quinta-feira, 20 de junho de 2013

15 jogadores a seguir no Campeonato do Mundo de Sub-20

Começa mais um Mundial Sub-20, uma das competições mais apelativas para os departamentos de scouting dos maiores clubes do mundo (e não só...). Outrora conhecida como Mundial júnior, a prova, organizada pela FIFA, já revelou estrelas como Maradona (em 1977), Prosinecki (1987), Luís Figo (1991), Xavi (1999), Messi (2005), Aguero (2007) ou, mais recentemente, Óscar (2011), entre muitos outros grandes nomes do futebol mundial.

A edição de 2013 tem o aliciante habitual desta competição, ou seja, a presença de alguns dos mais promissores futebolistas da actualidade. Muitos deles já são, aliás, figuras de cartaz em grandes ligas europeias. Outros não tanto e este Mundial pode fazê-los passar para debaixo das luzes da ribalta. Decidimos apresentar-vos 15 craques, alguns mais conhecidos, outros menos, que o Futebol Mundial acha que podem ser figuras no Mundial da Turquia. Anotem e desfrutem destas pérolas, porque um dia poderão estar no topo do mundo e certamente quererão recordar-se do começo das suas carreiras:

Bruma (Portugal/Sporting): Chamado à última hora por Edgar Borges, o extremo sportinguista chega num momento de forma muito bom a este Mundial. Depois de ter sido o herói dos sub-19 no apuramento para o Europeu da categoria, foi promovido um escalão, não só pelo trabalho na Selecção jovem, como também pela excelente segunda metade de época realizada no Sporting, sob o comando de Jesualdo Ferreira. Extremo potente, muito hábil com a bola e estonteante no um-para-um, Bruma pode tornar-se numa das figuras desta selecção sub-20, tomando o relevo da estrela de 2011, Nélson Oliveira. Numa selecção recheada de jogadores talentosos (João Mário, Tozé, Esgaio ou André Gomes, por exemplo), Bruma é o aditivo que faltava. Precisa de melhorar defensivamente, no entanto, no ataque, é difícil pará-lo. Pode ter nesta competição o ponto alto de um ano excepcional.
Geoffrey Kondogbia (França/Sevilha): Um dos médios-defensivos mais promissores do futebol europeu. Poderíamos também ter destacado o sobejamente conhecido Paul Pogba (Juventus), mas a escolha recaiu no jovem recrutado o ano passado pelo Sevilha ao RC Lens. Muito poderoso fiscamente (1,88m), Kondogbia é fortíssimo nas bolas divididas e é um jogador muito inteligente a defender. Apesar da aparência algo tosca, demonstra ter muito critério com a bola nos pés, conseguindo galopar metros com ela em sua posse ou encontrando-lhe o melhor destino através de um bom passe. Um trinco robusto mas com um nível técnico muito interessante. Equilibra, fecha e dá saída de bola. Diz-se que o Real Madrid já o tem debaixo da mira. Ao vê-lo em campo, percebe-se perfeitamente o porquê.
Saleh Gomaa (Egipto/Enppi): A maior pérola da nova geração do futebol egípcio. Saleh Gomaa, 19 anos, médio-centro de características ofensivas, foi uma das maiores revelações das últimas competições jovens de selecções em África (foi, aliás, considerado o MVP da última CAN sub-20, disputada em Março passado). Comparado pelos egípcios a Iniesta, Gomaa é um médio bastante criativo, com um controlo de bola notável e uma capacidade de transportá-la em progressão muito interessante para um jogador da sua idade. Tecnicamente, é um jogador que se destaca claramente dos demais. Poderá estar de partida para o Borussia Dortmund no final desta competição. Bem trabalhado por Jurgen Klopp, teria todas as condições para saltar rapidamente para a ribalta do futebol mundial!
Igor Lichnovsky (Chile/Universidade de Chile): Uma das principais figuras da selecção chilena no último Torneio Sul-Americano de sub-20. Lichnovsky, 19 anos, é um dos defesas-centrais mais interessantes a surgir no futebol sul-americano. É o esteio da defensiva chilena, um jogador de grande capacidade física (1,87m), bastante forte no desarme, rápido em antecipação e pouco dado a deslizes posicionais. Além disso, dá uma saída de bola em condições bem decentes, por norma com o pé direito. Numa selecção com talentos entusiasmantes no ataque (Castillo, Henriquez ou Rabello), Lichnovsky tem pinta de ser um dos jogadores que mais pode surpreender nesta competição.
