terça-feira, 3 de junho de 2014

Itália

Gianluigi Buffon: Um dos melhores do Mundo, poderá aqui ter a sua despedida dos Campeonatos do Mundo, depois de já ter participado em três edições. A experiência, a capacidade de liderança e a qualidade entre os postes fazem dele um dos jogadores mais respeitados do futebol mundial. Mesmo com o passar dos anos, não perdeu vários dos atributos que o conduziram ao topo. Uma carreira distinta, que atingiu o seu auge em 2006 com a conquista de um Campeonato do Mundo, onde ele foi parte importantíssima do sucesso da Squadra Azzurra.

Buffon é um guarda-redes dotado, inteligente e que sabe posicionar-se perfeitamente entre os postes. Depois de ter recuperado dos problemas nas costas que o afectaram no decepcionante Mundial sul-africano de há 4 anos, voltou a revelar-se muito útil, tanto ao nível da selecção como do clube. Embora não tendo a agilidade e a capacidade de reacção de outros tempos, consegue ser um guarda-redes decisivo, pela maneira como sabe ocupar a baliza e como se coloca para travar os remates contrários.

Salvatore Sirigu: Titularíssimo do PSG, será a alternativa imediata caso Buffon tenha algum contratempo. Sirigu revela-se um guardião ágil, de reflexos apurados e bastante completo. Formado no Palermo, desde cedo revelou que poderia vir a ser um guarda-redes de topo. Não disputou um único jogo na fase de qualificação, mas o seu rendimento esta temporada foi mais do que suficiente para ter um lugar reservado entre os eleitos de Prandelli. Será o primeiro Mundial da sua carreira, veremos se chegará a ter a oportunidade de jogar...

Mattia Perin: O terceiro guarda-redes. Depois de um trajecto interessante nas camadas jovens da Squadra Azzurra, chega à selecção sem ainda se ter estreado e muito jovem. É um guarda-redes possante, de reflexos interessantes, embora tenha que melhorar nas suas saídas por alto, sobretudo nas bolas paradas. Boa época na Serie A, catapultou-o para uma chamada que não é estranha de todo...

Giorgio Chiellini: O patrão da defesa italiana. Central experiente e com uma carreira notável, avança para mais um Mundial com a mesma autoridade de sempre. É um jogador já consolidado, um dos melhores defesas-centrais do planeta e procura aqui a sua primeira conquista enquanto internacional italiano (não esteve presente na edição de 2006). Com a formação toda feira no Livorno, notabilizou-se na Fiorentina na época 2004/2005, antes de dar o salto para a Vecchia Signora, onde ainda hoje permanece, apesar dos "cantos de sereia" de equipas poderosas de outras latitudes.

Chiellini é um central muito poderoso por alto, impetuoso nos duelos físicos e agressivo na marcação. Forte em antecipação, revela atributos na condução e saída de bola, sendo um canhoto com bom passe. É uma "rocha" autêntica, muito sólido e quase impenetrável no um-para-um. Mesmo jogando habitualmente como defesa-central, é um lateral-esquerdo de origem e digamos que poderá reaparecer nessa posição neste Mundial.

Leonardo Bonucci: Habitual titular na Juve, vem de uma temporada muito sólida, talvez a melhor da sua carreira. Poderoso fisicamente, é um jogador imperial nas alturas e com um sentido posicional cada vez mais apurado. Perigoso no aproveitamento das bolas paradas ofensivas, revela atributos interessantes ao nível do desarme. Com formação no Inter, tem sido na grande rival Juventus que tem crescido imenso como futebolista. Actualmente, é um indiscutível para Cesare Prandelli, o que atesta bem a sua evolução ao longo dos últimos dois anos.

Andrea Barzagli: Um dos "sobreviventes" da geração campeã mundial em 2006 chega ao Brasil para tentar discutir a titularidade, algo que pode acontecer, sobretudo se o esquema for de três centrais (ou se numa linha de 4, Chiellini for desviado para a esquerda). Central poderoso e com uma saída de bola vertical notável, tem potência e sabe conduzir bem o jogo desde trás. Boas noções defensivas e uma capacidade de desarme interessante, para contrabalançar com um jogo aéreo algo algo deficiente. Sabe dobrar os laterais e joga com bastante critério. Opção de valor, dará tudo naquele que poderá ser o último Mundial da sua carreira.

