Croácia

Stipe Pletikosa: Guarda-redes muito experiente, jogou todos os 12 jogos da fase de qualificação (play-off incluído). Com mais de 100 internacionalizações pela Croácia, será o provável titular neste Campeonato do Mundo. Guarda-redes alto e de reflexos interessantes, destaca-se pela maneira como se estica para evitar remates colocados. Deverá ser o Campeonato da sua carreira.

Danijel Subasic: Boa época ao serviço do Mónaco, a merecer claramente a inclusão na lista de 23 de Niko Kovac. Guarda-redes tecnicamente dotado, possui reflexos apurados e um jogo de pés correcto. Deve melhorar nas saídas, dado que ou não arrisca muito, ou fica a meio caminho. Em teoria, será o concorrente directo de Pletikosa por um lugar na baliza croata.

Oliver Zelenika: Um dos guarda-redes mais promissores do futebol croata. Titular durante quase toda a temporada no Dinamo Zagreb, procura ainda a estreia na selecção principal. Bastante alto, tem uns reflexos notáveis, embora ainda precise de melhorar em certas decisões e abordagens a lances. Fora isso, é, indiscutivelmente, um guarda-redes com bastante potencial. Será o reserva de Pletikosa e Subasic.

Darijo Srna: Sólido como uma pedra, continua a ser um dos indiscutíveis do conjunto croata. Capitão e figura desde há uns anos a esta parte, poderá jogar o seu último Mundial. Muito disponível fisicamente, a sua energia quase parece inesgotável. Sobe, desce, ataca, fecha, sempre com o mesmo carácter e intensidade. Possuidor de um belo pé direito, é um dos melhores assistentes da Liga ucraniana nos últimos anos, além de dispor de um eficaz remate de meia-distância. Se a Croácia conseguir chegar longe, é porque o bom velho capitão estará de boa saúde...

Dejan Lovren: Autor de uma época muito interessante ao serviço do Southampton, é um sério candidato a dar o salto no final deste Campeonato do Mundo. Provável titular, mostra atributos do ponto de vista físico, na intercepção, em antecipação e ao nível do passe. Deve moderar o pouco os seus ímpetos em algumas situações, de forma a não se expor ao risco de ver cartões. Defesa de qualidade, atravessou o deserto em Lyon, para terminar a primeira época em Inglaterra eleito como uma das 10 melhores contratações da época, segundo o Daily Mail. Not bad...

Domagoj Vida: Defesa-central de raiz, poderá vir a ser utilizado à esquerda, dado que Strinic se lesionou e não está nesta convocatória. Jogador robusto e forte de cabeça, é um central cumpridor, embora com algumas falhas posicionais em determinados momentos. Como lateral (pode jogar na direita ou na esquerda), sente-se menos confortável, sobretudo na esquerda onde não possui quase rotinas de jogo. Veremos qual será o papel que Kovac lhe terá reservado para este Mundial.

Vedran Corluka: Autor de uma boa fase final de época no campeonato russo, foi revelando melhorias, essenciais para esta sua segunda vida como defesa-central. Jogador alto e poderoso, é correcto no passe e tem progredido ao nível da antecipação e da intercepção na área. Ainda assim, revela algumas dificuldades em certos momentos defensivos, próprias de quem não nasceu na posição de defesa-central. Pode ainda jogar como lateral, em qualquer uma das faixas. Provável titular.

Gordon Schildenfeld: Autor de uma época muito interessante ao serviço do Panathinaikos, este experiente central foi já opção regular durante o Euro 2012. Bastante forte fisicamente e alto, revela atributos nos duelos mais musculados. Dá uma saída de bola correcta à equipa, sem exuberâncias, embora possa complicar um pouco perante adversários mais pressionantes. Contra jogadores rápidos e técnicos, poderá sofrer. Tentará discutir a titularidade com Lovren e Corluka.

Sime Vrsaljko: Lateral-direito promissor, pode ainda ser uma das alternativas para o lado esquerdo da defesa. Autor de uma época regular na Serie A, não terá muitas hipóteses de jogar no seu lado preferido, visto que Srna é o dono e senhor do lugar. Rápido, vertical e com boa capacidade física, mostra atributos no apoio ao ataque e na recuperação defensiva. Por vezes, tenta o remate, mesmo não sendo um exímio executante. Deve melhorar a eficácia dos seus cruzamentos.

Danijel Pranjic: Melhorou em termos defensivos esta temporada, ao serviço do Panathinaikos, o que pode fazer dele uma boa alternativa para essa posição, na ausência de Strinic. Com uma passagem fugaz e sem grande brilho pelo Sporting, este experiente jogador sempre foi um ala profundo, com boa capacidade de cruzamento e, ao mesmo tempo, solidário em termos defensivos. Parece que pode vir a ser uma boa opção para a lateral, visto que tem rotinas na posição (mais que Vida e Vrsaljko, por exemplo) e que é capaz de progredir bem no terreno.

