segunda-feira, 16 de junho de 2014

Estados Unidos

Tim Howard: Guarda-redes bastante experiente, deverá assumir a titularidade da baliza norte-americana em mais uma grande competição. É um guarda-redes de bons reflexos, geralmente e que raramente comete deslizes. Apesar da idade, ainda revela uma resistência e uma agilidade fora do comum. Tem um bom jogo de pés, tendo já dado algumas assistências e inclusive marcado um golo ao longo da sua carreira. Este até poderá não ser o último Campeonato do Mundo da sua carreira, visto que renovou com o Everton recentemente até 2018 (ano de Mundial também...).

Brad Guzan: Outro keeper norte-americano a actuar na Premier League, campeonato onde se consagrou como o terceiro guarda-redes com mais defesas durante esta época (onde jogou todas as partidas). Formado em clubes de Chicago, este guardião de origem polaca tem uma compleição física própria de um guarda-redes, o que o habilita a mostrar qualidades em certos aspectos: ágil, sai bem de entre os postes, é rápido e tem reflexos apurados, além de não ter problemas a jogar com os pés. Tem tido um crescimento muito positivo e será o titular da baliza dos States num futuro próximo.

Nick Rimando: Experiente guarda-redes californiano, é um dos melhores da MLS. Não sendo muito alto, destaca-se pelos seus reflexos felinos, pela agilidade e pela boa colocação entre os postes, que lhe permite impedir alguns pénaltis. Além disso, defende muito com os pés, quase parecendo um guarda-redes de andebol. Parece algo pesado, o que junto à sua baixa estatura, traz-lhe uma aparência desinteressante. Nada mais enganador, dado que tem bastante qualidade. Será o terceiro guarda-redes americano neste Campeonato do Mundo.

Geoff Cameron: Lateral-direito que também actuar como defesa-central ou trinco, vem de duas temporadas bastante positivas na Premier League, ao serviço do Stoke City. "Nascido" para o futebol na Universidade de Rhode Island, Cameron será um dos oponentes mais perigosos e versáteis que Portugal terá de defrontar no próximo dia 22 em Manaus.

Depois de o termos visto quase uma época inteira como lateral, parece que a ideia de Klinsmann é utilizá-lo como central. Cameron é um defesa alto, robusto, capaz de dar uma saída de bola vertical à sua equipa e com uma disponibilidade física assinalável. Sobe, desce, trabalha imenso e é capaz de dar profundidade e largura à equipa, quando joga como lateral. Como central, terá de arriscar menos, senão ficará sempre muito mais exposto, até porque as rotinas posicionais são totalmente diferentes. Foi um dos laterais com mais "tackles" em 2012/2013 e 2013/2014 na Premiership, o que diz bem da sua agressividade a defender. Titular seguro na equipa norte-americana.

Matt Besler: Central versátil, é, neste momento, um dos principais candidatos a assumir um lugar no "onze" para a estreia frente ao Gana. Seguro no passe, quer seja curto ou longo, costuma também estar sempre bem colocado a defender, interceptando passes ou desarmando adversários. É um defesa bastante físico e que, geralmente, sabe o timing em que se deve fazer aos lances.Por vezes, falta-lhe alguma velocidade, ponto onde ainda deve trabalhar um pouco mais, até porque as exigências de um Mundial são diferentes das da MLS.

Timothy Chandler: Um dos laterais mais promissores da selecção norte-americana, jogador de projecção ofensiva interessante, podendo inclusive fazer toda a ala. Jogador rápido e vertical, recupera bem defensivamente, mesmo numa situação de desequilíbrio da equipa. Forte e disponível do ponto de vista físico, deve melhorar os atributos ao nível do passe e cruzamento. Além disso, também de progredir na defesa de espaços interiores e na recuperação após algumas subidas exageradas. Tem bastante potencial mas deve ser trabalhado. Na próxima época, deverá sair para o Eintracht Frankfurt, de onde é natural aliás. Deverá ser suplente durante o Mundial.

