1. Benfica e FC Porto querem levar isto até ao fim. Depois do empate a zero do Benfica, na passada sexta-feira, em Olhão( mau jogo dos "encarnados", claramente já a pensar no Chelsea), o FC Porto não foi capaz de fazer melhor na deslocação a Paços de Ferreira(1-1). Dragões dominaram, mesmo sem jogar muito, e desperdiçaram um lote incrível de ocasiões. Aproveitou Melgarejo num canto para empatar, já perto do fim. E assim ficam os dois "gigantes" à mercê do verdadeiro "gigante" deste campeonato, o Sporting de Braga, que recebe esta noite a Académica.
2. Bale à direita? É algo que me constrange muitas vezes quando vejo este Tottenham de Harry Redknapp. Porque joga o esquerdino Gareth Bale, autêntica "mota" da equipa londrina, com uma velocidade e finta estonteante, do lado direito do meio-campo, sendo que Modric, que pode fazer a posição à direita, aparece na esquerda? Tem sido uma opção muitas vezes tomada por Redknapp, no entanto, a meu ver, sem fazer muito sentido. Quando aparece à esquerda, Bale é outro, transforma no sentido positivo o jogo dos Spurs. À direita, é só mais um jogador. Outro apontamento sobre o galês: mesmo na esquerda, deve evitar o individualismo excessivo. No empate a zero, este fim-de-semana, em Stamford Bridge, prejudicou um pouco a equipa ao insistir nas jogadas individuais. Mas que mexe com o jogo, disso não tenho dúvidas!
3. O gozo de ver Oxlade-Chamberlain. Tem sido uma das revelações da Premier League, esta época. Alex Oxlade-Chamberlain, 18 anos, é uma das boas razões para ver jogar o Arsenal actualmente(equipa que, diga-se, atravessa grande momento de forma e já vai em 3º no campeonato!). Rápido, irreverente, é descarado, pegando na bola e encarando os adversários como se fosse a pessoa mais corajosa do mundo. É muito talentoso e este ano já leva um registo interessante: 3 assistências e 4 golos em 20 jogos, pela equipa principal. Pena ter jogado poucos minutos nos últimos jogos. Mesmo assim tem se mostrado como um dos mais promissores jogadores para o futuro próximo do futebol inglês.
4. A insegurança do Athletic. Mais um jogo( já lhes perdi a conta) em que o interessante Athletic de Bilbao, de Marcelo Bielsa, perde pontos nos últimos minutos. Em casa tem sido hábito, fora também já aconteceu. Ontem, em pleno San Mamés, foi o Sporting de Gijón( praticamente inofensivo em toda a partida) a marcar num contra-ataque ao minuto 90. Bielsa diz que as suas equipas, tendo bola, não devem abdicar de procurar o ataque. Não é uma perspectiva estúpida mas é bom que os seus jogadores tomem consciência de que para que isso aconteça têm de ser defensivamente sólidos. O que nem sempre acontece...
5. Real volvió a machacar. Traduzindo do castelhano, Real voltou a massacrar. Depois de dois merecidos empates( Málaga, em casa e Villarreal, fora), a equipa de Mourinho voltou às vitórias, com um contundente 5-1 sobre a Real Sociedad. Futebol simples, eficaz e com jogadas bem gizadas e bonitas. Assim sim, já se parece a um campeão!
6. Messi inimitável e o seu habitat de liberdade. Semana de ouro para El Pibito, já que conseguiu tornar-se no melhor marcador da história do Barcelona. Stuart Mill dizia que o génio só podia respirar num ambiente de liberdade. Eu acho que o habitat onde Messi respira é o seu habitat perfeito, onde se sente bem e onde tem toda a liberdade do mundo. Parece que nasceu nos campos de La Masia. Esta foi uma semana gorda: "hat-trick" ao Granada e golo caricato contra o Mallorca. E outros momentos de génio. Obrigado senhor Jorge e dona Célia por terem transformado uma noite de amor em inúmeras noites de romantismo e admiração por um génio, daqueles que ficam perpetuados para sempre na história. PS: Tenho dito: este rapaz de Rosario, Argentina, vai a caminho de melhor da História. Até aparecer um igual ou melhor pelo menos...
7. Ter a bola é o segredo? No Ajax parece que sim. Brendan Rodgers( não me canso de citar o treinador do Swansea, exemplo paradigmático do futebol de pose na Premier League) gosta de dizer que ter a bola aumenta a probabilidade de uma equipa ganhar o jogo. Pensei nesta frase ao ver o Ajax-PSV, ontem à tarde. De um lado um paciente Ajax, equipa que gosta de trazer a bola no pé e passar para outra fase( mais dinâmica e ofensiva) através dos rasgos de jogadores como Eriksen ou Aissati. Do outro, uma equipa que me faz sofrer a vê-la jogar, porque pura e simplesmente não sei descortinar qual a ideia de jogo. Esta equipa é o PSV Eindhoven, agora treinada pelo ex-internacional holandês Cocu( curioso duelo, ontem, contra o ex-companheiro de defesa De Boer, agora treinador do Ajax). Nunca sei bem o que o PSV quer do jogo. Ontem não arriscou. Zero remates na primeira parte e uns poucos na segunda. Muito medo de pegar no jogo, algo estranho pensando no facto desta equipa ter jogadores inteligentes e que espevitam bem o jogo como Strootman, Toivonen ou Mertens. Puro desperdício de talento então! Do outro lado, belo trio no meio-campo. Anita e Eyong Enoh destroem e lançam o criativo Eriksen, fusão irresistível entre o "8" e o "10". No ataque, o jovem inexperiente Lukoki na direita, o intermitente Aissati( que ontem esteve em grande) e um rapaz que joga com o "10" às costas e que é mais um avançado-centro móvel do que um ponta-de-lança( De Jong). Atrás, dupla de centrais de grande qualidade( Alderweireld e Vertonghen, dois belgas, que limpam e arrumam a defesa). Falta Boilesen na esquerda( o substituto Blind é menos atrevido) e à direita apareceu boa revelação: van Rhijn, lateral substituto de Van der Wiel e que deu conta do recado na perfeição( tanto a defender como a atacar). Este Ajax gosta de ter a bola e esse é o segredo. Soube esperar numa primeira parte muito fechada e apareceu em grande no segundo tempo, arranjando mais espaços e desmontando a estrutura( frágil, a meu ver) do PSV. Resultado: 2-0. Uma óptima tarde de futebol paciente dos rapazes de De Boer. Já dizia Marot: para quem sabe esperar, tudo vem a tempo. Boa moral da história para definir esta fábula por terras holandesas.
