domingo, 1 de junho de 2014

Grécia

Karnezis: O seu passe pertence à Udinese, mas em 2013/14 esteve emprestado ao "filial" Granada. Guarda-redes de boa compleição física, destaca-se pela boa colocação entre os postes, pelos reflexos e pela segurança que confere à defesa. Pode melhorar nalgumas saídas e também no seu jogo com os pés. Formado no OFI Creta e com uma longa trajectória nas selecções jovens gregas, deverá vir a ser o titular da baliza grega no Brasil.

Glykos: Autor de uma temporada interessante ao serviço do PAOK, chega a este Campeonato do Mundo como uma previsível alternativa a  Orestis Karnezis. Destro que gosta de arriscar no passe, mostra velocidade a sair da entre os postes e atributos ao nível dos reflexos. É um guarda-redes que gosta de arriscar, sendo que por isso muitas vezes também se expõe ao perigo e à falha. Ainda assim, parece uma boa aposta de Fernando Santos para ser concorrente de Karnezis.

Kapino: É o mais promissor guarda-redes do futebol grego nos últimos anos. Muito possante em termos físicos, revela uns reflexos e uma agilidade muito interessantes para um guarda-redes tão alto. Possui um bom jogo aéreo e uma compostura sóbria e interventiva entre os postes. Referenciado por várias equipas de topo do futebol europeu, foi titularíssimo do Panathinaikos ao longo desta temporada, tendo revelado uma enorme segurança e uma capacidade de decisão notável em boa parte das partidas que realizou.

Sokratis Papastathopoulos: Defesa-central que também pode actuar como lateral-direito, é um defesa que, apesar de ainda ser relativamente jovem, já possui bastante experiência ao mais alto nível. Esta temporada, aproveitou muito bem as diversas baixas na defesa do Borussia Dortmund para ir mantendo um estatuto de titular regular. Em teoria, será uma das referências defensivas dos gregos neste Mundial, principalmente depois de ter jogado com tanta consistência e regularidade, inclusive na Liga dos Campeões.

Central robusto e poderoso, revela atributos ao nível do jogo aéreo, no desarme e na saída de bola, revelando acerto nos passes com o pé direito. Apesar de ser bom de cabeça, o registo na área contrária pode (e deve) ser melhorado (só apontou um golo dessa maneira esta temporada). Assumiu-se como o líder da defesa do Borussia ao longo de 2013/2014, o que deve fazer dele um indiscutível na equipa orientada por Fernando Santos...

Manolas: Um dos mais promissores defesas da Grécia. Chega a este Mundial na sequência de uma época muito conseguida ao serviço do Olympiakos, sendo que vários emblemas de renome do futebol europeu já o têm na lista para se reforçarem (Benfica incluído). Manolas é um central alto, poderoso, que sabe sair a jogar e que tem umas noções defensivas muito interessantes. Sabe dobrar bem os laterais, é agressivo na marcação e desarma com bastante eficácia. Além disso, revela qualidade nas bolas paradas ofensivas, aproveitando muito bem o seu 1,89 m. Progrediu imenso com Míchel ao longo desta temporada, tendo ganho um equilíbrio e maturidade notáveis. É um sério candidato a poder assumir a titularidade na equipa grega ao longo deste Mundial.

Vyntra: Defesa polivalente e experiente, vem de uma temporada muito positiva ao serviço do Levante. Preferencialmente utilizado como defesa-central (embora também jogar a lateral-direito ou trinco), Vyntra é um jogador que revela atributos ao nível do jogo aéreo (nas duas áreas), nos duelos físicos e que possui uma experiência e uma versatilidade sempre importantes numa competição destas. Figura de proa do Panathinaikos entre 2004 e 2013, encontrou nos espanhóis do Levante a possibilidade de se afirmar numa grande Liga, isto depois de já ter sido uma das referências defensivas dos gregos no Mundial 2010.

