quinta-feira, 21 de março de 2013

10 jogadores a seguir na Qualificação para o Mundial


Vladimir Darida (República Checa/Viktoria Plzen): Tem sido um dos destaques da grande época do Viktoria Plzen. Aos 22 anos, Vladimir Darida assume o papel de playmaker da selecção checa, apresentando-se como um dos maiores talentos da interessante nova vaga desse país. Posicionalmente varia entre o "10" na selecção e o médio-centro puro num duplo-pivote no Viktoria Plzen. Não é um jogador robusto nem muito intenso, mas a sua qualidade técnica é inquestionável. Sai bem a jogar, tem excelente controlo de bola e visão de jogo. Um destro que vai crescendo, tanto técnica quanto tacticamente. No difícil duplo compromisso da selecção checa (Dinamarca e Arménia), a sua qualidade e responsabilidade táctica podem revelar-se fundamentais.

Daryl Janmaat (Holanda/Feyenoord): Lateral forte ofensivamente, excelente a garantir apoio e capaz de fazer diagonais. Daryl Janmaat, 23 anos, ganhou a lateral-direita da selecção holandesa, graças à época de grande regularidade que tem vindo a rubricar no Feyenoord. Apesar de apoiar bem o ataque, tem de melhorar nalguns pormenores a defender. Ainda assim, bem posicionado, é um jogador agressivo e forte, até pela sua compleição física. Claramente a seguir!

Vlad Chriches (Roménia/Steaua Bucareste): 23 anos, 1,84m, chamam-lhe o "Thiago Silva romeno". Exagero? Por enquanto sim. Não é um defesa consolidado mas para lá caminha. Tem boa técnica (não é incomum vê-lo tentar uma finta), e é elegante na maneira como joga. Se lhe derem espaço até rematar (de pé direito) sabe. Defensivamente é um jogador interessantíssimo, costuma estar bem posicionado e, graças à sua técnica, dá uma boa saída de bola. Terá de estar ao mais alto nível nesta semana, potencialmente decisiva para um possível apuramento romeno para o Brasil. A sua selecção joga na Hungria e na Holanda, sendo que, mais do que nunca, necessita de um Chriches imponente, a defender e nas saídas para o ataque.

Juan Cuadrado (Colômbia/Fiorentina): Um dos craques da nova e entusiasmante geração colombiana. Tem 24 anos e tem sido um dos artífices da magnífica época da Fiorentina de Vincenzo Montella. Em Itália, costuma jogar como lateral num esquema de defesa a 3, sendo que foi também testado recentemente a extremo (e com sucesso, diga-se!). E é precisamente nessa posição que José Pekerman o costuma colocar na selecção. Cuadrado tem sido uma das grandes revelações dos grandes campeonatos europeus nesta temporada. Acho que o colocaria num "onze" ideal, definitivamente. Fortíssimo no um-para-um (desde Asprilla que a Colômbia não tinha tamanho desequilibrador nesses duelos), dá profundidade, sendo que também consegue interiorizar o seu jogo. É um jogador rápido e tecnicamente dotado. Remata e cruza de pé direito. Não é um finalizador e nem sequer tem grande registo de assistências (4 assistências e 2 golos em 27 jogos na Série A). Mas a sua participação na construção ofensiva da Fiorentina e da selecção cafetera é claramente de acompanhar. Grande projecto de jogador.

Biras Natcho (Israel/Rubin Kazan): É provavelmente o jogador mais interessante que Portugal irá defrontar amanhã, em Ramat Gan. Biras Natcho, 25 anos, é a referência do meio-campo defensivo da selecção israelita e dos russos do Rubin Kazan. Protege com critério, equilibra a equipa, tem boa visão de jogo e sai bem a jogar, com a bola controlada. É o organizador de jogo desta equipa. Já o vi jogar pela esquerda, direita e um pouco mais adiantado, mas, entretanto, estabilizou mais atrás. Paulo Bento e os jogadores portugueses terão de o ter em atenção. "Asfixiando" Natcho, o jogo criativo na 1ª linha de meio-campo israelita quase que desaparece.

Aleksandr Martynovich (Bielorússia/FK Krasnodar): Quando o vi jogar, pareceu-me um defesa para algo mais do que o Krasnodar (equipa do médio da tabela da Liga russa). Joga preferencialmente como central, embora possa também actuar do lado direito da defesa. A defesa bielorussa é um autêntico passador, no entanto, individualmente, Martynovich parece-me um jogador interessante de seguir. Alto (1,92m), rápido, forte na marcação, rouba muitas bolas, graças ao seu interessante sentido posicional. A recente exibição no campeonato frente ao CSKA Moscovo foi um compêndio de como bem defender: roubou praticamente todas as bolas, deu alguma saída de bola, revelou jogo aéreo forte e uma leitura em antecipação sublime. Falta-lhe somente ser mais regular para poder crescer para outro patamar.