Matteo Darmian: Uma das surpresas de Prandelli, quando muitos esperavam a inclusão do mais experiente Christian Maggio. Jogador polivalente, é lateral-direito de origem, mas ainda actuar como lateral-esquerdo ou como central numa linha de três (fê-lo algumas vezes esta época no Toro). Darmian revela-se um jogador com boa chegada à linha e qualidade no cruzamento. Além disso, possui disponibilidade física e é bastante versátil. Defensivamente, pode e deve melhorar nalguns aspectos, assim como ao nível do passe e no jogo aéreo. A sua boa época acabou por levá-lo a esta chamada inesperada para muitos.

Gabriel Paletta: Central argentino naturalizado italiano, vem de uma temporada sensacional ao serviço do Parma, com apuramento europeu garantido (embora a UEFA lhes tenha tirado a licença, à posteriori). Paletta revela-se um central agressivo nas marcações, forte no desarme e com a velocidade suficiente para ganhar vários lances em antecipação. Já consolidado no futebol europeu, procura a afirmação ao nível das selecções neste Campeonato do Mundo. Veremos se Prandelli terá reservado para ele um lugar no "onze"...

Ignazio Abate: Não teve uma época muito regular no AC Milan, mas o facto de ser um habitué das convocatórias de Prandelli fê-lo ter esperanças de que, ainda assim, estaria no Mundial do Brasil. Lateral profundo e de vocação ofensiva, pode actuar também como médio-ala. Defensivamente, é um jogador cumpridor, embora com algumas distracções momentâneas e ofensivamente é bastante consistente, revelando qualidade no cruzamento e no remate. Destro, sabe que poderá ter uma hipótese neste Mundial, se Prandelli não chegar a confiar totalmente no estreante Darmian...

Mattia De Sciglio: Lateral para ambas as faixas, é mais um jogador que possui essa versatilidade que Prandelli tanto aprecia. Jogador de cariz ofensivo, sabe, no entanto, baixar com critério, não permitindo muitos abusos nas suas costas. Jogador rápido e que dá profundidade à equipa, foi titular em toda a Taça das Confederações no lado esquerdo da defesa. Formado no Milan, é um lateral destro de qualidade e futuro, embora não tenha tido grandes oportunidades para jogar de forma regular esta temporada...

Andrea Pirlo: Porventura, a grande figura da Squadra Azzurra. Jogador de uma carreira excepcional (toda feita em Itália), deu os primeiros passos em Brescia, jogando como médio de segunda linha e revelando já aí uma visão de jogo muito apurada. Depois disso, foi recrutado pelo Inter, que o emprestou ao Reggina e precisamente ao Brescia da sua formação, tendo sido contratado por 18 milhões de euros pelo Milan depois desses dois empréstimos proveitosos. Uma pechincha, dirão os tifosi rossoneri, embora também o tenham visto partir para a Juve em 2011 com muito ainda para dar...

Pirlo é um génio, um poeta em forma de jogador de futebol. Sublime nas suas actuações, conjuga uma capacidade de passe invulgar com uma visão de jogo e dos espaços absolutamente extraordinária. Tecnicamente, é um jogador muito dotado e que sabe pautar os ritmos do jogo a meio do terreno na perfeição. Calmo, completo, disciplinado e certeiro, demonstra ainda uma interessante disponibilidade defensiva, além de ser um genial executante de bolas paradas (cantos e livres). Um dos melhores médios da última década e um dos melhores deste Mundial, muito provavelmente o último de uma carreira que já conta com o troféu de 2006. E já nessa altura, ele maravilhava todos com o seu futebol a roçar a perfeição...

Marco Verratti: Para muitos, é tido como o sucessor natural de Pirlo. De facto, a destreza na condução, aliada a uma notável visão de jogo, fazem dessa uma comparação com todo o sentido. Formado no viveiro de talentos de Pescara, fez parte dessa maravilhosa equipa orientada por Zeman que em 2011/2012 ascendeu ao principal escalão do futebol italiano, onde também estavam os actuais companheiros de selecção Lorenzo Insigne e Ciro Immobile. Entretanto, deu o salto para as luzes de Paris, para a Liga dos Campeões e pôde aí aproveitar para se mostrar ao Mundo em definitivo.

Com uma qualidade de passe tremenda (curto, médio e sobretudo longo), Verratti é um jogador tacticamente correcto, com grande visão de jogo e uma capacidade de trabalho tremenda. Autêntica "carraça" no meio-campo, consegue roubar bolas com eficácia e sabe como ajudar a equilibrar a equipa no meio-campo. Deve, contudo, perder o hábito de cometer algumas faltas desnecessárias e pode desenvolver e trabalhar mais a sua capacidade de remate. Extraordinário jogador, espera ter um lugar reservado na equipa, apesar da forte concorrência.

