segunda-feira, 23 de abril de 2012

7 apontamentos de um fim-de-semana(23/4/2012): De um quase campeão a uma equipa com toque aristocrático passando por campeões e outros que quase o são...

1. Hulk, Pinto da Costa e outras dissertações. O FC Porto conseguiu este fim-de-semana mais uma vitória na Liga, o que lhe permite, inclusive, no melhor dos cenários, festejar o título já no próximo fim-de-semana. 3-0, em casa, frente ao Beira Mar, foi o resultado deste sábado. Hulk esteve em destaque, tendo apontado dois golos, tornando-se assim o melhor marcador da história do Dragão ( ultrapassou Falcao). Não foi uma exibição incrível mas quando foi preciso o "12" esteve lá. Aliás, tem sido uma constante nos últimos jogos do campeão nacional. Outro momento significativo da noite foi a homenagem aos 30 anos de presidência de Pinto da Costa. Momento solene, bonito, no fundo o reconhecimento da importância do líder da nação portista como base das 54 conquistas do futebol profissional nestas 3 décadas. Como disse um dia Mario Puzo, " os grandes homens não nasceram na grandeza, engrandeceram". Pinto da Costa fez-se grande, apesar de polémicas, quezílias e alguns erros de gestão pelo meio. Quase me apetece dizer, em jeito de conclusão: falta agora a Vítor Pereira fazer-se definitivamente grande. Pelo menos não tem teimado no erro nos últimos confrontos e merece, portanto, uma palavra de consideração.
2. Nolito e o binómio sucesso/flop. Ainda não percebi se Nolito pode ser considerado um caso de sucesso ou, por outro lado, um caso de jogador com rendimento intermitente. Fica a dúvida no meio deste paradoxo. O certo é que os registos de Nolito nos dizem o seguinte: 12 golos e 12 assistências em 46 jogos. Participou em todos os jogos da Liga, quer como titular ou suplente utilizado. Mas sobretudo enquanto suplente utilizado. O registo é interessante, não reste a mínima dúvida. Mas quando o vejo em certos jogos fica a sensação que não é jogador para titular no Benfica ( e diga-se, aí, nesse ponto, até Jesus concorda comigo). Terei embirrado injustamente com o pequeno espanhol? Talvez sim, olhando para a excelente exibição de sábado frente ao Marítimo ( dois golos e duas assistências). Talvez não, se olharmos aos 18 jogos incompletos na Liga, aliados a um rendimento deficitário nesses encontros. Enfim, uma dúvida que não me há-de sair da cabeça. Bem, talvez um dia, quando Gaitáns e Witsels abandonarem a nobre casa lisboeta...
3. Onde foi parar o Braga? É uma pergunta que se pode colocar vistos os últimos 3 jogos da equipa de Leonardo Jardim. No momento crucial para provar que eram candidatos ao título vacilaram. Bem se pode dizer que tanto Benfica como FC Porto tiveram uma pontinha de sorte nos confrontos contra os minhotos mas também podemos tirar uma conclusão destes resultados negativos( ao qual ainda se segue o empate, na última sexta-feira, frente ao Paços): falta "calo", falta pedigree, chamem-lhe o que quiserem, no fundo falta experiência e aquele toque mágico( a tal "estrelinha de campeão") que os grandes têm. De qualquer forma nada apaga o mérito desta grande época da equipa bracarense que muito provavelmente irá disputar as pré-eliminatórias da Champions na próxima temporada.
4. Camp Mou. Pego neste brilhante jogo de palavras da Gazzetta dello Sport para descrever o Barça-Madrid do último sábado. Mourinho conseguiu finalmente ser rei em campo maldito, isto enquanto treinador do Real Madrid, claro está. Uma bela vitória madridista( 2-1), assente num pragmatismo e num desenho táctico de grande categoria, próprio do melhor treinador dos últimos 10 anos e possivelmente de toda a história. Marcaram Khedira e Cristiano Ronaldo para os blancos, Alexis pelo meio ainda deu esperança aos culés. No entanto sempre senti que este clássico estava destinado ao X2. Ou seja, empate ou vitória madridista. Parece que a equipa de Pep Guardiola acusou o toque em três aspectos fundamentais: cansaço( especialmente em jogadores como Xavi ou Iniesta), o jogo de Londres frente ao Chelsea( bela exibição, muitas oportunidades e uma incrível derrota por 1-0) e ausência( por opção e poupança) de jogadores como Piqué, Fabregás, Alexis ou Pedro do onze titular. E acusou o tal desenho táctico maravilhoso da equipa de José Mourinho. Mou, claramente o rei da noite. Merece, no entanto, dividir o protagonismo com outro português: Cristiano Ronaldo, homem decisivo do fim de tarde chuvoso em Barcelona. Estão de parabéns pelo título que se encaminha para as bandas de Concha Espina.
