terça-feira, 10 de junho de 2014

Colômbia

David Ospina: Guarda-redes experiente, embora ainda jovem, leva já uma carreira de contraste no futebol francês. Mostra reflexos seguros, bom jogo aéreo e rapidez, revelando uma enorme segurança dentro da sua área. O único senão será porventura alguma indisciplina e uma certa tendência para cometer faltas comprometedoras, quando o deixam numa situação de risco, perante adversários. Internacional em quase 50 ocasiões, é um dos sustentos de uma equipa cheia de potencial.

Faryd Mondragón: Guarda-redes veterano, será o jogador mais velho deste Mundial. Apesar da idade, ainda possui algumas qualidades intactas, revelando segurança, aliada a uma maturidade e um conhecimento tremendo do jogo. Fisicamente, já não é o mesmo de outras alturas mas está bem para suplente. Mais uma prova de que faltam nomes fortes para discutir o lugar de Ospina...

Camilo Vargas: O outro suplente de Ospina. Guarda-redes fiável e completo, é talvez um dos melhores da Liga Postobon (pelo menos, o melhor colombiano a nível local é, de certeza...). Possui bons reflexos, defendendo remates bastante complicados e revelando uma certa apetência para travar grandes penalidades. Não será fácil jogar, mas parece claramente mais apto, na actualidade, que Mondragón.

Pablo Armero: Lateral de interessante projecção ofensiva, é o mais provável titular na ala esquerda da selecção colombiana. Forte no jogo aéreo e bastante correcto ao nível do passe, destaca-se também pela agressividade e pelo empenho que coloca em cada acção defensiva em que participa. Revela-se um jogador sólido e na verdade a boa segunda metade da época em Inglaterra confirma essa ideia...

Santiago Arias: Sério candidato a titular, por via do facto de Zúñiga não atravessar o seu melhor momento em termos físicos. Arias, lateral ex-Sporting, consagrou-se como uma das grandes revelações da época na Eredivisie, à conta de um punhado de exibições muito consistentes. Lateral-direito bastante ofensivo, apoia muito bem o ataque e deu vários cruzamentos para a área, numa confirmação da sua qualidade a jogar com os pés. Além disso, mostra também qualidades na saída de bola (vertical e consistente) e a nível defensivo revelou progressos (se bem que o nível da Eredivisie não permite que se tirem grandes conclusões nesse sentido...). Em boa forma, pode ser muito importante para a equipa de José Pekerman.

Camilo Zúñiga: O seu nível actual deixa dúvidas, embora seja uma unidade sempre importante, quer pela experiência, quer pela qualidade que costuma aportar ao grupo de trabalho. Uma lesão recente impediu-o de realizar uma temporada ao seu melhor nível e, naturalmente, coloca-o em dúvida para um arranque do Mundial a 100%. De resto, revela-se um jogador rápido, de boa técnica e com qualidade de cruzamento. Pode actuar tanto à direita como à esquerda, o que o torna numa mais-valia clara para José Pekerman.

Éder Balanta: Um dos centrais mais promissores da América do Sul. Têm-se falado de vários pretendentes para este jovem nos últimos tempos (FC Porto incluído) e a transferência até poderá vir a ocorrer após o Campeonato do Mundo. Canhoto de excelentes atributos físicos e bom jogo aéreo, possui uma boa saída de bola, embora ainda arrisque demais nalguns momentos. Revela ainda bons argumentos ao nível do desarme e da antecipação, visto que concilia força, agressividade, velocidade e capacidade de recuperação. Chegou a ser testado como médio-defensivo no amigável contra a Jordânia. Tem muito potencial mas obviamente ainda há vários aspectos a serem trabalhados. Teórico suplente de valor acrescentado.

Carlos Valdés: Autor de uma época sólida no San Lorenzo, aspira a ser titular neste Campeonato do Mundo, mesmo sabendo que a concorrência é bastante forte. Central bastante sólido, revela uma colocação interessante, além de ser um jogador intenso e assertivo nas marcações. Agressivo e compacto, revela ainda qualidades ao nível do desarme. Jogou 5 jogos na fase de qualificação e a esperança de poder ser utilizado no "onze" habitual de Pekerman mantém-se...