Jorge Rojas (Paraguai/Cerro Porteño): Interessará, sobretudo aos benfiquistas, observar este Jorge Rojas no Campeonato do Mundo que agora se inicia na Turquia. Afinal, Rojas irá reforçar o plantel encarnado já na próxima temporada. Médio-ala direito, foi uma das principais revelações do Sul-Americano de Janeiro. Rápido, com boa técnica e coragem para partir para cima do adversário, Rojas é um ala/extremo que acrescenta muitas soluções ofensivas, além de possuir um bom remate de pé direito. Enquadrado numa potencial surpresa da competição (o Paraguai), Rojas pode assumir o papel de figura-maior da equipa, integrada num grupo com o México, a Grécia e o Mali.
Ante Rebic (Croácia/RNK Split): Uma das promessas mais entusiasmantes deste Mundial 2013. Ante Rebic, 19 anos, foi uma das estrelas da última Liga croata (10 golos em 29 jogos). Avançado, que tanto pode jogar no centro como na ala esquerda, mostrou qualidades tremendas esta temporada, sendo já comparado pelos seus compatriotas a Cristiano Ronaldo. Com uma velocidade de ponta assinalável, Ante Rebic acelera o jogo em qualquer momento e revela qualidades muito interessantes no um-para-um. Destro, embora remate bem de pé esquerdo, consegue livrar-se dos adversários em espaços curtos e é muito inteligente na maioria das decisões que toma. Diz-se que Bayern, Tottenham e Nápoles estão no encalço desta pérola. Mais um jogador croata aparentemente destinado ao sucesso nos próximos anos...
Gerard Deulofeu (Espanha/Barcelona): Não teve um final de época extraordinário, mas acredito que poderá ser umas das principais armas da Roja júnior neste Mundial. Deulofeu, apesar de tudo, fez um início de época tremendo ao serviço do Barcelona B (11 golos nos primeiros 4 meses da época). Foi também uma das figuras do último Europeu de sub-19 (2 golos e 3 assistências em 5 jogos). Muito hábil com a bola nos pés, Deulofeu revela grandes qualidades no drible, no um-para-um e é um jogador que, tanto nas diagonais como indo à linha para cruzar, se revela muito perigoso. Ainda está a passar por um processo de crescimento, é certo, mas não haja dúvida que é dos elementos mais promissores do futebol espanhol. Veremos onde jogará na próxima época (tem-se falado de Real Sociedad e Borussia Dortmund como hipóteses...), sendo que terá, com quase toda a certeza, oportunidades num clube de primeira linha.
Sebastián Cristóforo (Uruguai/Peñarol): Médio-centro, foi uma das figuras do excelente torneio Sul-Americano e do Peñarol recentemente consagrado campeão do Uruguai. Aos 19 anos, Sebastián Cristóforo chega a este Campeonato do Mundo num momento muito feliz da sua carreira e, certamente, em boa forma.   Um médio muito intenso nas acções, capaz tanto do ponto de vista defensivo, como a subir até à 2ª linha e aparecer em posição de remate. Jogador forte no capítulo da construção, tem na sua qualidade de passe e visão de jogo as principais características do ponto de vista ofensivo. Um médio "box-to-box", praticamente pronto a dar o salto para um bom campeonato europeu. Pode ser que aconteça no final deste Mundial...
Konstatinos Stafylidis (Grécia/PAOK): 1 ano depois de um Europeu sub-19 de sonho (finalista vencida), a Grécia apresenta-se no Mundial turco com uma geração de jogadores muito interessantes. Um deles é Konstatinos Stafylidis, uma das figuras da formação vice-campeã europeia de 2012. Lateral-esquerdo com uma projecção ofensiva destacada, Stafylidis apresenta um bom pé esquerdo e é um jogador que, bem posicionado, defende a zona com critério, mostrando bastante disponibilidade para fazer o corredor. Está de partida para o Bayer Leverkusen, depois de um ano em que completou 24 jogos oficiais (2 golos marcados) ao serviço do PAOK Salónica. Tem aqui uma boa maneira de se apresentar aos exigentes adeptos do Leverkusen. Veremos se estará ao nível do Europeu do ano passado...
Jesús Corona (México/Monterrey): Já falado para o FC Porto, Jesús Corona promete ser uma das principais atracções deste Mundial. Aos 20 anos, este médio-ofensivo/extremo do Monterrey chega à Turquia com o estatuto de estrela-maior da sempre atractiva selecção mexicana. No campeonato local, já tem um número interessante de utilizações e foi, no passado mês de Dezembro, uma das figuras do Mundial de Clubes, disputado no Japão. Extremo-direito de origem, Corona pode ainda fazer as restantes posições da 2ª linha do meio-campo ou jogar também como extremo-esquerdo. Destro, embora remate bem com o pé esquerdo, é um jogador veloz, criativo e que entra bem de fora para dentro, baralhando muitas vezes as marcações contrárias. Tecnicamente é muito interessante, costuma fazer várias assistências, precisando só de aumentar ligeiramente as suas cifras goleadoras. Está ainda a evoluir, naturalmente, mas o talento deste craque é inegável. Acompanhem-no nas próximas semanas, vai valer a pena!