5. Allez BVB, Die Deustcher Meister. Um grande treinador( Jurgen Klopp), um grande plantel, constituído por alguns dos jogadores com mais futuro do futebol mundial ( Hummels, Gotze, Kagawa, Lewandowski...) e uma das maiores e mais apaixonadas falanges de adeptos da Europa. Estão portanto reunidas as condições para que tenhamos um digno campeão. E tivemos mesmo, pelo segundo ano consecutivo. Borussia Dortmund revalidou a saladeira alemã, depois de triunfo sobre o surpreendente Borussia Moenchengladbach, por 2-0, com golos de Perisic e Kagawa. Mais um bom jogo da equipa de Klopp. Bom futebol, com excelente pormenores, a espaços, uma evolução constante em termos de bolas paradas e claro está, a magia de Kagawa e irreverência de outros homens como Perisic, Gundogan ou Grosskreutz a revelar-se decisiva. No fundo, papel químico de boa parte da época. Falta a esta equipa, no entanto, experiência europeia. Pode ser que no próximo ano apareçam a melhor nível na Champions depois da decepcionante campanha( último lugar) esta época.
6. Juventus de classe mundial. Claramente a equipa em melhor forma no campeonato italiano e aquela que tem sido mais regular ao longo da época. Ainda não perdeu e tem revelado uma consistência e coerência de jogo assinalável. Este fim-de-semana, 4-0, em casa, frente à Roma. E um enorme Vidal, revelação-maior deste novo e belo projecto de Antonio Conte( tenho dito, mais um treinador de grande futuro em Itália), com dois golos apontados nos primeiros 10 minutos. E um Pirlo, que continua a jogar barbaridades, mais o pêndulo Marchisio, o lutador incansável Vucinic e a inultrapassável defesa, liderada por um central "top" (Chiellini). Diz o povo que nada se faz sem trabalho. Acho que esta Juventus é exemplo paradigmático deste belíssimo dito popular.
7. De Charles de Gaulle para Nenê e Pastore... Era uma vez um Presidente( que antes de Presidente, já trazia consigo o título iminente de General). O seu nome era Charles de Gaulle, para que conste, presidente de França entre 1959 e 1969. Conhecido pela sua eloquência e também por algums frases que ficaram célebres, das quais destaco uma bem pertinente para o caso: o talento é um título de responsabilidade. Destaco-a na medida em que vou falar do talento de dois rapazes, profissionais do trato da bola, Anderson Luiz e Javier, de seus nomes. O primeiro, mais conhecido por Nenê, é um craque, "10" experiente, que trata a bola como poucos e que resolve jogos com a sua inteligência e a eficácia dos seus pés de ouro. O outro, Javier de primeiro nome , mas mais conhecido por Pastore de uma nobre quinta parisiense, é puro talento, futebol em locomoção perfeita, uma espécie de "slow-motion" irreal, um jogador que faz a transição da primeira para as velocidades restantes de maneira perfeita. Um mago,  caminha para um lugar destinado aos poetas deste magnífico desporto que se chama futebol. Vejam, por favor, a jogada do primeiro golo do PSG frente ao Sochaux ( goleada por 6-1). " A glória só chega àqueles que com ela sonharam", dizia o mesmo Charles de Gaulle. Estes homens sonham, a obra acontece e o PSG empolga-se na luta pelo título contra o não menos entusiasmante Montpellier de Belhanda e Giroud.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Apontamentos do fim-de-semana (9/4/2012): De um derby verde até ao sofrimento de um histórico passando por lutas intermináveis no Velho Continente

1. Sporting-Benfica. Grande exibição dos "leões", esta noite, em Alvalade. Apesar da maior posse dos "encarnados", foram os da casa que criaram praticamente todas as ocasiões de golo ( e foram muitas!), tendo ficado a dever alguns golos ao marcador. Ao Benfica critica-se sobretudo a falta de ambição ofensiva. Apesar das substituições operadas por Jesus ( entradas de Djaló, Nelson e Nolito), o Benfica nunca conseguiu contrariar a justiça da vantagem leonina. Grande Sporting esta noite, exibição completíssima do meio-campo e demonstração de que Van Wolfswinkel precisa ainda de crescer imenso. Sá Pinto, realmente, tem transmitido uma raça e uma ambição imensas ao seu plantel. O leão está ressuscitado, Jesus parece caminhar lentamente para a morte. Ironias de Páscoa...