Mario Yepes: Defesa muito experiente, estará prestes a viver a sua última grande competição ao serviço da selecção colombiana. O seu poder físico e capacidade de liderança continuam a fazer a diferença, mostrando-se um jogador bastante útil para as suas equipas, sobretudo quando bem colocado em termos posicionais. Prestes a chegar às 100 internacionalizações, pretende dar seguimento à boa temporada em Itália neste Mundial...

Cristián Zapata: Uma lesão prejudicou parte do trajecto da temporada a este talentoso defensor cafetero. Além do mais, não foi utilizado com demasiada regularidade na fase de qualificação (apenas dois jogos e num deles, contra a Argentina, acabou expulso). Defesa-central rápido e robusto, usa bem o jogo aéreo para ganhar várias bolas, além de possuir uma boa leitura dos lances. Impetuoso nas marcações e eficaz no desarme, demonstra ainda atributos ao nível da antecipação e da intercepção. É o defesa-central mais completo e de maior qualidade desta convocatória, agora resta saber se terá a titularidade assegurada ou não...

Abel Aguilar: Autor de um exercício regular e interessante ao serviço do Toulouse, chega ao Brasil para ser, muito provavelmente, o companheiro de Carlos Sánchez na primeira linha do meio-campo. Habitualmente utilizado na fase de apuramento (11 jogos disputados), Abel Aguilar terá de ser uma das peças-chave do meio-campo colombiano. Destro agressivo na marcação e capaz de recuperar várias bolas, confere equilíbrio ao meio-campo, ao mesmo tempo que se destaca pela habilidade para sair a jogar. Possui qualidades ao nível do passe (embora não arrisque muito...) e uma interessante visão de jogo. Não sendo um jogador rápido acaba por ter essa faceta mais construtiva na saída de bola que o faz ser útil para esta equipa.

Carlos Sánchez: Jogador importantíssimo a garantir o equilíbrio do meio-campo colombiano, será certamente titular durante este Campeonato do Mundo. "La Roca", como é conhecido, assume-se como um exímio recuperador de bolas, revelando atributos ao nível de desarme e da intercepção. Tacticamente correcto, é ainda um jogador muito disponível do ponto de vista físico, se bem que possa melhorar um pouco a sua gestão do desgaste. Intenso e com boa qualidade de passe, revela-se fundamental para garantir um bom início de organização/transição defensiva. Espera-se dele uma grande prova no Brasil!

Fredy Guarín: Bem conhecido dos portugueses, depois das épocas passadas no Dragão, não conseguiu ainda tornar-se num dos indiscutíveis para Pekerman. Na fase de qualificação, realizou apenas 9 jogos, nos quais só apontou 1 golo. Médio-centro/médio-ofensivo, destaca-se pela potência do seu remate e pela fibra que coloca em campo, quando em boa forma. Jogador de cariz ofensivo, custa-lhe ser um organizador de jogo, embora possua boa visão de jogo, qualidade de passe (curto, médio e longo) e seja tecnicamente dotado. Veremos se irá corresponder em termos de intensidade e qualidade de jogo dentro das quatro linhas, mas, em teoria, poderemos explicar um Guarín aplicado e dinâmico de cada vez que entrar para disputar um jogo!


Juan Cuadrado: Um dos melhores jogadores sul-americanos a surgir recentemente no futebol europeu. Formado no mítico Independiente de Medellín, saltou em 2009 para a Udinese, sendo depois sucessivamente emprestado ao Lecce e à Fiorentina, clube onde, alias, se encontra actualmente. Vem de uma temporada absolutamente sensacional na cidade de Dante Alighieri, sendo que se tem falado com insistência na possibilidade de se transferir para clubes como o Barcelona ou o Manchester United.

Cuadrado é um jogador versátil, que pode fazer toda a ala direita, desde a lateral, ao meio-campo, passando pela posição de extremo. Velocidade é uma característica que o caracteriza, além da capacidade para entrar pela área, em diagonal, e finalizar. Assistente prodigioso, revela uma excelente visão de jogo, aliada a uma qualidade técnica ímpar. Muito combativo e disponível do ponto de vista físico, compensa bem defensivamente, com o seu sentido de recuperação, rapidez e agressividade. Sem dúvida, um dos jogadores mais notáveis desta selecção, quiçá a estrela-maior da companhia na ausência de Falcao.

