sábado, 28 de junho de 2014

5 apontamentos da última jornada da fase de grupos do Mundial 2014

1. A jornada da afirmação definitiva dos craques. Vários jogadores sobressaíram a título individual nesta última jornada da fase de grupos do Campeonato do Mundo. Desde o hat-trick de Shaqiri e uma exibição completa, notável a todos os títulos até à disputa entre Messi (a melhor exibição até aqui nesta prova) e Musa no Nigéria-Argentina (um bis para cada), passando pela genialidade de Neymar (também bisou), pela continuidade de James (tem feito uma prova excepcional, tanto a distribuir jogo como a marcar) ou pela despedida em grande de Pjanic, um dos criativos que irá fazer falta à fase derradeira deste Mundial. Craques e mais craques no maravilhoso mundo brasileiro.

2. A Tri e o espírito de Herrera. É, definitivamente, uma das estrelas deste Campeonato do Mundo. Falo de Miguel Herrera, o espampanante técnico mexicano que poucos conheciam antes das façanhas conseguidas pela selecção mexicana no Brasil. Irreverente e apaixonado, construiu uma equipa no 3x5x2 (5x3x2) que vinha vigorando como táctica forte do seu América ao longos dos últimos anos e em campo todos os jogadores parecem jogar com a mesma paixão que o seu técnico demonstra ter no banco. O trio de centrais, liderado pelo veterano Rafael Márquez, tem estado quase imaculado, os laterais sobem e descem com uma regularidade impressionante, o portista Héctor Herrera tem rubricado exibições tremendas, juntamente com Vázquez e Guardado e, na frente, há quem faça a diferença (Oribe Peralta e Giovani, por norma...). Isto sem esquecer o keeper custo zero Guillermo Ochoa, uma das grandes figuras desta equipa, dono de uns reflexos brilhantes, tendo salvado a equipa em várias ocasiões ao longo desta fase de grupos. Uma equipa correcta atrás, capaz de assumir o jogo, profunda nas laterais e constituída de jogadores super-disponíveis do ponto de vista físico. Tomara que todas as equipas encarnassem o espírito de um treinador desta maneira. E vice-versa.

3. Os dramáticos apuramentos da Grécia e do Uruguai. Esta última jornada reservou-nos também dois dos momentos mais emocionantes desta prova: os apuramentos in-extremis das selecções da Grécia e do Uruguai. A equipa de Fernando Santos bateu a Costa do Marfim (2-1), com um pénalti de Samaras a decidir aos 90+2´. Foi um jogo difícil, mas no final acabou por prevalecer a capacidade de trabalho dos gregos, solidários a defender e incisivos na contra-ofensiva. Quanto ao Uruguai, a passagem foi dada por Diego Godín, o homem dos golos importantes na última temporada. O jogo foi muito equilibrado, tendo a expulsão de Marchisio ajudado a puxar a selecção celeste para o ataque. Numa bola parada, lá apareceu o central do Atleti a carimbar mais um grande momento esta temporada. Heróico.

4. A primeira vez da Argélia. Enorme feito do futebol argelino, dado que pela primeira vez estão nos oitavos-de-final de um Mundial. As Raposas do Deserto empataram contra a Rússia e carimbaram o acesso à próxima fase, depois de um jogo equilibrado, competitivo e onde, no primeiro tempo, os russos estiveram até perto de aumentar para 2-0. A destacar, mais um golo do sportinguista Slimani, ele que realizou duas exibições notáveis frente a coreanos e russos e uma notável exibição de Brahimi, o astro de Granada, do qual já havia falado durante esta temporada. Quanto à equipa russa: toda uma decepção. A começar na falta de capacidade para assumir o jogo com qualidade e a acabar nas vergonhosas declarações de Fabio Capello, atacando o árbitro deste último jogo.

5. O meu "onze" da fase de grupos: Ochoa; Aurier, Rafa Márquez, Sakho, Layún; Héctor Herrera, Tejeda; Robben, James, Neymar; Muller (Messi/Benzema).

segunda-feira, 23 de junho de 2014

Um decálogo da 2ª jornada do Mundial, da tragédia portuguesa à irreverência argelina passando pelos génios e craques do continente americano

1. Portugal sem rei nem roque. E eis que a selecção portuguesa se colocou à mercê do altamente improvável para poder seguir em prova no Brasil. O golo de Varela serviu, em teoria, para amenizar o sofrimento de ter de ser já eliminado mas, na verdade, não restam grandes esperanças. Portugal não apresenta um futebol consistente, é uma equipa cansada, desequilibrada, com muitos (demasiados, diria até...) jogadores lesionados e outros tantos condicionados. Atitude não faltou à equipa nacional, mas, na verdade, quem soube competir foram os norte-americanos: bem arrumados atrás, organizados no meio-campo e verticais no ataque. A toda a velocidade, acabou por se tornar fácil aproveitar as descompensações defensivas portuguesas. Não fosse uma distracção final e a equipa de Klinsmann estaria a esta hora a festejar o apuramento para os oitavos-de-final após duas jornadas da fase de grupos. E nós estaríamos definitivamente afastados de um Mundial que tem tudo para ser dos piores da história portuguesa...

2. O fim da hegemonia espanhola. Outras das notícias desta 2ª jornada foi, naturalmente, a eliminação da vigente campeã mundial e bicampeã europeia Espanha. Duas derrotas contundentes contra Holanda e Chile deixam os espanhóis de fora deste Mundial. Então, e quais foram as razões desta eliminação prematura? Muito sinteticamente, diria que foram visíveis os problemas defensivos desta equipa, desde os erros de Casillas até às falhas posicionais dos defesas-centrais. A construção de jogo era lenta e previsível, sendo que não me recordo de duas partidas em que a Espanha tivesse perdido tantas bolas como nas que disputou até aqui no Brasil. Xavi apareceu durante meia-hora (contra a Holanda) e depois nunca mais deu sinais de vida, Diego Costa não adicionou particular qualidade a esta equipa, outros jogadores nem chegaram a calçar (Fabregàs, por exemplo) e tivemos problemas evidentes entre Del Bosque e certos elementos não-utilizados. No meio de toda esta barafunda, sobrevive um Iniesta que sai sempre de cabeça levantada, embora também não tenha acrescentado muito a uma triste campanha. Desilusão total.

3. Mestre Sampaoli e seus discípulos. Enorme trabalho do técnico Jorge Sampaoli, um argentino da escola-bielsista que vai dando cartas ao serviço da selecção chilena. Tremendo o carácter e a qualidade da Roja, embora nem tenha realizado duas grandes exibições nos primeiros encontros deste Mundial. Contra a Austrália, a equipa perdeu o controlo do jogo a dada altura e sofreu bastante atrás. Já frente à Espanha, obrigou a outra Roja a errar, foi incisiva no ataque mas notaram-se alguns problemas nas coberturas defensivas e viram-se alguns momentos de desorganização, embora a pressão e a saída para o ataque tenham sido, no geral, bem conseguidas. Essenciais as exibições de jogadores como Alexis e Vargas, elementos que garantem verticalidade e golo no ataque, Charles Aránguiz, médio todo-o-terreno, de notável preponderância em termos ofensivos e também de dois elementos que melhoraram bastante com respeito ao jogo inaugural deste Campeonato do Mundo (Medel e Vidal). Uma campanha de previsível sucesso para uma equipa com muito corazón!

4. Geração tica para os livros de História. Este ponto poderia ter como título, "O Maravilhoso Mundo da Costa Rica". Este Mundial tem vindo a ser demasiado perfeito para as equipas da CONCACAF, em especial para a única que soma por vitórias todos os jogos até aqui disputados. O trabalho de Jorge Luis Pinto tem sido fantástico e a equipa tica mostra processos muito bem definidos e um estilo de jogo bastante atractivo, por comparação com selecções com maior potencial em termos de plantel. Exibindo qualidade na posse, qualidade nos movimentos de fora para dentro, usando os laterais para subidas de forma permanente e explorando a profundidade garantida por Joel Campbell, esta equipa revela uma argúcia notável na hora de construir futebol. Jogadores como Bryan Ruiz ou Christián Bolaños estão a encontrar uma segunda via para se revelarem ao Mundo (apesar da idade...). Outros, como o já citado Campbell, o central Duarte, o lateral-direito Gamboa ou o médio Tejeda, procuram neste Mundial a possibilidade de darem a mostrar e poderem dar o salto para ligas mais competitivas. Todos juntos formam um conjunto sólido e bastante competitivo, resultado de uma ideia colectiva forte e que permite a potenciação das individualidades. A prova que também nos países periféricos se pode trabalhar com qualidade e obtendo resultados!

5. Suárez carimba o regresso a casa dos seus amigos ingleses. 1 mês depois da operação ao menisco, um regresso em grande, com dois golos apontados frente à Inglaterra. Luis Suárez não poderia desejar, certamente, melhor regresso à competição oficial. A sua qualidade técnica na execução, quer com o pé, quer de cabeça e os movimentos nas costas dos defesas contrários fazem dele um jogador imprescindível para Óscar Tabárez, mesmo que não esteja no pico de forma. Num jogo competitivo e onde, a dada altura, a Inglaterra passou a ser melhor e ficou mais perto de dar a volta, apareceu o letal avançado da Celeste a carimbar três pontos potencialmente decisivos. Agora segue-se autêntica final contra uma Itália ainda atónita pela derrota frente a uma grande Costa Rica.

6. Cuadrado-James-Quintero. E quando estes três se juntaram na soalheira tarde de Brasília frente à Costa do Marfim? Ninguém mais os conseguiu parar, por certo. Foi puro espectáculo. A velocidade e criação de desequilíbrios de Cuadrado, o desborde e qualidade na condução de James e o toque mágico e incisivo de Quintero ajudaram (e muito!) a que a Colômbia levasse de vencida o duro oponente africano. Quem tem tamanha concentração de talento no meio-campo ofensivo, só pode ser feliz. O futuro dirá se esta sociedade se repetirá mais vezes ao longo do Campeonato do Mundo ou não...

7. Vive la vitesse, vive la France! Tremenda demonstração de força e garra de uma autoritária França, num espectacular jogo de contra-ataque frente à forte Suíça. O resultado final (5-2) reflecte bem o que aconteceu em campo: uma França incisiva e letal, num jogo extraordinariamente conduzido pelo maestro da orquestra Valbuena e alicerçado no trabalho de Sissoko e Matuidi e nos apoios e movimentos de ruptura dos avançados Olivier Giroud e, sobretudo, Benzema. Em poucos toques e velocidade, a selecção bleu conseguiu construir um resultado volumoso, sem dúvida um dos mais impactantes desta primeira fase. Do outro lado, a equipa suíça, qual queijo do mesmo país, apresentou imensos buracos (diria até crateras...) na defesa, revelando inúmeros problemas na transição defensiva. Nos últimos 15 minutos, e aproveitando o relax francês, conseguiram marcar dois golos, potencialmente importantes para as contas do segundo lugar!

8. Enner Valencia, o goleador (im)provável. Depois de ter brilhado no Clausura mexicano, ao serviço do vice-campeão Pachuca, Enner Valencia estreou-se em grande no Campeonato do Mundo do Brasil, marcando os três golos que o Equador leva até aqui na prova. Forte no jogo aéreo, móvel, rápido, com boa técnica e remate fácil, tem-se revelado como um dos mais promissores avançados da América do Sul. No Emelec, revelou-se jogando na direita, mas no México começou a estabilizar-se como referência de ataque. Atenção a este nome, creio que acabará por saltar, mais tarde ou mais cedo (provavelmente no final do Campeonato do Mundo...), para um grande campeonato do Velho Continente.

9. Um génio derrubou o "muro" de Queiroz. Fantástico jogo do Irão frente à toda-poderosa Argentina, defendendo-se com grande organização, não concedendo espaços por dentro e criando imenso perigo em contra-ataque durante o segundo tempo. No entanto, há sempre um rapaz pronto a estragar os sonhos dos mais humildes, um ET, um génio, o que lhe queiram chamar. Esse rapaz chama-se Lionel Messi, vencedor de quatro Bolas de Ouro, actualmente bastante criticado pelas suas exibições descoloridas, vómitos e polémicas extra-futebol. No entanto, de um momento para o ouro, liga um flash e zás, resolve um jogo com um golaço. Enquanto houver Messi na Argentina, todos os problemas acabarão, mais tarde ou mais cedo, ligeiramente disfarçados...

10: Argélia: a melhor proposta africana neste Mundial. Apesar de termos vistos bons detalhes da Costa do Marfim, do Gana e da Nigéria, a melhor proposta futebolística de entre as equipas africanas presentes no Mundial foi, para mim, a argelina. Uma primeira parte tremenda, com 0-3 ao intervalo, mais posse e ocasiões, não concedendo um único remate aos coreanos. Enorme Slimani, dando opções em termos de jogo directo, assistindo e rematando, além de ter feito recepções de bola óptimas. Junto a ele, a orquestra dos mágicos, composta por Feghouli, Brahimi e Djabou. Atrás, o academista Halliche esteve sólido que nem uma rocha e no meio-campo Medjani e Bentaleb fartaram-se de recuperar bolas. Na 2ª parte, a associação entre Heung-Min Son e Kim Shin-Wook fez alguns estragos, no entanto insuficientes para garantir qualquer ponto que fosse. No final, 2-4 para a Argélia e uma sensação futebolística óptima!

quarta-feira, 18 de junho de 2014

Coreia do Sul

Jung Sung-Ryong: Titularíssimo da selecção nos últimos anos, será, provavelmente, um dos melhores guarda-redes asiáticos da actualidade. Dono de bons reflexos e coragem nas saídas, será muito útil para que a Coreia do Sul possa brilhar no Brasil.

