quarta-feira, 11 de junho de 2014

Inglaterra

Joe Hart: Nascido em Shrewsbury, formou-se no clube local, antes do Manchester City o descobrir. Na altura, o clube citizen era um histórico, mas sem esta aura de "gigante" que possui hoje em dia. Depois disso, esteve emprestado em três clubes (Tranmere, Blackpool e Birmingham), antes de retornar ao sítio onde, anos mais tarde, se iria notabilizar. De facto, na actualidade, podemos considerar Hart um dos guarda-redes de topo no futebol mundial e muito desse sucesso recentemente adquirido se deve à situação de ter crescido bastante enquanto jogador (e também como pessoa) nessas experiências por empréstimo.

Titular no Euro 2012 e durante todos os jogos de qualificação para este Mundial, Hart foi ganhando progressivamente o seu espaço nas opções de Hodgson. Durante a temporada, chegou a ter falhas comprometedoras que o fizeram sentar no banco, tendo Pellegrini apostado no romeno Pantilimon. Porém, já na fase final da época, voltou a ser um indiscutível, tendo-se revelado decisivo nalguns momentos de maior aperto. É um guardião de bons reflexos, ágil e com uma estatura própria de um bom guarda-redes. Deve melhorar nalgumas saídas e, esporadicamente, tem distracções inexplicáveis, fruto de precipitações próprias de um guarda-redes ainda não totalmente formatado. Apesar de tudo, parece, claramente, a melhor opção para asusmir a baliza inglesa neste Campeonato do Mundo.

Ben Foster: Guarda-redes bastante alto e corpulento, teve uma lesão ainda na primeira metade da temporada que lhe complicou um pouco a progressão. Ainda assim, acabou o ano como titularíssimo da baliza do WBA, mostrando-se pronto para ser chamado por Roy Hodgson. Forte nas alturas e com uns reflexos extraordinários, tem-se revelado como um dos guarda-redes mais sólidos da Premiership ao longo dos últimos anos, sendo portanto uma alternativa bastante credível a Joe Hart. Se o titular falhar ou se magoar, estará aqui um homem pronto a dar o salto.

Fraser Forster: Ter mais de 2 metros de altura tanto pode ser benéfico como contraproducente. No caso deste guarda-redes, revela-se muito mais benéfico para as suas equipas. Internacional apenas por uma vez com a camisola dos Three Lions, ficou conhecido na Europa depois de uma exibição absolutamente tremenda contra o Barcelona há duas temporadas. Os espanhóis passaram-no a chamar "La Gran Muralla" (os ingleses adoptaram a tradução "The Great Wall") e com toda a razão de ser. Guardião de reflexos apurados, mostra-se forte por alto e imponente na pequena área. Deve melhorar, contudo, o seu jogo de pés, ainda algo deficiente. Será o reserva de Hart e Foster no Brasil.

Glen Johnson: Formado no West Ham, tornou-se, ao longo dos últimos anos, num dos melhores laterais-direitos do futebol europeu. O Liverpool deu-lhes as condições necessárias para crescer e se impor também ao nível da selecção, mostrando nível e competência suficientes para ser titular. Internacional em mais de 50 ocasiões, procura neste Mundial a confirmação de uma época bastante positiva em Anfield Road, na qual foi uma das peças fundamentais para o grande campeonato da formação orientada por Brendan Rodgers.

Lateral ofensivo e acutilante, revela-se um autêntico "pêndulo", atacando e defendendo consoante as necessidades da equipa. Apoia bem em zonas mais adiantadas e tem velocidade para recuar, embora por vezes deixe algum espaço nas suas costas. Com bons pés, revela-se ainda um bom executante de cruzamentos. O facto de poder jogar nas duas laterais é outro dos factores que o torna tão importante para os treinadores dos clubes onde passa. Será titular no Brasil.

Gary Cahill: Um dos melhores centrais europeus da temporada 2013/2014. Atingiu um nível competitivo brutal com José Mourinho e tornou-se numa das principais referências do Chelsea. Imperial, soberbo e agressivo (no bom sentido) poderão ser adjectivos correctos para descrever a sua evolução nos meses mais recentes. Formado no Aston Villa, desde novo que o seu potencial físico e estatura começaram a despertar a atenção de alguns grandes clubes ingleses.

Gary Cahill é um central alto, fisicamente poderoso e que usa muito bem o contacto físico para tirar partido das disputas de bola e sair a ganhar. Sóbrio, revela eficácia no jogo aéreo (tanto numa área como na outra), além de fazer muitos desarmes e intercepções e dobrar bem o lateral. Digamos que a definição de "muro" utilizada para descrever um defesa implacável assenta na perfeição a este jogador. Titularíssimo pela Inglaterra, por certo.