Juan Quintero: Prodígio formado no histórico Deportes Envigado, é um dos representantes da Liga Zon Sagres neste Campeonato do Mundo. Habituado às grandes competições de futebol jovem (Campeonato do Mundo de sub-20 e Sul-Americano de sub-20, etc.), chega aos 21 anos ao seu primeiro desafio enquanto internacional A pela selecção do seu país. Esta será toda uma grandes responsabilidade para o "10" do FC Porto, se bem que até nem esteja entre os teóricos titulares. Autor de um exercício irregular no Dragão (alternou momentos geniais com momentos de clara inconsistência), procura ter a sua primeira oportunidade de ouro para se mostra num palco internacional com o seu país.

Apesar de ter já jogado na Champions, este será um desafio diferente, embora igualmente exigente. Quintero é um enganche bastante talentoso, contudo ainda inconsistente e a precisar de fazer o upgrade táctico que se exige a um jogador daquela dimensão técnica (e também física...). Nº10 baixinho e de boa técnica, possui um pé esquerdo assombroso, capaz de "sacar" golos maravilhosos e excelentes assistências. Em espaços curtos, move-se bem, embora ainda tenha de crescer e "apalpar" mais terreno noutras zonas. É um médio entre-linhas puro, muito mais confortável a jogar por dentro de que por fora, partindo da posição de extremo. Provável opção de banco, pronta para desbloquear jogos.

James Rodríguez: Teve uma evolução bastante favorável ao longo da temporada, sobretudo a partir do momento em que Ranieri lhe encontrou o melhor sítio para espalhar o "perfume" do seu futebol. James é mais um dos jogadores colombianos com o passado ligado ao FC Porto e, de todos eles, parece aquele mais capaz de assumir a titularidade durante o Mundial. Autor de uma excelente fase de apuramento (3 golos em 15 jogos disputados), só falhou mesmo uma partida, revelando-se absolutamente fundamental para o sucesso da equipa orientada por José Pekerman.

Jogador versátil e bastante dinâmico, pode actuar em várias posições no meio-campo ofensivo, desde o centro, até às alas, tendo até jogado algumas vezes como médio-centro com Ranieri esta temporada. Esquerdino de boa técnica e passada interessante com a bola nos pés, assume acções de desequilíbrio em velocidade, possui critério na condução e uma notável visão de jogo. Procura muitas vezes o remate, inclusive de fora da área, podendo, no entanto, melhorar um pouco o seu registo goleador (ainda assim foram 10 golos marcados em 38 jogos oficiais esta temporada!). Defensivamente, não se revela particularmente voluntarioso, mas digamos que se trata de um jogador claramente formatado para atacar. Pode ser uma das figuras da Colômbia neste Mundial, indiscutivelmente.

Alexander Mejía: Um dos mais interessantes e completos jogadores da Liga Postobon. Com experiência na Copa Libertadores, Mejía prepara-se para assumir um papel de suplente para qualquer eventualidade, sendo um substituto muito interessante para os médios-defensivos titulares e aparecendo aqui à frente de jogadores como  Edwin Valencia ou o lesionado Aldo Leao Ramírez. Excelente ladrão de bolas, destaca-se pelo equilíbrio que confere à equipa e pela boa saída de bola, tanto em passe curto, como longo. Agressivo e intenso, mostra-se um elemento importante para compor este plantel. Realizou 5 jogos na fase de qualificação, logo não chega aqui sem rodagem na selecção...

Carlos Carbonero: Chamado à última hora para substituir o lesionado Aldo Leao Ramírez, foi uma das peças-chave do recente título do Clausura do River Plate. Outrora muito questionado no seio dos adeptos dos Millonarios, nunca mais deu azo a críticas. Ala/extremo-direito (embora também possa actuar à esquerda), revela atributos ao nível da velocidade, da técnica e do remate. Cresceu bastante e tornou-se num jogador mais participativo e regular em termos de rendimento. Internacional apenas por uma vez, quer repetir mais vezes a sensação de vestir a camisola do seu país.