8. Ainda neste clássico: o duelo de "8". Parti para este jogo na expectativa de testemunhar o duelo entre dois dos mais talentosos jogadores do campeonato holandês: Eriksen, do Ajax e Strootman do PSV. Christian Eriksen é um jogador que me faz lembrar os "trequartistas" à italiana. Joga entre o "8" e o "10". Ou seja, não é um "8" completo mas também não chega a ser o típico "play-maker". Gosta de o ver com a bola nos pés, arranjando linhas de passe seja à direita, esquerda ou para a frente. É muito talentoso e tem grande visão de jogo. Do outro lado, Kevin Strootman tem um registo mais pausado, pensa mais o jogo, é mais lento mas executa igualmente bem. Veste o " 6" mas aproxima-se mais do "8". Bom médio de transição, está aqui um jogador para ser aproveitado pelos maiores do futebol europeu. Tal como Eriksen. Se me dessem a escolher, optaria por Eriksen. No entanto, tudo depende das funções que pretendemos para os jogadores e das equipas em que os inseríssemos.
9. Mario Gómez. Um dos melhores pontas-de-lança do mundo, para mim, neste momento. E é, indubitavelmente, um dos mais eficazes da actualidade. O segundo golo do Bayern frente ao Hannover é simplesmente seu. A elegância e eficiência que tem a atirar à baliza fazem parecer todos os golos fáceis. Mas há alguns que são de mestre. Este golo, na vitória 2-1 sobre o Hannover, é um bom exemplo de um golo à Mario Gomez. Classe e nota 10 em execução.
10. Para terminar em beleza alguns dos nomes do fim-de-semana: Olivier Giroud. Mais um golo e Montpellier líder. Dos melhores avançados da actualidade. Atenção senhor Blanc: que sorte tem. Benzema e Giroud, dois grandes avançados, é só escolher. Ibrahimovic. Genial, como sempre. Primeira parte em que parecia estar ao abandono. Na segunda parte virou o clássico frente à Roma, com dois golos. Está em grande forma, talvez no momento mais eloquente da carreira. Já é líder da equipa. Del Piero. Entra e mata o jogo contra o Inter. É daqueles jogadores que eu espero que não acabe a carreira. Eu e qualquer pessoa. Mito vivo do futebol italiano e do futebol mundial. Philippe Coutinho. Golo fantástico do jovem brasileiro, emprestado pelo Inter ao Espanyol. Tem jogado muito. Gosto de o ver com Weiss e Uche, um belo trio pronto para atacar os lugares europeus. Hamdi Harbaoui. Um dos heróis do fim-de-semana é tunisino. Tem 27 anos e joga nos belgas do Lokeren. Apontou o único golo da final da Taça belga, contra o Kortrijk, disputada no último sábado no mítico Rei Balduíno de Bruxelas. Não o conhecia, confesso, e vi desde já bom registo: 11 assistências e 10 golos em 33 jogos esta época. Assim me despeço, boa semana, não esquecer, com muita Champions e Liga Europa!
segunda-feira, 26 de março de 2012
terça-feira, 20 de março de 2012
Apontamentos do fim-de-semana(19/3/2012): Da cidade dos Arcebispos a Itália passando por um drama na Velha Albion
1. Um Jardim plantado à beira da liderança. Mais um fim-de-semana, mais uma vitória para o Sporting de Braga do "modesto"( e esperto!) Leonardo Jardim , 12ª consecutiva nesta Liga. Desta feita em Santa Maria da Feira, triunfo gordo(4-1). Grande exibição do mágico Mossoró, um elemento que tem tanto de experiente como de talentoso. Hugo Viana a exibir classe e a marcar um golaço de livre. Senhor Paulo Bento, será proibido levar este rapaz à Ucrânia? Pense lá duas vezes...
2. Bento não tem os olhos totalmente fechados... Apesar da questão-Viana, Paulo Bento tem acertado numa coisa: dar confiança ao jovem Nélson Oliveira, que se assume neste momento como um dos candidatos a avançado-centro da Selecção no Europeu. E olhando para as outras opções, parece-me, apesar da idade e pouca experiência, a mais credível. Esta jornada, estreia a titular na Liga e assistência de calcanhar para o terceiro golo do Benfica, frente ao Beira-Mar. Nem tudo foram rosas, mas este jovem vai jogando, crescendo e não duvido que vai ter um futuro risonho pela frente.
3. O Principe(zão) Helton. Se não é o guarda-redes( e guia " espiritual") deste FC Porto, os " dragões" teriam saído sem a vitória da Choupana. Venceram 2-0, com bons momentos na 1ª parte, especialmente quando Lucho e Moutinho se soltaram. Na segunda parte, bom início, mau desenrolar. Os "azuis-e-brancos" perderam o meio-campo e deixaram de atacar durante um largo período de tempo. Aproveitou o Nacional, inteligentemente orientado por Pedro Caixinha, para criar perigo( e muito!) e deixar Vítor Pereira à beira de uma ataque de nervos. Valeu Helton, com várias boas intervenções que salvaram os portistas nesta deslocação muito difícil. Uma vitória, literalmente, com estrelinha de campeão!
4. O que se passa com a Académica? Tive oportunidade de assistir ao Académica-Paços de Ferreira ao vivo e pude constatar que esta Académica nada tem que ver com a da primeira volta. Macia, trapalhona no ataque, permeável defensivamente e nervosa quando é hora de decidir. Ficam os registos para a Liga(negativos, nem os empates com Benfica e Porto os podem apagar): A Académica não vence em casa desde Setembro, não marca em casa desde Dezembro e não vence um único jogo desde Dezembro( Olhanense, fora). Um registo que merece reflexão por parte dos responsáveis do clube, nomeadamente o treinador Pedro Emanuel. A época não acabou com a ida ao Jamor...