David Alaba (Áustria/Bayern Munique): Actualmente, parece-me a maior referência do futebol austríaco. David Alaba, preferencialmente lateral/ala esquerdo, embora possa jogar a médio-centro, é um jogador atlético, com grande projecção ofensiva e bastante rápido. O corredor esquerdo é quase todo dele. Apoia e dá profundidade, além de defender com muito critério. É um jogador que não sendo defesa de formação tem crescido imenso desse ponto de vista. Apesar de ainda cometer alguns erros (geralmente compensados por Dante). Na selecção deverá regressar às origens (médio-centro), com Fuchs a lateral-esquerdo. No 4x2x3x1 de Marcel Keller, parece-me que pode ser mais influente por aí, até porque mais à frente joga Arnautovic, extremo/avançado mais móvel. Portanto Alaba é, sem dúvida, um jogador para ver com atenção. Parece ter uma energia inesgotável. E energia é algo que a Áustria vai necessitar se pretende continuar a sonhar com a presença no Brasil.

Heung-Min Son (Coreia do Sul/Hamburgo): Será, porventura, a next big thing asiática a sair da Bundesliga para um grande campeonato (ou a mudar-se para um grande da Bundesliga). Heung-Min Son, 20 anos, é uma estrela em ascensão. Esta época já leva 9 golos na Bundesliga. Acompanhar o seu crescimento no Hamburgo tem sido muito interessante. Bastante móvel e explosivo, costuma actuar, preferencialmente, do lado direito do ataque, embora possa jogar no centro e até na esquerda. Remata com os dois pés, sendo que tem um forte disparo. Em velocidade, embalado, é um jogador difícil de parar. Defronta na terça-feira a selecção do Catar. Vejam o jogo, se puderem. Irá valer a pena, seguramente!

Christian Benteke (Bélgica/Aston Villa): Aos 22 anos, o avançado do Aston Villa tem sido uma das peças-chave de uma Bélgica candidata a regressar aos Mundiais pela porta grande. Benteke, avançado corpulento e poderoso, leva já 2 golos na fase de qualificação. Na Premier League, em 27 jogos, leva 13 golos (no total da época são 21 em 35 jogos). Destaca-se pelo jogo aéreo (1,92 m) e pela sua mobilidade nos espaços mais adiantados. Recebe muito bem de costas para a baliza, chegando a ir muitas vezes fora da área para receber e jogar em apoio. Além dos cabeceamentos, tem também um pontapé de pé direito muito forte. Um avançado para equipa grande, dentro de pouco tempo. No duplo compromisso que a Bélgica terá frente à Macedónia, não tenham dúvidas de que ele poderá vir a ser um dos heróis de serviço.

Aleksandr Kokorin (Rússia/Dinamo Moscovo): Avançado de 22 anos, actua no centro do ataque, embora também possa jogar descaído na esquerda. Aleksandr Kokorin tem sido opção regular de Fabio Capello nesta fase de qualificação para o Mundial 2014. Não é muito alto (1,83m) mas é um jogador com muita mobilidade. Capaz de finalizar dentro da área (preferencialmente de pé direito), também o consegue fazer vindo da ala para dentro. É relativamente rápido e capaz de finalizar com qualidade técnica ou em força. Leva 9 golos em 19 jogos na Liga russa, um registo muito interessante. Além disso, tem crescido muito com a titularidade na selecção russa. Potencialmente decisivo no confronto de amanhã na Irlanda do Norte, assim como já o foi, por exemplo, no jogo em Israel.

terça-feira, 12 de março de 2013

Apontamentos do fim-de-semana: Da nobre freguesia de Benfica à Bella Firenze passando pelo País Basco, Ruhr ou Merseyside

