. Para já, e dos vários jogos que tenho visto do Ajax, as sensações são positivas. Demonstra enorme disponibilidade táctica, muita clareza com a bola nos pés e faz inúmeras recuperações de bola. Do ponto de vista físico, não é ainda o jogador mais competitivo mas vai crescer nesse aspecto. Tem um sentido de obediência notável e aceitou esta nova posição de bom grado. Este fim-de-semana foi o melhor jogador ajacied no decepcionante empate em Utrecht (1-1), tendo marcado o único golo da sua equipa (remate colocado de meia-distância). Recentemente, fez um jogo extraordinário frente ao PSV, que o consagrou definitivamente nesta nova posição. Se puderem, tentem encontrar este jogo e vejam as qualidades do rapaz.