5. Fabrice Muamba. É, incontornavelmente, o nome do fim-de-semana. Infelizmente. Fabrice Muamba, jovem médio internacional inglês do Bolton, sofreu um ataque cardíaco durante o jogo frente ao Tottenham, em White Hart Lane, a contar para a Taça de Inglaterra. De repente, vieram-nos à memória Feher, Puerta, Serginho ou Foé. Segundo as últimas informações, já desta segunda-feira, Muamba continua em estado de coma, no entanto mexendo já um pouco os braços e pernas. Oxalá ele recupere. Assim como Eric Abidal, lateral esquerdo do Barcelona, que terá de efectuar uma delicada operação de transplantação do fígado. São estes momentos que unem o mundo do futebol e é aqui que vemos como, no fundo, somos todos parte de uma família e de uma mesma causa.
6. "Derbies" muito quentes na Turquia e Grécia. Sábado, em Istambul, Fenerbahçe-Galatasaray. Tantas estrelas a brilhar sobre o relvado do Sukru Saracoglu: nos da casa, Moussa Sow( que golão, de pontapé-de-bicicleta!), Alex, Reto Ziegler, Cristian, Stoch ou Yobo. No Galatasaray, Muslera, Eboué, Selcuk Inan, Ujfalusi, Elmander, entre outros. 2-2 foi o resultado, bom espectáculo. Grande resposta dos forasteiros ao melhor início do Fenerbahçe( aos 15 minutos, já venciam 2-0). Na Grécia, violência a marcar o clássico entre Panathinaikos e Olympiakos. Jogo terminou antes do tempo( 83 minutos), quando o Olympiakos vencia por 1-0. Mais uma vez a experiência e maior qualidade dos forasteiros fizeram a diferença. No entanto, a equipa de Jesualdo pode-se queixar da arbitragem nos últimos jogos, dado importante que a fez perder a liderança. E que fez perder a paciência aos adeptos, que incendiaram o ambiente e as bancadas( literalmente).
7. Com Santi Cazorla a vida pode ser maravilhosa. Já dizia o grande "periodista" desportivo espanhol, entretanto falecido, Andrés Montés, que " a vida pode ser maravilhosa". Isto, curiosamente, antes de uma Mundial que nem correu muito bem às cores espanholas( 2006). Eu acrescento: com Santi Cazorla a vida pode ser maravilhosa. Que grande exibição e que grande golo, de livre directo, já no tempo de compensação, a empatar o jogo Real Madrid-Málaga. Muito ganham os malaguenhos com um jogador desta craveira, desta classe e irreverência. Quase que me apetece dizer: Málaga é Cazorla +10!
8. Grande luta em Itália. Um Milan tranquilamente instalado na poltrona venceu 2-0 em Parma. Aqui é quase Ibra+10. Já a Juve regressou aos triunfos, 5 jogos depois, com vitória gorda em Florença por 5-0. 4 pontos de diferença entre ambos, numa luta que está bem interessante!
2. Bento não tem os olhos totalmente fechados... Apesar da questão-Viana, Paulo Bento tem acertado numa coisa: dar confiança ao jovem Nélson Oliveira, que se assume neste momento como um dos candidatos a avançado-centro da Selecção no Europeu. E olhando para as outras opções, parece-me, apesar da idade e pouca experiência, a mais credível. Esta jornada, estreia a titular na Liga e assistência de calcanhar para o terceiro golo do Benfica, frente ao Beira-Mar. Nem tudo foram rosas, mas este jovem vai jogando, crescendo e não duvido que vai ter um futuro risonho pela frente.
3. O Principe(zão) Helton. Se não é o guarda-redes( e guia " espiritual") deste FC Porto, os " dragões" teriam saído sem a vitória da Choupana. Venceram 2-0, com bons momentos na 1ª parte, especialmente quando Lucho e Moutinho se soltaram. Na segunda parte, bom início, mau desenrolar. Os "azuis-e-brancos" perderam o meio-campo e deixaram de atacar durante um largo período de tempo. Aproveitou o Nacional, inteligentemente orientado por Pedro Caixinha, para criar perigo( e muito!) e deixar Vítor Pereira à beira de uma ataque de nervos. Valeu Helton, com várias boas intervenções que salvaram os portistas nesta deslocação muito difícil. Uma vitória, literalmente, com estrelinha de campeão!
4. O que se passa com a Académica? Tive oportunidade de assistir ao Académica-Paços de Ferreira ao vivo e pude constatar que esta Académica nada tem que ver com a da primeira volta. Macia, trapalhona no ataque, permeável defensivamente e nervosa quando é hora de decidir. Ficam os registos para a Liga(negativos, nem os empates com Benfica e Porto os podem apagar): A Académica não vence em casa desde Setembro, não marca em casa desde Dezembro e não vence um único jogo desde Dezembro( Olhanense, fora). Um registo que merece reflexão por parte dos responsáveis do clube, nomeadamente o treinador Pedro Emanuel. A época não acabou com a ida ao Jamor...
5. Fabrice Muamba. É, incontornavelmente, o nome do fim-de-semana. Infelizmente. Fabrice Muamba, jovem médio internacional inglês do Bolton, sofreu um ataque cardíaco durante o jogo frente ao Tottenham, em White Hart Lane, a contar para a Taça de Inglaterra. De repente, vieram-nos à memória Feher, Puerta, Serginho ou Foé. Segundo as últimas informações, já desta segunda-feira, Muamba continua em estado de coma, no entanto mexendo já um pouco os braços e pernas. Oxalá ele recupere. Assim como Eric Abidal, lateral esquerdo do Barcelona, que terá de efectuar uma delicada operação de transplantação do fígado. São estes momentos que unem o mundo do futebol e é aqui que vemos como, no fundo, somos todos parte de uma família e de uma mesma causa.