Kim Seung-Gyu: Guarda-redes do Ulsan Hyundai, costuma ser o habitual suplente do titularíssimo Jung Sung-Ryong. Regular, é talvez o guardião mais promissor da Coreia do Sul na actualidade. Cumpridor.

Lee Bum-Young: Não sendo fisicamente muito dotado nem muito rápido, consegue compensar com alguma segurança entre os postes e um interessante jogo de pés. Será o terceiro na hierarquia do seleccionador Hong Myung-Bo.

Kim Chang-Soo: Lateral-direito rápido e agressivo, pode e deve melhorar na maneira como protege o espaço nas suas costas e também ao nível do passe e cruzamento. Provável suplente de Lee Yong durante este Mundial.

Lee Yong: Lateral resistente, trabalhador, sobe bem, mesmo que não apresente grandes atributos técnicos, deverá ser o titular na lateral direita durante todo o Campeonato do Mundo. Experiente, embora não tenha muitas internacionalizações, pode defender um pouco melhor o seu espaço, embora geralmente cumpra, quando bem posicionado.

Hong Jeong-Ho: Forte por alto, apresenta-se como um defesa-central rápido, forte em antecipação e ao nível do desarme. Os problemas físicos recentes poderão, eventualmente, complicar a sua progressão ao longo deste Campeonato do Mundo...

Yun Suk-Young: Lateral-esquerdo titular, actua no Queen´s Park Rangers e jogará na Premier League a partir da próxima temporada. Rápido e agressivo, auxilia relativamente bem o ataque, embora possa melhorar na definição dos cruzamentos. Defensivamente cumpre, embora sinta algumas dificuldades contra adversários rápidos e que revelem atributos no um-para-um.

Kwak Tae-Hwi: Experiente defesa-central dos sauditas do Al-Hilal, começa o Campeonato do Mundo como suplente mas pode vir a arrebatar o lugar a qualquer um dos outros centrais. Fortíssimo no jogo aéreo e bastante resistente, usa bem o físico para se impor na sua área e revela uma agressividade interessante nas marcações, além de ter possuir uma boa capacidade de desarme. Não sendo muito rápido, fecha bem os espaços.

Kim Young-Gwon: Central jovem que actua no futebol chinês (Guangzhou Evergrande), é um dos defesas mais interessantes desta equipa. Imponente na área e forte na marcação, será certamente titular durante todo o Mundial. Tem vindo a ser opção regular ao longo dos últimos meses, sobretudo desde que chegou Hong Myong-Bo. Realizou três partidas na fase de qualificação.

Hwang Seok-Ho: Outro dos defesas jovens presentes na convocatória sul-coreana, actua no Sanfrecce Hiroshima japonês e não possui ainda grande experiência na equipa nacional do seu país. Lateral-direito, pode ainda jogar como defesa-central e revela atributos ao nível da velocidade e antecipação. Tecnicamente, não se revela muito dotado e pode melhorar em termos da colocação defensiva.

Park Joo-Ho: Excluído da primeira lista de Hong Myung-Bo, não parece um lateral do agrado do técnico sul-coreano. Não sendo muito seguro defensivamente, o jogador do Mainz revela qualidades com a bola nos pés, sendo um jogador técnico e bastante dinâmico em fase/transição ofensiva. Ainda assim, pode dar mais profundidade. Suplente, por certo.

Kim Bo-Kyung: Jogador técnico, rápido, profundo e com qualidade de passe, será, muito provavelmente, suplente, mas com hipóteses de ir entrando para desbloquear certos jogos. Pode jogar como médio-ofensivo (na posição "10") ou como extremo. Talentoso.

Ha-Dae Sung: Experiente médio-centro do Beijing Guoan chinês, revela critério em termos do passe e do ponto de vista táctico, embora esteja longe de ser um indiscutível. Opção de banco.

Han Kook-Young: Titular habitual, este médio dos japoneses do Kashiwa Reysol destaca-se pela sua capacidade de trabalho e por uma dar uma saída de bola correcta e eficaz. Intercepta vários remates e é, digamos assim, o jogador-referência em termos de trabalho defensivo no meio-campo. Cumpridor.

Park Jong-Woo: Outro homem que actua na China (Guangzhou R&F), será, muito provavelmente, suplente durante todo o Campeonato do Mundo. Destaca-se pela boa saída de bola e por tentar algumas vezes remates de meia-distância.

Ki Sung-Yueng: Belíssimo médio-centro, é uma das referências da equipa coreana. Criterioso ao nível do passe e bastante construtivo, assume-se como o principal organizador de jogo dos asiáticos. Bom assistente (consequência da boa visão de jogo que possui), revela-se ainda um jogador pronto a explorar o seu disparo desde a segunda linha. Jogador essencial para o treinador, entra sempre de caras no "onze".

Heung-Min Son: Avançado versátil e de grande qualidade técnica, é, provavelmente, a grande referência actual da selecção da Coreia do Sul. Rápido e com excelente condução de bola em progressão, consegue criar inúmeros desequilíbrios através da finta e do passe. Ambi-destro de muita qualidade, remata bastante bem, praticamente de qualquer zona do ataque. A sua agilidade a escapar-se aos adversários faz dele um elemento essencial para encontrar espaços livres. Craque que certamente terá um futuro brilhante pela frente.

Lee-Chung-Yong: 56 vezes internacional pela Coreia do Sul, tem sido uma das referências desta selecção ao longo dos últimos anos. Jogador vertical, rápido e com boa técnica, actua preferencialmente descaído na ala direita. Habitual titular no Bolton Wanderers, do Championship inglês, poderá dar o salto se fizer um bom Mundial.

Koo-Ja Cheol: Um dos heróis do bronze olímpico de 2012, é um médio-ofensivo talentoso e versátil, que chega a este Mundial depois de uma época tremenda em Mainz, com apuramento para a Liga Europa garantido. Dono de uma boa visão de jogo, alia atributos no passe a uma qualidade no remate de meia-distância, à entrada da área e inclusive já na área. Na selecção, soma um registo de golos interessantíssimo, marcando, em média, um golo a cada 3 jogos em que participa.
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Ji Dong-Won: Outro dos coreanos a jogar na Bundesliga e em Augsburgo, tal como Hong Jeong-Ho. Prestes a sair para o Borussia Dortmund, revela-se uma boa opção de banco, lugar que ocupará, em teoria, logo de início. Rápido e inteligente nas desmarcações, aparece bem em zona de finalização, se bem que tenha de melhorar em certos pormenores.

Park-Chu Young: Apesar de ter tido uma época irregular, foi o escolhido para iniciar este Mundial no "onze" de Hong Myung-Bo. Experiente, garante bons apoios, embora os seus créditos na área não sejam de goleador. Útil.

Kim Shin-Wook: O "pinheiro" ou "gigante" do ataque. Avançado do 1,97 m, revela-se um cabeceador-nato, além de ter um bom jogo associativo, apoiando-se bem nos médios-ofensivos da equipa. Em termos de jogo directo, revela-se muito importante.

Lee Keun-Ho: Bom avançado de área, pode até aparecer junto a Kim Shin-Wook, fazendo o papel de segundo-avançado. Tem um bom disparo e movimentos bem definidos no último terço, o que o torna num suplente potencialmente decisivo...

Rússia

Igor Akinfeev: É, talvez, um dos mais dotados guarda-redes do futebol europeu. Excelentes reflexos, agilidade, excelente nos mergulhos e forte com os pés. No entanto, não parece atravessar o melhor momento de forma. Titular e figura de uma das equipas que mais pode surpreender neste Mundial.

Yuri Lodygin: Grande época no Zenit. Forte, possante, com excelentes reflexos e muito seguro entre os postes e também por alto, não tem defeitos relevantes, o que o torna num guarda-redes bastante fiável. Excelente alternativa a Akinfeev.

Sergei Ryzkhikov: Outro bom guarda-redes, numa lista de muita qualidade apresentada por Fabio Capello. Seguro e eficaz entre os postes, possui uma capacidade interessante de salvar bolas difíceis. Será, em teoria, o terceiro keeper russo neste Campeonato do Mundo.

Alexei Kozlov: Defensivamente é um lateral bastante consistente e não apoia mal o ataque, embora possa dar um pouco mais de profundidade e acutilância, sobretudo através de cruzamentos. Jogador regular, é um um dos candidatos a ocupar a vaga de Anyukov.

Dmitri Kombarov: É, talvez, um dos laterais-esquerdos mais consistentes da Europa. Acutilante em termos ofensivos e rápido, acrescenta profundidade e capacidade de cruzamento às suas equipas. Depois, possui igualmente umas noções defensivas muito interessantes, compensando bem em velocidade e fechando com garra, afinco e bastante critério. Um dos laterais mais fiáveis, não só da Rússia, como de todo o Campeonato do Mundo.

Sergei Ignashevich: Central sóbrio, bastante experiente e seguro, irá atingir no Brasil, muito provavelmente, as 100 internacionalizações pela selecção russa. Aos 34 anos, poderá estar aqui também perante a última oportunidade de jogar uma grande competição internacional, algo que, naturalmente, fá-lo jogar com a motivação nos píncaros. Habitual titular, deverá manter o lugar neste Campeonato do Mundo.

Andrei Eshchenko: Tanto pode actuar à direita como à esquerda na defesa russa, sendo uma opção muito válida para Fabio Capello. Jogador sóbrio, eficaz e disciplinado, defende com qualidade e sabe apoiar o ataque, dando largura e alguma profundidade. Sério candidato ao "onze".

Vladimir Granat: Jogador bastante versátil, pode aparecer no centro da defesa, na lateral ou até como médio-ala, em situações de improviso. Capitão do Dinamo Moscovo, fez uma temporada bastante regular, o que lhe valeu o passaporte directo para uma presença no Brasil. Mundialista-surpresa, deverá ser um reserva dos prováveis titulares.

Georgi Schennikov: Esquerdino vertical e profundo, será o concorrente directo de Kombarov na lateral esquerda da defesa russa. Habitual titular do CSKA Moscovo, é um dos elementos mais interessantes e promissores da equipa de Capello, não só pela qualidade a atacar, como também pelo voluntarismo e combatividade a fechar a porta atrás.

Andrei Semenov: Uma das grandes surpresas da convocatória de Capello, que terá ficado admirado com o seu rendimento no Terek Grozny. Central alto e sóbrio, destaca-se pelo seu jogo aéreo e por uma interessante capacidade de desarme. Será reserva nesta equipa russa.

Vasili Berezutski: Alto e forte de cabeça, será o capitão e líder da defensiva russa neste Mundial. Forte na marcação, agressivo e com qualidades no desarme, não revela, porém, qualidades técnicas excepcionais. Defesa-central experiente e com praticamente 80 internacionalizações pela equipa principal russa, poderá estar aqui perante o último Mundial da sua carreira (embora ainda deseje chegar a 2018, até porque a prova será na Rússia...).

Denis Glushakov: Médio que confere equilíbrio táctico ao meio-campo russo, é um jogador aguerrido, com boa saída de bola e qualidade no passe. Titular provável durante todo o Campeonato do Mundo, é um dos elementos que mais se poderá destacar pela positiva durante esta prova. Essencial, embora não seja insubstituível. E está em melhor forma do que Denisov...

Igor Denisov: Chega a este Mundial sem grande ritmo competitivo, embora a qualidade e o critério no passe continuem lá. Habitualmente, revela atributos na distribuição de jogo, quer através de passes mais curtos, quer em bolas mais longas. Tacticamente, é um jogador equilibrado, embora não pareça estar na melhor forma física. Veremos se a irá recuperar durante a estadia no Brasil...

Viktor Fayzulin: Jogador intenso, criativo e com boa visão de jogo, é um dos habitués nas convocatórias de Capello. Interessante na condução de bola e também ao nível do passe e remate, destaca-se sobretudo pelas qualidades ofensivas, não sendo, contudo, um jogador muito produtivo em termos defensivos. Elemento importante para fazer a equipa crescer na segunda linha do meio-campo.

Pavel Mogilevets: Jogador já tido em conta para o ataque ao Mundial russo de 2018, foi chamado à última hora para substituir Shirokov, depois de já ter estado na lista inicial de Capello (de onde foi excluído, diga-se de passagem...). Médio-centro de boa qualidade técnica e bastante versátil, projecta-se bem para a segunda linha e possui uma interessante visão de jogo. Bom reserva para o meio-campo.

Alan Dzagoev: Num esquema de três médios-centro, é difícil que ele venha ter lugar, a menos que Fabio Capello opte por lançar um segundo-avançado. Jogador bastante dotado tecnicamente mas de rendimento irregular, deverá ser lançado, geralmente, a partir do banco. Talento, visão de jogo, qualidade de passe e bom remate em doses médias. Tem-lhe faltado audácia para conseguir atingir o topo...

Oleg Shatov: Jogador com boa mobilidade, é um médio-centro bastante responsável ao nível do passe e com critério táctico. Além do mais, desprende-se bem na segunda linha, podendo jogar a quase toda a largura. Possui um bom remate de meia-distância, além de ter uma visão de jogo interessante. Será, certamente, um dos jogadores referentes desta equipa.

Yuri Zhirkov: Belíssimo ala/lateral-esquerdo, já com bastante experiência na selecção, revela-se arguto a explorar o espaço nas costas dos laterais adversários, acrescentando soluções de passe e cruzamento junto à linha. Profundo e incisivo, é um dos jogadores mais competitivos desta equipa, o que o poderá tornar numa unidade fundamental para que a ideia de Fabio Capello resulte.

Alexei Ionov: Jogador criativo e vertical, será uma interessantíssima opção de banco durante este Mundial. Avançado pouco experiente ao nível da selecção mas com registos muito interessantes na Liga russa, poderá ter uma oportunidade de se mostrar ao mais alto nível durante o próximo mês.