1. Líder com fome de golos. Depois de uma jornada dupla de baixo rendimento (Beira Mar e Bordéus), o Benfica voltou às exibições de grande qualidade e às goleadas. A vítima foi um tenro Gil Vicente (5-0). O jogo foi simples muito por culpa de um Gil errático a defender, tanto do ponto de vista colectivo como individual. Mas, também é um facto, houve muito mérito de vários jogadores encarnados, que se esmeraram para corresponder neste encontro: para começar, o melhor, Ola John. 2 assistências, numa exibição de grande qualidade. Partindo da ala para dentro, foi um foco de desestabilização para a defesa gilista. Mas houve outros: os laterais, Maxi e Melgarejo, que aproveitaram os corredores desprotegidos para atacar vezes sem conta e até marcar e os argentinos Enzo Pérez e Salvio, que brilharam com boas assistências e golos (no caso de Salvio). Como não poderia deixar de ser, Lima também fez o gosto ao pé, pela 12ª vez neste campeonato. No fundo, uma vitória tranquila, sem precisar de acelerar muito. Atacando por fora, com jogadores fortíssimos e terminando os lances, praticamente todos, em frente à baliza. Individualmente este Benfica é muito forte. Jorge Jesus tornou a equipa muito forte também do ponto de vista colectivo. E atenção, volto a dizer, a Ola John. Entrou mal mas trazia muito potencial dentro dele. Está a confirmá-lo...
2. 15 minutos de dança com Atsu e um longo bocejo. O FC Porto também venceu esta jornada. Foi uma vitória relativamente tranquila frente ao Estoril (2-0). Em 15 minutos tudo ficou resolvido. Os dragões entraram pressionantes, subindo bem as linhas, recuperando bolas em zonas altas e atacando com incisão os pontos débeis do adversário. Neste quarto-de-hora inicial, parece-me indiscutível referir Atsu como uma das figuras. Não marcou mas bailou com os defensores estorilistas e sacou alguns cruzamentos e um par de dribles bastante vistosos. O toque de bola, a destreza no um-para-um, a movimentação com ginga...tudo isto faz de Atsu um jogador interessantíssimo de acompanhar num jogo do FC Porto. Pode não ser tão regular como Varela ou Izmailov mas consegue arrancar essas jogadas mágicas que os companheiros raramente conseguem engrenar. O jogo valeu, basicamente, por ele. Depois disso, longo bocejo, quase a tempo inteiro. O jogo só se agitou um pouquinho mais quando Vítor Pereira lançou Castro e Varela. Trouxeram um pouco mais de intensidade ao jogo, em especial o primeiro. O FC Porto não forçou a máquina, o Estoril quase morreu animicamente com os dois golos iniciais e assim foi o jogo. Um descanso "activo" para um dragão que tem um dos compromissos mais importantes dos últimos anos já esta semana...
3. Rui Patrício e outros apontamentos do Académica-Sporting. Foi um jogo do qual ninguém saiu satisfeito. Os de Coimbra porque controlaram boa parte do jogo e dispuseram de boas oportunidades para resolver o jogo até ao minuto 70. Os de Alvalade porque acabaram por cima e poderiam ter conseguido improvável reviravolta. No final, o resultado foi 1-1. Voltámos a ver um Rui Patrício esclarecido, a salvar o Sporting com um punhado de boas defesas. Vimos Marcos Paulo fazer a melhor exibição desde que chegou  a Coimbra. Constatámos que John Ogu como falso "9" pode ser uma opção a ter em conta em situações extremas. E conferimos também que este Sporting é uma equipa ainda muito imatura. Táctica e mentalmente. A 1ª parte exasperante é algo que não deveria acontecer num clube grande. Jesualdo mudou na 2ª parte e a equipa melhorou. Labyad, Carrillo e André Martins foram trazendo, a pouco e pouco, mais futebol e mais soluções ofensivas. Numa bela jogada, em que Joãozinho assiste e Van Wolfswinkel conclui, o Sporting chegou ao empate. Depois disso, até esteve mais perto da vitória. Foi um jogo com muitas incidências. Longe de ter sido espectacular, teve, pelo menos, essa incerteza constante.
4. Um dos melhores jogos da Liga nos últimos anos. Pelos primeiros 5 minutos, pude logo perceber que o duelo entre Vitórias (o de Setúbal e o de Guimarães) ia ser muito entretido. Ambas as equipas entraram ao ataque, jogando abertas, sem autocarros e linhas muito recuadas, atirando bolas aos ferros e criando várias situações de perigo em ambas as áreas. O Vitória minhoto foi ligeiramente superior no 1º tempo. Mais sólido a defender (com grande mérito para a excelente dupla Paulo Oliveira-El Adoua), mais forte no meio-campo (com Tiago Rodrigues a construir jogo) e com Baldé a cansar os centrais para Soudani finalizar. No 2º tempo, com Makukula, o Vitória de Setúbal ganhou presença física e pujança. Só que os vimaranenses foram mais eficazes e El Adoua fez o 2-0. Tudo parecia mais difícil, até que chegou o pénalti que mudou o jogo. Douglas foi expulso, André Preto teve de entrar e curiosamente até defendeu o pénalti. Só que contra 10, os setubalenses galvanizaram-se e Makukula e Pedro Santos empataram o jogo num ápice. Merecido, o Vitória do Sado carregou e teve o seu prémio. Continuou à procura do terceiro mas não conseguiu. Até que no 3º de 5 minutos de compensação, a defesa setubalense descomprimiu, deixou Baldé à vontade e o improvável aconteceu. 3-2. José Mota quis, seguramente, atirar-se para um poço sem fundo. Tinha acabado de perder 1 ponto fantástico ao querer transformá-lo em 3 pontos de sonho. O futebol é, de facto, um desporto belíssimo. Já não me divertia com um jogo da nossa Liga há muito tempo. Obrigado aos Vitórias!