6. "Derbies" muito quentes na Turquia e Grécia. Sábado, em Istambul, Fenerbahçe-Galatasaray. Tantas estrelas a brilhar sobre o relvado do Sukru Saracoglu: nos da casa, Moussa Sow( que golão, de pontapé-de-bicicleta!), Alex, Reto Ziegler, Cristian, Stoch ou Yobo. No Galatasaray, Muslera, Eboué, Selcuk Inan, Ujfalusi, Elmander, entre outros. 2-2 foi o resultado, bom espectáculo. Grande resposta dos forasteiros ao melhor início do Fenerbahçe( aos 15 minutos, já venciam 2-0). Na Grécia, violência a marcar o clássico entre Panathinaikos e Olympiakos. Jogo terminou antes do tempo( 83 minutos), quando o Olympiakos vencia por 1-0. Mais uma vez a experiência e maior qualidade dos forasteiros fizeram a diferença. No entanto, a equipa de Jesualdo pode-se queixar da arbitragem nos últimos jogos, dado importante que a fez perder a liderança. E que fez perder a paciência aos adeptos, que incendiaram o ambiente e as bancadas( literalmente).
7. Com Santi Cazorla a vida pode ser maravilhosa. Já dizia o grande "periodista" desportivo espanhol, entretanto falecido, Andrés Montés, que " a vida pode ser maravilhosa". Isto, curiosamente, antes de uma Mundial que nem correu muito bem às cores espanholas( 2006). Eu acrescento: com Santi Cazorla a vida pode ser maravilhosa. Que grande exibição e que grande golo, de livre directo, já no tempo de compensação, a empatar o jogo Real Madrid-Málaga. Muito ganham os malaguenhos com um jogador desta craveira, desta classe e irreverência. Quase que me apetece dizer: Málaga é Cazorla +10!
8. Grande luta em Itália. Um Milan tranquilamente instalado na poltrona venceu 2-0 em Parma. Aqui é quase Ibra+10. Já a Juve regressou aos triunfos, 5 jogos depois, com vitória gorda em Florença por 5-0. 4 pontos de diferença entre ambos, numa luta que está bem interessante!
segunda-feira, 12 de março de 2012
Apontamentos do fim-de-semana( 12/3/2012): De um Porto tremido a uma Buenos Aires em chamas passando pela incandescente Luz parisiense
1. Luta mais renhida dos últimos anos na nossa Liga. Depois de um clássico em que o FC Porto bateu o Benfica em toda a linha, temos, no imediato, uma jornada-surpresa em que os "dragões" perdem pontos e vêem bracarenses e "encarnados" já a um ponto. FC Porto empatou em casa com a Académica(1-1), após uma primeira parte que mostrou o pior e mais sonolento dragão da época. Já Braga e Benfica bateram os seus adversários( União de Leiria e Paços, respectivamente), pelo mesmo resultado: 2-1. Vitórias sofridas mas justas de ambos os conjuntos. Continua assim a luta pelo título, bem interessante!
2. Sporting ressuscitado pelo Coração de Leão. Alvalade voltou a ser um vulcão, um misto de emoções e alegrias incandescentes, isto depois de duas exibições de gala. Primeiro, quinta-feira, frente ao todo-poderoso Manchester City, jogo que terminou com a vitória dos "leões" por 1-0. Ontem à noite, continuação da festa com mão-cheia aplicada a um Vitória de Guimarães que passa por momentos delicados do ponto de vista financeiro. Exibições de grande classe de elementos como Izmailov, Matias ou o regressado Jeffrén, que apontou dois golos nesta maravilhosa noite do leão. Muito mérito de Sá Pinto. O Coração de Leão voltou, a alegria também e este Sporting está de volta aos grandes espectáculos. Que bom para o futebol!
3. Olhanense 4-4 Nacional: que fenómeno passou por Olhão? Querem resposta a esta pergunta? Efectivamente não vi o jogo, mas sabe-se que o resultado foi justo, que houve grande entrega de ambas as partes e que os insulares estiveram quatro vezes em desvantagem e recuperaram o empate em outras tantas. O segredo? Terá sido a ausência de ambos os treinadores, castigados? Não sei responder, mais uma vez. São fenómenos bonitos, mas raros. Abençoados se sintam os 1820 espectadores que se deslocaram ontem à tarde ao José Arcanjo.
4. Repentismo, irreverência, finta, talento nos pés. São tudo qualidades de Christian Atsu, jovem extremo ganês emprestado pelo FC Porto ao Rio Ave e que ontem ajudou com um golo e grande exibição a bater o Vitória de Setúbal por 3-0. Aos 20 anos apresenta-se como um valor seguro para o plantel azul-e-branco, num futuro muito próximo. Bons produtos vão aparecendo nas escolas dos "grandes". Atsu é um deles, não merece ser desaproveitado.
5. A inteligência do Swansea. Roberto Mancini, treinador do Manchester City, deverá achar, como Ludwig, que " muitas vezes a inteligência é incómoda como uma lamparina num quarto". Neste caso refiro-me à inteligência da equipa do Swansea City e do seu treinador Brendan Rodgers, dos quais já falei esta época. No confronto entre ambos, ontem à tarde, vigorou a lei do mais inteligente. Um Swansea inteligente no controlo de jogo, uma equipa que gosta de ter a bola pois, tal como diz o seu treinador, ter a posse é aumentar as probabilidades de ganhar. E ganhou, 1-0, golo perto do fim, numa altura em que, curiosamente, a sua equipa, talvez por acumular algum desgaste, tinha menos posse. O segredo no Swansea é ter a bola, jogar inteligentemente e saber ser feliz. Belo meio-campo, com dois recuperadores exímios( Britton e Allen) atrás e o criativo Sigurdsson mais à frente. Ataque constituído por alas rápidos e um ponta-de-lança( Graham) eficaz. Atrás, laterais seguros, centrais fortes e um guarda-redes internacional holandês( Vorm), com grandes reflexos. Bela revelação nesta Premier League, à atenção de todos;
6. Bons momentos de PSG. Tirei um pouco do fim-de-semana para voltar a observar com atenção a equipa do Paris Saint-Germain. Lidera em França, numa disputa, no entanto, super equilibrada com o belíssimo Montpellier. Ontem, em Dijon, gostei de ver o futebol de posse até à expulsão de Sissoko( minuto 40). Sempre com bola, tentando sair de trás, onde temos uma dupla muito possante( Sissoko- Matuidi), que recupera muito bem o esférico e o transfere para a zona ofensiva onde aparecem Nené à direita, Pastore no meio e Menez na esquerda. Nené, por exemplo, está num excelente momento de forma e é um jogador que, com espaços, cria facilmente desequilíbrios. Foi pena, de facto, a expulsão injusta de Sissoko, que afastou o PSG deste jogo mais construído e com constantes trocas de bola. No segundo tempo tudo foi diferente e a equipa jogou mais em contra-ataque, no entanto, com notável eficácia. Ganharam 2-1, depois de boa réplica do Dijon. Ficam ainda assim bons apontamentos dos parisienses, tanto com como sem bola.