2. Braga-Porto. O FC Porto é que acabou por dar um passo enorme rumo a revalidação do título após os resultados dos dois jogos grandes deste fim-de-semana. Vitória por 1-0 em Braga, com golo de Hulk, assistido por James, após falha de Hugo Viana ( esteve abaixo do nível exibido noutras ocasiões, mas nem sempre os grandes jogadores têm grandes noites). Jogo foi, no geral, equilbrado, no entanto, com ligeiro ascendente dos "azuis-e-brancos". Grandes exibições de Hulk, Defour e Otamendi. Miguel Lopes provou ao seleccionador Paulo Bento que pode ser alternativa para o lado direito da defesa da Selecção. No final, e após o Sporting vs Benfica: cheira a bi para os lados do Dragão. No entanto, este campeonato tem sido pródigo em reviravoltas...
3. A crise profunda da Académica: pequena reflexão. Podemos encontrar várias causas para a crise de resultados que levou os adeptos da equipa de Coimbra a protestarem de forma veemente no centro de estágios do clube. São 14 jogos seguidos sem ganhar para a Liga, algo se passa naturalmente. Primeiro, as entradas e saídas que prejudicam qualquer grupo de trabalho. Saíram unidades de grande relevo como Berger e Sissoko, Eder está afastado e para colmatar algumas das saídas foram contratados jogadores pouco menos que medíocres como Saulo ou David Simão. Depois, creio que a euforia da Taça não passou ao acaso por entre os jogadores conimbricenses. É óbvio que esta questão nos leva a outra causa: a possível falta de mão do técnico Pedro Emanuel num cenário de euforia e relaxamento perante a situação aquando do apuramento para o Jamor ( a equipa estava tranquilamente a meio da tabela). Enfim, um mar de dúvidas, de questões, habituais nestes casos. Uma coisa é certa: a Académica é uma candidata à descida quando há 3/4 meses ninguém punha essa questão em cima da mesa.
4. A eterna luta Castela-Catalunha. Parafraseando Thomas Carlyle, autor inglês do século XVIII, o homem nasceu para lutar e a sua vida é uma eterna batalha. Esta frase torna-se relevante quando olho para dois grandes homens, dois treinadores geniais: José Mourinho e Pep Guardiola. A sua vida há-de se tornar numa eterna batalha, com vitórias, derrotas ( poucas, certamente) e muitas polémicas. Efectivamente estes dois homens nasceram para lutar, mesmo até ao fim. A súbita recuperação do Barça de 10 para 4 pontos de diferença para o Madrid, em 5 jornadas, mostra bem como a vida é uma luta e ninguém pode dar nada por ganho, nem por perdido. Este fim-de-semana, os catalães de Guardiola deram a volta em Saragoça (4-1), enquanto que os guerreiros castelhanos de Mourinho empataram a zeros, em casa, frente ao Valência, num grande jogo de futebol. E já esta semana, temos mais dois jogos fulcrais para a luta: Barça recebe, amanhã, um Getafe que lhe roubou três pontos na 1ª volta e o Real Madrid vai ao terreno do eterno rival da cidade, Atlético de Madrid, seguramente num Calderón a ferver de imenso anti-madridismo. Esta luta promete e está para durar. Que bom que é vivermos no tempo destas duas maravilhas do desporto-rei.