Thiago Motta: Um dos elementos mais experientes desta equipa, não deverá ser titular, até porque no provável 4x4x2 losango de Cesare Prandelli, Pirlo deverá ser a escolha prioritária do seleccionador italiano. Brasileiro de nascença e internacional A pela Canarinha por duas vezes, deverá ser um sentimento estranho jogar um Mundial no seu país de origem. Depois de uma boa época na Ligue 1 e na Champions, procura ser uma opção útil, naquele que será o seu primeiro (e provavelmente último...) Mundial.

Base do meio-campo do PSG, na selecção também deverá jogar, se o fizer, numa posição mais recuada. Tecnicamente interessante e com uma qualidade de passe interessante, demonstra um entendimento táctico do jogo muito superior à maioria dos jogadores. Sabe equilibrar a equipa, dá-lhe uma boa saída de bola e revela-se útil no desarme e nas intercepções. Completo nas suas funções, será sempre uma alternativa de muito valor aos prováveis titulares do meio-campo da Squadra Azzurra.

Daniele de Rossi: Médio experiente e possuidor de diversos atributos, é um clássico destas andanças, consagrado campeão do Mundo em 2006. Romanista de toda a vida, permanece no seu clube do coração desde há muitos anos, resistindo aos apelos milionários, vindos sobretudo de Inglaterra. Além do aliciante de jogar um Mundial, terá também a possibilidade, caso a Itália ultrapasse a fase de grupos, de poder chegar às 100 internacionalizações pela Squadra Azzurra, um feito sempre notável.

Médio-centro trabalhador e criterioso no passe, vem de uma temporada de ressurreição ao serviço da AS Roma, tendo recuperado uma aura de estrela-maior da equipa da capital. Rudi Garcia deu-lhe um papel mais posicional, partindo de uma posição mais recuada e ele respondeu quase sempre à altura. É um jogador robusto, completo em termos defensivos e que tem essa disponibilidade para subir e aparecer na segunda linha. Candidato sério à titularidade.

Claudio Marchisio: Uma das boas revelações italianas do Euro 2012, pode também vir a discutir a titularidade neste Mundial, apesar de não ser um indiscutível na Juve. Jogador de boa técnica, revela uma interessante maturidade táctica, uma qualidade de passe interessante e um bom remate. Aparece muitas vezes na segunda linha, sendo um jogador bastante participativo no processo de construção ofensiva. Formado na Juventus, é muitas vezes comparado a um dos ídolos do título italiano de 1982, Marco Tardelli.

Antonio Candreva: Médio-centro convertido em médio-ala nos últimos anos, tanto pode actuar do lado direito, como do lado esquerdo. Habitualmente utilizado na fase de qualificação, tem vindo progressivamente a ganhar importância na Squadra Azzurra. Vertical, rápido, com uma criatividade interessante e mostrando uma capacidade de remate notável, Candreva será sempre uma excelente solução se Prandelli necessitar de dar um novo ânimo à sua equipa. Pode ser um jogador potencialmente decisivo pelas suas características. Fez uma grande Taça das Confederações no ano passado.

Alberto Aquilani: Médio-centro com boa qualidade técnica e de remate, poderá ser uma das opções para substituir o lesionado Montolivo no "onze" titular. Autor de um bom exercício em 2013/2014, chega motivado e em boa forma este Campeonato do Mundo. Médio com uma carreira interessante, embora com algumas fases decepcionantes, destaca-se pela qualidade na condução de bola, no passe e pela maneira como vai aparecendo na segunda linha, sem fazer grande alarido. Por vezes, parece demasiado discreto. Defensivamente, está longe de ser um jogador completo. Ainda assim, o jogador formado na AS Roma será sempre uma opção válida, se estiver motivado e em boa forma física.

Marco Parolo: Não se poderá considerar um nome surpreendente nesta convocatória, visto que Cesare Prandelli já o vinha chamando regularmente nas últimas convocatórias. Médio-centro alto e com uma extraordinária disponibilidade física, revela atributos ao nível do passe e do remate, aparecendo muitas vezes na segunda linha e até na área contrária. Além disso, é um jogador equilibrado, defensivamente completo e com uma excelente capacidade de desarme. Jogador muito interessante, será um reserva de muita qualidade num meio-campo recheado de belíssimos jogadores.