Luka Modric: Genial. Será um belíssimo adjectivo para descrever o jogador mais talentoso desta geração croata. Crescido no Dinamo Zagreb e impulsionado para a estratosfera futebolística pelo Tottenham, Modric chega a este Mundial altamente motivado, depois de ter conquistado o título mais importante da sua carreira, ao serviço do terceiro clube que representa na sua carreira (o Real Madrid). Depois de uma fase de qualificação regular (só falhou um jogo), o criativo croata irá manter o estatuto de intocável, com toda a certeza, durante a prova brasileira.

Brutal na condução de bola e na construção de jogo, revela ainda atributos técnicos fantásticos, além de ser um jogador com uma qualidade e um acerto no passe notáveis. Pode ainda optar pelo remate de fora da área, onde igualmente se notabiliza. Defensivamente, progrediu imenso desde a chegada ao Real Madrid, sobretudo com Carlo Ancelotti esta temporada, onde em vários jogos se revelou um autêntico polvo. Craque puro.

Ivan Rakitic: O segundo "maestro" da equipa. Chega de uma época sensacional em Sevilha e tal como Modric também conquistou um troféu europeu. Nascido na pequena localidade de Mohlin, na Suíça, onde começou a jogar, antes de dar o salto para os iniciados do Basileia, chegou a representar as camadas jovens da selecção suíça, antes de optar por uma espécie de regresso às origens. Depois de uma passagem com altos e baixos pelo Schalke 04, chegou a Sevilha por uma pechincha (2,5 milhões de euros). E foi na Andaluzia que se redescobriu como futebolista e chegou ao nível dos melhores.

Rakitic vem de uma temporada soberba, logo será sempre uma mais-valia para esta selecção. Jogador soberbo ao nível do passe, foi um dos melhores assistentes europeus da época. A sua visão de jogo confere-lhe uma dimensão gigante para o jogo das suas equipas. Destro, destaca-se em passe curto, médio e longo, além de possuir uma qualidade de remate notável. Solidário em organização defensiva, é, contudo, um jogador que se destaca mais na vertente ofensiva, na saída de bola desde trás, distribuição e finalização. Uma das "surpresas" (se é que se o pode chamar assim) da temporada europeia.

Ognjen Vukojevic: É o garante de estabilidade do barco croata, pivot mais defensivo e de contenção, sempre pronto, se for preciso, a um tackle mais durinho para travar o adversário. Formado entre os modestos Mladost Zradolovi e o Bjevolar, foi nas duas épocas e meia no Dinamo Zagreb, entre 2006 e 2008, que acabaria por se notabilizar, ao ponto de outro Dinamo, o de Kiev, ter desembolsado 5 milhões de euros para o adquirir. Certinho no passe e muito disciplinado tacticamente, será titular, em teoria, se Kovac não decidir arriscar uma formação mais ofensiva...

Mateo Kovacic: Um dos próximos grandes médios do futebol croata, se tudo correr bem. Tecnicamente dotado, deve ainda crescer um pouco do ponto de vista táctico, algo que irá seguramente adquirir com o tempo, dado que está no futebol italiano. Destro hábil na condução e na criação de rupturas entre-linhas, sabe assumir acções acções desde trás e possui uma visão de jogo e uma qualidade de passe muito interessantes para um jovem de 20 anos. Falta apenas limar algumas arestas para que possa dizer que temos craque...

Sammir: Muito talentoso, embora algo irregular, surpreendeu pela positiva Niko Kovac durante os treinos de preparação para este Campeonato do Mundo, daí a inclusão, sem dúvidas, na convocatória. Entre-linhas, é um jogador inteligente, dotado e com capacidade de desequilíbrio. Pode ainda jogar na ala esquerda, para explorar a diagonal e o remate de pé direito. A tal inconstância no rendimento cria, porém, dúvidas quanto à sua real utilidade mas os apontamentos mais recentes indicam que os croatas poderão estar descansados...

Marcelo Brozovic: Hábil e talentoso com bola, poderá ser a next big thing a dar o salto directamente do Dinamo Zagreb para uma grande liga. Destro, embora com bom pé esquerdo, é um médio de segunda linha, com bastante mobilidade, critério no passe e remate bem definido. Dá várias assistências e revela-se um jogador astuto a entrar em espaços livres. Deve aumentar a sua intensidade de jogo, claro está, mas o potencial e a qualidade técnica estão lá. Reserva para crescer.