7. Bayern bipolar. Curioso ver como o Bayern de Munique passa por várias fases durante uma época. Já os vi fazer exibições muito boas, muito más, a jogar bem e perder, jogar mal e ganhar. Este fim-de-semana vi este Bayern triturar uma frágil equipa do Hoffenheim. O resultado foi 7-1. Tremenda primeira parte finalizou com 5-0. Kroos, Ribery, Muller, Robben e Gomez, num dia sim, são capazes de destruir um adversário. Parece fácil, mas exige alguns dos melhores executantes do mundo e muita preparação. Assim dá gosto ver a equipa de Jupp Heyneckes!
8. Olha quem é ele, o desaparecido Inter voltou a ganhar! Depois de tempos de miséria incrível, o Inter de Ranieri voltou às vitórias. Marcaram Samuel e Milito, perto do fim, frente ao Chievo. Atitude claramente melhor que noutras partidas, mais bola, mais oportunidades. Este Inter mereceu ser feliz. Com Sneijder na sua posição natural, a história é diferente!
9. Messi e Ronaldo, o duelo de titãs continua. Ambos bisaram esta jornada e mantém duelo aceso. Duelo entre dois grandes jogadores claramente. Mas se um é muito bom, o outro é de outra galáxia. Falo, obviamente, de Leo Messi. 7 golos nos últimos 2 jogos, alguns deles fascinantes. É um poeta, um artista que trata a bola com leveza e carinho. Ronaldo é velocidade, ritmo elevado, muitos golos também embora não fascine como o astro argentino. Seria, no entanto, bom sinal que o prémio de Melhor do Ano fosse para Ronaldo. Sinal de que algo correria muito bem na Polónia e Ucrânia...
10. Boca Juniors 4-5 Independiente: hino ao futebol na" catedral" da Bombonera. Foi um jogo incrível, que tive a sorte de acompanhar. Um clássico do futebol argentino teve a seguinte ordem de marcador: 0-2, 1-3, 4-3, 4-5. Absolutamente brilhante. Ex-portista Farías contribuiu com um "hat-trick", sendo que o último golo foi um chapéu surpreendente( quem o viu jogar em Portugal não imagina...). Do lado do Boca, o ex-Beira Mar Tanque Silva foi demasiado perdulário e continua sem marcar de Xeneize ao peito. Gostei ainda do duelo Milito-Riquelme. Dois jogadores internacionais, experientes, mostram agora toda a sua classe no seu país. Por último, referência a outro duelo curioso: a jovem promessa do Independiente " Patito" Rodríguez( é bom de bola, tecnicista, fez gatos-sapato de alguns jogadores do Boca) de 21 anos contra o experiente central do Boca Schiavi, de 39 anos.Veterania e irreverência lado a lado, num estádio de sonho, catedral máxima do futebol argentino, palco de um dos melhores jogos dos últimos tempos.
2. Sporting ressuscitado pelo Coração de Leão. Alvalade voltou a ser um vulcão, um misto de emoções e alegrias incandescentes, isto depois de duas exibições de gala. Primeiro, quinta-feira, frente ao todo-poderoso Manchester City, jogo que terminou com a vitória dos "leões" por 1-0. Ontem à noite, continuação da festa com mão-cheia aplicada a um Vitória de Guimarães que passa por momentos delicados do ponto de vista financeiro. Exibições de grande classe de elementos como Izmailov, Matias ou o regressado Jeffrén, que apontou dois golos nesta maravilhosa noite do leão. Muito mérito de Sá Pinto. O Coração de Leão voltou, a alegria também e este Sporting está de volta aos grandes espectáculos. Que bom para o futebol!
3. Olhanense 4-4 Nacional: que fenómeno passou por Olhão? Querem resposta a esta pergunta? Efectivamente não vi o jogo, mas sabe-se que o resultado foi justo, que houve grande entrega de ambas as partes e que os insulares estiveram quatro vezes em desvantagem e recuperaram o empate em outras tantas. O segredo? Terá sido a ausência de ambos os treinadores, castigados? Não sei responder, mais uma vez. São fenómenos bonitos, mas raros. Abençoados se sintam os 1820 espectadores que se deslocaram ontem à tarde ao José Arcanjo.
4. Repentismo, irreverência, finta, talento nos pés. São tudo qualidades de Christian Atsu, jovem extremo ganês emprestado pelo FC Porto ao Rio Ave e que ontem ajudou com um golo e grande exibição a bater o Vitória de Setúbal por 3-0. Aos 20 anos apresenta-se como um valor seguro para o plantel azul-e-branco, num futuro muito próximo. Bons produtos vão aparecendo nas escolas dos "grandes". Atsu é um deles, não merece ser desaproveitado.