5. Juve-Milan. Mantém-se também as dúvidas em Itália. De repente, em duas jornadas, o Milan perdeu 5 pontos e viu-se ultrapassado pela Juventus ( ganhou 2-0 em Palermo, com mais uma bela exibição), que, assim, regressa ao primeiro lugar, naquele que tem sido um campeonato impecável da equipa de Turim ( ainda não perdeu). Grande duelo de titãs, promete desfecho imprevísivel. Milan começou de forma razoável, recuperou terreno com os sucessivos empates da Vecchia Signora mas agora, em 2 jogos, voltou à 2ª posição. A Juve tem sido mais regular, portanto creio que esta liderança se justifica.
6. Duelo Lewandowski-Gomez animou fim-de-semana alemão. Dois grandes pontas-de-lança, um ainda em "processo de formação", o outro já consagrado e que se apresenta, neste momento, como um dos melhores "matadores" do Mundo. Falo-vos, em primeiro lugar, de Robert Lewandowski, internacional polaco que actua no Borussia Dortmund e que tem realizado uma excelente temporada, perante a ausência do habitual titular Barrios. Está em boa forma e vai confirmando as indicações que, ainda jovem, o fizeram brilhar no Lech Poznan. Tem faro de golo, remata bem, no entanto, precisa ainda de crescer e tornar-se mais inteligente em certas movimentações. Para já tem estado muito bem. Depois, Mario Gomez. Mais um fim-de-semana em que ele se torna figura incontornável. É um craque de área, um jogador inteligente, frio e que finaliza com classe. Fantástica época, possivelmente a melhor da carreira. Na Champions, Mourinho e seus pupilos que se cuidem com este goleador. E não só...
7. Arsenal. Que banho dos homens de Wenger ao Manchester City! Bela exibição, o 1-0 foi curto perante tamanho desperdício de oportunidades. Está vista a diferença entre United e City: perante situações difíceis, a experiência de liderança e de conquista de títulos faz a diferença. Nesta altura, 8 pontos de diferença são uma irónica metáfora de comparação entre a grandeza e o historial de ambos os emblemas.
8. Pienaar, o mago de Goodison Park. Jogo impressionante do sul-africano, esta tarde, perante o Sunderland ( Everton 4-0 Sunderland). De regresso aos toffees, Pienaar mostra que era a peça que faltava para que esta máquina funcionasse na plenitude. Jogador enorme em talento e em raça. Contribuiu para uma das melhores exibições da temporada do Everton. Autêntico banho de futebol e de ocasiões perante um Sunderland muito frouxo.
9. Belhanda, Mounier e Menez: estrelas do fim-de-semana francês. O primeiro joga no Montpellier e tem sido uma das figuras da equipa-sensação da Ligue 1. Enche o relvado com a sua criatividade e visão de jogo e além disso é um óptimo finalizador. O segundo actua no Nice e está disposto a levar o clube do Sul de França à manutenção. 8º golo deste talentoso ala no campeonato, provando que pode sair para um clube maior na próxima época. Menez, por último, tem-se revelado como um dos motores deste PSG. Ele, Nenê e Pastore colocam o jogo do PSG noutra dimensão, uma dimensão que conjuga magia, inteligência, técnica e verticalidade. Belos jogadores num grande campeonato que, muitas vezes, é desvalorizado.
10. River Plate. Ai o fantasma do "play-off". A derrota este fim-de-semana frente ao Atlante volta a assustar as hostes do Monumental. Mas o River há-de ressuscitar, porque campeonato sem Boca-River não é campeonato! Abraço e boa semana de futebol a todos!

segunda-feira, 2 de abril de 2012

Apontamentos do fim-de-semana( 2/4/2012): De um jogo "grande" até à magia dos relvados argentinos passando por uma Germânia de infames emoções

1. Benfica-SC Braga. Um duelo bem disputado, aceso, muito intenso de princípio a fim, mas nomeadamente na segunda parte. Nem sempre com qualidade mas com muita vontade de ambos os lados, este encontro revelou um Braga que já entra em casa dos "grandes" com espírito de grande. Já dizia Camus, que a grandeza consistia em tentar ser grande. O Braga tenta e acho que já consegue ser. Perdeu 2-1, talvez o empate fosse mais justo. Fica o mérito dos "encarnados", que apesar das adversidades nunca desistiram e tiveram em Gaitán um poço de energia e velocidade inesgotáveis e em Bruno César o homem decisivo ( sofreu penalidade e converteu o segundo golo, após jogada magnífica do argentino).