Ivan Mocinic: Esta foi, de facto, a grande surpresa da convocatória do seleccionador croata. Revelação do último exercício, tanto a nível interno como na Liga Europa, foi um dos esteios do Rijeka vencedor da Taça da Croácia na temporada que agora terminou. Médio trabalhador, com sentido táctico e boa colocação, é um jogador low profile, capaz de ajudar na recuperação, embora deva crescer um pouco mais na vertente ofensiva. Difícil que tenha minutos no Brasil...

Mario Mandzukic: É, na actualidade, um dos melhores avançados da Europa. Nasceu na Croácia, mas os seus pais emigraram para a Alemanha assim que despontou a Guerra dos Balcãs e foi lá que deu os primeiros passos no futebol. No entanto, terminado o conflito balcânico, voltou ao seu país e foi fazendo carreira em clubes menores, até chegar aos de Zagreb, primeiro no NK Zagreb e depois no Dinamo, onde se notabilizou. Garantiu assim o regresso à Alemanha, sendo que o Wolfsburgo lhe abria, então, as portas de um grande campeonato, algo que já merecia. Depois desse passo, tem sido sempre a subir...

Duas épocas notáveis no Bayern, catapultaram-no para a fama e actualmente é uma das referências da selecção croata. Alto, possante e muito inteligente nas movimentações, é um finalizador de área notável, além de garantir excelentes apoios e toques de classe para uma segunda bola. Trabalhador e muito forte no jogo aéreo, notabiliza-se ainda pelo seu controlo orientado, pela boa recepção de bola e pelo bom remate, geralmente de pé direito, embora também saiba atirar de pé esquerdo.

Ivica Olic: Um dos elementos de maior experiência desta selecção croata. Muito provavelmente, terá aqui a última grande oportunidade para brilhar numa grande competição de selecções, logo deve aproveitar bem a provável titularidade que Kovac lhe deverá conceder. Formado no NK Marsonia, saiu cedo para o Hertha, tendo sido emprestado ao seu clube de origem por um período de seis meses. Regressaria ao futebol croata, passando pelos clubes de Zagreb, antes de ser vendido ao CSKA, onde começou a mostrar verdadeiramente os seus atributos, que lhe valeriam o papel de indiscutível na selecção. À posteriori, deu-se o regresso à Bundesliga, onde ainda hoje se encontra, de boa saúde e sendo sempre muito útil.

Olic é um jogador que pode actuar em todas as posições do ataque, embora na selecção costume aparecer mais do lado esquerdo. Aparece bem na área a finalizar, dado que é um avançado com sentido de baliza e astuto a aproveitar o espaços livres. O seu registo de golos esta temporada na Bundesliga foi bastante interessante, de facto. Embora já a caminho dos 35 anos e da reforma, continua a demonstrar ter velocidade e capacidade técnica. Será, portanto, uma mais-valia para esta formação, quer em termos de liderança de balneário, quer em termos de rendimento dentro das quatro linhas.

Ivan Perisic: Outro dos representantes do Wolfsburgo nesta selecção croata. Autor de uma temporada muito interessante, chega a este Mundial, provavelmente, para agarrar um lugar na ala direita. Jogador vertical, rápido, dinâmico e astuto, revela atributos interessantes ao nível do passe e do remate, geralmente de pé direito. Indiscutível na fase de qualificação, pode e deve melhorar o seu pecúlio na selecção, isto por comparação com o excelente registo de golos que traz da liga alemã. Adição de qualidade clara a um grupo já de si talentoso e efectivo em termos ofensivos.

Eduardo: Pode jogar em toda a largura do ataque, embora se sinta mais confortável na zona central. Longe de ser um indiscutível no "onze" do Shakhtar, revela pelo menos um interessante rácio de golos marcados por minutos jogados. Veloz e potente no último terço, tem uma técnica interessante e sabe finalizar com os dois pés. Goleador experiente e com um registo muito interessante desde que se naturalizou croata, espera ser opção num Mundial que terá a particularidade de se jogar no seu país de origem.

Nikica Jelavic: Habitual opção de banco, vem de uma época de altos e baixos no futebol inglês. Avançado de área possante, está muito dependente das bolas que coloquem à sua disposição em plena área. Sabe rematar com os dois pés, aparece bem em zonas de finalização e de cabeça é sempre uma mais-valia. Não sendo muito móvel, pode ser útil em jogos em que a Croácia necessite de correr atrás do resultado. Óbvio suplente.´

Ante Rebic: Uma das promessas mais entusiasmantes da nova geração do futebol croata. Pode actuar em qualquer posição do ataque, embora prefira partir da ala esquerda, para explorar o seu bom remate de pé direito. Pouco utilizado na Fiorentina, pode ser emprestado ou sair a título definitivo no final deste Mundial. Jogador potente, veloz e com boa finta, revela um potencial tremendo, se bem que necessite de jogar mais, para confirmar que desenvolve e não estabiliza na sua progressão. Será um reserva de luxo nesta selecção croata.