Alexander Kokorin: Pode actuar entre o centro e a esquerda do ataque e será o número 9 da Rússia neste Mundial (falo do número na camisola, claro está...). Móvel e relativamente rápido, revela-se um finalizador astuto no último terço, combinando argumentos do ponto de vista técnico e físico. Será, por certo, uma das apostas mais regulares do seleccionador Fabio Capello (aliás já o foi na fase de qualificação, onde fez 8 jogos, tendo facturado por quatro vezes).

Alexander Kerzhakov: Avançado móvel e com uma interessante capacidade para explorar o espaço nas costas da defesa contrária, revela-se ainda extremamente incisivo em frente à baliza. É um goleador-nato e mostra uma potência descomunal no último terço do terreno, revelando-se um elemento de uma preponderância enorme para esta selecção. Vai ser figura durante este Mundial, certamente...

Alexander Samedov: Jogador vertical, de ataque e com interessante capacidade de desequilíbrio, procura no Brasil a afirmação definitiva na sua selecção. Elemento essencial para o Lokomotiv Moscovo durante as últimas épocas, fez uma excelente fase de qualificação (8 jogos disputados, tendo apontado 2 golos).

Maxim Kanunnikov: Formado no Zenit, pode jogar em qualquer posição do ataque, embora se destaque sobretudo ao centro. Avançado astuto, com boas movimentações e com critério na finalização, é um dos elementos com maior potencial deste grupo. Convocatória justa.





terça-feira, 17 de junho de 2014

Argélia

Rais M´Bolhi: Esteve presente em 2010 e volta a repetir a convocatória quatro anos depois. Ainda no CSKA Sófia da Bulgária, revela-se um guardião algo inseguro, embora tenha uma interessante compleição física. Jogou durante quase toda a fase de qualficação (7 jogos em 8 totais).

Zemmamouche: Candidato à titularidade, parece ser um keeper mais fiável que M´Bolhi. No "play-off", foi uma das figuras no jogo contra o Burkina-Faso, além de, habitualmente, rubricar exibições muito seguras ao serviço do USM Alger.

Cédric Si Mohamed: Guarda-redes do CS Constantine, é rápido a sair de entre os postes, relativamente forte por alto e com interessantes reflexos. Será o terceiro na hierarquia de Valid Halilodzic.

Essaid Belkalem: Defesa alto e poderoso, vem de uma temporada irregular no Championship (apenas 8 jogos disputados) e é provável que não seja titular logo a abrir este Mundial. Jogador que pode ainda actuar do lado esquerdo da defesa, revela alguns problemas posicionais em certos momentos. Veremos se se revelará útil ao seleccionador argelino durante esta prova...

Madjid Bougherra: Defesa bastante experiente, esteve já presente no Mundial 2010. Actualmente no Lekhwiya do Catar, revela atributos do ponto de vista físico, sendo forte no jogo aéreo e mostrando colocação no posicionamento na área. Depois de vários anos no futebol britânico, saiu para um paraíso milionário, mas não perdeu o estatuto de indiscutível na selecção. Realizou 6 jogos na fase de qualficação (1 golo marcado).

Rafik Halliche: Provável titular, o central da Académica é uma das referências defensivas desta equipa. Fortíssimo nas alturas, embora nem sempre bem posicionado e, por vezes, demasiado agressivo, revela ainda qualidades no desarme na área. Muito possante, poderá fazer boa dupla com Bougherra.

Liassine Cadamuro: Defesa concentrado embora com certa tendência para o erro, está ainda num processo de crescimento, apesar de já ter 26 anos. Deverá discutir a titularidade com o academista Halliche. Começou a época na Real Sociedad (onde jogou a Champions League) e acabou a temporada emprestado no Maiorca.

Faouzi Ghoulam: Lateral de propensão ofensiva, sabe atacar e cruzar com muita qualidade, revelando-se um hábil marcador de pontapés-de-canto (de pé direito). A nível defensivo, pode e deve melhorar na maneira como protege o espaço nas suas costas. Tem vindo a progredir no entendimento com o central do lado esquerdo. Candidato ao "onze".

Djamel Mesbah: Lateral-esquerdo experiente e consistente, vem de uma época regular ao serviço do Livorno. Jogador combativo, com boa qualidade de cruzamento e velocidade, revela, porém, alguma fragilidade na recuperação defensiva quando sobe de mais no terreno. Vai discutir a titularidade com Ghoulam.

Carl Medjani: Defesa-central ou trinco experiente e rotinado, é uma das referências da selecção argelina. É um jogador interessante, defensivamente correcto e com boa saída de bola. Como médio de contenção, poderá revelar-se uma excelente opção durante este Campeonato do Mundo.

Mehdi Mostefa: Deverá ser o titular na lateral direita. Jogador experiente e resistente, pode ainda actuar no centro do campo. Trabalhador nato e dedicado, vem de uma temporada interessante em Ajaccio, claramente um dos melhores de uma péssima equipa (recordo que desceram de divisão...). Faltam-lhe algumas rotinas na selecção, em teoria, mas poderá ser uma boa oportunidade de mostrar o seu valor numa grande prova...

Aissa Mandi: O outro candidato a assumir a titularidade no lado direito da defesa. Depois da boa época ao serviço do Stade de Reims, pode discutir um lugar no "onze" de Halilhodzic. Embora deva progredir na protecção do espaço nas suas costas, oferece bastante apoio ofensivo e várias vezes compensa bem atrás, graças à sua velocidade. Competitivo, é um dos laterais-direitos com maior futuro no campeonato francês.

Mehdi Lacen: Provável suplente, é um dos elementos mais experientes desta selecção. Esteve longe de ser um indiscutível ao longo da temporada em Getafe, embora seja um jogador fiável, pelo que acrescenta à equipa em termos de trabalho defensivo e equilíbrio. Veremos se terá alguma chance ao longo do Mundial ou se será só mais um reserva...

Hassan Yebda: Médio agressivo e muito competente quando toca a fechar, poderá ter um lugar à espera no banco de suplentes (pelo menos de início...), ainda que Halilhodzic confie bastante nele. Jogador com passagem no passado pelo Benfica, onde não deixou muitas saudades, diga-se, é mais um dos elementos de grande fiabilidade desta equipa.

Saphir Taider: Médio-interior/ofensivo de grande qualidade técnica, irá iniciar este Campeonato do Mundo como titular. A época em Milão foi irregular mas, na verdade, ele é um jogador que acrescenta imenso a este conjunto. Enérgico box-to-box, revela além da qualidade e critério no passe, uma notável visão de jogo, capacidade de remate e também de desarme. Um promissor médio, claramente pronto a assumir a batuta da equipa no meio-campo.

Nabil Bentaleb: Certinho ao nível do passe, demonstra critério nos movimentos e no equilíbrio táctico que confere à equipa. Tem um bom pé esquerdo, o qual usa para dar uma saída de bola segura e, algumas vezes, tentar o remate. Tem crescido bem e esta época foi uma das revelações do Tottenham.

Yacine Brahimi: Muito talentoso e hábil no um-para-um, foi uma das grandes figuras do Granada na temporada que agora findou. Excelente na condução e no controlo, finta com qualidade e sabe encontrar o espaço para o remate. Muda constantemente de velocidade e executa quase sempre com grande sentido. Uma grande promessa do futebol argelino, capaz de vir a ser uma boa figura durante este Campeonato do Mundo.

Sofiane Feghouli: Ala direito virtuoso e vertical, arranca muito bem a partir da direita, revelando qualidade em velocidade, na finta e ao nível do passe. Ofensivamente, é um jogador potencialmente decisivo e que aparece várias vezes dentro da área, podendo vir a ser decisivo. Será, com toda a certeza, titular na equipa de Valid Halilhodzic.

Ryad Mahrez: Extremo interessante e consistente, fez uma temporada engraçada, jogando como ala no Leicester City. Vertical, dinâmico e participativo no processo de construção de jogo, é, sem dúvida, um dos aliciantes desta selecção argelina, embora deva melhorar nalgumas definições.

Islam Slimani: Goleador do Sporting ao longo da temporada, revela-se um exímio cabeceador, além de ser um jogador muito activo e astuto a jogar dentro da área. Tecnicamente, está longe de ser um craque, mas ainda progrediu algo desse ponto de vista esta época. Opção realmente muito válida, podendo até entrar para o "onze" a partir da 2ª jornada...

Nabil Ghilas: Potente e bastante possante do ponto de vista físico, é mais um dos representantes do futebol português nesta selecção. Forte de cabeça, usa bem a sua robustez para ganhar lances aos defesas contrários, atirando remates potentes para o fundo das redes contrárias. Foi peça-chave dos poucos momentos positivos da época azul-e-branca...

El-Arbi Soudani: Avançado com ligação ao futebol português (ex-Vitória SC), vem de uma temporada muito interessante ao serviço do Dinamo de Zagreb. Móvel, bom rematador, tanto pode jogar no centro do ataque, como descaído nas alas, fazendo depois bem as diagonais. Não se revela muito dotado a jogar de costas para a baliza...

Abdelmoumene Djabou: Médio-ofensivo/ala esquerdo muito dotado do ponto de vista técnico, é um dos melhores jogadores do campeonato tunisino. Móvel, com boa visão de jogo e interessante capacidade de cruzamento e remate, jogou durante parte da época como "9" no Club Africain de Tunis. Belíssima opção de banco.




Bélgica

Thibaut Courtois: Um dos melhores da Europa na actualidade, apesar da sua juventude. Vem de uma temporada brutal ao serviço do Atlético de Madrid, onde tem estado emprestado pelo Chelsea (será, naturalmente, o substituto de Cech num futuro próximo). Campeão espanhol e vice-campeão europeu de clubes, este guardião revela uma sobriedade impressionante na área, além de se impor em todo o tipo de situações, tanto por alto, como por baixo. Apesar da sua elevada estatura, revela uma agilidade e uns reflexos notáveis. Pode ser figura neste Mundial, o primeiro da sua curta mas intensa carreira.

Simon Mignolet: Guarda-redes de enormes reflexos, revela, porém, alguma inconsistência no seu jogo aéreo. Titularíssimo do brilhante Liverpool de Brendan Rodgers ao longo da temporada, chega a este Campeonato do Mundo para ser a alternativa directa ao gigante Courtois.

Sammy Bossut: Um dos melhores, senão o melhor, guarda-redes da última Liga belga. Seguro, com reflexos notáveis e uma grande agilidade entre os postes, é, de facto, um keeper bastante fiável. Esteve em dúvida, mas finalmente integrou a lista definitiva de 23 convocados, substituindo o lesionado Koen Casteels.

Vincent Kompany: Central imperial e com vasta experiência ao mais alto nível, revela-se como um dos jogadores essenciais dos Diables Rouges. Rápido, forte em antecipação e no desarme, com jogo aéreo soberbo e eficaz e eficaz nas intercepções, é, actualmente, um dos melhores defesas-centrais do planeta. Na fase de qualificação, jogou 6 jogos, nos quais apontou dois golos.

Toby Alderweireld: Deverá começar na direita da defesa, numa linha de 4 centrais apresentada habitualmente por Marc Wilmots. Seguro, geralmente bem posicionado, faz correctamente as posições de defesa-central e lateral, embora nesta última não dê a profundidade que muitas vezes se exige a um jogador que actue nessa posição. Regular.

Thomas Vermaelen: Jogador com perfil de patrão, tem sido atormentado por lesões incómodas ao longo das últimas temporadas. Pode actuar como central ou, em casos mais extremos, como lateral-esquerdo. Jogador sóbrio e eficaz no desarme, revela qualidades notáveis em termos posicionais. Veremos se Wilmots confiará nele para assumir a titularidade logo de início ou não...

Jan Vertonghen: O provável titular na lateral esquerda, posição que fez, aliás, durante parte da época no Tottenham. Defensivamente, revela-se muito forte, tanto por alto, como no desarme e até antecipação. Quando joga a lateral, dá largura e, por vezes, alguma profundidade, tentando algumas vezes o cruzamento, nem sempre com sucesso, porém. Vai ser titular, pois claro.

Daniel van Buyten: Central muito experiente, está perante o último grande desafio de uma longa e interessante carreira. Fala-se que poderá ser titular já na estreia, o que seria um prémio para a competitividade e longevidade deste defesa. Sólido e imperial, embora já não tenha a mesma flexibilidade doutros tempos, poderá vir a ser muito útil durante este Campeonato do Mundo.

Nicolas Lombaerts: Defesa do Zenit, será suplente, mas é uma opção interessante, caso existam problemas com os outros centrais. Geralmente bem posicionado, sólido, com boa capacidade de desarme, consistência no corte e boas dobras sobre os laterais, é um jogador sóbrio e eficaz, ainda que não seja o melhor central deste grupo. Muito útil.

Anthony Vanden Borre: Jogador completo em termos defensivos e com bastante experiência, será, naturalmente, uma opção de banco, alternativa directa a Alderweireld. É o único lateral-direito de origem da convocatória de Wilmots.

Laurent Ciman: Central seguro e sóbrio, foi um dos líderes da boa defesa do Standard de Liège ao longo da época. Na selecção, poderá ainda actuar como lateral, algo que já fez nos tempos de Georges Leekens. Opção de banco clara.

Axel Witsel: Titular indiscutível, resta só saber quem será o seu companheiro na zona mais central do terreno. Jogador tacticamente completo, com boa qualidade de passe e que se desprende facilmente rumo à segunda linha, é um médio que exibe atributos ofensivos, mas também ofensivos. Sem arriscar demasiado no remate e sem dar muitos passes de golo, mostra-se, ainda assim, essencial a garantir os equilíbrios do meio-campo belga.