Leighton Baines: Vai ser o titular na lateral esquerda, prémio muito justo a uma carreira não muito longa mas sobretudo intensa deste excelente jogador. Nascido em Kirkby e crescido para o futebol em Wigan, este canhoto revela atributos do ponto de vista ofensivo, dando profundidade e largura à equipa e cruzando com qualidade para a área. Além do mais, tem também um bom remate de meia-distância, o que pode ser sempre útil. Já em termos defensivos, revela-se um defesa seguro, competente e bastante certeiro nos tackles. Indiscutivelmente, o mais completo lateral-esquerdo inglês da actualidade.

Luke Shaw: Um dos laterais-esquerdos com mais futuro no futebol mundial. Jogador de propensão ofensiva, vem de uma temporada soberba em Southampton, sendo regularmente utilizado e rubricando óptimas exibições. Comparado a Bale (que também começou no clube da cidade do sul de Inglaterra) pela rapidez e verticalidade com que ataca, revela-se ainda um defensor bastante seguro, capaz de fazer excelentes desarmes e geralmente bem posicionado em fase defensiva. Em transição, tem a velocidade e o sentido de recuperação que se exigem, na maioria dos casos. Canhoto, possui uma boa qualidade de passe e cruzamento. Revela ainda atributos ao nível do jogo aéreo e físico, dado que é alto e tem uma compleição física interessantíssima para um lateral. Deve melhorar um pouco o seu registo de assistências (duas em 38 jogos esta época), de forma a juntar capacidade de decisão ofensiva à sua qualidade enquanto jogador.

Phil Jagielka: Central experiente, deverá ser o acompanhante de Cahill no centro da defesa inglesa. Jogador robusto, apresenta atributos ao nível do corte, da intercepção de cruzamentos e na dobra aos laterais. Usa bem o seu poderio físico dentro da área e possui um perfil de "patrão" que só beneficia a sua equipa. Revela-se ainda bastante útil nas alturas, afastando várias bolas de cabeça. Tecnicamente, não é um primor e por vezes comete alguns erros, embora sejam raros. Elemento bastante fiável.

Chris Smalling: Defesa-central, pode ainda desempenhar a função de lateral-direito, posição onde até poderá vir a ser utilizado, caso Glen Johnson sofra algum problema. Revela-se um jogador forte na marcação, poderoso fisicamente e rápido. Tem essa capacidade de antecipação, usando bem a sua velocidade, mas digamos que não é ainda um jogador totalmente consolidado, devendo melhorar nalguns posicionamentos e no capítulo do passe e cruzamento. Boa opção de banco, ainda assim.

Phil Jones: Jogador multifacetado, pode fazer diversas posições, desde defesa-central a lateral-direito, passando por trinco. Esforçado, cumpridor e bastante disponível fisicamente, revela-se de uma utilidade extrema para o seu Man.United e também Roy Hodgson na selecção dos Três Leões. Possui um bom jogo aéreo, agressividade e capacidade de desarme, além de dar uma saída de bola vertical interessante. Possante e resistente, tem, contudo, algumas lacunas que deve tratar de trabalhar. Suplente sempre disponível.

Steven Gerrard: O mítico capitão do Liverpool e da selecção vem de uma temporada maravilhosa em termos pessoais mas onde, contudo, falhou o mais objectivo, diria, de uma carreira: conquistar o título da Premier League. Ainda terá tempo para tentar, é certo, mas oportunidades como as que o Liverpool dispôs esta temporada não surgem todos os dias. Nascido e criado em Anfield Road, é um desses one-man club de que todo o Mundo gosta. Fiel, galhardo e elegante, é, sem dúvida, um dos melhores jogadores ingleses de sempre e seguramente uma das referências máximas do futebol mundial na última década.

Gerrard deverá aparecer neste Mundial jogando não como único farol da equipa, mas certamente com um companheiro ao seu lado, embora possa haver momentos, em 4x3x3, que ele venha a ser o único pivot defensivo da equipa. Foi assim que jogou (e com sucesso!) durante parte considerável da temporada. Médio bastante completo, disponível do ponto de vista físico, tacticamente consistente e excelente ao nível do passe, reconverteu-se num excelente trinco posicional. Um jogador daqueles que qualquer treinador gosta de ter, mas que neste Mundial será só de Roy Hodgson!