5. Centrais-revelação do fim-de-semana. Foram três, neste caso. Em Braga, brilhou um tal de Aderlan Santos. 23 anos, chegou do Trofense no início da época, para representar a equipa B bracarense. Estreou-se na Liga principal no último sábado. Sempre bem posicionado, o gigante de 1,93 metros raramente concedeu espaço de manobra aos avançados maritimistas. Apertou bem na marcação e conseguiu inúmeros desarmes. Joga com classe e elegância, os seus movimentos são sempre muito certinhos. Uma bela aposta de Peseiro. Na Choupana, o melhor em campo no Nacional-Rio Ave foi um jovem nascido em 1993, de seu nome Miguel Rodrigues. Proveniente da União de Leiria, este jovem defesa-central de 19 anos tem vindo a aparecer de forma mais regular na formação madeirense nos últimos tempos. Junto a um grande Mexer, brilhou de forma intensa frente aos vila-condenses. Geralmente bem posicionado, esteve implacável e fez imensos desarmes decisivos. Já o vi jogar ao vivo pelo menos uma vez e confirmo a impressão. Joga com personalidade, parecendo quase um veterano. Boas impressões de um jogador de futuro. Por último, queria destacar Aníbal Capela. O central bracarense, agora emprestado ao Moreirense, impôs-se na defensiva da equipa treinada por Augusto Inácio. Tem 21 anos e é um central poderoso, que mostra grande acerto nas marcações. Tenta não dar muitas hipóteses de mobilidade aos adversários. Vem crescendo nas últimas épocas, através de empréstimos. Mais um central de futuro para o futebol português.
6. Real Sociedad de Champions. Tem sido uma das revelações da época em Espanha. Jogando habitualmente em 4x3x3, a formação orientada pelo francês Phillipe Montanier gosta de ter bola e especular pouco o seu jogo. No entanto, este fim-de-semana, na vitória (1-0) em Madrid, frente ao Atlético, a equipa basca até teve menos bola. A chave esteve na maneira como a equipa fechou os espaços centrais e se soltou nas saídas para o ataque. Com uma dupla forte a meio-campo (Illaramendi-Markel), o Atlético sentiu dificuldades em penetrar no último terço. Além disso, o central Iñigo Martinez assinou outra belíssima exibição, afastando quase todo o perigo e dando boa saída de bola. Pelas laterais, Carlos Martinez (dos melhores laterais-direitos a actuar em Espanha) e De La Bella corresponderam e tentaram não dar muito espaço de manobra aos alas do Atleti. Em termos ofensivos, na 1ª parte, a Real Sociedad fez muito pouco. Apareceu mais coordenada e objectiva no 2º tempo. Griezmann soltou Xabi Prieto e a Real inaugurava o marcador. Griezmann rápido, deu saída de bola e depois colocou um passe em profundidade no "10", que isolado não desperdiçou. Griezmann, pela esquerda, e Prieto, pela direita, procuraram muitas vezes movimentos interiores e algumas trocas posicionais com o móvel Carlos Vela (em excelente forma, também). Os bascos não atacaram muito, nem tiveram muitas ocasiões. Mas executaram o plano na perfeição. Não deram muitos espaços à dupla Falcao-Diego Costa e foram aguentando o recital de Arda Turan nos primeiros 45 minutos. Compromisso, objectividade e solidariedade. 3 factores que a Real demonstrou neste jogo. Deu a bola ao adversário e tratou de se adequar a outro registo. Teve sucesso, não haja dúvida. Acredito piamente que ainda vão lutar pelo 4º lugar, pois esta foi uma tremenda demonstração de força.
7. Como anda o Athletic de Bilbau... Depois da sensacional temporada transacta, o Athletic tem andado pelas ruas da amargura esta época. Eliminado por uma equipa da 2ªB na Copa e fora da fase a eliminar da Liga Europa, os bascos ficaram só com o campeonato. Que, diga-se, tem corrido também mal à equipa orientada pelo irreverente Marcelo Bielsa. Este fim-de-semana assisti ao encontro frente ao Valência. Venceram por 1-0. 2ª vitória consecutiva, depois do sofrido triunfo frente ao Osasuna. Ambas as vitórias foram sofridas (e por 1-0), diga-se. Olhando para esta equipa vemos muitas diferenças relativamente à equipa entusiasmante da época passada. Na 1ª parte, sobretudo através de um inspirado Ibai Gómez, o Athletic conseguiu ter dinâmica ofensiva e capacidade de cruzamento. É certo que faltava o criativo Ander Herrera mas a equipa fez um esforço por manter a dinâmica. Na 2ª parte, porém, tudo mudou. O Valência mandou por completo, pegou no jogo em definitivo e construiu ocasiões mais do que suficientes para sair de San Mamés com os 3 pontos. Só que, inesperadamente, apareceu Muniain. Depois de Susaeta em Pamplona, mais um herói para um Athletic sortudo. O jovem internacional sub-21 espanhol até nem tem realizado grande época. Mas estava lá, no sítio certo, para dar importante triunfo à sua equipa. Sofrido, diga-se. Este Athletic não tem, como dizem os espanhóis, a chispa de antes. Já não é tão capaz de pegar na bola. Não se sente tão seguro a defender porque falta elemento fundamental (Javi Martínez). Pressionar no campo rival e tocar a bola com segurança é um conceito mais difícil de interpretar. Vão valendo os rasgos de jogadores como Ibai, Muniain, Susaeta ou Herrera para manterem este Athletic ligado à corrente...