José Holebas: Filho de pai grego e mãe uruguaia, cresceu para o futebol na Alemanha, onde os seus pais estavam emigrados. Apareceu no 1860 Munique, o que lhe deu a chance de saltar depois para o Olympiakos, clube onde ainda continua até aos dias de hoje. Lateral-esquerdo de propensão ofensiva, este esquerdino destaca-se pela maneira como sobe na ala e como lança bons cruzamentos, de pé esquerdo. Dá bastante profundidade e largura à equipa mas defensivamente acaba por pagar, sobretudo quando tem de marcar jogadores com as mesmas características. Holebas é um lateral razoável, que é mais fiável a atacar do que a defender. Ainda assim, revela-se um sério candidato à titularidade nesta equipa.

Torosidis: Lateral polivalente, que também pode desempenhar a posição de ala, teve uma temporada inconstante ao serviço da AS Roma. É um jogador voluntarioso e que se desprende bem da sua posição. Apoia o ataque com regularidade e possui um disparo de meia-distância interessante, embora pudesse rematar mais. Defensivamente, cumpre, embora deixe espaço nas costas quando sobe. Torosidis despontou para o futebol no Olympiakos, ganhou nome em Roma e na selecção de Fernando Santos tornou-se um indiscutível nas convocatórias. A ver se ganhará um lugar no "onze"...

Moras: Defesa bastante experiente, é sempre uma opção válida para o seleccionador grego. Autor de uma época consistente em Itália (32 jogos), é um jogador que aporta boa qualidade de passe, robustez física e capacidade de desarme à defensiva grega. Apesar de tudo, é um jogador algo lento e que sente dificuldades no um-para-um, o que se pode tornar complicado jogando contra adversários como Cuadrado, Kakitani, Drogba ou Gervinho. Previsível suplente.

Tzavellas: Lateral-esquerdo interessante, vem de uma boa época ao serviço do PAOK. Recrutado no início da época ao Mónaco, Tzavellas é um defesa esquerdino, que além de lateral pode também jogar como defesa-central. Apoia o ataque relativamente bem e cruza com alguma regularidade, embora pudesse melhorar o seu registo de assistências. Defensivamente, sente algumas dificuldades quando está mais por dentro e enfrenta adversários astutos a explorar diagonais. De resto, é cumpridor e possui já uma vasta experiência, tendo jogado, por exemplo no Euro 2012. Vai discutir a titularidade com Holebas.

Tziolis: Transferido em Janeiro por empréstimo para o Kayserispor, este experiente médio-defensivo conseguiu confirmar as boas indicações já deixadas nos primeiros meses da época, ao serviço do PAOK. Alto e robusto, é um trinco que se caracteriza pelo trabalho defensivo e pelo equilíbrio que procura conferir às equipas onde joga. Tem uma saída de bola correcta mas está longe de ser um prodígio em termos técnicos. Fez mais de 45 jogos ao longo da temporada, o que indicia que chega a este Campeonato do Mundo rotinado. A sua chamada motivou algumas críticas na Grécia mas, de facto, parecia difícil Fernando Santos abdicar de um elemento cuja experiência é sempre uma mais-valia...

Katsouranis: Foi alternando entre a posição de trinco e defesa-central ao longo da época, sobretudo no período em que o português Miguel Vítor esteve de fora por lesão. Jogador rotinado e muito experiente, é um dos dois convocados para o Mundial que esteve na conquista do Europeu há 10 anos (o outro é Karagounis). É um dos esteios da equipa do PAOK e na selecção também é um sério candidato à titularidade na equipa de Fernando Santos.

Katsouranis é um jogador que gosta de assumir a saída de bola, sendo que nalguns momentos até arrisca demais nesse capítulo. Possui um bom passe longo, uma capacidade de trabalho notável e um grande sentido táctico. Confere equilíbrio ao sector mais recuado do meio-campo, embora fisicamente já se note que não tem a mesma frescura de outros tempos. Apesar de tudo, sabe proteger-se de esforços exagerados. A jogar como central, notam-se alguns problemas para interceptar certas bolas. No fundo, trata-se de um dos mais experientes jogadores deste Mundial e a Grécia poderá sair a ganhar com a sua presença.