Juan Quintero (Colômbia/Pescara): A grande estrela do último Campeonato Sul-Americano de sub-20. Associado a clubes como FC Porto, Benfica ou Génova, Juan Quintero entra para esta competição com o estatuto de porta-estandarte de uma talentosa geração colombiana. Boa parte do que os cafeteros forem capazes de fazer neste Mundial, está dependente da prestação do seu número 10. Jogando como enganche, Quintero é um regalo para a vista: pé esquerdo irrepreensível, que consegue colocar a bola em qualquer lado, ritmo permanente, técnica, capacidade de remate e condução de bola notável. Protegido por Seba Pérez e Leudo, fez um brilharete no já referido Torneio Sul-Americano. Veremos como será nesta competição, onde a pressão é maior e os adversários bastante competitivos. Acredito numa prova muito consistente deste criativo de toque genial.
Richmond Boakye (Gana/Sassuolo): Uma das possíveis estrelas africanas deste torneio. Depois de uma grande época ao serviço do Sassuolo (11 golos e 7 assistências em 32 jogos), onde esteve emprestado pela Juventus, Boakye procura a afirmação numa selecção ganesa que é uma espécie de incógnita nesta competição (pode surpreender ou decepcionar, tudo depende...). Poderoso fisicamente (1,85m), Boakye joga preferencialmente como avançado-centro, se bem que possa cair numa das faixas (em especial, na esquerda para potenciar o seu pé direito). Forte de cabeça e hábil com a bola, tem no seu potente disparo de pé direito um dos principais atributos. Inteligente nas movimentações e na leitura de jogo, está aqui claramente um diamante a lapidar. Felizmente está já no futebol italiano, onde as suas características físicas e técnicas resultam bem. Seguramente veremos este rapaz na Série A na próxima temporada, mas antes há que desfrutar dele ao serviço da selecção. Merece bem a pena.
Salih Ucan (Turquia/Fenerbahçe): A grande revelação da época do Fenerbahçe. Aos 19 anos, este médio-centro (que também pode jogar mais recuado ou na 2ª linha) revelou qualidades muito interessantes, sobretudo no capítulo do passe. Ambi-destro, Salih Ucan tem muita destreza com a bola nos pés, descobrindo boas linhas de passe e incorporando-se na 2ª linha com grande qualidade. Além disso, é um jogador capaz de aparecer na área, vindo de trás, para finalizar. Talento e irreverência são atributos que não faltam a este jogador, claramente apostado em fazer um grande torneio, ainda para mais jogando no seu país. Uma oportunidade clara de se mostrar ao mundo numa grande montra e de poder ficar mais próximo do salto rumo a um patamar competitivo superior.
Humam Tariq (Iraque/Al Quwa Al Jawiya FC): 17 anos. Exactamente, é esta a idade deste rapaz, que promete ser uma das boas surpresas de uma das selecções mais exóticas deste Campeonato do Mundo. Já internacional pela selecção A (acabou de rubricar interessante exibição na Austrália, na qualificação para o Mundial do Brasil), Tariq foi uma das grandes figuras da última Taça asiática de sub-19. Médio-ofensivo, pode jogar mais por dentro ou descaído na esquerda. Esquerdino, com grande controlo de bola, tem muita destreza e alguns tiques de playmaker muito interessantes. Pega na bola e tenta assumir o jogo na 2ª linha, invariavelmente. Falta-lhe só melhorar na recuperação defensiva e aumentar um pouco a intensidade nalguns momentos. É conhecido como o "Messi iraquiano" (embora o seu penteado seja mais digno de estrela sul-americana dos anos 80). Diz-se que Lille, Feyenoord ou Malmo o têm como um alvo sério para o mercado de Verão. O que, sinceramente, poderá acontecer, se conseguir destacar-se num Mundial onde os iraquianos não terão vida fácil (estão no grupo com Chile, Inglaterra e Egipto).
Chang-Hoon Kwon (Coreia do Sul/Suwon Bluewings): É o principal craque de uma das equipas do grupo de Portugal. A poucos dias de completar 19 anos, Chang-Hoon Kwon apresenta-se neste Mundial como uma das principais promessas, um jogador que merece ser seguido de perto, sobretudo pela qualidade do seu pé esquerdo. Jogador hábil e com boa qualidade de passe, pode actuar como médio-ofensivo, médio-centro e até médio-ala esquerdo. Por dentro é onde rende mais, por norma. Cruza bem, sendo que usa muito bem o pé esquerdo para bater pontapés de canto. Por vezes, recua muito no terreno e lança excelentes passes longos. Não é um jogador que opte muito pelo remate, pelo que ainda terá que evoluir desse ponto de vista. Um valor muito interessante, claramente a não perder de vista!