8. Schalke 04-Borussia Dortmund. Foi um dos jogos de destaque deste fim-de-semana. Ganhou o Schalke, 2-1. Em transição mostrou ser uma equipa fortíssima. Solta os alas Farfán e Bastos, com Draxler a criar por dentro e Huntelaar a segurar bola. Estes dois últimos foram os finalizadores de serviço. Para mim, apesar do recital de Draxler nos primeiros 45 minutos, o maior destaque dos azuis de Gelsenkirchen foi Joel Matip. O jovem central camaronês limpou praticamente todos os lances. Impressionante. Rápido, forte em antecipação, implacável na marcação, no jogo aéreo e com uma boa saída de bola. Projecto de central/trinco muito interessante. Do outro lado, só depois da entrada de Marco Reus ao intervalo é que a coisa animou. Vertical, profundo, tecnicista, um abre-latas que foi muito útil nessa manobra de desespero com 2-0 contra no marcador. Lewandowski ainda reduziu mas foi só isso. O Borussia insistiu mas não conseguiu sequer o empate. Teve mais bola, mas faltou eficácia. Foi um grande jogo de futebol, isso é certo. Grande 1ª parte do Schalke, sem dúvida. Controlou por completo e foi letal lá na frente. O trio Farfán-Draxler-Michel Bastos promete fazer estragos...
9. Liverpool-Tottenham. Vitória red por 3-2. Não foi grande jogo. Início forte do Liverpool, com belo golo, mas logo o Tottenham tomou o jogo de assalto. Dembelé pegou na bola e o jogo nunca mais foi o mesmo. Vertonghen deu a volta ao encontro (está em grande forma, imponente por alto, é muito forte nos duelos individuais e ainda finaliza na área contrária), antes duma sucessão de erros da defesa do Tottenham ter deitado tudo a perder. Downing e Gerrard completariam mais uma reviravolta no encontro. Um encontro em que o Liverpool não foi brilhante (nem teve grandes destaques individuais) mas onde fez um aproveitamento perfeito dos erros alheios. Teve menos bola em várias partes do desafio (nada que ver com a ideia de Rodgers) mas houve momentos de lucidez em que soube o que fazer com ela. E tem Coutinho. Quem tem um jogador da destreza e técnica do brasileiro tem muito. Um reforço, na verdadeira acepção da palavra!
10. A Fiorentina de Montella. Uma das boas-novas do fim-de-semana a fechar: a exibição da Fiorentina de Vincenzo Montella no Olímpico de Roma, frente à Lazio (vitória por 2-0). A equipa foi montada num 4x3x3, com Viviano na baliza, Tomovic a lateral-direito, Gonzalo Rodriguez-Savic no centro da defesa, Pasqual do lado esquerdo; meio-campo com Pizarro a cobrir Migliaccio e Valero; e depois Cuadrado e Ljajic no apoio a um Jovetic mais colado ao centro do ataque. Desde cedo se percebeu que a formação de Florença ia adoptar um esquema de coragem, tentando ter bola o maior tempo possível, procurando depois concretizar de forma simples e objectiva. Apesar de ter acabado o jogo com menos posse, a Fiorentina teve maior qualidade nessa posse de bola. A jogada do primeiro golo, com uma sucessão de passes, é exemplo perfeito disso mesmo. Se há coisa que raramente vemos os jogadores dos sectores recuados da Fiorentina fazer são pontapés para a frente. Há uma tendência para construir jogo desde trás. Por norma, os centrais entregam a bola ao cofre de banco Pizarro, que depois a distribui, curto ou longo, mas preferencialmente curto. Tem uma condução de bola, uma visão de jogo e uma qualidade de passe notáveis este médio chileno. É o Pirlo da Fiorentina. Perto de si, jogam o mais criativo Borja Valero (entra nas dinâmicas ofensivas) e o mais defensivo Migliaccio. Dois carecas que me parecem os melhores acompanhantes de Pizarro, neste momento. Depois entramos na dimensão ofensiva: sem Toni, foi Jovetic a referência. Referência móvel, diga-se. Marcou um excelente golo, após assistência de Ljajic, outra das figuras do jogo. O jovem sérvio, caiu na esquerda (onde geralmente aparece Jovetic) e deu muita vida ao ataque viola, sobretudo através de movimentos interiores de ruptura. Do lado direito, o mais vertical Cuadrado, velocista em forma de jogador de futebol, jogador muito interessante pela sua velocidade no espaço. Defensivamente, a Fiorentina foi mais sólida com uma linha de 4. Tomovic mais defensivo, Pasqual apoiando constantemente Ljajic. Ao meio, o experiente Gonzalo Rodriguez e o gigante Savic limparam com relativa tranquilidade (embora deixem alguns espaços indesejáveis). No fundo, com esta qualidade de plantel, seria interessante vermos esta Fiorentina na Europa no próximo ano. Gosta de ter bola, de a tratar com respeito e, ao mesmo tempo, ser objectivo com ela. Construir de pé para pé sim, mas dando capacidade de desequilíbrio no último terço. Pizarro é o cérebro, Valero é uma espécie de sub-secção desse cérebro, Ljajic e Jovetic os magos tecnicistas e Cuadrado o velocista. Belíssimo projecto, pena alguma irregularidade. Ainda assim, atenção ao 4º lugar actual. Podem lutar pela Champions, sem margem para dúvidas.