Frank Lampard: Outra das figuras veteranas da selecção inglesa. Depois de uma época onde já se sentiram algumas dificuldades físicas da parte do jogador (naturais da idade...), chega ao Mundial com a condição de titular em dúvida (até porque a concorrência jovem parece bastante competente...). Internacional por mais de 100 vezes, avança para aquela que será, muito provavelmente, a sua última grande competição de selecções. Será também o fim de uma geração, daí a importância deste Campeonato para um jogador destes...

Lampard é um médio tacticamente disciplinado, com boa visão de jogo e qualidade no remate. A sua experiência e maturidade serão outros dois factores que terão pesado na hora de escolher os 23. Roy Hodgson não poderia abdicar de ter um jogador ainda activo e com tantos quilómetros percorridos em campo e vitórias conquistadas junto da geração mais nova. É óbvio que, como já foi referido anteriormente, não responde tão bem em termos físicos, mas a qualidade, o critério e abnegação continuam lá. Tinha mesmo de ser chamado...

Jack Wilshere: Vai ser o futuro desta selecção em termos de meio-campo e, certamente, um candidato a assumir a titularidade neste Mundial, embora nos jogos de preparação se tenha notado a aposta de Roy Hodgson na conexão Gerrard-Henderson. Aos 22 anos, tem aqui uma chance de brilhar ao mais alto nível e tratará, certamente, de não a desaproveitar. Depois de ter conquistado o primeiro título ao serviço do Arsenal (a FA Cup), vai dar tudo no Brasil para tentar, pelo menos, chegar o mais longe possível...

Médio-centro com grande visão de jogo e bastante critério no passe, revela uma qualidade notável a distribuir jogo, além de procurar algumas vezes o remate, quando sobe até à segunda linha ou à área. Sempre muito activo, gosta de progredir no terreno e, naturalmente, participar no processo de construção. É um jogador inteligente, maduro e tacticamente responsável, cuja maneira de ajudar a defender é também sobejamente elogiada. Pena as lesões que lhe travaram um pouco a ascensão ao longo dos últimos anos...

Jordan Henderson: Autor de um excelente exercício ao serviço do Liverpool, acaba por se candidatar a titular, por via também do entendimento com o capitão red Steven Gerrard. Em termos gerais, teve uma temporada mais completa em termos exibicionais que a de Wilshere, daí falar-se muito a sério na sua possível titularidade. Organizador de jogo competente e versátiil, destaca-se pela sua qualidade técnica e pela participação (quase sempre positiva) na segunda linha. Mostra ainda competência na hora de defender, tendo crescido bastante nesse sentido na temporada que agora findou. Pode ainda jogar na ala direita, se bem que jogue quase sempre por dentro. Boa visão de jogo, qualidade de passe e meia-distância, ao serviço de Sua Majestade.

Alex Oxlade-Chamberlain: Sofreu uma lesão no jogo de preparação frente ao Equador mas, ainda assim, conseguiu recuperar a tempo do início da competição, quando todos os prognósticos iniciais pareciam bastante desfavoráveis. Jogador veloz e vertical, habituou-se a jogar mais por dentro esta temporada, embora seja de origem um ala/extremo. Esta versatilidade pode ser explorada por Hodgson em vários momentos, embora disponha de mais jogadores capazes de desempenharem essas funções (Rooney, Sterling, Barkley...). Revela qualidade na condução em progressão, bom jogo associativo e capacidade de aparecer na área contrária a finalizar. É um dos agitadores de jogo da Inglaterra, logo não poderia deixar de ser chamado pelo seleccionador inglês para mais uma grande competição.

James Milner: Cumpridor, destaca-se sobretudo pela polivalência, daí ser um elemento tão útil e tido em consideração pelo seleccionador da Inglaterra. Tacticamente consistente e cumpridor ao nível do passe, pode jogar como médio-ala ou médio-centro, revelando sempre uma disponibilidade e uma aceitação tremendas para desempenhar qualquer tipo de papel. Não tendo a velocidade de ponta de outros elementos mais jovens, acrescenta verticalidade e capacidade de cruzamento, sendo um jogador participativo no processo de construção de jogadas ofensivas na segunda linha. Sem ser regular no City, merece, ainda assim, esta chamada.

Raheem Sterling: Uma das novas pérolas do futebol britânico. Rapídissimo, dinâmico e profundo, revela-se um jogador sensacional a jogar com espaços, em contra-ataque mas também capaz de mexer entre-linhas e de servir como uma espécie de abre-latas. Técnica, drible e descaramento não lhe faltam, além da capacidade resolutiva (que ainda assim pode ser melhorada!). Autor de uma temporada tremenda no Liverpool, onde foi uma das figuras aliás, chega a este Mundial para ser uma espécie de factor decisivo para esta selecção. Veremos se o irá conseguir...