Karagounis: O outro campeão europeu de 2004. Aos 37 anos, chega a este Campeonato do Mundo depois de uma época em que cumpriu apenas 19 jogos (nem todos completos) ao serviço do Fulham (equipa que desceu ao segundo escalão do futebol inglês). Fisicamente, já não dá a mesma resposta de há uns anos, mas ainda continua a ser um indiscutível para Fernando Santos. A perspectiva da participação numa grande competição pela última vez na sua carreira leva-o a encarar este Mundial como um dos momentos mais importantes da sua longa carreira.

Karagounis é um médio-centro que se destaca pela sua qualidade de passe e pela meia-distância, executada muitas vezes com precisão. Destro talentoso, já não possui a mesma intensidade de jogo de outrora, embora continue a mostrar detalhes técnicos muito interessantes. Provavelmente não será titular da equipa grega no Mundial, no entanto, tinha de ser chamado por tudo o que representa e pelo que pode acrescentar em termos de experiência e fineza de jogo a este grupo. Completou recentemente a 136ª internacionalização pela selecção grega.

Maniatis: Médio-defensivo robusto e bastante equilibrado, foi uma das figuras da boa campanha do Olympiakos na Champions League 2013/2014. Não é um jogador que seja tecnicamente notável, mas ainda assim sobe bem e aparece em posição de remate várias vezes. Posiciona-se bem a defender, é agressivo nas marcações e garante um equilíbrio defensivo constante ao meio-campo. Formado no modesto AO Thiva e com uma passagem relevante pelo Panionios, pode ainda jogar como lateral-direito, posição aliás de onde é originário.

Samaris: Um dos médios mais talentosos da formação grega. Destro de estatura imponente e elegante saída de bola, pode vir a ser importante para trazer clareza, estilo e objectividade ao meio-campo helénico durante este Mundial. Além disso, é um exímio rematador, revelando acerto nos disparos de meia-distância, de pé direito. Não fazendo parte dos muito prováveis titulares, é sempre uma opção a ter conta, pelo que acrescenta à equipa e pelo factor-novidade que pode supor no decorrer dos jogos...

Tachtsidis: Médio-defensivo alto e forte fisicamente, teve uma época relativamente irregular em termos de utilização, tem sido, aliás, emprestado pelo Catania ao Torino a meio da mesma. 1 golo em 9 jogos e várias exibições descoloridas devem fazer com que o Toro nem sequer chegue a avançar para a aquisição do seu passe. Digamos que será difícil ser titular na formação de Fernando Santos, até pela concorrência. Possui um bom disparo de meia-distância, embora não arrisque demasiado. É certinho no passe mas podia ser mais completo do ponto de vista defensivo. Precisa de um treinador que pegue no seu potencial e o transforme num regista de qualidade...

Panagiotis Kone: Outro representante da Serie A na equipa grega. Médio de ataque, que pode actuar mais descaído na direita, é um jogador criativo, que se envolve bem no processo de construção ofensiva, destacando-se entre o lado direito e a posição de trequartista. Rematador-nato, é conhecido pela sua particular apetência para marcar golos extraordinários, sobretudo de pé direito. Este ano, porém, não foi tão decisivo e ficou-se pelos 5 tentos (em 28 jogos) no principal escalão do futebol italiano. Um bom médio-ofensivo, capaz de ser opção regular de Fernando Santos. Resta saber se começando a titular ou a partir do banco...

Fetfatzidis: Médio-ofensivo que gosta de partir da direita para explorar diagonais, realizou exibições bastante interessantes ao longo da temporada. Não tendo sido um indiscutível para Gasperini, teve prestações individuais notáveis. Esquerdino de créditos firmados, pode ainda actuar no centro e lado esquerdo do ataque. Baixinho, mas muito talentoso, tem potencial para ser um dos elementos diferenciadores em termos técnicos no vasto plantel que Fernando Santos leva até ao Brasil. Em teoria, partirá desde o banco mas com esperanças de chegar longe...