terça-feira, 5 de março de 2013

Apontamentos do fim-de-semana: Do clássico de Alvalade ao clássico de White Hart Lane passando por outros clássicos e revelações

1. " Lição de defender" por Prof.Jesualdo Ferreira. Terminou empatado o jogo grande da jornada 21 da Liga Zon Sagres. Apesar dos 30 pontos de diferença entre FC Porto e Sporting, o nulo prevaleceu num jogo em que os dragões tiveram sempre mais bola, mais remates, mas onde efectivamente não tiveram grandes ocasiões de perigo. Pela frente, encontraram um Sporting defensivo, montado atrás da linha da bola. Creio que nem havia outra maneira de Jesualdo Ferreira abordar este jogo. Jogar aberto contra este FC Porto seria um suicídio. E o que se passou então com o FC Porto para não conseguir melhor que este empate? Simples. Foi pouco acutilante no último terço, mostrou estar muito dependente de Jackson, num jogo em que se viu uma intervenção menor dos laterais. Parece que estes se inibiram de atacar durante boa parte do jogo, o que, juntando à interiorização dos extremos, raramente resultou em perigo. Vítor Pereira lançou, e bem, James e Atsu na 2ª parte. Digo bem porque a ideia era dar profundidade (no caso do ganês) e movimentos diagonais para criar remate (no caso de James). Só que, por azar, não era a noite destes dois. Jesualdo fechou a porta com Fokobo (já depois da expulsão de Rojo), juntando-o a um bravíssimo Ilori (melhor em campo) e a um duo esforçado e musculado, que muito trabalhou a defender (Rinaudo-Dier). Outro aspecto fundamental para explicar este "apagão" de ideias dos portistas será a ausência de Moutinho. Faltou clarividência no meio-campo, capacidade de rasgar a defesa contrária com um passe decisivo. Lucho cumpriu o que pôde nessa função, enquanto que vimos um Defour tantas vezes desnecessariamente agarrado a Fernando (o melhor portista em Alvalade). Com um Sporting tão defensivo, Vítor Pereira poderia ter sido mais ousado desse ponto de vista. De qualquer maneira, mérito ao Sporting e a Jesualdo Ferreira. Fez o que estava ao seu alcance. Mereceu, juntamente com os seus jogadores, os aplausos que a plateia lhe dispensou no final.
2. Um líder preguiçoso e uma lanterna a querer mudar de cor. O Benfica aproveitou, naturalmente, o empate do FC Porto para se colocar na liderança isolada do campeonato. A deslocação a Aveiro para defrontar o "lanterna-vermelha" Beira Mar não parecia antever muitas dificuldades. No entanto, a equipa aveirense, agora treinada por Costinha, deu água pela barba aos encarnados neste duelo. Especialmente a meio-campo, onde depois da meia hora se viu uma disputa muito interessante. Certo é que o Benfica abrandou muito o ritmo de jogo mas há mérito de um Beira Mar disciplinado, lutador e que, como disse anteriormente, deu muita luta a meio-campo. O resultado ficou escrito logo ao minuto 15, com um pénalti convertido por Cardozo. De facto, nos primeiros 15/20 minutos o Benfica foi manifestamente superior. Explorando a debilidade no lado direito da defesa do Beira Mar (jogou um central adaptado a lateral...), Ola John e Melgarejo forçaram e obtiveram prémio (neste caso, um pénalti). Depois disso, foi sofrer até final. O Beira Mar pegou na bola, galgou terreno e pressionou o Benfica, faltando claramente quem conseguisse ser mais incisivo no último terço. Grandes exibições do lateral-esquerdo Hélder Lopes e do médio-ofensivo Rúben Ribeiro, promessas de um Beira Mar a lutar com afinco pela manutenção daqui para a frente. Quanto ao Benfica, o que se pode dizer é que cumpriu. 3 pontos. Pouco futebol, mas isso pouco importa nas contas finais. No entanto, pode ser encarado como algo preocupante dado que foi mais um jogo em que o Benfica teve momentos de pouca intensidade. Nalguns jogos mais duros, pode pagar caro...
3. Quim, o salvador da semana. Há momentos em que um guarda-redes ascende à categoria de herói. Nesta última semana, Quim pode ser considerado um "salvador da pátria" para os lados de Braga. Primeiro, ao parar 2 pénaltis na meia-final da Taça da Liga frente ao Benfica. Depois, no encontro desta segunda-feira, frente ao Olhanense, fora de portas, num jogo absolutamente fulcral na luta pelo 3º lugar. Quim voltou a corresponder com óptimas defesas numa altura em que dava a sensação de que os algarvios podiam surpreender. Não conseguiram. Do outro lado estava um veterano guarda-redes que, apesar dos 37 anos, ainda vai enchendo balizas. E que até já fala de um regresso à Selecção...