5. A inteligência do Swansea. Roberto Mancini, treinador do Manchester City, deverá achar, como Ludwig, que " muitas vezes a inteligência é incómoda como uma lamparina num quarto". Neste caso refiro-me à inteligência da equipa do Swansea City e do seu treinador Brendan Rodgers, dos quais já falei esta época. No confronto entre ambos, ontem à tarde, vigorou a lei do mais inteligente. Um Swansea inteligente no controlo de jogo, uma equipa que gosta de ter a bola pois, tal como diz o seu treinador, ter a posse é aumentar as probabilidades de ganhar. E ganhou, 1-0, golo perto do fim, numa altura em que, curiosamente, a sua equipa, talvez por acumular algum desgaste, tinha menos posse. O segredo no Swansea é ter a bola, jogar inteligentemente e saber ser feliz. Belo meio-campo, com dois recuperadores exímios( Britton e Allen) atrás e o criativo Sigurdsson mais à frente. Ataque constituído por alas rápidos e um ponta-de-lança( Graham) eficaz. Atrás, laterais seguros, centrais fortes e um guarda-redes internacional holandês( Vorm), com grandes reflexos. Bela revelação nesta Premier League, à atenção de todos;
6. Bons momentos de PSG. Tirei um pouco do fim-de-semana para voltar a observar com atenção a equipa do Paris Saint-Germain. Lidera em França, numa disputa, no entanto, super equilibrada com o belíssimo Montpellier. Ontem, em Dijon, gostei de ver o futebol de posse até à expulsão de Sissoko( minuto 40). Sempre com bola, tentando sair de trás, onde temos uma dupla muito possante( Sissoko- Matuidi), que recupera muito bem o esférico e o transfere para a zona ofensiva onde aparecem Nené à direita, Pastore no meio e Menez na esquerda. Nené, por exemplo, está num excelente momento de forma e é um jogador que, com espaços, cria facilmente desequilíbrios. Foi pena, de facto, a expulsão injusta de Sissoko, que afastou o PSG deste jogo mais construído e com constantes trocas de bola. No segundo tempo tudo foi diferente e a equipa jogou mais em contra-ataque, no entanto, com notável eficácia. Ganharam 2-1, depois de boa réplica do Dijon. Ficam ainda assim bons apontamentos dos parisienses, tanto com como sem bola.
7. Bayern bipolar. Curioso ver como o Bayern de Munique passa por várias fases durante uma época. Já os vi fazer exibições muito boas, muito más, a jogar bem e perder, jogar mal e ganhar. Este fim-de-semana vi este Bayern triturar uma frágil equipa do Hoffenheim. O resultado foi 7-1. Tremenda primeira parte finalizou com 5-0. Kroos, Ribery, Muller, Robben e Gomez, num dia sim, são capazes de destruir um adversário. Parece fácil, mas exige alguns dos melhores executantes do mundo e muita preparação. Assim dá gosto ver a equipa de Jupp Heyneckes!
8. Olha quem é ele, o desaparecido Inter voltou a ganhar! Depois de tempos de miséria incrível, o Inter de Ranieri voltou às vitórias. Marcaram Samuel e Milito, perto do fim, frente ao Chievo. Atitude claramente melhor que noutras partidas, mais bola, mais oportunidades. Este Inter mereceu ser feliz. Com Sneijder na sua posição natural, a história é diferente!
9. Messi e Ronaldo, o duelo de titãs continua. Ambos bisaram esta jornada e mantém duelo aceso. Duelo entre dois grandes jogadores claramente. Mas se um é muito bom, o outro é de outra galáxia. Falo, obviamente, de Leo Messi. 7 golos nos últimos 2 jogos, alguns deles fascinantes. É um poeta, um artista que trata a bola com leveza e carinho. Ronaldo é velocidade, ritmo elevado, muitos golos também embora não fascine como o astro argentino. Seria, no entanto, bom sinal que o prémio de Melhor do Ano fosse para Ronaldo. Sinal de que algo correria muito bem na Polónia e Ucrânia...
10. Boca Juniors 4-5 Independiente: hino ao futebol na" catedral" da Bombonera. Foi um jogo incrível, que tive a sorte de acompanhar. Um clássico do futebol argentino teve a seguinte ordem de marcador: 0-2, 1-3, 4-3, 4-5. Absolutamente brilhante. Ex-portista Farías contribuiu com um "hat-trick", sendo que o último golo foi um chapéu surpreendente( quem o viu jogar em Portugal não imagina...). Do lado do Boca, o ex-Beira Mar Tanque Silva foi demasiado perdulário e continua sem marcar de Xeneize ao peito. Gostei ainda do duelo Milito-Riquelme. Dois jogadores internacionais, experientes, mostram agora toda a sua classe no seu país. Por último, referência a outro duelo curioso: a jovem promessa do Independiente " Patito" Rodríguez( é bom de bola, tecnicista, fez gatos-sapato de alguns jogadores do Boca) de 21 anos contra o experiente central do Boca Schiavi, de 39 anos.Veterania e irreverência lado a lado, num estádio de sonho, catedral máxima do futebol argentino, palco de um dos melhores jogos dos últimos tempos.
segunda-feira, 5 de março de 2012
Apontamentos do fim-de-semana(5/3/2012): De um clássico quente a um clássico frio passando pela mágica Cidade Eterna
1. Benfica-FC Porto. Bom clássico o de sexta-feira. Teve golos, emoção, polémica e duas boas equipas em confronto. O mal-amado Vítor Pereira ganhou em toda a linha a Jorge Jesus. Desde o início que o Porto deu indícios de ser a equipa que queria mais vencer este jogo. Penso que mereceu. Fantásticas exibições do cansado James, do polvo Fernando( tal como James, esteve em 2 golos) e da nova coqueluche Maicon. Meio-campo azul-e-branco funcionou muito bem durante quase todo o jogo. No Benfica destacaria a improvisação e irreverência de Nolito e a veia goleadora do mal-amado Cardozo. Arbitragem com erros graves para ambos os lados. Ah, caso não saiba, 3-2 foi o resultado. FC Porto em vantagem na pole position para o título.
2. Braguinha passou a Bragão. Estará Leonardo Jardim numa óptica bierciana( Bierce foi um escritor e ensaísta norte-americano do início do século passado, para que conste) a ser absurdo? Segundo este autor, o absurdo era a manifestação de uma convicção contrária à nossa própria opinião. Ou será que Jardim não acredita mesmo na hipótese título? Qualquer que seja a resposta para cada uma destas questões uma convicção eu tenho( e não é absurda, não senhor): Leonardo Jardim é grande treinador e dentro de pouco tempo estará num grande. Esta estratégia de bluffer pode não parecer atractiva mas tem dado resultado. 2ºlugar em igualdade pontual com o outrora líder Benfica e 3 pontos de diferença para o campeão( de 2011, atenção) FC Porto. Futebol atractivo e consistente. Este é o Braga 2011/2012, única equipa com 10 vitórias seguidas na Liga. Eu, se fosse Jardim, também preferia continuar a ser absurdo...