Marouane Fellaini: Época pouco conseguida no Manchester United pode-lhe ter tirado o estatuto de indiscutível na selecção. Actuou em 7 jogos da fase de qualificação (1 golo) e vem sendo um jogador intocável nesta equipa ao longo dos últimos anos. Projecta-se bem para a segunda linha, revelando qualidades no remate e no jogo aéreo. Porém, está longe de ser um organizador de jogo, embora participe bem no processo ofensivo. Veremos se dá para Marc Wilmots lhe confiar um lugar no "onze"...

Kevin de Bruyne: Médio bastante criativo, vem de uma segunda volta muito conseguida ao serviço do Wolfsburgo, onde esteve emprestado pelo Chelsea. Pode actuar em todas as posições do meio-campo ofensivo e revela-se bastante útil e consistente nas suas actuações. Talentoso com bola e rápido, demonstra versatilidade, qualidade no remate e boa visão de jogo. Será titular, pela certa.

Steven Defour: Uma espécie de "pêndulo" no meio-campo, revela-se bastante cumpridor e disciplinado tacticamente. Mesmo sem ser titular, revela um rendimento mais consistente na selecção do que no FC Porto. Certo no passe, trabalhador em termos defensivos e com alguma tendência a aparecer na segunda linha para distribuir jogo. Útil.

Moussa Dembelé: Candidato a titular, vem de uma época irregular ao serviço do Tottenham. Começou a carreira como atacante e foi recuando, até se tornar num interessante médio-centro, de propensão ofensiva. Por vezes, falta-lhe intensidade nas acções defensivas, mas dá uma saída de bola interessante e alternativas de hora de criar soluções na segunda linha do meio-campo. Bom jogador.

Adnan Januzaj: Puro talento, ainda a ser refinado, vai para grande jogador, certamente. A sua convocatória deve-se a uma época onde foi uma das figuras mais entusiasmantes de um pobre Man.United. Joga sobretudo à esquerda, embora possa actuar também mais por dentro. Esquerdino, embora não tenha mau pé direito, revela coragem no um-para-um, descaramento e possui bastante velocidade. Fisicamente, é também um jogador bastante completo. Procura a sua sorte grande aos 18 anos num Mundial potencialmente histórico para a Bélgica!

Nacer Chadli: Época irregular no Tottenham, jogando muitas vezes nas costas do ponta-de-lança ou como segundo avançado. Jogador rápido e desequilibrador, teve uma adaptação não muito fácil ao futebol inglês e continua sem convencer demasiado. Porém, no habitat natural da selecção, poderá vir a revelar-se útil para Marc Wilmots.

Eden Hazard: Figura desta equipa e génio futebolístico, sabe que os olhos do Mundo vão estar postos em si de cada vez que entrar em campo neste Mundial. Médio-ofensivo, que parte preferencialmente da esquerda, este destro possui uma qualidade técnica notável, que aliada a um notável jogo associativo e velocidade em progressão com bola, pode destruir qualquer defesa contrária. Hábil desequilibrador, revela atributos no drible, além de demonstrar ter uma visão de jogo notável. Bom finalizador, pode ser um jogador constantemente decisivo para a sua selecção. Craque puro.

Kevin Mirallas: Alterna entre movimentos verticais na linha e diagonais procurando aparecer no espaço do "9" e revela-se como um dos jogadores potencialmente mais decisivos desta selecção. Rápido e com boa técnica, vem de boas temporadas ao serviço do Everton e de uma qualificação notável pela selecção belga (só falhou um jogo em 10 e apontou 2 golos no trajecto rumo ao Brasil).

Romelu Lukaku: Um dos melhores (senão o melhor...) ponta-de-lança jovem do futebol mundial na actualidade. Fisicamente poderosíssimo e com uma recepção de bola notável, demonstra muita potência no último terço, à qual alia uma enorme destreza com a bola, segurando-a com eficácia, para distribuir ou procurar o remate. Exímio na finalização, demonstra ainda qualidades no jogo aéreo, algo que não admira tendo em conta a sua estatura. É a grande esperança de golo para a selecção belga neste Mundial, claramente.

Dries Mertens: Costuma partir da esquerda, embora seja destro e é um jogador que agita muito o ataque. As diagonais, os arranques em velocidade, o controlo de bola, visão de jogo e remate cruzado, fazem dele um jogador muito útil e com grande capacidade de decisão. Astuto a explorar espaços longos, revela-se um jogador ideal para jogar em contra-ataque ou em ataques organizados mas rápidos. Belíssima opção.

Divock Origi: Jogador de enorme potencial, foi uma das surpresas desta convocatória (eu diria até que foi a "surpresa"). Fez uma época tremenda no Lille, onde mostrou ser um atacante completo e arguto na hora de atirar à baliza. Embora possa melhorar em algumas definições, revela qualidades técnicas notáveis e possui uma velocidade que embaraça qualquer defesa contrária. Como extremo ou ponta-de-lança, revela-se uma fonte de perigo constante.


Gana

Fatau Dauda: Possui reflexos interessantes e uma certa agilidade, embora não esteja a salvo de algumas falhas mais inconvenientes. Irá ultrapassar as 20 internacionalizações neste Mundial. Deverá começar como suplente no Brasil.

Adam Larsen Kwarasey: Deverá ser ele o titular da baliza ganesa. Apesar dos bons reflexos, não me parece um guarda-redes particularmente dotado por alto. Titular do Stromsgodset norueguês, é talvez o melhor guardião ganês da actualidade.

Stephen Adams: Promissor guarda-redes, tem uma estatura imponente e revela-se tecnicamente dotado e com reflexos apurados. Ainda actua no campeonato local (Aduana Stars), sendo, aliás, o único jogador da selecção com esse estatuto. Será o terceiro da ordem hierárquica de Kwesi Appiah.

Harrison Afful: Lateral fiável e que se projecta bem para o ataque, é já um habitual nas convocatórias do seleccionador ganês. As 40 internacionalizações que já soma, mais a versatilidade que acrescenta à equipa (tanto pode actuar à direita como à esquerda) poder-se-ão revelar úteis durante este Mundial.

John Boye: Jogador que garantiu a transferência para os turcos do Kayseri Erciyesspor mesmo antes de viajar para o Brasil, é um defesa forte por alto, embora revela algumas fragilidades na marcação e em termos da agressividade. Pode (e deve) crescer bastante.
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Samuel Inkoom: Lateral-direito de 25 anos, prometeu muito no início da carreira, tendo sido até o melhor na posição durante o Mundial sub-20 de 2009 (disputado no Egipto). Defensivamente, tem dificuldades em proteger o espaço nas suas costas em várias situações, embora não apoie mal o ataque. Actualmente, encontra-se no modesto Platanias no campeonato grego.

Jonathan Mensah: Central competitivo e habituado a jogar no Évian da Ligue 1, revela ainda alguma inconsistência em certos lances, embora pareça o defesa mais correcto da lista definitiva de convocados. Robusto, impetuoso, deve acertar o passo em vários lances, onde não faz tão boa figura...

Daniel Opare: Está ainda num processo de maturação e deve crescer rapidamente. Lateral potente e que gosta de se projectar para o ataque, tem de fazer progressos ainda ao nível da definição (passe e cruzamento) e também na protecção do espaço nas suas costas. Ainda algo verdinho, pode ter opções durante este Mundial.

Rashid Sumaila: Jovem central só com experiência ao nível do futebol africano, revela-se durinho, impetuoso e assertivo quando bem colocado, embora não esteja incólume a falhas. A crescer no Mamelodi Sundowns sul-africano, parece uma alternativa decente.

Afriyie Acquah: Trabalhador, robusto e certinho ao nível do passe, vem de uma temporada interessante ao serviço do Parma. É um dos jogadores capazes de equilibrar a equipa no meio-campo e poderá vir a revelar-se bastante útil ao longo deste Campeonato do Mundo.

Albert Adomah: Ala do Middlesborough, revela qualidades no um-para-um, embora deva melhorar na definição de certos cruzamentos. Por comparação com outros jogadores talentosos desta equipa, fica claramente a perder...

Kwadwo Asamoah: Indiscutível um dos melhores jogadores dos Black Stars. Lateral/ala completo, versátil e bastante dinâmico, fez um progresso notável ao longo da época, tornando-se num jogador muito útil para Antonio Conte na Juventus. Rápido, agressivo a fechar e bom cruzamento, destaca-se pelo bom apoio ofensivo e pela maneira como oferece variadas soluções à equipa do lado esquerdo. Promete um grande Mundial!

Emmanuel Agyemang-Badu: Jogador de uma enorme disponibilidade física e táctica, é já uma das referências desta selecção, embora não seja um titular indiscutível. Robusto, combativo e pujante, dá uma saída de bola interessante à equipa, além de demonstrar ainda qualidades no remate de meia-distância. Se jogar, será um dos "pulmões" da equipa no meio-campo.

Michael Essien: Elemento de uma experiência ímpar e grande qualidade táctica, tem revelado algumas moléstias que, digamos assim, impedem o seu progresso rumo a uma titularidade no Campeonato do Mundo brasileiro. Rigoroso, defensivamente completo, com uma saída de bola segura e eficaz e capacidade de dar bons passes (até longos), a incógnita continua mesmo a ser a sua condição física. Veremos se conseguirá assentar no "onze" de Appiah ou não...

Mohammed Rabiu: Efectivo no passe, embora esteja longe de primar por uma técnica notável, é um bom médio "tampão", ao mesmo tempo que se desembaraça com relativa facilidade ao nível da distribuição. Tacticamente correcto, não é um jogador que se distinga pela criatividade, mas antes pela capacidade de trabalho no centro do campo.

Sulley Muntari: Médio de uma enorme disponibilidade física e táctica, revela, contudo, alguma agressividade excessiva em certas abordagens aos lances. Pode melhorar nas definições, embora não remate mal e apareça também em zonas de criação e finalização. Combativo e com grande espírito de sacrifício, quer ser uma das figuras ganesas neste Mundial. Veremos se o irá conseguir...

Mubarak Wakaso: Jogador poderoso e bastante potente, pode ser uma excelente solução para o meio-campo ganês. Vertical, com boa saída de bola e condução decente, revela qualidades técnicas interessantes, além de ser um jogador tacticamente completo. Talvez fique a perder para nomes como Muntari, Essien ou Boateng em termos de experiência, mas revela-se quase sempre bastante útil.

Christian Atsu: Rápido, com boa finta e ginga, é um dos jogadores potencialmente mais desequilibradores desta formação. Já o conhecemos bem do futebol português (FC Porto e Rio Ave), onde o víamos, invariavelmente, a tentar partir para cima dos adversários, mostrando qualidades interessantes no um-para-um. Procura muitas vezes a diagonal para o remate, sobretudo quando joga na direita e acrescenta também verticalidade à equipa. Pode, porém, melhorar algo na definição dos lances...

André Ayew: Esquerdino, costuma actuar entre a ala esquerda e o centro do terreno, podendo aparecer como enganche (nº10), extremo ou segundo avançado. Jogador imprevisível, de boa técnica e excelente visão de jogo, dá imensas assistências, além de aparecer, inclusive, na área, para finalizar, seja de pé esquerdo ou com a cabeça. Desequilibrador nato, notam-se os traços do pai Abedi Pelé.

Jordan Ayew: Emprestado pelo Marselha ao Sochaux, onde fez várias exibições consistentes na segunda metade da época, é um avançado de qualidade, bom finalizador, embora não prime por uma técnica apurada, como a do pai ou a do irmão. Especula-se que possa vir a ser titular logo de início...

Kevin-Prince Boateng: Médio-ofensivo de grande qualidade técnica e critério no passe, revela-se, contudo, algo irascível em certos momentos. Rematador exímio, tanto de meia-distância como na área, tem uma excelente criatividade e visão de jogo, embora, em certos momentos, tenha de ser mais comedido e menos individualista. Um talento puro, ao qual falta um pouco de cabeça, um clássico do futebol africano. No entanto, isso não invalida que ele seja uma das figuras principais desta equipa...

Asamoah Gyan: Potente goleador do Al Ain, tem feito óptimas campanhas na Liga dos Emirados Árabes Unidos e na Liga dos Campeões Asiáticos. Apesar de já não competir a um nível tão intenso, continua a revelar-se muito útil à selecção, pela sua mobilidade, potência, capacidade de trabalho no último terço, inteligência a segurar a bola e a procurar o melhor espaço para o remate. Lenda do futebol ganês, foi herói e, ao mesmo tempo, vilão no último Campeonato do Mundo.

Abdul Waris: Potente, rápido e móvel, vem de uma temporada muito interessante ao serviço do despromovido Valenciennes. É um avançado com sentido de baliza e de movimentos inteligentes, marcando vários golos e revelando um bom jogo associativo com os seus companheiros. Não estará aparentemente a 100% à partida para este Mundial...

segunda-feira, 16 de junho de 2014

Estados Unidos

Tim Howard: Guarda-redes bastante experiente, deverá assumir a titularidade da baliza norte-americana em mais uma grande competição. É um guarda-redes de bons reflexos, geralmente e que raramente comete deslizes. Apesar da idade, ainda revela uma resistência e uma agilidade fora do comum. Tem um bom jogo de pés, tendo já dado algumas assistências e inclusive marcado um golo ao longo da sua carreira. Este até poderá não ser o último Campeonato do Mundo da sua carreira, visto que renovou com o Everton recentemente até 2018 (ano de Mundial também...).

Brad Guzan: Outro keeper norte-americano a actuar na Premier League, campeonato onde se consagrou como o terceiro guarda-redes com mais defesas durante esta época (onde jogou todas as partidas). Formado em clubes de Chicago, este guardião de origem polaca tem uma compleição física própria de um guarda-redes, o que o habilita a mostrar qualidades em certos aspectos: ágil, sai bem de entre os postes, é rápido e tem reflexos apurados, além de não ter problemas a jogar com os pés. Tem tido um crescimento muito positivo e será o titular da baliza dos States num futuro próximo.