Adam Lallana: Duas excelentes temporadas na Premier League ao serviço do Southampton catapultaram-no para o ingresso na selecção, em primeira instância em jogos amigáveis e, posteriormente, num Campeonato do Mundo. A chamada justifica-se porque consegue, de facto, ser um jogador diferencial, graças à sua habilidade com bola, boa visão de jogo e inteligência a entrar nos espaços. Criativo e rápido, tem um bom jogo associativo e revela ainda facilidade ao nível do remate. Apareceu relativamente tarde no contexto da selecção (25 anos, agora 26), mas muito a tempo para ainda brilhar vestido com a camisola do seu país!

Ross Barkley: Um dos mais talentosos produtos do futebol inglês nos últimos anos. Potente, vertical, rápido, tecnicamente dotado e com notável capacidade de passe e remate, Barkley está ainda a ser potenciado, mas trata-se claramente de um diamante em bruto. Jogando na segunda linha do meio-campo, consegue ser decisivo. Pode também jogar a partir de uma posição mais recuada, de onde tem uma visão mais ampla das coisas. Ainda assim, ele precisa (e gosta!) de estar mais na frente, onde possa mexer com o jogo, dar um passe de golo ou tentar atirar à baliza. Jogador para mexer com os jogos, claramente.

Wayne Rooney: 10 anos depois da estreia numa grande competição (Euro 2004), por cá continua, como uma dos líderes naturais deste grupo. Presente nos Mundiais de 2006 e 2010, acabou mais reconhecido pela célebre expulsão no Inglaterra-Portugal em Gelsenkirchen ou pela fraca prestação na África do Sul, sendo que terminou ambas as competições sem um único golo marcado. Portanto, esta prova no Brasil ganha uma importância extra para o avançado do Manchester United também no sentido mais pessoal.

Ainda à procura do primeiro título ao serviço da sua selecção, Rooney chega a este Mundial depois de ter ouvido algumas críticas à sua forma mais recente. Apesar de tudo, parece, sem dúvida, um dos jogadores com mais potencial para resolver os jogos a favor da Inglaterra. Actuando entre a posição "10" e o centro do ataque, este novo papel de "enganche" móvel assenta-lhe que nem uma luva, baixando bastante para receber a bola e poder distribui-la. Bastante possante e rápido na condução, revela atributos ao nível da visão de jogo e do passe, além de possuir um óptimo remate. É também um exímio marcador de bolas paradas, em especial livres directos. Um craque autêntico, figura maior de uma selecção.

Daniel Sturridge: Uma das figuras da Premier League na temporada que agora finalizou. Avançado nascido em Birmingham, formou-se entre o Aston Villa local, o histórico Coventry City e o Man.City. Em 2009, os citizens venderam-no ao Chelsea que, por sua vez, depois de o ter posto a rodar no Bolton e de o ter como suplente utilizado por uma época e meia decidiu vendê-lo ao Liverpool por 16 milhões de euros. Na verdade, desde que chegou a Anfield, as suas qualidades enquanto jogador conheceram um boom, tendo atingido o clímax no decorrer da época 2013/2014.

Estrela-maior dos "reds" (a par de Suárez), Sturridge chega a este Mundial num momento de forma brutal. Avançado completo e versátil, parte sempre em busca do espaço livre, do melhor sítio para enquadrar um remate, sendo que este esquerdino consegue atirar de qualquer parte, revelando uma qualidade notável na criação das jogadas pré-remate. Tecnicamente dotado, possante e inteligente, será certamente uma das armas de arremesso de Hodgson aos adversários durante este Campeonato do Mundo.

Danny Welbeck: Candidato a titular (avaliando, pelo menos, os jogos particulares mais recentes), vem de uma temporada de altos e baixos ao serviço de um também intermitente Manchester United. Actuando sobretudo sobre a ala esquerda, Welbeck revela inteligências nas movimentações na segunda linha e um bom arranque em diagonal. Pode jogar como referência central do ataque, mas digamos que não rende tanto como com essa maior liberdade ao nível dos movimentos. Tem potência e remate, portanto trata-se de um jogador de rendimento regular, mesmo sem ser sempre decisivo.

Rickie Lambert: Garantiu, mesmo em vésperas do Mundial, a transferência para o gigante Liverpool, na sequência de mais uma grande temporada em Southampton. É um avançado de área, bastante possante, com um bom jogo aéreo e um notável remate de pé direito. Sabe jogar e pode atirar de fora da área (sendo que até livres pode cobrar), embora seja mais letal no rectângulo final. Ponta-de-lança goleador, pode ser uma excelente opção para lançar em casos de maior aperto.




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