Omar González: Central destro, foi um dos mais utilizados ao longo da fase de qualificação (8 jogos disputados). Aos 25 anos, chega à sua primeira grande competição internacional, com esperanças de poder vir a ser titular. Defesa bastante alto e portanto forte no jogo aéreo, sabe bem como impor o físico nos duelos individuais dentro da área e ganhando vários lances em velocidade. Cumpridor ao nível do passe, tanto curto como longo, deve melhorar o seu desarme. Jogador de uma grande mentalidade, concentração e atitude competitiva, pode progredir e, quem sabe, no final do Campeonato do Mundo, dar o salto para o futebol europeu...

John-Anthony Brooks: Defesa-central nascido na Alemanha, demonstra potencial, mas ainda tem muito por onde crescer. Central alto e forte de cabeça, destaca-se ainda pela velocidade e pelo desarme, quando bem posicionado. Porém, ainda comete erros infantis em termos individuais e parece-me um jogador que tem de desenvolver certos mecanismos em termos de posicionamento, essenciais para o seu desenvolvimento. Além disso, certas marcações ainda são feitas de forma deficiente, perdendo a referência em muitas situações. Provável suplente neste Mundial.

DaMarcus Beasley: Utilizado durante boa parte da fase de apuramento como lateral-esquerdo, deverá manter a posição neste Campeonato do Mundo. Destaca-se pela maneira como ataca, sendo ele um ala/extremo de origem. Esquerdino vertical e activo, vai para o seu quarto Mundial consecutivo. Defensivamente, sente algumas dificuldades em manter posições e quando tem de travar adversários mais atrevidos e virtuosos no um-para-um. Não é um mau lateral-esquerdo, mas o facto de ele estar a jogar nesta posição diz bem do problema de Jurgen Klinsmann para arranjar um indiscutível para esta posição...

DeAndre Yedlin: Em teoria, será a alternativa direita a Johnson e Chandler para a posição de lateral-direito. Lateral potente, profundo e com um belo pé direito, é um jogador bastante ofensivo, o que lhe coloca alguns problemas em termos defensivos. Tem de melhorar na hora de fechar a porta aos adversários, algo que tem vindo a fazer nos últimos meses, com grande agressividade e afinco. Tem potencial, mas chega a este Mundial como teórico reserva.

Fabian Johnson: Testado recentemente como lateral-direito por Jurgen Klismann (posição na qual costuma jogar no Hoffenheim), fez toda a qualificação como médio-ala. Nascido em Munique e formado no mítico TSV 1860, tem feito toda a sua carreira no futebol alemão. Destro, apoia bastante o ataque, acrescentando verticalidade e qualidade no cruzamento. Defensivamente, parece o lateral mais apto da selecção norte-americana, o que só abona a favor da sua titularidade. E isso é algo que deverá mesmo acontecer a partir de 16 de Junho...

Kyle Beckerman: Belíssimo médio-defensivo, continua a ser, aos 32 anos, um dos melhores jogadores da MLS. Jogador de origem alemã, mas nascido e criado nos States, Beckerman é, quiçá, o jogador que melhor desempenha o papel de trinco nesta equipa, embora Klinsmann tenha uma predilecção especial por Jermaine Jones. Tacticamente equilibrado, defensivamente completo e com boa visão de jogo, trata-se de um médio com uma disponibilidade física e uma entrega ao jogo notáveis, jogando com uma intensidade táctica incomum no principal campeonato de futebol norte-americano. Talento e experiência, reunidos num só jogador.

Jermaine Jones: Médio-defensivo nascido na Alemanha, deverá ser a principal aposta de Klinsmann para actuar como médio mais recuado do meio-campo norte-americano. Actualmente no campeonato turco, tem um passado de Bundesliga que lhe permite ser um dos jogadores mais respeitados pelo público e preferido do seleccionador. No cumprimento do papel de escudeiro de Bradley, parece não ser tão completo quanto Beckerman: defensivamente não é tão abrangente e digamos que tacticamente o médio do Real St.Lake é melhor. Menos intenso mas possante em termos físicos, ganha várias bolas de cabeça, distribui com critério e vai aparecendo com regularidade na segunda linha. Digamos que é um jogador diferente da melhor época no Schalke 04 mas mantém boa parte das qualidades que o consagraram na Bundesliga.