terça-feira, 4 de junho de 2013

Euro Sub 21: antevisão e 10 craques

Começa esta quarta-feira mais uma edição do Europeu de Sub-21. Desta feita, Israel será o país organizador, numa prova que se espera espectacular, até pelo valor das equipas envolvidas. Surgido, nestes moldes, em 1978, o campeonato europeu de sub-21 costuma ser uma importante montra de talentos. Mancini, Voller, Figo, Cech, Lampard ou Ozil foram só algumas das estrelas que despontaram neste campeonato. A edição deste ano terá várias equipas de renome e algumas formações consideradas outsiders. Passamos, de seguida, à apresentação das oito equipas que lutarão por chegar à final de Jerusalém no próximo dia 18:

Grupo A

Israel: Apesar de não ser a primeira presença em competições deste género, não tem sido normal vermos a formação israelita jogar competições deste género de forma regular. Porém, calhou ao país do Médio Oriente organizar a edição de 2013 do Europeu de Sub-21. Treinada pelo jovem Guy Luzon (no próximo ano será o treinador do Standard de Liège), a formação israelita tentará surpreender num grupo difícil e com selecções muito mais competitivas. A principal estrela de Israel é o médio Eyal Golasa, médio-centro bastante físico e com bons pés, além de possuir uma capacidade interessante para disparar de fora da área. Destacam-se ainda o promissor lateral-esquerdo Taleb Twatiha (Maccabi Haifa), o mais experiente central Ben Harush (Maccabi Netanya) e os avançados Munas Dabbur (Maccabi Tel Aviv) e Alon Turgeman (Maccabi Haifa). Nos últimos jogos particulares, a equipa apresentou ainda algumas dificuldades na construção de jogo, se bem que se tenham visto alguns argumentos em termos de contra-ataque. Uma selecção competitiva mas aparentemente longe do patamar das rivais de grupo...

Noruega: A par da Rússia, pode vir a ser uma boa candidata a surpresa da competição. Treinada por Tor Ole Skullerud, a formação norueguesa surpreendeu tudo e todos ao eliminar a favorita França no "play-off" (com uma vitória estrondosa por 5-3). Podemos dizer que esta equipa está bem apetrechada, embora saibamos que não vai poder contar com 4 jogadores importantes no início da competição: Nordtveit, Henriksen, Berisha e King estão convocados para o compromisso da selecção principal, no apuramento para o Mundial do Brasil. No entanto, há mais nomes a seguir: o talentoso médio Magnus Eikrem, o central Thomas Rogne, forte na área contrária, o médio-defensivo Konradsen ou os avançados Berget e Pedersen, fortes a segurar a bola e nos movimentos nas zonas mais adiantadas. Acredito que possam fazer um bom Europeu, mas tudo estará muito dependente do que serão capazes de fazer na estreia, frente à anfitriã Israel.