4. O meio-campo do Paços e outras revelações. Grande época do Paços de Ferreira. Deixou de ser novidade há muito tempo mas certo é que os pacenses continuam a surpreender e a mostrar que o regresso à Europa é algo que está cada vez mais próximo de acontecer. Este fim-de-semana bateram o Vitória de Setúbal (2-0). 2 golos do possante Cícero. Mais uma exibição fantástica do meio-campo pacense. Em especial do médio-centro André Leão e do médio-ofensivo Josué. André, um verdadeiro Leão dentro de campo, está a fazer uma época incrível, a melhor até agora na sua carreira. Joga com grande clarividência, é um elemento tacticamente preponderante e tem uma excelente visão de jogo. Josué vai também brilhando. Em termos ofensivos, tem sido um jogador muito esclarecido, criador de jogo, sempre a encontrar linhas de passe de forma brilhante. Além disso tem no seu pé esquerdo uma arma letal em remates de meia-distância. Estes têm sido dois dos maiores craques da época pacense. No entanto, não são os únicos. Tiago Valente (central certinho e forte no jogo aéreo), Diogo Figueiras (lateral que apoia bem e defende com critério), Luiz Carlos (trinco trabalhador, forma grande dupla com André Leão), Hurtado (médio-ala/extremo peruano, tecnicamente interessante), Vítor (médio-ofensivo criativo e que joga com qualidade entre-linhas) e o já citado Cícero são algumas das outras revelações que têm feito deste Paços uma equipa consistente, táctica e tecnicamente muito interessante. O 3º lugar continua a ser deles. E com toda a justiça.
5. Novamente Paulo Oliveira e Tiago Rodrigues. Tenho falado muito deles por aqui e, na verdade, entende-se o porquê. Duas belas provas de como as equipas B trazem mais benefícios do que prejuízos ao futebol português. Quem diria, no início desta época, que Paulo Oliveira e Tiago Rodrigues, dois jovens portugueses, da equipa B do Vitória de Guimarães, se tornariam titulares da equipa principal e, consequentemente, iriam adquirir o estatuto de revelações da Liga 2012/2013? Muito pouca gente, certamente. Mérito de Rui Vitória que acreditou nos valores das camadas jovens vitorianas. Oliveira é um defesa muito atinado, inteligente a ler o jogo, pronto a despejar bolas quando necessário e relativamente forte em antecipação. Um belo projecto de central. Já Tiago Rodrigues tem uma história interessante: o ano passado estava emprestado ao Amarante (2ª Divisão Nacional), onde era, aliás, utilizado de forma algo intermitente. Este ano subiu de escalão, para jogar na 2ª Liga, no Vitória B. Foi rubricando excelentes exibições e agora é um dos indiscutíveis da equipa principal, no principal escalão. Joga como médio-centro. Possui uma excelente visão de jogo, é muito inteligente nas movimentações, tem uma meia-distância interessante e, além disso, é um jogador correcto do ponto de vista táctico, apoiando várias vezes a equipa em espaços mais recuados. Um jogador muito útil. Tem 21 anos e potencial para continuar a ascender na carreira. Dois belos exemplos da utilidade das equipas B, volto a dizer. Inclusive para as nossas selecções jovens que, de repente, descobrem aqui belas opções para o futuro próximo.
6. Olhando para a 2ª Liga, algumas revelações: Confesso que é uma pecha minha: falo pouco por aqui nas equipas da 2ª Liga e nos interessantíssimos jogadores que por lá vão aparecendo. Reflecti um pouco e vi que já era tempo de lhes dar mais alguma atenção. Fica aqui uma lista de algumas das revelações da temporada. Sigam estes jogadores porque podem estar aqui excelentes opções de futuro para a 1ª Liga: Ericson, 25 anos, Tondela. Um belo trinco que surgiu numa das revelações do escalão secundário. Possante, faz bons desarmes, equilibra bem a equipa e dá a saída de bola necessária na sua posição. É cabo-verdiano e já merece o salto para um clube da classe média da Liga Zon Sagres.
Tozé, 20 anos, FC Porto B. Figura-maior da equipa B do FC Porto. Médio com técnica, pezinhos de veludo, conduzindo muito bem a bola. Tem jogado como médio-centro, no entanto, é um médio-ofensivo de raiz. Com ele em campo, o talento e a qualidade de passe são presenças habituais no jogo dos azuis-e-brancos.
Luís Silva, 20 anos, Leixões. Médio-centro de grande qualidade a despontar no Mar. Leva 35 jogos esta época (4 golos apontados, todas na Liga). Jogador que trabalha bastante a meio-campo e capaz de aparecer em zonas de finalização, geralmente de pé esquerdo. Tem uma estampa física interessante (1,85m).
Tiago Silva, 19 anos, Belenenses. Uma das boas revelações da grande época do Belém. Tem técnica e é o elemento mais criativo do meio-campo. Parece algo franzino mas dentro de si cabe muito futebol. Começou no Benfica, mudando-se no escalão juvenil para o Restelo. Jogou quase todos os jogos da época, levando para já 7 golos apontados em todas as competições.