Nick Rimando: Experiente guarda-redes californiano, é um dos melhores da MLS. Não sendo muito alto, destaca-se pelos seus reflexos felinos, pela agilidade e pela boa colocação entre os postes, que lhe permite impedir alguns pénaltis. Além disso, defende muito com os pés, quase parecendo um guarda-redes de andebol. Parece algo pesado, o que junto à sua baixa estatura, traz-lhe uma aparência desinteressante. Nada mais enganador, dado que tem bastante qualidade. Será o terceiro guarda-redes americano neste Campeonato do Mundo.

Geoff Cameron: Lateral-direito que também actuar como defesa-central ou trinco, vem de duas temporadas bastante positivas na Premier League, ao serviço do Stoke City. "Nascido" para o futebol na Universidade de Rhode Island, Cameron será um dos oponentes mais perigosos e versáteis que Portugal terá de defrontar no próximo dia 22 em Manaus.

Depois de o termos visto quase uma época inteira como lateral, parece que a ideia de Klinsmann é utilizá-lo como central. Cameron é um defesa alto, robusto, capaz de dar uma saída de bola vertical à sua equipa e com uma disponibilidade física assinalável. Sobe, desce, trabalha imenso e é capaz de dar profundidade e largura à equipa, quando joga como lateral. Como central, terá de arriscar menos, senão ficará sempre muito mais exposto, até porque as rotinas posicionais são totalmente diferentes. Foi um dos laterais com mais "tackles" em 2012/2013 e 2013/2014 na Premiership, o que diz bem da sua agressividade a defender. Titular seguro na equipa norte-americana.

Matt Besler: Central versátil, é, neste momento, um dos principais candidatos a assumir um lugar no "onze" para a estreia frente ao Gana. Seguro no passe, quer seja curto ou longo, costuma também estar sempre bem colocado a defender, interceptando passes ou desarmando adversários. É um defesa bastante físico e que, geralmente, sabe o timing em que se deve fazer aos lances.Por vezes, falta-lhe alguma velocidade, ponto onde ainda deve trabalhar um pouco mais, até porque as exigências de um Mundial são diferentes das da MLS.

Timothy Chandler: Um dos laterais mais promissores da selecção norte-americana, jogador de projecção ofensiva interessante, podendo inclusive fazer toda a ala. Jogador rápido e vertical, recupera bem defensivamente, mesmo numa situação de desequilíbrio da equipa. Forte e disponível do ponto de vista físico, deve melhorar os atributos ao nível do passe e cruzamento. Além disso, também de progredir na defesa de espaços interiores e na recuperação após algumas subidas exageradas. Tem bastante potencial mas deve ser trabalhado. Na próxima época, deverá sair para o Eintracht Frankfurt, de onde é natural aliás. Deverá ser suplente durante o Mundial.

Omar González: Central destro, foi um dos mais utilizados ao longo da fase de qualificação (8 jogos disputados). Aos 25 anos, chega à sua primeira grande competição internacional, com esperanças de poder vir a ser titular. Defesa bastante alto e portanto forte no jogo aéreo, sabe bem como impor o físico nos duelos individuais dentro da área e ganhando vários lances em velocidade. Cumpridor ao nível do passe, tanto curto como longo, deve melhorar o seu desarme. Jogador de uma grande mentalidade, concentração e atitude competitiva, pode progredir e, quem sabe, no final do Campeonato do Mundo, dar o salto para o futebol europeu...

John-Anthony Brooks: Defesa-central nascido na Alemanha, demonstra potencial, mas ainda tem muito por onde crescer. Central alto e forte de cabeça, destaca-se ainda pela velocidade e pelo desarme, quando bem posicionado. Porém, ainda comete erros infantis em termos individuais e parece-me um jogador que tem de desenvolver certos mecanismos em termos de posicionamento, essenciais para o seu desenvolvimento. Além disso, certas marcações ainda são feitas de forma deficiente, perdendo a referência em muitas situações. Provável suplente neste Mundial.

DaMarcus Beasley: Utilizado durante boa parte da fase de apuramento como lateral-esquerdo, deverá manter a posição neste Campeonato do Mundo. Destaca-se pela maneira como ataca, sendo ele um ala/extremo de origem. Esquerdino vertical e activo, vai para o seu quarto Mundial consecutivo. Defensivamente, sente algumas dificuldades em manter posições e quando tem de travar adversários mais atrevidos e virtuosos no um-para-um. Não é um mau lateral-esquerdo, mas o facto de ele estar a jogar nesta posição diz bem do problema de Jurgen Klinsmann para arranjar um indiscutível para esta posição...

DeAndre Yedlin: Em teoria, será a alternativa direita a Johnson e Chandler para a posição de lateral-direito. Lateral potente, profundo e com um belo pé direito, é um jogador bastante ofensivo, o que lhe coloca alguns problemas em termos defensivos. Tem de melhorar na hora de fechar a porta aos adversários, algo que tem vindo a fazer nos últimos meses, com grande agressividade e afinco. Tem potencial, mas chega a este Mundial como teórico reserva.

Fabian Johnson: Testado recentemente como lateral-direito por Jurgen Klismann (posição na qual costuma jogar no Hoffenheim), fez toda a qualificação como médio-ala. Nascido em Munique e formado no mítico TSV 1860, tem feito toda a sua carreira no futebol alemão. Destro, apoia bastante o ataque, acrescentando verticalidade e qualidade no cruzamento. Defensivamente, parece o lateral mais apto da selecção norte-americana, o que só abona a favor da sua titularidade. E isso é algo que deverá mesmo acontecer a partir de 16 de Junho...

Kyle Beckerman: Belíssimo médio-defensivo, continua a ser, aos 32 anos, um dos melhores jogadores da MLS. Jogador de origem alemã, mas nascido e criado nos States, Beckerman é, quiçá, o jogador que melhor desempenha o papel de trinco nesta equipa, embora Klinsmann tenha uma predilecção especial por Jermaine Jones. Tacticamente equilibrado, defensivamente completo e com boa visão de jogo, trata-se de um médio com uma disponibilidade física e uma entrega ao jogo notáveis, jogando com uma intensidade táctica incomum no principal campeonato de futebol norte-americano. Talento e experiência, reunidos num só jogador.

Jermaine Jones: Médio-defensivo nascido na Alemanha, deverá ser a principal aposta de Klinsmann para actuar como médio mais recuado do meio-campo norte-americano. Actualmente no campeonato turco, tem um passado de Bundesliga que lhe permite ser um dos jogadores mais respeitados pelo público e preferido do seleccionador. No cumprimento do papel de escudeiro de Bradley, parece não ser tão completo quanto Beckerman: defensivamente não é tão abrangente e digamos que tacticamente o médio do Real St.Lake é melhor. Menos intenso mas possante em termos físicos, ganha várias bolas de cabeça, distribui com critério e vai aparecendo com regularidade na segunda linha. Digamos que é um jogador diferente da melhor época no Schalke 04 mas mantém boa parte das qualidades que o consagraram na Bundesliga.

Mikkel Diskerud: Filho de um norueguês e de uma norte-americana, nasceu em Oslo, fez um trajecto nas camadas jovens da selecção norueguesa mas não resistiu ao apelo de poder jogar regularmente grandes competições internacionais (ao invés do que acontece com a Noruega...). Jogador criativo e com boa visão de jogo, só consegue ser decisivo, no entanto, com espaços, dado que, quando está cercado de adversários, sente dificuldades em criar desequilíbrios. Para lá disso, é um recuperador de bolas interessante mas parece que tem de subir algo mais a sua intensidade, até porque está habituado ao nível da Liga norueguesa. Além disso, pode e deve aumentar a velocidade em algumas das suas acções.

Alejandro Bedoya: Depois de uma excelente Gold Cup, no Verão do ano passado, não demorou muito tempo até encontrar um clube que o quisesse. Tinha terminado contrato com o Helsingborgs, estava livre e o Nantes aproveitou (e em boa hora o fez!). Médio-ofensivo destro, cresceu bastante em França, ao ponto de poder vir a ganhar um lugar no "onze" de Klinsmann. Actua sobretudo à direita mas também pode jogar mais por dentro. É um jogador vertical, tem carácter, espírito de sacrifício e apoia a defender. Na frente, sem ser brilhante do ponto de vista técnico, mostra capacidade de resolução, cruza bem e possui um interessante pontapé de meia-distância. Deve melhorar na tomada de decisões, sobretudo em alguns passes que faz.

Michael Bradley: Depois da merecida experiência em Itália (onde não se deu assim tão mal, diga-se...), decidiu regressar aos Estados Unidos para ser um indiscutível na selecção. E, na verdade, conseguiu-o, dado que, na ausência de Donovan, é uma espécie de referência-maior desta equipa. Nascido em Princeton, o filho do treinador Bob Bradley cresceu para o futebol na conhecida IMG Soccer Academy da Flórida e foi aí que o talento começou a sobressair. Depois disso, foi saltando de clube em clube, autêntico globe-trotter que já correu meio-Mundo com apenas 26 anos...

Ora, Bradley trata-se de um médio-centro bastante completo, tanto do ponto de vista físico como táctico. Organizador de jogo nato, é ele quem pauta os ritmos do meio-campo norte-americano, aparecendo no esquema de Klinsmann enquadrado entre o meio-campo defensivo e a dupla atacante. Com boa leitura e visão de jogo, mostra ainda disponibilidade para recuar e ajudar a defender. Joga sempre de cabeça levantada, com grande carácter e braveza, não virando costas ao trabalho e aparecendo algumas vezes em zona de assistência/finalização. Se os States brilharem no Brasil, é bem provável que ele tenha uma quota-parte de responsabilidade...

Graham Zusi: Conhecido pelos adeptos mexicanos por San Zusi, por ter marcado o golo que eliminou o Panamá e permitiu ao México apurar-se para o "play-off", é um dos jogadores mais talentosos da MLS. Destro, embora também possua um bom pé esquerdo, é um médio interior, que também pode jogar na ala e que possui um excelente remate de meia-distância. Alia a essa característica, a colocação no remate, a cobrança de bolas paradas, a velocidade na condução e uma boa visão de jogo. Diria que, aos 27 anos, está pronto para dar o salto para uma equipa da linha média do futebol europeu. Quem sabe depois de um bom Mundial...

Brad Davis: Esquerdino experiente e interessante, será, em teoria, uma espécie de reserva da equipa norte-americana. Exímio cobrador de bolas paradas, tem um belíssimo pé esquerdo mas falta-lhe alguma velocidade e intensidade no seu jogo. Conhecido como "Midwestern Magician", pode vir a ser um suplente útil para mexer com os jogos, tal como fez, por exemplo, na partida de qualificação no Panamá, em que os EUA "apuraram" o México para o "play-off".

Jozy Altidore: Depois de uma época de estreia em Inglaterra verdadeiramente decepcionante (foi um dos flops da época...), chega a este Mundial com o desejo de agarrar a titularidade no "onze" de Jurgen Klinsmann. Autêntico "globe-trotter" (já passou por Espanha, Inglaterra, Turquia e Holanda), este ponta-de-lança de origem haitiana é já um dos mais rotinados desta selecção, devendo completar no Brasil as 70 internacionalizações pelos Estados Unidos.

Avançado robusto e de estatura média-alta, Altidore sabe usar o físico para ganhar bolas lá na frente, tem potência para arrancar e procurar o remate. Na Holanda, pátria de defesas frágeis, apontou muitos golos, porém, na Premier League, sentiu na pele o que são marcações impiedosas. Apesar da ausência de golos, melhorou nalguns aspectos em Sunderland, por exemplo, ao nível do passe e da temporização. Cresceu um pouco como jogador (por paradoxal que possa parecer...), mas perdeu claramente a aura de goleador, dado que também lhe falta criatividade para os marcar e mentalidade forte para superar essa má fase. Veremos se Klinsmann lhe irá confiar a titularidade no Mundial ou não...

Clint Dempsey: Avançado que pode jogar a toda a largura do ataque, deverá fazer dupla com Altidore ou Jóhannsson no centro do ataque. Nascido no Texas, começou a jogar na Furman University, até dar o salto para o histórico clube norte-americano New England Revolution, onde esteve duas épocas e meia até dar o salto para o Fulham, que despendeu 3 milhões de euros na compra do seu passe. Em Craven Cottage, realizou cinco épocas e meia de alto nível, que lhe iriam valer transferência milionária (15 milhões de euros) para o Tottenham, onde as coisas não correram tão bem...

Regressado aos Estados Unidos no ano passado, tem-se mostrado como um dos jogadores tecnicamente mais dotados da MLS. Além do mais, tem tido um rendimento superlativo em termos de golos e criação de jogo. Talentoso, trabalhador (cada vez mais, o Mundial fê-lo despertar...), elegante na condução e virtuoso no drible, está numa excelente fase da sua curta mas intensa carreira. Destro, embora também remate bem com o pé esquerdo, aparece muito bem na área para finalizar. Leva vários golos no campeonato, fazendo uma dupla brutal com Obafemi Martins.

Aron Jóhannsson: O substituto de Altidore no AZ Alkmaar teve uma época bem positiva em termos de golos (26 em 53 jogos oficiais). Finalizador-nato, não é, porém, um daqueles "pinheiros" de área que só servem para empurrar a bola para a baliza. Forte fisicamente, sabe fugir às marcações e jogar fora da área, revelando bom entendimento com os seus companheiros e capacidade para construir e rubricar os seus próprios golos. Além disso, tem velocidade, sabe atacar os espaços e finalizar nos momentos certos. Apesar de tudo, deve melhorar no remate e recepções com o pé esquerdo e na maneira como gere o esforço em determinados jogos. Muito bem na Eredivisie (defesas frágeis...), sentiu mais dificuldades para marcar na Liga Europa (2 golos em 14 jogos). Poderá ser titular na selecção norte-americana.