Itália: Se há selecção que tem um potencial ofensivo brutal neste Euro 2013, essa é a Itália. Immobile, Insigne, Borini, Paloschi, Sansone, Gabbiadini ou Destro poderão formar uma linha ofensiva absolutamente brutal. Isto sem esquecer o talentoso criativo Riccardo Sapponara (Brescia), que também pode jogar a segundo avançado. Orientada por Devis Mangia, a formação transalpina deixa, no entanto, algumas dúvidas do ponto de vista defensivo: à excepção dos centrais Caldirola e Capuano, faltam referências claras, jogadores com maior experiência competitiva. No meio-campo, porém, voltam os sorrisos e as certezas: Verratti será o "patrão" e terá o nobre acompanhamento de jogadores como Florenzi ou Bertolacci. Criatividade, capacidade de passe curto e longo e qualidade de remate. 3 jogadores muito fortes para pegar no jogo. Diria que esta Itália é uma autêntica incógnita. Se a defesa provar estar à altura dos outros sectores, temos uma candidata ao título. Apesar dos "tubarões" do grupo B...

Inglaterra: Com um passado recente decepcionante ao nível do futebol jovem, a Inglaterra procura mostrar a sua cara mais feliz neste Euro sub-21. Em teoria, é a segunda favorita deste Grupo A. Porém, levantam-se mais dúvidas quando pensamos na ausência de resultados vistosos nos tempos mais recentes. Parece que tem faltado alguma competitividade e, quiçá, até algum talento. Para a edição deste ano, a equipa de Stuart Pearce traz alguns jogadores muito interessantes do ponto de vista técnico (Zaha ou Ince) mas parece uma formação desequilibrada. Os centrais não são os mais espectaculares, embora, para compensar, os laterais sejam bastante interessantes (Clyne à direita e Rose à esquerda). No meio-campo, Chalobah e Lowe tentam equilibrar o barco atrás, dando consistência defensiva. Na 2ª linha, poderão surgir elementos como Henderson ou Shelvey (ambos do Liverpool) para organizar jogo e no ataque espera-se a afirmação definitiva do promisssor Connor Wickham. Faltam algumas alternativas e algumas lesões de elementos importantes não vieram ajudar, mesmo antes do início de tão importante prova. O tempo urge, será que finalmente a Inglaterra dará uma resposta à altura do seu prestígio?

Grupo B

Espanha: É a actual campeã e, porventura, a maior favorita à reconquista do troféu. Liderada em campo pelo mago Isco, a equipa de Julen Lopetegui está perante um desafio interessante neste Euro 2013. Pela frente, logo na fase de grupos, terá 3 oponentes bastante competitivos e capazes de fazer sofrer esta forte armada espanhola. No entanto, quem tem, além de Isco, craques como Muniain, Thiago, Rodrigo ou Canales bem pode pensar em construir resultados gordos. A criatividade, a visão de jogo, os movimentos de ruptura e os golos estarão lá, pela certa. No entanto, não bastam. E aí é que a Espanha prova ser uma selecção equilibrada, pelo menos por comparação com outras. Na defesa, têm nomes como Iñigo Martínez ou o excelente lateral Carvajal, no meio-campo, Illarramendi ou Koke e até na baliza têm De Gea. São 23 representantes de grande qualidade, prontos para atacar mais um título. A onda espanhola parece não ter fim!

Rússia: Ora aí está uma selecção que, num dia bom, pode surpreender muita gente. Orientada pelo ex-jogador Nikolay Pisarev, a Rússia apresenta um grupo bastante interessante de jogadores, de onde saltam à vista, com toda a naturalidade, os internacionais A Alan Dzagoev e Fedor Smolov. Apesar da aparência interessante, este conjunto não tem ainda, no geral, grande experiência internacional. Para lá dos atletas com convocatórias para a selecção principal no currículo, temos boas referências da Liga russa como o central Taras Burlak, o lateral-esquerdo Schennikov, o médio Oleg Shatov ou o avançado Kanunnikov. Uma equipa atlética, forte na contra-ofensiva e com jogadores que podem virar um jogo de pernas para o ar de um momento para o outro. Apesar do possível factor-surpresa, a Rússia é claramente a outsider deste grupo.