Christodoulopoulos: Avançado multi-funções, pode ocupar todas as posições do ataque, se bem que a sua predilecta seja a partir da ala esquerda. Tem boa técnica, destreza com os dois pés e remata bem. Por vezes, falta-lhe ser mais constante, o que o leva a ter partidas onde passa quase despercebido. Nascido e criado no PAOK, explodiu no Panathinaikos, onde fez 5 épocas geralmente positivas que o levaram a dar o salto para Itália. Será uma boa opção para lançar em caso de aperto.

Gekas: Avançado bastante experiente, avança para mais uma grande competição ao serviço da selecção helénica. Depois das presenças nos Europeus de 2008 e 2012 e no Mundial 2010, chega a este Campeonato do Mundo depois de uma temporada bastante conseguida na Superlig turca, tendo apontado 13 golos e feito 9 assistências. Destro robusto e combativo, tem um faro de golo e uma mobilidade no último terço notáveis. A qualidade das suas finalizações tornam-no numa unidade muito válida, apesar dos 33 anos e de ter superado uma lesão complicada há uns meses. Aliás, na Turquia diz-se que se não fosse essa lesão, ele teria sido um dos melhores marcadores do campeonato. No final do Mundial poderá transitar para uma equipa de maior nomeada (fala-se no Galatasaray). No entanto, ele quer é ser referência no Brasil. Resta saber se como alternativa ou companhia de Mitroglou.

Salpingidis: Atacante enérgico e bastante vertical, poderá enfrentar o último Mundial da sua carreira. Depois de uma temporada regular ao serviço do PAOK, entre Liga e Europa, procura um lugar na equipa de Fernando Santos, depois de já ter sido parte importante desta formação no apuramento e "play-off" e nos grupos que estiveram na África do Sul em 2010 e na Polónia em 2012. O seu pé direito continua apto a fazer maravilhas, quer partindo da ala direita, como jogando mais por dentro. Veremos qual o papel que Fernando Santos terá reservado para ele, sendo que por experiência, qualidade e competência poderá ambicionar a um lugar no "onze"...

Mitroglou: Foi uma das figuras da Europa futebolística até ao passado mês de Janeiro, altura em que decidiu dar o salto para Inglaterra. Viria a descobrir, quatro meses depois, que a decisão não havia sido a melhor, dado que o clube para onde se transferiu (Fulham) tinha acabado de descer de divisão. De facto, foi uma temporada de sentimentos antagónicos para a principal estrela da selecção grega. Passou de goleador admirado por toda a Europa a um final de época num clube que lutava para não descer na Premier League (ainda para mais estando lesionado boa parte do tempo...).

Konstantinos Mitroglou é um ponta-de-lança de mão cheia: tem mobilidade, joga bem de costas para a baliza, garante bons apoios, sai da área para vir procurar espaços para o remate e executa na perfeição, quer seja com os dois pés (sendo que é esquerdino) ou de cabeça. É um avançado completo, com uma capacidade notável para inventar ele mesmo os golos. Tem potência e joga sempre com muita inteligência. Se recuperar entretanto do problema que o apoquentou na fase final da temporada, será a chave para uma boa participação da Grécia no Mundial do Brasil.

Samaras: Um dos elementos mais experientes da selecção helénica. Apesar da sua altura e do estilo de aparência desengoçada, o avançado do Celtic possui boa técnica e uma capacidade notável para aguentar a bola sob pressão, com o seu imponente físico de 1,92 m. Chega a este Mundial depois de uma temporada positiva em termos individuais e onde o se consagrou mais uma vez como campeão escocês.

Destro de qualidade, mostra atributos em espaços curtos e capacidade de remate, após diagonal ou no centro da área, sendo que o pé direito é o seu predilecto para finalizar. A extremo-esquerdo ou ponta-de-lança, será sempre reconhecido como uma mais-valia, jogador pronto a resolver graças à sua habilidade e eficiência. Provável titular neste Campeonato do Mundo, resta saber quem serão os seus companheiros de ataque...



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