3. A primeira de Sá Pinto. E ao fim de 4 jogos o Sporting de Sá Pinto perdeu o primeiro jogo. Depois de três 1-0 algo sombrios e um empate na Polónia os leões voltaram às derrotas, numa demonstração pálida de futebol de um leão claramente em cuidados paliativos. Tudo parece confuso, afinal, tudo parece um erro, parece que o planeamento e o entusiasmo de início de época foram em vão. 11 pontos para Benfica e Braga irão, irremediavelmente, afastar os leões da Champions por mais um ano. Resta fechar o campeonato com honra e tentar vencer a Taça. E mesmo isto, não será tarefa fácil...
4. Roma-Lazio. Um dos clássicos mais belos do futebol mundial, teve ontem mais um capítulo. Ganhou a Lazio, repetindo assim o 2-1 da primeira volta. Roma de Luis Enrique tem-se revelado inconsistente. Já lhes consegui ver momentos muito bons de futebol, com toque "barcelonístico", mas depois temos jogos, como o de ontem, em que nada parece sair bem e onde só se vê vontade e muita ansiedade. Já a Lazio tem em elementos como Matuzalém ou Hernanes enormes mais-valias. O primeiro foi ontem um " cão-de-caça", exímio recuperador de bolas. O segundo, apesar de vários lances perdidos, é o ponto de encontro entre o meio-campo recuado e um ataque onde pontifica o experiente Klose. PS: Um dos meus jogadores favoritos para este clássico, Erik Lamela, da Roma, saiu mais cedo, depois da expulsão do guarda-redes Stekelenburg. Toda uma pena, naquele que poderia ter sido o clássico da sua afirmação.
5. Ola John e Luuk de Jong: olho nesta dupla do Twente. Recentemente convocados para a selecção holandesa, prometem mostrar-se em breve em grandes palcos. Ola John é extremo-esquerdo, tem 19 anos e tem feito uma grande época. Leva 7 golos apontados no campeonato. Luuk de Jong é um avançado-centro, dois anos mais velho que John. Já apontou 26 golos esta época. O primeiro é um jogador rápido, criativo, de finta fácil, flecte bem para dentro, além da capacidade de arrancar óptimos cruzamentos e rematar, especialmente vindo da ala para a zona frontal. Já De Jong é uma das boas promessas entre os avançados holandeses. Tem 1,88, remata e cabeceia bem, e é um jogador que, geralmente, aparece muito bem posicionado. Têm de crescer futebolisticamente( a Liga holandesa é território fértil em várias jovens promessas, embora falte a competitividade das ligas maiores) mas vejo desde já muito boas qualidades e potencial para chegarem longe. Mais duas belas promessas da terra das Tulipas, observadas ontem na goleada do Twente sobre o PSV(6-2).
6. Susaeta, elemento-chave do Athletic Bilbao. Markel Susaeta está cada vez mais jogador. O médio-ala do Athletic Bilbao de Bielsa resolveu com dois golos o dérbi de ontem contra a Real Sociedad. Tem desborde, como dizem os espanhóis, sabe fintar, é rápido e apoia bem o ataque. Leva 41 jogos esta época, prova de regularidade deste jogador de 24 anos. Juntamente com Muniain e Llorente, formam uma tripla entusiasmante, que mistura velocidade, técnica e eficácia em frente à baliza.
7. Outro ala que me entusiasma em Espanha: Jesus Navas. O jovem internacional espanhol parece não querer sair do Sevilha. No entanto, acho que aquele é o seu habitat natural, raiz do seu crescimento enquanto futebolista. Navas sente-se bem na banda direita do Sanchez Pizjuán, com a Biris Norte a apoiá-lo ao fundo. É um jogador rapidíssimo, autêntico Speedy González do futebol. Sem ele o Sevilha perde alma, perde aquela sua característica de equipa representante de um estilo intenso, rápido, puramente latino. No entanto, gostaria de o ver noutros relvados, no fundo, para confirmar se o seu talento só funciona ali, no tal habitat natural, ou se, por outro lado, consegue mostrar a mesma rapidez e técnica elaborada noutro local, quiçá completamente distinto...
8. Como uma simples substituição muda um jogo... Não, não vou falar da entrada de James no clássico Benfica-FC Porto. Vou falar, isso sim, da entrada de Derdiyok, avançado suíço do Bayer Leverkusen, para o lugar do central Friedrich, ao intervalo do Bayer Leverkusen-Bayern Munique, deste último sábado. Como exemplo para mostrar que o Leverkusen, com dois avançados e quatro médios, ficou melhor servido do que em 4-2-3-1. Castro, médio direito desse 4-2-3-1 recuou para lateral direito, jogando a habitual dupla de médios mais recuados( Reinartz-Bender, já falei deles a semana passada) um pouco mais avançada, lançando o criativo Renato Augusto( grande visão de jogo, é o condutor do fio de jogo do Bayer, belo exemplo do jogador brasileiro que resultou no imediato lá fora) um pouco mais na direita. O Leverkusen conseguiu, então, aproveitar os desequilíbrios criados pelo balanceamento de um Bayern muito ofensivo mas pouco eficaz e deu o golpe em contra-ataque, com 2 golos nos últimos 10 minutos. O segredo esteve na colocação da dupla de avançados, com dois bons médios-alas, lançados por Bender atrás, e que conseguiram baralhar o espaço defensivo do Bayern, claramente a zona da equipa menos equilibrada, até porque muitas vezes os laterais tinham subido e da dupla( Alaba-Luiz Gustavo) do meio-campo só o brasileiro Gustavo ajudava no trabalho defensivo. Boa vitória do Bayer, perante um perdulário Bayern Munique, especialmente na primeira parte.