Holanda: Olhar para o meio-campo holandês é ver uma bonita história de amor pela bola. Strootman, Clasie, Maher, Van Ginkel ou Leroy Fer prometem fazer dos relvados israelitas um dos lugares mais belos e aprazíveis do mundo durante os próximos dias. Eles são o corpo e alma desta selecção, a representação fiel de um futebol tricotado à boa maneira holandesa, com qualidade de passe permanente e muita intensidade. Defensivamente, também se notam alguns progressos. Boas opções nas laterais (Van Rhijn, Blind ou Van Aanholt) e no centro da defesa (os internacionais A De Vrij e Martins Indi ou a revelação do Anderlecht, Nuytinck), fazem com que a Holanda já não possa ser vista como um patinho feio lá atrás. No ataque, é De Jong que assume a despesa no centro, com o apoio dos talentosos e verticais Wijnaldum e Ola John. A formação treinada pelo experiente Cor Pot (61 anos) é uma séria candidata ao título.
Alemanha: Depois do sucesso de 2009, com uma geração extraordinária que incluía craques como Ozil, Khedira ou Hummels, a selecção alemã regressa aos Europeus de sub-21, com perspectivas de poder, eventualmente, arrecadar tão ambicionado troféu. O principal craque desta geração é o médio-ofensivo do Tottenham, Lewis Holtby, criativo já feito e com experiência de selecção A e de grandes ligas. De resto, um conjunto bem formatado, mas com algumas ausências que podem ser complicadas (Jung, Kirchnoff ou Arslan). No entanto, a competitividade de jogadores como Sebastian Rode, Sead Kolasinac, Patrick Herrmann ou Kevin Volland será muito útil para formar um grupo forte, tanto defensiva como ofensivamente. Orientados pelo veterano de guerra Rainer Adrion, os alemães pretendem impor o seu estilo num grupo extremamente disputado e forte.


As 10 escolhas do FM para seguir neste Europeu: 