2. Lucho solta Moutinho e tudo se torna diferente. Finalmente o FC Porto voltou a fazer uma exibição consistente, criou oportunidades do início ao fim e ficou a dever golos a um marcador escasso( 2-0, muito por culpa da grande exibição do guarda-redes do Olhanense Fabiano). Acho que esta exibição se deve sobretudo à colocação de Lucho um pouco mais recuado no meio-campo, o que permitiu o adiantamento de João Moutinho ( indubitavelmtente o melhor em campo). Partindo de trás, Lucho mostrou-se mais clarividente, tendo inclusive facturado um golo. O outro foi de James, após grande jogada colectiva. Será que voltaremos a ter este FC Porto nos próximos 5 jogos ou continuará a irregularidade exibicional dos "dragões"?
3. Matías resolve e venha o Metalist! Muitas poupanças no onze apresentado por Sá Pinto em Leiria. Vitória por 1-0, golaço de Matías na compensação, de livre directo. Tiveram de entrar Schaars e Matías para espevitar o jogo, está claro. Sá Pinto venceu duas batalhas numa: poupou quase toda a equipa em vésperas de um dos jogos da época e conquistou três importantes pontos na luta pelo 4º lugar, que continua a pertencer ao Marítimo, vitorioso em Coimbra esta jornada (1-0).
4. Mais uma goleada de um Madrid avassalador. E vão 100 golos esta época, só na Liga, para o Real Madrid! Marca incrível, conquistada em mais uma tarde/noite de sonho dos madridistas. Vitória por 5-1 em Pamplona, frente ao temível Osasuna, com bom futebol e golos do outro mundo. Ronaldo fez um dos melhores da sua carreira, assim como Karim Benzema. Uma avalanche de futebol de ataque, em mais uma demonstração da enorme qualidade individual e colectiva desta equipa.
5. Barcelona vs Athletic Bilbao: parte 2. Depois do enorme jogo disputado na primeira volta, em San Mamés, Barcelona e Athletic voltaram a encontrar-se para o campeonato, num duelo que ficou marcado pelo desgaste dos confrontos europeus e pela gestão necessária de ambos os treinadores, nomeadamente Bielsa que jogou sábado depois de ter visto a sua equipa golear, de forma brilhante, o Schalke 04 (4-2), duas noites antes. Claro está, nunca poderia ser um jogo como a da primeira volta, intenso, equilibrado e de desfecho imprevísivel. Ainda assim, os bascos aguentaram quase toda a primeira parte sem sofrer um golo. Barça, como sempre, com bons momentos de futebol e a saber descansar após o 2-0. Athletic fatigado mas com muita atitude saiu de Camp Nou de cabeça erguida.
6. Stramaccioni/ Inter: casamento perfeito? 36 anos, licenciado em Direito, recentemente consagrado campeão europeu de juniores pela equipa "primavera" do Inter. Este é o perfil de Andrea Stramaccioni, novo treinador do Inter de Milão, que se estreou ontem no Meazza com vitória sofrida mas merecida sobre o Genoa. O resultado foi 5-4, um autêntico confronto de loucos, com 4 penalties( 1 para os  nerazzurri e 3 para os forasteiros). Voltaram a ter atitude os de Milão, conseguiram finalmente criar espaços, jogar um futebol feliz e principalmente, marcar! Grande jogo de Diego Milito, autor de um "hat-trick". Dizem que Stramaccioni transforma tudo em que toca em ouro. Será mesmo? Para já uma boa amostra, com grande simbiose entre jogadores, treinador e tiffosi. Pode ser importante!