Mikkel Diskerud: Filho de um norueguês e de uma norte-americana, nasceu em Oslo, fez um trajecto nas camadas jovens da selecção norueguesa mas não resistiu ao apelo de poder jogar regularmente grandes competições internacionais (ao invés do que acontece com a Noruega...). Jogador criativo e com boa visão de jogo, só consegue ser decisivo, no entanto, com espaços, dado que, quando está cercado de adversários, sente dificuldades em criar desequilíbrios. Para lá disso, é um recuperador de bolas interessante mas parece que tem de subir algo mais a sua intensidade, até porque está habituado ao nível da Liga norueguesa. Além disso, pode e deve aumentar a velocidade em algumas das suas acções.

Alejandro Bedoya: Depois de uma excelente Gold Cup, no Verão do ano passado, não demorou muito tempo até encontrar um clube que o quisesse. Tinha terminado contrato com o Helsingborgs, estava livre e o Nantes aproveitou (e em boa hora o fez!). Médio-ofensivo destro, cresceu bastante em França, ao ponto de poder vir a ganhar um lugar no "onze" de Klinsmann. Actua sobretudo à direita mas também pode jogar mais por dentro. É um jogador vertical, tem carácter, espírito de sacrifício e apoia a defender. Na frente, sem ser brilhante do ponto de vista técnico, mostra capacidade de resolução, cruza bem e possui um interessante pontapé de meia-distância. Deve melhorar na tomada de decisões, sobretudo em alguns passes que faz.

Michael Bradley: Depois da merecida experiência em Itália (onde não se deu assim tão mal, diga-se...), decidiu regressar aos Estados Unidos para ser um indiscutível na selecção. E, na verdade, conseguiu-o, dado que, na ausência de Donovan, é uma espécie de referência-maior desta equipa. Nascido em Princeton, o filho do treinador Bob Bradley cresceu para o futebol na conhecida IMG Soccer Academy da Flórida e foi aí que o talento começou a sobressair. Depois disso, foi saltando de clube em clube, autêntico globe-trotter que já correu meio-Mundo com apenas 26 anos...

Ora, Bradley trata-se de um médio-centro bastante completo, tanto do ponto de vista físico como táctico. Organizador de jogo nato, é ele quem pauta os ritmos do meio-campo norte-americano, aparecendo no esquema de Klinsmann enquadrado entre o meio-campo defensivo e a dupla atacante. Com boa leitura e visão de jogo, mostra ainda disponibilidade para recuar e ajudar a defender. Joga sempre de cabeça levantada, com grande carácter e braveza, não virando costas ao trabalho e aparecendo algumas vezes em zona de assistência/finalização. Se os States brilharem no Brasil, é bem provável que ele tenha uma quota-parte de responsabilidade...

Graham Zusi: Conhecido pelos adeptos mexicanos por San Zusi, por ter marcado o golo que eliminou o Panamá e permitiu ao México apurar-se para o "play-off", é um dos jogadores mais talentosos da MLS. Destro, embora também possua um bom pé esquerdo, é um médio interior, que também pode jogar na ala e que possui um excelente remate de meia-distância. Alia a essa característica, a colocação no remate, a cobrança de bolas paradas, a velocidade na condução e uma boa visão de jogo. Diria que, aos 27 anos, está pronto para dar o salto para uma equipa da linha média do futebol europeu. Quem sabe depois de um bom Mundial...

Brad Davis: Esquerdino experiente e interessante, será, em teoria, uma espécie de reserva da equipa norte-americana. Exímio cobrador de bolas paradas, tem um belíssimo pé esquerdo mas falta-lhe alguma velocidade e intensidade no seu jogo. Conhecido como "Midwestern Magician", pode vir a ser um suplente útil para mexer com os jogos, tal como fez, por exemplo, na partida de qualificação no Panamá, em que os EUA "apuraram" o México para o "play-off".

Jozy Altidore: Depois de uma época de estreia em Inglaterra verdadeiramente decepcionante (foi um dos flops da época...), chega a este Mundial com o desejo de agarrar a titularidade no "onze" de Jurgen Klinsmann. Autêntico "globe-trotter" (já passou por Espanha, Inglaterra, Turquia e Holanda), este ponta-de-lança de origem haitiana é já um dos mais rotinados desta selecção, devendo completar no Brasil as 70 internacionalizações pelos Estados Unidos.