Chris Wondolowski: Bom finalizador de área, sabe recuar para tocar e avançar, oferece apoios e possui um jogo aéreo destacável. De facto, o jogo de cabeça é, sem dúvida, um dos atributos mais interessantes deste experiente avançado de 1,85m. Rápido e potente nos últimos metros, mostra facilidade em rematar com os dois pés, sendo o direito o principal. Será, certamente, uma alternativa válida aos avançados titulares, goleador de área sempre pronto a resolver em caso de aflição...

Julian Green: Para muitos, é visto como um mero "capricho" de Jurgen Klinsmann. Jogador muito jovem e sem experiência ao mais alto nível, será uma espécie de reserva promissor da equipa norte-americana. Nascido na Flórida, os seus pais emigraram para a Alemanha, quando ele ainda era pequeno, tendo feito toda a formação em clubes alemães, destacando-se entre eles o Bayern de Munique, clube onde ainda hoje se encontra. É um avançado talentoso, que joga preferencialmente como extremo, mostrando técnica, potência no arranque na área e virtuosismo para resolver lances em espaços curtos. Vertical, bom na condução e no um-para-um, deve ainda melhorar na definição de alguns lances e na intensidade de jogo. Tudo a seu tempo, agora que não restem dúvidas que os EUA têm aqui um menino de grande potencial...



Irão

Rahman Ahmadi: Veterano guarda-redes do Sepahan, deverá iniciar este Mundial como suplente. Dono de bons reflexos e muita experiência, foi ganhando importância na selecção iraniana desde a chegada de Carlos Queiroz. Cumpridor.

Alireza Haghighi: Um dos representantes do futebol português no Mundial do Brasil, dado que joga no Sporting da Covilhã. Guarda-redes alto e poderoso, chega ao primeiro Campeonato do Mundo da sua carreira com cerca de 7 internacionalizações ao serviço da sua selecção. Na 2ª Liga, onde fez 12 jogos (19 golos sofridos), por empréstimo do Rubin Kazan, exibiu créditos interessantes. Especula-se que possa ser titular a abrir...

Daniel Davari: Guarda-redes titularíssimo no Eintracht Braunschweig ao longo de toda a temporada, é apontado como o maior candidato a defender as redes iranianas neste Campeonato do Mundo, apesar de se especular sobre uma possível titularidade de Haghighi. Dono de uns reflexos seguros e eficaz entre os postes, será, quiçá, a aposta mais segura em termos competitivos para a baliza iraniana...

Pejman Montazeri: Apesar de ser central de origem, deverá, no entanto, começar este Campeonato do Mundo na lateral direita. Joga no Umm-Salal do Catar, onde se afirmou no último semestre como um dos melhores defesas da liga local. É um defesa competente, forte a defender a sua área, embora não esteja isento de culpas num ou outro deslize. Geralmente cumpridor, porém.

Jalal Hosseini: Central experiente e muito competente na sua área, tem-se revelado como um dos melhores centrais do futebol asiático ao longo dos últimos anos. Na selecção, conta com uma vasta experiência e a sua titularidade está mais do que assegurada.

Amir Hossein Sadeghi: Provável titular no centro da defesa, pode ainda jogar do lado direito, experiência feita, aliás, por Queiroz nos particulares mais recentes. É um jogador experiente, que se pode proteger melhor nalgumas situações mas que revela geralmente qualidade na acção defensiva. Elemento de confiança do seleccionador português.

Ahmad Alenemeh: Defesa-central testado também como lateral-esquerdo recentemente, é um jogador experiente, embora a sua convocatória para o Brasil 2014 tenha sido considerada algo surpreendente. Poderoso e com boa saída de bola (atributo que junta ao remate, coisas que se ganharam com as experiências como médio-defensivo), deverá começar o Mundial no banco.

Hashem Beikzadeh: Lateral-esquerdo que também pode jogar mais adiantado (como ala), revela atributos ao nível dos cruzamentos e até do remate, subindo bem para apoiar no ataque e dando largura e profundidade ao ataque. Defensivamente, pode melhorar nalgumas compensações. Jogador interessante.

Steven Beitashour: Jogador nascido nos Estados Unidos e por lá criado, andou entre as duas selecções, antes de Queiroz apostar tudo nele. Joga na lateral direita, onde revela uma acutilância ofensiva muito interessante (16 assistências em 3 anos ao serviço dos San Jose Earthquakes), embora precise de melhorar ainda na fase e transição defensiva.

Hossein Mahini: Lateral-direito defensivamente competente, é uma das figuras-maiores do histórico Persepolis. Não deverá começar o Mundial como titular, mas é uma alternativa interessante, até porque dá alguma profundidade também à ala direita.

Ehsan Hajsafi: Lateral/ala-esquerdo, é o célebre Ehsan da mítica conferência de imprensa de Toni, na primeira passagem do português pelo Traktor Sazi. Ofensivo, vertical e profundo, é um dos jogadores mais interessantes da Liga iraniana. Actualmente encontra-se no Sepahan.

Mehrdad Pooladi: Outro ala-esquerdo que também pode fazer a ala, uma ideia "made by" Carlos Queiroz. Jogador disponível do ponto de vista físico e com critério em fase defensiva e ofensiva, pode vir a ser uma boa opção ao longo desta prova.

Khosro Heydari: Um dos internacionais mais rotinados e experientes desta selecção. Lateral moderno, competente do ponto de vista defensivo e com boa capacidade ofensiva, tem feito grandes campanhas na Champions asiática, ao serviço do Esteghlal. Opção muito interessante, tanto a lateral como a médio-ala.

Javad Nekounam: É o "maestro" da equipa, claramente o jogador mais completo e equilibrado do meio-campo. Muito disponível fisicamente, com um interessante sentido táctico e capacidade para aparecer na segunda linha em processão de construção ou até em movimentos de finalização na área contrária, soma quase 140 internacionalizações, número verdadeiramente impressionante, que o coloca na senda do mito Ali Daei. Craque.

Andranik Teymourian: Bom médio-defensivo, é um dos elementos mais experientes da Team Melli. Além de ser rigoroso em termos tácticos e criterioso no passe, demonstra audácia e coragem em certas incursões que faz até ao meio-campo adversário. Fará dupla com o seu habitual companheiro Nekounam. Formam uma dupla muito sólida, de facto.

Ghasem Haddadifar: Médio criativo do Zob Ahan, é um dos jogadores mais interessantes do campeonato local. As exibições recentes catapultaram-no para um lugar na convocatória, totalmente merecido, diga-se. Rápido, dinâmico, com bom passe e remate poderoso, pode ser uma alternativa mesmo muito interessante.

Bakhtiar Rahmani: É um dos talentos mais promissores da Liga iraniana e será, certamente, uma boa opção de banco durante este Campeonato do Mundo. Médio criativo com qualidade de passe e boa visão de jogo, actua mais na segunda linha, onde pode criar desequilíbrios imensos através do seu interessante último passe. Se continuar a crescer, pode garantir o salto para o futebol europeu dentro em breve...

Reza Haghighi: Outro dos bons médios lançados recentemente na selecção pelo seleccionador português Carlos Queiroz. Joga sobretudo na posição "8", revelando apurado sentido táctico, qualidade de passe e boa visão de jogo. Além do mais, sabe progredir no terreno, conduzindo a bola com os seus pés. Selo de qualidade Persepolis.

Ashkan Dejagah: Jogador talentoso e rotinado em grandes ligas, deverá ser o ala direito/segundo avançado do Irão durante este Campeonato do Mundo. Criativo, com boa visão de jogo e remate colocado, Dejagah procura a afirmação nesta prova, sendo certo que desta equipa ele é um dos jogadores mais preponderantes, sobretudo devido à sua excelente qualidade individual.

Karim Ansarifard: Fisicamente poderoso e rápido, Ansarifard pode ser considerado uma das next big things do campeonato iraniano. Rematador exímio dentro da área, exibe ainda atributos técnicos, um interessante jogo de costas para a baliza e um bom jogo aéreo. Se o Mundial lhe correr bem (ou mesmo que nem chegue a jogar muito...), deverá ter o passaporte para a Europa garantido.

Reza Ghoochannejhad: Conhecido como Gucci, este avançado do Charlton exibe atributos em velocidade, no controlo da bola e no remate, podendo rematar com os dois pés. Gosta de jogar em espaços largos, aproveitando as suas características, sobretudo a irrequietude (que alia à já falada velocidade). Provável titular.

Masoud Shojaei: Médio-ofensivo/ala/extremo de boa qualidade técnica, tem sido uma das referências do Las Palmas, equipa que está na final do "play-off" de acesso à Liga BBVA. Possui características interessantes no um-para-um, no drible e ainda no cruzamento e passe, além de se revelar um exímio rematador de meia-distância. Costuma jogar entre o centro e ala esquerda, revelando-se um jogador bastante útil. Titular, por certo...

Alireza Jahanbakhsh: Promissor ala/extremo do NEC Nijmegen, destaca-se pela sua velocidade, técnica e descaramento quando parte para cima dos adversários, no um-para-um. Jogou alguns jogos no final da época, revelando-se muito útil para a manutenção do NEC. Elemento muito promissor da convocatória de Carlos Queiroz.


Nigéria

Vincent Enyeama: Um dos melhores guarda-redes da temporada ao nível das grandes ligas europeias, esteve cerca de 11 jogos seguidos na Ligue 1 sem sofrer golos. Ágil e com reflexos extraordinários, melhorou bastante, depois de ter sido uma espécie de vilão nigeriano no Mundial 2010. Poderá vir a ser decisivo.

Austin Ejide: Apenas 26 golos sofridos em 33 jogos nas duas fases do campeonato israelita (onde joga, ao serviço do Hapoel Beer Sheva), catapultaram este guarda-redes para a convocatória mundialista. Dono de bons reflexos e interessante colocação, é um keeper experiente e mais do que pronto a ser alternativa directa ao "gigante" Enyeama.

Chigozie Agbim: Guarda-redes do Gombe United FC local, será a terceira opção na hierarquia da baliza nigeriana. Sem grande experiência internacional, mas já com mais de uma dezena de internacionalizações, deverá ser suplente ao longo de todo o Campeonato do Mundo. Habitualmente utilizado nas competições africanas, revela alguma irregularidade.

Efe Ambrose: Melhorou esta temporada e foi um dos indiscutíveis do Celtic campeão escocês. A central ou lateral-direito, revela pujança, qualidade no jogo aéreo e acerto no desarme, embora ainda cometa alguns lapsos posicionais graves nalguns momentos. Será, por certo, titular no Mundial do Brasil.

Godfrey Oboabona: Candidato sério à titularidade, o central dos turcos do Rizespor revela-se um jogador bastante possante, forte no jogo aéreo, agressivo e eficaz ao nível do desarme. Tem alguma velocidade e sabe jogar em antecipação, embora ainda deva melhorar do ponto de vista técnico.

Kunle Odunlami: Central bastante físico, actua ainda a nível local (Sunshine Stars) e é uma das novidades da lista de Stephen Keshi. Duro, algo inestético, tecnicamente pouco dotado, mas eficaz, pode ser uma boa opção de banco durante este Campeonato do Mundo.

Kenneth Omeruo: Vem de uma temporada muito interessante no Middlesborough, onde esteve emprestado pelo Chelsea. Fisicamente possante e com uma notável capacidade de resistência, tem de crescer em certos atributos, mas vai-se revelando como um defesa promissor e geralmente bastante correcto. É quase certa a sua titularidade...

Joseph Yobo: Defesa experiente e poderoso do ponto de vista físico, vem de uma temporada bastante irregular em termos de utilização, algo que se percebe até porque os seus reflexos e condição física já não são os mesmos de outros tempos. Espera ganhar um lugar no "onze", embora a situação não seja particularmente fácil...

Azubike Egwuekwe: Outro dos defesas que joga a nível local (Warri Wolves), embora já some algumas internacionalizações pelas Super Águias, tendo até participado na Taça das Confederações no ano passado ou até jogado como titular num particular contra a Itália em Novembro. Poderoso, embora algo lento, poderá ter oportunidades de entrar no "onze" embora não seja uma opção extraordinária...

Juwon Oshaniwa: Lateral-esquerdo dos israelitas do Ashod, fez 2 jogos na fase de qualificação e esteve também presente na edição da Taça das Nações Africanas (vulgo CAN) do ano passado. Gosta de se projectar para o ataque, cruza bem, mas expõe-se defensivamente, o que é sempre um risco. Na verdade, ainda não parece possuir o nível desejado para que possa ser uma alternativa credível ao lesionado Elderson...

Ejike Uzoenyi: Chamado à última hora para substituir o ex-bracarense Elderson, este ala-esquerdo/direito do Enuhu Rangers também pode ser utilizado como lateral-esquerdo. Ex-jogador do Stade Rennes, mostra alguma lentidão e não acrescenta demasiadas qualidades à equipa nigeriana. Provável suplente.

Ramón Azeez: Pode jogar como "6" ou "8" e foi uma das boas revelações do Almería esta temporada. Destro baixinho e competitivo, espreita um lugar no "onze", mesmo sabendo que não terá a vida facilitada para lá entrar, por força do valor da concorrência. Rápido, resistente e com um remate interessante, é uma das novas apostas de Stephen Keshi para a selecção das Super Águias.