Asier Illarramendi (Espanha/Real Sociedad): Foi uma das figuras da grande temporada da Real  Sociedad. Illarramendi, 23 anos, é um daqueles médios-centro que, como se diz na gíria, gosta de deixar a casa arrumada. Bastante criterioso com a bola, costuma encontrar a melhor linha de passe, seja em profundidade ou no passe curto. Intenso nas acções e forte a equilibrar a equipa, o médio basco é um dos jogadores mais fortes da Liga espanhola na saída de bola e na 1ª fase de construção. Um caso sério, pronto a explodir para outros patamares (superiores) competitivos.
Marco van Ginkel (Holanda/Vitesse): Um dos médios criativos mais promissores da forte selecção holandesa. Num meio-campo que tem ainda Maher, Clasie ou Strootman, van Ginkel destaca-se pela inteligência, pela habilidade, pela maneira como consegue aparecer em várias posições do meio-campo ofensivo, mas sobretudo na zona central, sendo um óptimo auxiliar do ponta-de-lança da sua equipa. Aos 20 anos, van Ginkel é cobiçado por meia-Europa e tudo se deve a uma época maravilhosa ao serviço do Vitesse (12 assistências e 12 golos em 41 jogos). Classe, é adjectivo que lhe assenta na perfeição.
Lorenzo Insigne (Itália/Nápoles): Depois de uma época com várias exibições de encher o olho, Insigne chega a este Europeu de sub-21 com o estatuto de estrela, dentro de uma constelação notável de grandes atacantes italianos. O avançado napolitano, de 22 anos, gosta de partir da esquerda para flectir para dentro, sendo que apresenta como principais características a finta curta, a velocidade e a destreza com a bola nos pés. As suas diagonais são igualmente úteis, rompendo defesas, para criar vantagens em situação de ataque. 7 assistências e 5 golos em 37 jogos de campeonato são um registo forte e que mostra bem o que foi a época deste pequenino mas talentoso jogador...
Kevin Volland (Alemanha/Hoffenheim): Aos 20 anos, Volland foi uma das revelações da última edição da Bundesliga. Apesar de estar num clube que viveu em agonia quase toda a época, este segundo avançado, que pode descair numa das alas (preferencialmente a direita), mostrou enormes atributos do ponto de vista ofensivo: boa visão de jogo (12 assistências na Bundesliga!), capacidade de segurar a bola, bons movimentos de fora para dentro e capacidade de alvejar a baliza com grande frieza (6 golos esta época). Características muito interessantes e que são um óptimo cartão de visita para que o possam observar com maior atenção neste Europeu.´
Thomas Ince (Inglaterra/Blackpool): Há vida para lá de Zaha na selecção inglesa. E um dos nomes que pode muito bem surpreender neste Europeu é Thomas Ince. Aos 21 anos, o filho do antigo internacional inglês Paul Ince, pode muito bem vir a ser um dos abonos de família da Inglaterra nesta competição. Ala-esquerdo, Ince caracteriza-se pela sua velocidade de ponta e mobilidade, acrescentando grande dinâmica ao ataque da sua equipa. É um jogador ainda franzino e que deve progredir no um-para-um, embora tenha qualidade técnica. O seu registo de época é notável: 14 assistências e 18 golos em 44 jogos no Championship. Fala-se no interesse de Inter e Tottenham. O Euro pode valorizá-lo ainda mais!
Magnus Eikrem (Noruega/Molde): Médio-centro de muitos atributos, Eikrem promete vir a ser uma das boas revelações deste Euro Sub-21. 22 anos, experiência de selecção principal (9 internacionalizações), indicativos de competitividade, portanto. Eikrem é um destro que se incorpora bastante bem na 2ª linha de meio-campo, construindo bonitos lances e finalizando-os (tem um óptimo remate de meia-distância). Talentoso que chegue, promete formar com Berisha uma dupla criativa capaz de dinamitar qualquer defesa. Há que acompanhá-lo com muita atenção!
Eyal Golasa (Israel/Maccabi Haifa): Aos 21 anos, continua a fazer um pouco de impressão vê-lo ainda no campeonato israelita. Eyal Golasa foi um talento precoce que, apesar dos 5 anos na equipa principal do Maccabi Haifa, ainda não conseguiu explodir em definitivo. No entanto, técnica, inteligência e maturidade são atributos que não lhe faltam. Tem boa qualidade de passe e finta bastante bem. Joga como médio-ofensivo (central ou descaído na esquerda), embora recue muitas vezes até médio-centro para pegar no jogo. Um médio com bom controlo de bola e capaz de sair a jogar sem muitos problemas. Este pode ser o passo definitivo rumo a um grande campeonato europeu.
Oleg Shatov (Rússia/Anzhi): Um médio-centro a seguir de perto no Europeu israelita será este russo de 22 anos. Shatov foi uma das grandes revelações da última Liga russa (onde realizou 24 jogos). Os seus principais atributos são a qualidade na circulação de bola no meio-campo, a visão de jogo e a capacidade de aparecer em zonas próximas da área (muitas vezes para tentar o remate). Faz parte de uma nova geração de jogadores russos, talentosos, muito intensos nas acções e com qualidade técnica interessante. Será uma peça-chave no esquema de Pisarev.
Sead Kolasinac (Alemanha/Schalke 04): Foi, a par de Draxler, a grande revelação da temporada do Schalke 04. Sead Kolasinac, 19 anos, está destinado a ser uma das next big things do futebol alemão. Lateral-esquerdo, destaca-se pela polivalência (pode actuar como central, médio-defensivo ou ala esquerdo) e pela enorme disponibilidade física que possui. Bastante poderoso (1,83m), Kolasinac dá profundidade, saída em velocidade e mobilidade em termos ofensivos. Além disso, caracteriza-se por uma capacidade notável para recuperar em termos defensivos, mostrando-se ainda rápido em antecipação e forte nas marcações. Uma promessa da jovem selecção alemã, pronta para mostrar todo os seus atrubutos.
Stefan de Vrij (Holanda/Feyenoord): Um dos defesas mais vistosos do principal campeonato holandês. de Vrij, 21 anos, está um jogador cada vez mais maduro, projecto de defesa-central daqueles para durar muitos anos. Rápido, possante e forte em antecipação, mostra ainda uma qualidade interessante na saída e condução de bola em progressão (embora, às vezes, ainda aconteçam uns disparates). No desarme e na luta física, faz valer o seu 1,89m e a sua estampa física. Vai a caminho de ser um dos defesas-centrais de topo no futebol europeu...