2. Braguinha passou a Bragão. Estará Leonardo Jardim numa óptica bierciana( Bierce foi um escritor e ensaísta norte-americano do início do século passado, para que conste) a ser absurdo? Segundo este autor, o absurdo era a manifestação de uma convicção contrária à nossa própria opinião. Ou será que Jardim não acredita mesmo na hipótese título? Qualquer que seja a resposta para cada uma destas questões uma convicção eu tenho( e não é absurda, não senhor): Leonardo Jardim é grande treinador e dentro de pouco tempo estará num grande. Esta estratégia de bluffer pode não parecer atractiva mas tem dado resultado. 2ºlugar em igualdade pontual com o outrora líder Benfica e 3 pontos de diferença para o campeão( de 2011, atenção) FC Porto. Futebol atractivo e consistente. Este é o Braga 2011/2012, única equipa com 10 vitórias seguidas na Liga. Eu, se fosse Jardim, também preferia continuar a ser absurdo...
3. A primeira de Sá Pinto. E ao fim de 4 jogos o Sporting de Sá Pinto perdeu o primeiro jogo. Depois de três 1-0 algo sombrios e um empate na Polónia os leões voltaram às derrotas, numa demonstração pálida de futebol de um leão claramente em cuidados paliativos. Tudo parece confuso, afinal, tudo parece um erro, parece que o planeamento e o entusiasmo de início de época foram em vão. 11 pontos para Benfica e Braga irão, irremediavelmente, afastar os leões da Champions por mais um ano. Resta fechar o campeonato com honra e tentar vencer a Taça. E mesmo isto, não será tarefa fácil...
4. Roma-Lazio. Um dos clássicos mais belos do futebol mundial, teve ontem mais um capítulo. Ganhou a Lazio, repetindo assim o 2-1 da primeira volta. Roma de Luis Enrique tem-se revelado inconsistente. Já lhes consegui ver momentos muito bons de futebol, com toque "barcelonístico", mas depois temos jogos, como o de ontem, em que nada parece sair bem e onde só se vê vontade e muita ansiedade. Já a Lazio tem em elementos como Matuzalém ou Hernanes enormes mais-valias. O primeiro foi ontem um " cão-de-caça", exímio recuperador de bolas. O segundo, apesar de vários lances perdidos, é o ponto de encontro entre o meio-campo recuado e um ataque onde pontifica o experiente Klose. PS: Um dos meus jogadores favoritos para este clássico, Erik Lamela, da Roma, saiu mais cedo, depois da expulsão do guarda-redes Stekelenburg. Toda uma pena, naquele que poderia ter sido o clássico da sua afirmação.
5. Ola John e Luuk de Jong: olho nesta dupla do Twente. Recentemente convocados para a selecção holandesa, prometem mostrar-se em breve em grandes palcos. Ola John é extremo-esquerdo, tem 19 anos e tem feito uma grande época. Leva 7 golos apontados no campeonato. Luuk de Jong é um avançado-centro, dois anos mais velho que John. Já apontou 26 golos esta época. O primeiro é um jogador rápido, criativo, de finta fácil, flecte bem para dentro, além da capacidade de arrancar óptimos cruzamentos e rematar, especialmente vindo da ala para a zona frontal. Já De Jong é uma das boas promessas entre os avançados holandeses. Tem 1,88, remata e cabeceia bem, e é um jogador que, geralmente, aparece muito bem posicionado. Têm de crescer futebolisticamente( a Liga holandesa é território fértil em várias jovens promessas, embora falte a competitividade das ligas maiores) mas vejo desde já muito boas qualidades e potencial para chegarem longe. Mais duas belas promessas da terra das Tulipas, observadas ontem na goleada do Twente sobre o PSV(6-2).
6. Susaeta, elemento-chave do Athletic Bilbao. Markel Susaeta está cada vez mais jogador. O médio-ala do Athletic Bilbao de Bielsa resolveu com dois golos o dérbi de ontem contra a Real Sociedad. Tem desborde, como dizem os espanhóis, sabe fintar, é rápido e apoia bem o ataque. Leva 41 jogos esta época, prova de regularidade deste jogador de 24 anos. Juntamente com Muniain e Llorente, formam uma tripla entusiasmante, que mistura velocidade, técnica e eficácia em frente à baliza.
7. Outro ala que me entusiasma em Espanha: Jesus Navas. O jovem internacional espanhol parece não querer sair do Sevilha. No entanto, acho que aquele é o seu habitat natural, raiz do seu crescimento enquanto futebolista. Navas sente-se bem na banda direita do Sanchez Pizjuán, com a Biris Norte a apoiá-lo ao fundo. É um jogador rapidíssimo, autêntico Speedy González do futebol. Sem ele o Sevilha perde alma, perde aquela sua característica de equipa representante de um estilo intenso, rápido, puramente latino. No entanto, gostaria de o ver noutros relvados, no fundo, para confirmar se o seu talento só funciona ali, no tal habitat natural, ou se, por outro lado, consegue mostrar a mesma rapidez e técnica elaborada noutro local, quiçá completamente distinto...
8. Como uma simples substituição muda um jogo... Não, não vou falar da entrada de James no clássico Benfica-FC Porto. Vou falar, isso sim, da entrada de Derdiyok, avançado suíço do Bayer Leverkusen, para o lugar do central Friedrich, ao intervalo do Bayer Leverkusen-Bayern Munique, deste último sábado. Como exemplo para mostrar que o Leverkusen, com dois avançados e quatro médios, ficou melhor servido do que em 4-2-3-1. Castro, médio direito desse 4-2-3-1 recuou para lateral direito, jogando a habitual dupla de médios mais recuados( Reinartz-Bender, já falei deles a semana passada) um pouco mais avançada, lançando o criativo Renato Augusto( grande visão de jogo, é o condutor do fio de jogo do Bayer, belo exemplo do jogador brasileiro que resultou no imediato lá fora) um pouco mais na direita. O Leverkusen conseguiu, então, aproveitar os desequilíbrios criados pelo balanceamento de um Bayern muito ofensivo mas pouco eficaz e deu o golpe em contra-ataque, com 2 golos nos últimos 10 minutos. O segredo esteve na colocação da dupla de avançados, com dois bons médios-alas, lançados por Bender atrás, e que conseguiram baralhar o espaço defensivo do Bayern, claramente a zona da equipa menos equilibrada, até porque muitas vezes os laterais tinham subido e da dupla( Alaba-Luiz Gustavo) do meio-campo só o brasileiro Gustavo ajudava no trabalho defensivo. Boa vitória do Bayer, perante um perdulário Bayern Munique, especialmente na primeira parte.
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