John Obi Mikel: Jogador fundamental na selecção, assume inclusive a camisola nº10. Ao contrário do que faz no Chelsea, na equipa actua com maior liberdade, entre o meio-campo central e a segunda linha, parecendo-se muito mais a um clássico "box-to-box" do que ao trinco de aparência limitada que joga na Premier League. Certo no passe, dinâmico e tacticamente disciplinado, tem por vezes algumas falhas de concentração que lhe foram limitando um pouco a progressão ao longos dos últimos anos. Ainda assim, revela-se como um elemento essencial para esta equipa.

Ogenyi Onazi: "Box-to-box" interessante, é o complemento perfeito para Obi Mikel neste meio-campo. Jogador interessante ao nível do desarme e dos equilíbrios tácticos e com disponibilidade física para aparecer na segunda linha, revela consistência ao serviço da sua selecção e poderá aproveitar este Mundial para explodir em definitivo.

Reuben Gabriel: Jogador dos belgas do Beveren, transferiu-se do modesto Kano Pillars nigeriano para o Kilmarnock no início da época, tendo sido transferido para a Bélgica em Janeiro. Médio de cariz mais defensivo, ganhou crédito em competições africanas de selecções, embora precise de ganhar muita experiência e rotinas. Suplente potencialmente útil.

Michael Uchebo: Avançado gigantão, sem grande flexibilidade mas bastante poderoso e potente, pode ser uma boa opção para lançar durante os jogos. Alto, segura bem a bola e mesmo sem ter uma técnica excepcional, sabe acompanhar as jogadas de ataque, embora deva melhorar nalgumas definições.

Victor Moses: Um dos melhores da Nigéria. Extremo/ala corpulento e com poder de arranque, revela qualidade técnica, exibindo atributos na finta e no um-para-um. Logo sabe meter um passe ou cruzamento na altura certa e, por vezes, também arrisca o remate. Vem de uma temporada intermitente no Liverpool, onde esteve emprestado pelo Chelsea. Pode ser figura neste Mundial!

Ahmed Musa: Avançado possante e muito rápido, destaca-se pelas desmarcações nas costas da defesa contrária. Vertical, rápido, dinâmico e inteligente, sabe executar bons remates, ao mesmo tempo que se associa bem os companheiros em fase ofensiva. A sua participação neste Mundial chegou a ser colocada em causa, mas a verdade é que ele chega ao Brasil pronto para fazer das suas. Vai ser o primeiro Mundial da sua carreira, daí também a motivação acrescida.

Shola Ameobi: Avançado experiente e poderoso, deverá fazer a provável despedida das grandes competições de selecções após este Campeonato do Mundo. Pretendido pelo Sydney FC para substituir Alessandro Del Piero, entrou já na curva descendente da sua longa e interessante carreira, tendo até a sua chamada sido criticada pela imprensa e adeptos nigerianos. Vem de uma época decepcionante em Newcastle em termos de golos (3 marcados em 29 jogos oficiais disputados), o que não abona nada a favor da sua chamada. Talvez só pela experiência se justifique então...

Peter Odemwingie: Muito bem nos treinos e jogos de preparação pré-Mundial, poderá vir a assumir a titularidade no Brasil. Pode jogar descaído nas alas ou, preferencialmente, quer como médio-ofensivo ou como segundo avançado. Tem inteligência nos movimentos, bons pés, que lhe garantem qualidade no passe e no remate. Boa opção.

Emmanuel Emenike: Avançado vertical e potente, pode (e deve) ser uma das peças-chave da selecção nigeriana neste Mundial. Rápido, com mobilidade e remate forte, sabe inventar o espaço para executar, mesmo em situações mais adversas. Além do mais, sabe usar bem o físico para proteger a bola e ajudar a construir jogadas lá na frente. Deve aparecer num nível superior ao que demonstrou nos jogos particulares mais recentes, de forma a que a Nigéria possa tirar partido de todas as suas qualidades. Pode assegurar o salto para uma grande liga se triunfar (em termos individuais e colectivos) no Brasil.

Michel Babatunde: Extremo dos ucranianos do Volyn Lutsk, será uma provável opção de banco. Possui técnica e velocidade, embora tenha de ganhar maturidade na definição dos lances. Só leva 3 golos em toda a sua carreira, o que provocou críticas à sua chamada no lugar de Uche (que fez 14, só na Liga espanhola da época que agora findou).

Uche Nwofor: 2 golos em 430 minutos esta época não abonam muito a favor deste avançado corpulento. Com uma trajectória interessante nas selecções jovens, chega ao Brasil para ser suplente de Emenike e na hierarquia das escolhas de Keshi, fica ainda atrás de jogadores como Musa, Odemwingie ou Uchebo. Pode vir a ser um reserva útil...

domingo, 15 de junho de 2014

Apontamentos do terceiro dia do Mundial (Grupos C e D)

1. Espectacular Inglaterra-Itália. O melhor jogo até agora neste Mundial. Duas propostas diferentes, mas igualmente sensacionais na intensidade e na vontade de triunfar. No final, vitória dos mesmos de sempre, depois de um jogo em que dominaram na primeira parte e controlaram, mais na expectativa, durante o segundo tempo. Do lado italiano, sempre Pirlo no comando das operações, bem acompanhado por uma acutilante ala direita composta por Darmian e Candreva e por um disponível Marchisio. Já a selecção inglesa, apostou tudo nas transições rápidas durante os primeiros 45 minutos, embora após o intervalo tenha tido mais bola. Sterling mostrou o porquê de ser um dos jogadores mais promissores da Europa e, enquanto houve espaço, Sturridge, Welbeck e Rooney também ajudaram a desequilibrar. Pena os problemas para travar a genialidade de Pirlo e a imprevisibilidade de Candreva, no lance em que assistiu Balotelli para o golo decisivo.

2. Pirlo, a perfeição em forma de jogador de futebol. Sabe sempre onde colocar a bola, elemento que ele faz correr (e não ao contrário...). O acerto ao nível do passe, a visão de jogo, a preponderância na fase de construção, jogando mais recuado do que faz na Juventus, a influência táctica e a capacidade de trabalho que ele possui são notáveis e fazem dele um jogador ímpar, apesar de já caminhar, em teoria, para os últimos anos da sua carreira. Um jogador que não se cansa e que não nos cansa...

3. Joel Campbell e a magnífica remontada da Costa Rica. Uma das figuras da primeira jornada é, sem dúvida, o costa-riquenho Joel Campbell, autor de uma exibição extraordinária contra o Uruguai, na surpreendente vitória da equipa da América Central por 1-3. Um golo, uma assistência e uma exibição de técnica e potência notável. Foi o factor-chave para uma Costa Rica que realizou uma 2ª parte absolutamente soberba, atacando com critério e sempre encontrando profundidade. É verdade que os sul-americanos decepcionaram e jogaram quase sempre em ritmo baixo, mas o mérito da equipa de Jorge Luis Pinto é indiscutível. E, de repente, temos um novo candidato ao apuramento neste Grupo D!

4. James a brilhar na vitória gorda da Colômbia. Não foi uma grande exibição da selecção colombiana em termos colectivos mas, no final, o essencial foi garantido e com uma margem de manobra alargada, diga-se. Brilhou James Rodríguez, num jogo onde os cafeteros tiveram sempre menos bola e apostaram mais nas transições rápidas. Através da verticalidade de Cuadrado e Ibarbo e da criatividade do "10", a equipa de Pekerman foi encontrando soluções e construiu uma vitória robusta, embora o rendimento defensivo continue a deixar algumas dúvidas...

5. De Aurier para duas cabeças, a história de uma reviravolta em apenas 3 minutos. No único jogo do Mundial 2014 a começar para lá das 2 da madrugada, a Costa do Marfim conseguiu superiorizar-se a uma decepcionante selecção japonesa (2-1), numa partida na qual os nipónicos abdicaram do seu habitual princípio de jogar em apoio. Enquando durou Honda (e que golão ele apontou!), o Japão foi tendo chances, mas a partir do momento em que a Costa do Marfim começou a atacar e a pressionar com mais gente, a vitória ficou à mercê dos africanos. Tremendo Aurier, promissor lateral-direito, que fez as 2 assistências para golo, além das boas exibições de Yaya Touré e Gervinho na segunda metade, da eficácia de Bony Wilfried e da imponente presença de Drogba, entrado para intimidar a defesa japonesa (o que veio mesmo a suceder...). Triunfo importantíssimo.

sábado, 14 de junho de 2014

Primeiros apontamentos do Mundial 2014 (grupos A e B)

1. Oscar, o factor diferencial do Brasil. Exibição tremenda do talentoso médio-ofensivo do Chelsea de José Mourinho. Aparecendo mais descaído na ala direita, num esquema que muitas vezes se assemelhava a um 4x4x2 puro, dinamitou a defesa croata graças à sua técnica, à velocidade em progressão e à destreza na condução de bola. A maneira como recupera a bola antes do 1-1 foi notável, assim como todas as boas linhas de passe que foi abrindo ao longo do jogo e naturalmente os remates, sobretudo os de meia-distância. Sai com um golo e uma assistência de uma partida absolutamente memorável a título individual. À falta de um Brasil ainda atractivo e consistente no seu futebol, o trabalho defensivo dos centrais (Thiago Silva e David Luiz) e do trinco Luiz Gustavo e as arrancadas endiabradas de Oscar e Neymar (quando começaram a recuar para pegar no jogo, tudo mudou...) fizeram a diferença.

2. A humilhação da Laranja Mecânica à Espanha em 5 capítulos. Dramático o jogo de Salvador, ficará para os anais da história mundialista. Uma 2ª parte avassaladora dos holandeses destruiu uma pálida campeã do Mundo, que terá de mostrar muito mais nas duas jornadas que restam. A maneira como Robben e van Persie se conjugaram para derrotar a Roja foi absolutamente brutal, plena de verticalidade, potência e beleza na definição. Ao todo, foram 5 capítulos (entenda-se, golos) brutais numa história épica, com contornos de filme "kubrickiano". Uma desnorteada defesa espanhola acabou completamente desfeita às mãos de uma dupla infernal. Confesso que bem gostaria de ter Robben e RvP a jogar no meu quintal, duvido é que tivessem espaço para arrancar. Ontem, perante o autêntico latifúndio concedido pela linha mais recuada da Espanha, estiveram no seu habitat natural.

3. O jogo da vida de Blind. Brutal o jogo de um rapaz que evoluiu bastante ao longo de toda a época. Jogando entre a lateral esquerda e a posição de médio-defensivo, foi um dos pilares do Ajax tetracampeão holandês. Ontem, jogando como lateral-esquerdo, mas com liberdade para se soltar para vir mais por dentro, fez uma exibição notável, dando duas assistências do outro mundo para os dois primeiros golos holandeses. A visão de jogo, a precisão no passe e a intensidade que colocou em cada acção sua são as provas mais evidentes da progressão excepcional deste jogador ao longo dos últimos meses. Vai a caminho de um "grande", quem sabe no final deste Campeonato do Mundo...´

4. O Chile e os seus problemas defensivos. Não me convenceu demasiado a estreia chilena neste Campeonato, apesar dos primeiros 25 minutos de domínio total e futebol muito bem gizado no meio-campo australiano. A reacção dos defesas-centrais aos centros laterais e algumas falhas posicionais ao longo do encontro fazem-me pensar que a equipa de Jorge Sampaoli ainda terá muito a melhorar se quer, de facto, ser considerada candidata a surpresa do Mundial. O golo australiano e outras situações em que os Socceroos conseguiram mexer com o jogo através da velocidade nos corredores laterais mostram bem lacunas que não se devem ter numa prova desta importância. O próximo jogo é contra a Espanha e até lá a coisa deve ser trabalhada, suponho...

5. Boas sensações do México e um gigante chamado Herrera. Estreia interessante do México, aparecendo no habitual 3x5x2, com os laterais Paul Aguilar e Layún permanentemente subidos e muita actividade por dentro, com Vázquez, Herrera, Oribe Peralta e Giovani dos Santos em grande. Perante uma selecção camaronesa muito débil na sua organização defensiva e excessivamente dependente das individualidades no ataque, a Tri não teve problemas em dominar por completo o encontro (apesar de nem sempre ter tido acutilância...). Neste processo, há que destacar em especial um jogador: Héctor Herrera. A amplitude de jogo e a presença permanente no processo de construção no meio-campo ofensivo torna-o num jogador absolutamente essencial para Miguel Herrera. Sem Montes, o seleccionador teve de fazer um redescobrimento e no final ganhou uma solução muito válida!

Bósnia

Asmir Begovic: Um excelente guarda-redes, dos melhores neste Campeonato do Mundo. Após uma temporada de muito bom nível na Premier League, chega ao Brasil pronto para mostrar valor e, quiçá, dar o salto para um clube de maior nomeada. Guarda-redes ágil e com bons reflexos, destaca-se pela segurança e pela maneira corajosa como sai da baliza, revelando-se bastante útil em situações de bola parada. Com os pés (o direito), também revela qualidades, tendo até marcado um golo esta época, num jogo contra o Southampton.

Jasmin Fejzic: Guarda-redes de elevada estatura, vai ser o suplente directo de Begovic. Rubricou uma época muito regular ao serviço do VfR Aalen (32 jogos na 2.Bundesliga), clube que o recrutou ao Greuther Furth em Julho de 2012. Sendo um guarda-redes alto, revela qualidades por alto e reflexos interessantes, estando, ainda assim, longe de ser um keeper ao nível de Begovic. Ainda não somou qualquer internacionalização pela Bósnia e se tudo correr bem aos balcânicos continuará nessa posição...

Asmir Avdukic: Provavelmente, o melhor guarda-redes da Liga bósnia. Experiente a nível local (apenas teve uma experiência recente no Persepólis do Irão), possui bons reflexos e é capaz de realizar boas estiradas. Porém, parece algo lento em certas reacções e dá uma certa sensação de insegurança em bolas paradas, quando afastar bolas por alto. Terceira opção evidente para Safet Susic.