Rafael Porcellis, 26 anos, Santa Clara. Poderia falar aqui do cabo-verdiano Platini, que tão bons jogos fez na recente Taça das Nações Africanas, mas decidi falar deste goleador, dado que foi falado há bem pouco tempo como possível reforço do SC Braga. Não é particularmente jovem, o que faz com que já tenha um registo de carreira interessante e variado. Fomado no Internacional de Porto Alegre, chegou a passar pela Suécia (Helsinborg e Vanamo), entre 2009 e 2011. Leva 17 golos em 35 jogos esta temporada (9 em 27 jogos da 2ª Liga). Forte no jogo aéreo, possui igualmente um disparo potente de pé direito. Tem bons pormenores e é capaz de bater bolas paradas. Não deve ficar nos Açores por muito mais tempo...
7. Real a toda a linha. Incrível a superioridade evidenciada pelo Real Madrid nos 2 Clássicos da última semana. Primeiro em Camp Nou, com um triunfo (3-1) de autoridade. Um golpe anímico muito forte num Barcelona ainda combalido pela derrota em San Siro na Champions. CR7 voltou a brilhar nos dois jogos. Marcou 2 em Camp Nou e quando entrou no jogo deste fim-de-semana mudou radicalmente a história do jogo. Vertical, veloz, rematador exímio, está, claramente, a gozar o auge da sua carreira. Nunca foi um futebolista tão maduro e consolidado como é agora. E ao lado dele vão brilhando outros craques, nomeadamente Ozil, Di Maria, um regressado Coentrão e o jovem central Varane, uma das maiores pérolas do futebol mundial dos últimos tempos. Do outro lado, um Barça a viver crise de identidade profunda. Pode voltar à vida se der a volta à eliminatória com o Milan. O que neste momento se afigura muito complicado. Xavi aparece menos, assim como Messi. A equipa continua a avançar linhas mas já não recupera tão bem em zonas adiantadas. Pior, desposiciona-se facilmente atrás e sofre muito mais golos. Uma semana de sonho para os pupilos de Mourinho e de terror para os culé.
8. Um Milan em crescimento e uma sólida Juventus. Em Itália foi também jornada de grandes jogos: Nápoles (2º) vs Juventus (1º) e Milan (4º) vs Lazio (3º). Neste último caso, as posições inverteram-se com a vitória do Milan (3-0). Começando precisamente por aqui: grande vitória de um Milan cada vez mais forte. A equipa de Massimiliano Allegri atravessa grande momento de forma. El Sharaawy vai jogando muito futebol, quando não está Balotelli aparece Pazzini e a isso tudo há que juntar o regresso à boa forma de Boateng e as exibições brilhantes da jovem dupla de laterais Abate-De Sciglio. Quanto à Juventus, mostrou grande maturidade na difícil deslocação a Nápoles. Não fosse o desperdício ofensivo e a equipa bianconera poderia ter deixado a questão do título definitivamente arrumada. 1-1 foi o resultado, com mais Juve no 1º tempo e bela réplica dos napolitanos nos últimos 45 minutos. De destacar mais duas grandes exibições de Pirlo e Lichtsteiner. Pirlo foi o regista que a equipa necessitava, abrindo linhas de passe em permanência e ajudando a defender. Lichtsteiner, mais uma vez, mostrou grande disponibilidade em toda a linha, quer a apoiar o ataque, quer a defender. Um dos melhores laterais-direitos da actualidade numa das equipas mais equilibradas da Europa.
9. Palacio/Icardi: 2 gerações de argentinos decisivos. Ainda por Itália, grande fim-de-semana de 2 avançados argentinos: Rodrigo Palacio, relegado de início para o banco na difícil viagem a Catania. Ao intervalo, a perder 2-0, Stramaccioni colocou-o em campo. E tudo mudou com o argentino. Em 45 minutos, deu uma assistência e fez dois golos. Vertical, dinâmico, com capacidade de começar e finalizar jogadas. De cabeça ou pé direito. O outro argentino é o jovem Mauro Icardi. Já falei dele aqui nesta temporada. Tem feito uma segunda volta absolutamente sensacional. Já lhe chamam em Itália, com escandaloso exagero, o "novo Messi". Pode não ser Messi (também, quem consegue ser?...) mas tem muito talento. No último domingo, converteu o 9º golo esta temporada. Só em 2013 já marcou 8! Diz-se que para o ano vai ser jogador do Inter. Imaginando uma dupla com Palacio, fico deveras entusiasmado. Duas gerações de argentinos (um tem 31 anos, o outro completou recentemente 20) com muito tango, futebolisticamente falando.
10. Tottenham-Arsenal. O "North London Derby" não foi um grande jogo de futebol. Venceu o Tottenham de André Villas Boas, por 2-1, numa altura em que atravessa, de longe, o melhor momento da época. Sensacional, diria mesmo. Dois golos de seguida (Bale e Lennon) aproveitando a defesa alta de um Arsenal, que em termos de posse e domínio até vinha sendo mais esclarecido. Mertesacker ainda assustou no início do segundo tempo mas foi um charco no meio do deserto. Um Arsenal capaz de ter bola mas desequilibrado, quer a defender quer a atacar (e com desequilibrado falo numa questão de organização das jogadas). De destacar mais um golo de Bale e a enorme exibição do central Vertonghen. Limpou tudo, raramente um atacante do Arsenal o conseguiu ultrapassar. And the Spurs go marching on...