Víctor Ibarbo: Realizou boas exibições nos testes pré-Mundial, além de ter demonstrado bastante nível nos treinos, daí ser um jogador bastante tido em conta pelos colombianos actualmente. Avançado completo, pode jogar em qualquer uma das posições no último terço, revelando-se um jogador veloz e bastante potente. Acrescenta verticalidade, agressividade, técnica e capacidade de remate ao ataque. Muito perspicaz a atacar os espaços. Em teoria, não será titular, mas vai ser, certamente, uma excelente opção de banco.

Jackson Martínez: Bem conhecido dos portugueses, teve mais uma época notável em termos dos golos, mas o aproveitamento geral do seu rendimento nem sempre foi o melhor. Ainda assim, no annus horribilis do FC Porto foi, claramente, um dos melhores jogadores do plantel. Formado entre o Deportivo Encizo e o Independiente de Medellín, Jackson destacou-se ao serviço dos mexicanos do Jaguares de Chiapas, antes de dar o salto para o Dragão e para o futebol europeu. Se no Velho Continente, tem-se revelado como um goleador feroz, na selecção continua à procura do seu espaço. A lesão de Falcao pode ajudar a conquistar um lugar no "onze", mas a vasta e forte concorrência atacante não...

Jogador perspicaz a ler o jogo e inteligente a encontrar o espaço para finalizar, revela-se extremamente incisivo dentro da grande área, tanto de cabeça como com os pés. Aprendeu vários procedimentos com a chegada ao futebol europeu, sobretudo em termos de recepção de bola e certos posicionamentos, que o tornaram num predador de área ainda mais temível. Trata-se, de facto, de um ponta-de-lança excepcional, claramente ao nível de boa parte dos melhores na actualidade. No Brasil, terá a primeira grande oportunidade para se mostrar ao selecção do seu país.

Carlos Bacca: Destacado na Europa ao serviço do Club Brugge, vem de uma primeira temporada sensacional no futebol espanhol. Em Sevilha, encontrou o habitat natural para explorar as suas características: rapidez, potência, capacidade de entrar nos espaços e remate. Figura maior de um clube campeão na Europa, o jogador formado no histórico Atlético Junior teve sempre um rendimento notável, sobretudo porque possui uma inteligência notável para inventar os espaços para rematar, além de aproveitar os descampados em profundidade. Os 21 golos e 12 assistências em 52 jogos oficiais são um excelente cartão de visita para um jogador que, curiosamente, não possui grande experiência na selecção cafetera. Candidato à titularidade, pois claro.

Teófilo Gutiérrez: Depois de um extraordinário exercício no último semestre ao serviço do campeão argentino River Plate, chega super-motivado a este Campeonato do Mundo e com a séria possibilidade de ser um dos titulares desta equipa. Avançado móvel, com boa técnica e um interessante e perspicaz jogo entre-linhas, destaca-se pela maneira como procura os espaços para arrancar rumo à área e pelo seu remate potente. Sabe temporizar, para depois meter um bom passe e é um jogador que, por norma, define bastante bem. Contudo, o seu carácter irascível e temperamental travou-lhe um pouco a progressão rumo ao futebol europeu. Esteve no México antes do River e, digamos assim, foi lá que melhorou um pouco nesse sentido...

Adrián Ramos: Um dos goleadores do ano no futebol europeu. Arrancou uma temporada sensacional ao serviço do Hertha de Berlim e parece claramente pronto a discutir com Bacca, Jackson e Teo Gutiérrez um lugar no "onze" de Pekerman. Forte no jogo aéreo e extremamente perspicaz a encontrar o melhor espaço para rematar, revela uma excelente capacidade de finalização dentro da área adversária. Conta ainda com um interessante jogo associativo e uma potência e determinação muito próprias de um bom "matador" sul-americano. É, talvez, o avançado mais parecido com Jackson nesta equipa, dado que joga mais na área. Já está confirmado como reforço do Borussia Dortmund para depois de um Mundial onde pretende brilhar ao mais alto nível.

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