Mario Balotelli: O génio louco. Personalidade controversa e muitas vezes difícil de compreender, continua a ser um jogador com potencial que, por razões mentais, não o desenvolve na totalidade. Nascido em Palermo e formado no modesto Lumezzane, este filho de ganeses, adoptado por um casal italiano da classe média, terá de definir o que pretende para a sua carreira: se pretende continuar a ser um jogador irregular com momentos excepcionais de quando em vez ou se a sua vontade é a aproveitar estas competições para se notabilizar, provar ter ganho maturidade e tocar o Céu.

Avançado potente e com uma qualidade de disparo brutal, peca pela irregularidade e pela maneira como muitas vezes se parece alhear da realidade do jogo, parecendo chateado com o mundo. Muito forte a bater livres directos e grandes penalidades, de pé direito, revela uma qualidade técnica interessantíssima. Tacticamente não é um jogador muito disponível e trata sobretudo de resolver lá na frente. Concentrado e compenetrado no objectivo comum a todos os italianos, poderá fazer a diferença. Caso contrário, nada o salvará (nem a ele, nem à Itália...).

Ciro Immobile: Reforço confirmado do Borussia Dortmund para a próxima temporada, chega ao Brasil com o futuro já determinado, o que poderá ser bastante positivo para que ele se concentre somente nos trabalhos da selecção. Figura-maior em termos de golos da Serie A 2013/2014, Immobile promete ser uma das revelações da Squadra Azzurra neste Campeonato do Mundo. Formado entre o modesto Sorrento e a gigante Juventus, explodiu em definitivo depois da grande época na Serie B com o Pescara de Zeman. Nas últimas duas épocas, somou prestações brutais na Serie A, em especial na temporada que agora finda. Melhor marcador do campeonato e com a presença na Champions garantida na próxima temporada, chega nos píncaros da motivação a esta prova.

Immobile é um avançado móvel, vertical e bastante veloz, que sabe entrar muito bem nas costas das defensivas contrárias. Revela excelentes atributos do ponto de vista técnico e, sobretudo, ao nível do remate, com ambos os pés. Possui ainda um controlo de bola soberbo e a boa técnica permite-lhe desencantar espaços para fazer golos absolutamente notáveis. Está feito um jogador para grandes palcos e aqui terá a sua primeira grande oportunidade enquanto internacional italiano.

Antonio Cassano: Um dos mais experientes jogadores do conjunto italiano, volta à selecção na sequência de uma época muito boa em Parma. Vê-lo jogar é um espectáculo: parece pesado, que já não irá mexer com o jogo, mas quando a bola lhe cai nos pés, o jogo entra numa dimensão só sua. Tecnicamente, tem momentos prodigiosos e, alia a esse futebol refinado, o jeito para o remate. Depois do problema cardíaco que atrapalhou um pouco a sua carreira, recuperou, pôs-se em forma e até ajuda a defender nalguns momentos. Técnica, experiência e faro de golo ao serviço de uma nação. Merece estar no Mundial!

Lorenzo Insigne: Um dos talentos mais entusiasmantes do futebol italiano na actualidade. Partindo habitualmente da ala esquerda (embora possa jogar do lado oposto ou mais por dentro), Insigne revela-se um jogador excelente a explorar transições rápidas, pela velocidade e pela imprevisibilidade do seu jogo. Destro, procura muitas vezes a diagonal para o remate cruzado, revelando-se um exímio executante, algo que se denota na maneira como cobra bolas paradas. É um jogador muito técnico e de enorme habilidade, claramente talhado para outros voos. Provável suplente da Squadra Azzurra, embora com a competência e a criatividade suficiente para entrar e mexer com um jogo.

Alessio Cerci: Outro jovem que figura na lista da Squadra Azzurra. Na sequência de uma temporada tremenda no Toro, junto de outro internacional italiano (Ciro Immobile), merece plenamente esta convocatória. Formado nas escolas da Roma, Cerci revela-se um esquerdino interessantíssimo, que actua sobretudo por dentro, embora num passado recente o tenha feito mais descaído na direita, procurando depois os movimentos diagonais. Possante, rápido, com muita destreza e eficaz no remate e passe, revelou-se o complemento para Immobile ao longo da temporada (e vice-versa...). Excelente assistente (deu 12, só na Serie A!), pode muito bem vir a ser um substituto de luxo nesta equipa italiana.

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