Avançado robusto e de estatura média-alta, Altidore sabe usar o físico para ganhar bolas lá na frente, tem potência para arrancar e procurar o remate. Na Holanda, pátria de defesas frágeis, apontou muitos golos, porém, na Premier League, sentiu na pele o que são marcações impiedosas. Apesar da ausência de golos, melhorou nalguns aspectos em Sunderland, por exemplo, ao nível do passe e da temporização. Cresceu um pouco como jogador (por paradoxal que possa parecer...), mas perdeu claramente a aura de goleador, dado que também lhe falta criatividade para os marcar e mentalidade forte para superar essa má fase. Veremos se Klinsmann lhe irá confiar a titularidade no Mundial ou não...

Clint Dempsey: Avançado que pode jogar a toda a largura do ataque, deverá fazer dupla com Altidore ou Jóhannsson no centro do ataque. Nascido no Texas, começou a jogar na Furman University, até dar o salto para o histórico clube norte-americano New England Revolution, onde esteve duas épocas e meia até dar o salto para o Fulham, que despendeu 3 milhões de euros na compra do seu passe. Em Craven Cottage, realizou cinco épocas e meia de alto nível, que lhe iriam valer transferência milionária (15 milhões de euros) para o Tottenham, onde as coisas não correram tão bem...

Regressado aos Estados Unidos no ano passado, tem-se mostrado como um dos jogadores tecnicamente mais dotados da MLS. Além do mais, tem tido um rendimento superlativo em termos de golos e criação de jogo. Talentoso, trabalhador (cada vez mais, o Mundial fê-lo despertar...), elegante na condução e virtuoso no drible, está numa excelente fase da sua curta mas intensa carreira. Destro, embora também remate bem com o pé esquerdo, aparece muito bem na área para finalizar. Leva vários golos no campeonato, fazendo uma dupla brutal com Obafemi Martins.

Aron Jóhannsson: O substituto de Altidore no AZ Alkmaar teve uma época bem positiva em termos de golos (26 em 53 jogos oficiais). Finalizador-nato, não é, porém, um daqueles "pinheiros" de área que só servem para empurrar a bola para a baliza. Forte fisicamente, sabe fugir às marcações e jogar fora da área, revelando bom entendimento com os seus companheiros e capacidade para construir e rubricar os seus próprios golos. Além disso, tem velocidade, sabe atacar os espaços e finalizar nos momentos certos. Apesar de tudo, deve melhorar no remate e recepções com o pé esquerdo e na maneira como gere o esforço em determinados jogos. Muito bem na Eredivisie (defesas frágeis...), sentiu mais dificuldades para marcar na Liga Europa (2 golos em 14 jogos). Poderá ser titular na selecção norte-americana.

Chris Wondolowski: Bom finalizador de área, sabe recuar para tocar e avançar, oferece apoios e possui um jogo aéreo destacável. De facto, o jogo de cabeça é, sem dúvida, um dos atributos mais interessantes deste experiente avançado de 1,85m. Rápido e potente nos últimos metros, mostra facilidade em rematar com os dois pés, sendo o direito o principal. Será, certamente, uma alternativa válida aos avançados titulares, goleador de área sempre pronto a resolver em caso de aflição...

Julian Green: Para muitos, é visto como um mero "capricho" de Jurgen Klinsmann. Jogador muito jovem e sem experiência ao mais alto nível, será uma espécie de reserva promissor da equipa norte-americana. Nascido na Flórida, os seus pais emigraram para a Alemanha, quando ele ainda era pequeno, tendo feito toda a formação em clubes alemães, destacando-se entre eles o Bayern de Munique, clube onde ainda hoje se encontra. É um avançado talentoso, que joga preferencialmente como extremo, mostrando técnica, potência no arranque na área e virtuosismo para resolver lances em espaços curtos. Vertical, bom na condução e no um-para-um, deve ainda melhorar na definição de alguns lances e na intensidade de jogo. Tudo a seu tempo, agora que não restem dúvidas que os EUA têm aqui um menino de grande potencial...



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