Emir Spahic: É, de longe, o defesa mais experiente e, provavelmente, o de maior qualidade desta selecção bósnia. Defesa-central alto e poderoso, destaca-se pela maneira como usa o físico para ganhar vários lances, mostrando ser um jogo impetuoso no jogo aéreo. Em termos de velocidade, tem perdido valências, o que faz com que ele sinta dificuldades perante adversários mais rápidos e virtuosos. Apesar de tudo, será um titular indiscutível desta equipa.

Ermin Bicakcic: Um dos defesas-centrais mais promissores do futebol bósnio, foi também uma das revelações da Bundesliga 2013/2014, tendo garantido a transferência do despromovido Eintracht Braunschweig para o Hoffenheim na próxima temporada. Jogador forte e imponente nas alturas, revela atributos em velocidade, no passe e em antecipação. Deve, porém, melhorar nalguns posicionamentos e evitar cometer alguns deslizes que podem comprometer as suas exibições regulares. É um sério candidato a acompanhar Spahic no centro da defesa.

Sead Kolasinac: Lateral-esquerdo que também pode jogar como trinco ou defesa-central, apresenta-se como sendo um jogador robusto, agressivo nas marcações e capaz de se projectar para o ataque. Formado no Karlsruher, este esquerdino deve, porém, moderar alguns ímpetos em termos de agressividade e crescer em termos de certos posicionamentos defensivos. O potencial está lá, veremos se Susic irá arriscar colocá-lo como titular desta equipa logo na estreia, frente à Argentina...

Ognen Vranjes: Observado pelo Manchester United há cerca de duas épocas, estabeleceu-se entretanto como defesa-central, depois de no início da carreira ter aparecido mais como lateral-direito, posição que ainda pode desempenhar. Cumpriu a segunda metade da temporada na Turquia, depois de ter saído do Alania em Janeiro e teve uma adaptação rápida e segura a uma nova realidade. Vranjes possui um bom jogo aéreo, uma saída de bola confortável e rapidez em antecipação. Por vezes, tem entradas mais durinhas ou fora do timing de corte que o deixam exposto mas, no geral, é um defesa interessante. Deverá discutir a titularidade com Bicakcic.

Toni Sunjic: Central de elevada estatura, destaca-se pelo bom jogo aéreo, pela velocidade e pelo desarme. De resto, revela algumas lacunas do ponto de vista técnico e da saída de bola em condução e deve melhorar também em certos posicionamentos, sobretudo quando decide arriscar para tentar roubar em anteicpação. Habitual titular do Zorya Lugansk, será uma alternativa aos centrais titulares.

Mensur Mujdza: Tudo aponta para que seja o titular na lateral direita da selecção bósnia, mesmo tendo jogado pouco este ano (por culpa de várias lesões que o foram afectando). Lateral destro, é um jogador experiente, referência do Friburgo (com o qual renovou contrato recentemente, diga-se) e também da selecção. É combativo, forte nas marcações mas as várias lesões que o têm martirizado ao longo dos últimos anos deixam-no algo combalido do ponto de vista físico, sendo que a resposta dentro do campo está longe de ser a de outrora. Formado no NK Zagreb, é uma incógnita saber se conseguirá aguentar o ritmo intenso de um Campeonato do Mundo...

Muhamed Besic: Bastante promissor ainda jovem, acabou por estabilizar na sua carreira, actuando actualmente ao serviço do Ferencváros na Liga húngara, campeonato superior ao bósnio, é certo, mas não demasiado. Central que pode também actuar como lateral-direito ou médio-defensivo, é bastante possante revela qualidades em antecipação e no desarme. Além disso, melhorou bastante ao nível do passe, mostrando atributos interessantes ao nível da visão de jogo. Algo agressivo, deve moderar certos comportamentos excessivos. Segundo Safet Susic, ele é "homem certo para marcar Messi". Será mesmo?...

Zvjezdan Misimovic: Experiente médio-ofensivo, está agora numa espécie de retiro milionário em território chinês, somando milhões e várias assistências para golo, algo que continua a ser um hábito neste talentoso jogador. Possuidor de uma grande visão de jogo e qualidade de passe, pode mexer com o jogo de um momento para o outro graças à sua técnica apurada. Ambi-destro, tem também uma excelente meia-distância, encantando as plateias asiáticas várias vezes com a sua potência de remate. Em termos de intensidade de jogo, está agora habituado a um ritmo mais baixo, o que o faz ter um lugar no "onze" em risco...

Avdija Vrsajevic: Ala/lateral-direito, será o concorrente mais próximo de Mujdza por um lugar no "onze". Jogador versátil e de uma considerável projecção atacante, chega a este Campeonato do Mundo rotinado, depois de uma época inteira a jogar ao serviço do Hajduk Split. Destro que sobe bem e dá profundidade às suas equipas, sabe muito bem como aproveitar uma das suas principais armas, a velocidade. Poderá perfeitamente ser titular da selecção bósnia, visto que está em melhor forma do que o seu principal concorrente para o lado direito da defesa.

Haris Medunjanin: Médio criativo esquerdino, de imponente compleição física e elegante, pode vir a ser uma das figuras da Bósnia-Herzegovina neste Campeonato do Mundo. Alia qualidade no passe curto a critério no passe longo e mostra destreza com a bola nos pés. Não sendo um jogador particularmente rápido, caracteriza-se ainda pela boa visão de jogo e possui uma meia-distância forte. Joga mais recuado hoje em dia por comparação com o que fazia no início da carreira. Para actuar como médio-centro, necessita de um parceiro mais defensivo, dado que ele não consegue cobrir todas as despesas sozinho...

Miralem Pjanic: Talvez a grande figura desta selecção. Na sequência de uma temporada tremenda ao serviço da AS Roma, chega ao Brasil hiper-motivado em continuar a mostrar ao Mundo o seu bom futebol. Nascido em Tuzla, na Bósnia, e criado futebolisticamente entre o Luxemburgo e França (Metz), Pjanic sempre revelou uma qualidade fora do normal e uma criatividade e capacidade de remate de meia-distância soberbas. Depois de ter desenvolvido estes atributos em Lyon, durante três épocas, deu o salto para o ritmo exigente da Serie A.

Pjanic não se tem dado mal em Roma, dado que se trata de um jogador realmente útil e criativo. Destro, embora também tenha bom pé esquerdo, é um jogador que assume acções de desequilíbrio com a bola colada aos pés, em aceleração. descobrindo (quase) sempre a melhor linha de passe. É um médio muito criativo, de técnica refinada, talentoso em espaços curtos e longos e que se destaca, sobretudo, pelo seu extraordinário remate de meia-distância, cobrando livres de forma irrepreensível. No fundo, reúne toda uma panóplia de características que fazem dele, em definitivo, um dos maiores talentos deste Mundial.

Sejad Salihovic: Médio-centro de origem, tem sido testado recentemente como lateral-esquerdo, visto que Susic ainda não confia demasiado em Kolasinac para o posto. Jogador experiente e com rotina de Bundesliga, é também uma dos principais alicerces do crescimento bósnio ao longo dos últimos anos. O seu pontapé de pé esquerdo é das coisas mais atractivas que existem no campeonato alemão: é um cobrador de bolas paradas soberbo. Actuando entre o centro e a esquerda, revela critério ao nível do passe, disciplina táctica e uma grande capacidade de trabalho. Alia a isto tudo, uma boa visão de jogo, patenteada nas assistências que foi dando ao longo da sua carreira. Será um dos indiscutíveis de Susic neste Mundial.

Senad Lulic: Homem que pode fazer toda a ala esquerda e ainda a posição de médio interior, foi um dos jogadores fundamentais para o sucesso da equipa bósnia na fase de qualificação. Associado recentemente a emblemas como a Juventus, o Chelsea ou o Bayern de Munique, poderá eventualmente dar o salto na sequência de um grande Mundial. Nascido para o futebol na Suíça, para onde os seus pais emigraram quando ele ainda era uma criança na sequência da Guerra dos Balcãs, fez toda a formação no país helvético, tendo saído em 2011, quando a Lazio apresentou uma proposta de 2 milhões e meio de euros ao seu clube, o Young Boys.

O bósnio tornou-se um indiscutível na selecção, sobretudo a partir do momento em que deu o salto para o campeonato italiano. Destro de fino recorte, aporta verticalidade, capacidade de desequilíbrio em progressão e no um-para-um e possui um remate colocado muito interessante. Vem de uma temporada de qualidade ao serviço da Lazio, logo será de esperar uma contribuição bem positiva no primeiro Campeonato do Mundo da história da Bósnia-Herzegovina.

Izet Hajrovic: Nascido na Suíça, representou a selecção helvética em praticamente todos os escalões jovens. No entanto, há cerca de um ano, decidiu escutar o apelo do coração e optou pelas origens, passando a integrar as convocatórias da selecção principal da Bósnia. Médio-ala que parte preferencialmente da direita, revela bons argumentos técnicos, drible e uma velocidade interessante. Sendo esquerdino e actuando, na maior parte das vezes, à direita, é um exímio jogador a procurar os movimentos diagonais, optando muitas vezes pelo remate. Possui também boa visão de jogo, destacando-se pelas assistências que dá. Alternativa bem interessante desta selecção, podendo até entrar para o "onze" titular em algumas partidas...

Senijad Ibricic: Médio-ofensivo ambi-destro, teve uma época algo irregular no campeonato turco. Ainda assim, pode vir a ser uma mais-valia para a selecção, pela experiência que aporta e pela qualidade de remate. Este ano, entre Liga e Taça, apontou 7 golos em apenas 22 jogos disputados, o que mostra que ele continua a arriscar. Jogador robusto, parece ter perdido alguns atributos ao nível de agilidade e velocidade. Porém, continua a mostrar uma técnica interessante, que aliada à capacidade de atirar à baliza não pode ser considerada coisa pouca...

Tino-Sven Susic: Sobrinho do seleccionador, quer provar que não foi por "cunha" que conseguiu um lugar entre os escolhidos para o Mundial brasileiro. Médio-centro/defensivo formado no Standard de Liège, é um "box-to-box" bastante possante do ponto de vista físico, é um bom recuperador de bolas, procura conferir equilíbrio ao meio-campo e demonstra critério no passe curto. Possui velocidade e um bom disparo de pé esquerdo. Tecnicamente, pode ainda dotar mais o seu jogo. Deixou dúvidas no final da época com algumas exibições mais frouxas mas parece uma opção bem válida nesta lista de 23.

Edin Visca: Foi uma das figuras da época na Turquia, embora tenha sido na 2ª divisão. Garantida a subida de escalão com o Istambul BB, vem aí uma sempre aliciante presença no Mundial, algo que o poderá fazer valorizar ainda mais enquanto jogador (Fenerbahçe e Lyon, entre outros, são potenciais interessados). Com um trajecto respeitável nos escalões jovens da selecção bósnia, soube-se ir impondo na selecção principal. Rápido, vertical, com genica, astúcia e capacidade de finalização (sobretudo de pé direito, mas algumas vezes com o pé esquerdo), poderá até vir a ser uma das surpresas de Safet Susic no "onze" titular para este Campeonato do Mundo. Seria uma aposta arriscada, mas provavelmente bem sucedida!

Anel Hadzic: Formado no SV Ried, este médio-centro (que também pode jogar como médio-defensivo) foi uma das surpresas da lista de Safet Susic para este Campeonato do Mundo. Dinâmico, com bom passe, gosta de se incorporar em acções na segunda linha, tem um bom remate (de pé direito) e aparece inclusive na área contrária em lances de bola parada para finalizar de cabeça. Apesar de tudo, há dúvidas sobre o papel que ele poderá ter nesta selecção, sendo que não são de esperar muitas oportunidades no "onze" inicial...

Edin Dzeko: Os números quase que falam por si e dizem tudo sobre a importância do ponta-de-lança nascido há 28 anos em Sarajevo para esta selecção. Formado no Zeljeznicar e com uma passagem significativa pelo futebol checo no início da sua carreira, Dzeko encontrar-se-ia com o caminho da alta competição na Alemanha, ao serviço do Wolfsburgo, onde esteve 3 épocas e meia, até sair para o todo-poderoso Manchester City.

Ponta-de-lança alto e poderoso, começou a carreira, curiosamente, como médio-ofensivo (algo que se nota, aliás, nos bons atributos técnicos que possui). Este ano, destacou-se ao serviço do City, sobretudo a partir da segunda metade da época. Fortíssimo no jogo aéreo, Dzeko revela atributos ao nível do remate, tanto de pé direito como com o pé esquerdo, isto depois de encontrar sempre o melhor espaço. Aguenta bem a bola utilizando o seu imponente físico, tem detalhes em espaços curtos que fazem a diferença para se livrar das marcações e possui uma colocação de remate notável. No fundo, trata-se de um goleador puro, capaz de finalizar os golos mais fáceis e de inventar alguns que ninguém pensa ser possível marcar. Pode notabilizar-se na sua primeira grande competição de selecções (que é também a primeira da Bósnia).

Vedad Ibisevic: Avançado de área atlético e robusto, será o companheiro de Dzeko na frente de ataque. Destro, é um rematador exímio dentro da área, tão com o pé como de cabeça. Costuma ser bem posicionado dentro da área e em antecipação revela-se um jogador muitas vezes mais astuto que os defesas contrários. Com uma larga experiência de Bundesliga e alguns jogos nas competições europeias, além de todas as internacionalizações que já soma ao serviço da selecção, chega totalmente preparado a este primeiro Mundial da sua carreira, onde se pode tornar figura de proa!