7. Magnífica Juventus não precisa de ser perfeita. Dali dizia que não precisávamos de ter medo da perfeição pois nunca a atingiríamos. Penso nesta frase ao ver a Juventus jogar, o exemplo paradigmático da equipa que consegue ser magnífica sem ser perfeita ( um ideal de perfeição pode estar entre Barcelona e Real Madrid, dependendo das preferências de cada um). E não precisam de ser perfeitos os rapazes de Conte para ainda não terem perdido no campeonato. Basta juntar um conjunto de bons e alguns grandes jogadores, trabalhá-los bem e no fim temos uma mezcla muito interessante, que resulta numa grande equipa. Não é à toa que esta Juventus ainda não perdeu na Serie A. Recordo o resultado de ontem: 3-0, em casa, a um Nápoles que pouco ou nada fez. Todos os golos marcados no segundo tempo. O segundo golo, da autoria de Arturo Vidal( mais uma grande exibição, um médio completo, daqueles que ficam sempre tão bem na Serie A), é um lance de génio. O trabalho defensivo da Vecchia Signora foi quase perfeito, o meio-campo junta Vidal, Pirlo e Marchisio, numa profusão de inteligência, velocidade, criatividade e remate que sabe tão bem ver e o ataque tem um Borriello inócuo ( cá está, não se pode ser perfeito...) e um Vucinic lutador, com os experientes Quagliarella e Del Piero na ante-câmara. Não é preciso ser perfeito, basta ser muito bom. Veremos se no final chega para bater um Milan igualmente forte. Grande luta em Itália, sem qualquer dúvida!
8. Um hino ao futebol em Dortmund. Borussia Dortmund vencia 2-0 aos 70 minutos, 11 minutos depois perdia 2-3, empata aos 83, dá a volta perto dos 90 e no segundo minuto da compensação sofre o empate. O adversário foi o Estugarda e , para quem não conseguiu decifrar o emocionante enigma anteriomente apresentado, o resultado foi 4-4. Treinador do Borussia chocado mas sempre simpático e correcto perante este desfecho emocionante. É daqueles jogos que os treinadores detestam mas que ficam na memória de quem os vê. E ainda bem!
9. Eden Hazard: o fim de uma era? A menos que o Lille consiga a proeza de o manter ou os milionários do PSG o comprem, parece que Eden Hazard está destinado a abandonar a Ligue 1 no final desta época. Os adeptos franceses, mas sobretudo os do Lille, vão chorar com esta mais que provável saída. É um jogador enorme, daqueles que enchem o relvado com a sua imensa capacidade técnica e com os seus remates maravilhosos, que fazem abanar as redes adversárias, em momentos de puro deleite para os aficionados do seu clube. Este fim-de-semana mais uma grande exibição ( para o jornal L´Équipe foi a figura do fim-de-semana), coroada com mais um golo. Arte, magia, eficácia, um puro talento, fruto máximo desta árvore de talentos de origem belga e que pode ressuscitar o futebol daquele país.
10. Para concluir, algumas das figuras do fim-de-semana: Falcao, mais uma exibição de grande labor e classe do pequeno avançado colombiano, ele que já leva 20 golos na Liga espanhola. Simplesmente fantástico. Robben. Sempre o mesmo, tecnicista, rápido, decisivo. Decidiu em Marselha, a meio da semana, para a Champions e deu o triunfo, com remate de fora da área, frente ao Nuremberga, numa vitória que coloca o Bayern a três pontos da liderança. Yohan Mollo. Tempo de glória para o jovem extremo emprestado pelo Granada ao Nancy. Resolveu o encontro frente ao PSG, ao minuto 89, deixando os parisienses no 2º lugar por mais uma jornada. Ajax. De regresso à liderança na Holanda a equipa de De Boer. 6-0 ao Heracles, com a particularidade de todos os golos terem sido apontados por autores diferentes ( Janssen, Ebecilio, Eriksen, Anita, De Jong e Sightorsson). Boca Juniors.  Magnífica vitória frente ao Estudiantes fora de portas (3-0). Golaço de Ledesma, grande jogador, dos melhores médios do campeonato argentino. Tanque Silva a marcar o primeiro de xeneize ao peito. Uma excelente exibição dos homens da Bombonera a terminar este fim-de-semana! Assim me despeço, boa semana de grande futebol a todos!