sexta-feira, 22 de junho de 2012

Euro 2012, Quartos-de-final: A vitória portuguesa sobre os checos em 6 perguntas














1. Será esta Selecção capaz de atingir o título? Bom, agora que estão entre as 4 melhores, tudo é possível. No entanto, é bom que mantenham os pés assentes na terra e que só pensem no jogo das meias-finais. Apesar do entusiasmo, do bom futebol e da atitude desta equipa, também convém recordar que ainda não estão no ponto no que concerne à concretização. Muitos golos continuam por marcar. E como sabemos (e já vimos este ano frente à Alemanha...) o desperdício contra "gigantes" costuma significar a morte do artista...Esperemos que não...
2. Porque é que a Selecção entrou tão cautelosa de início e tão vigorosa na 2ª parte? Parece-me uma questão relativamente simples de se responder: na 1ª parte, imperou o respeito entre ambas as equipas. Os checos não quiseram expor-se ao perigo da velocidade e verticalidade do ataque luso e os portugueses temeram avançar demais e desguarnecer o sector recuado, podendo sofrer um golo que complicaria as coisas. No entanto, acho que a mudança de atitude da equipa portuguesa começou no último quarto-de-hora da 1ª parte, quando entendeu, sobretudo após o remate de Ronaldo ao poste, que podia criar perigo e com mais algumas unidades a apoiar o ataque podiam desequilibrar o jogo a seu favor. E foi isso que se viu precisamente no segundo tempo: mais vontade, linhas mais avançadas, maior pressão sobre a defesa checa e mais oportunidades a surgir. Assim se construiu a vitória...
3. Portugal não cria demais para os (poucos) golos que faz? Ainda bem que Portugal cria muitas oportunidades, é sinal de criatividade e capacidade de chegar às zonas de finalização. Falta, como eu já disse, melhorar a eficácia. Continuam a ser desperdiçadas algumas oportunidades claras que permitiriam que, no jogo de ontem por exemplo, a Selecção tivesse resolvido a questão mais cedo.
4. Quais serão os jogadores destas duas selecções que podem sair mais valorizados deste Europeu? Olhando para Portugal temos vários: Rui Patrício ganha muito mercado porque se tem revelado um guarda-redes muito seguro. No meio-campo, Veloso e Moutinho estão a revelar-se e a sua cotação tem disparado em flecha. Podem valer grandes negócios para os seus clubes este Verão. Quanto à equipa checa apontaria também alguns nomes: o inevitável Gebre Selassie, lateral-direito revelação deste campeonato (sobe bem, defende com critério, belo jogador), apontado já a Werder Bremen e Chelsea, por exemplo; os médios Jiracek e Pilar, ambos recém-chegados ao Wolfsburgo, é certo, mas que vão ficar em definitivo nas listas de prospecção dos melhores da Europa. Por último, importa referir a valorização pessoal: Cristiano Ronaldo, autor do golo da vitória ontem, por exemplo, pode muito bem vencer a Bola de Ouro este ano. Já é o grande candidato. Se for campeão, então, parece-me um dado adquirido.
5. Quem é o ponta-de-lança ideal para substituir Postiga nas meias-finais? Eu diria Hugo Almeida, apesar de não me parecer muito confiante. No entanto, é mais experiente e possante do que Nélson Oliveira, que me parece mais útil para entrar a meio do jogo, para desbloquear jogo e perturbar os centrais contrários com a sua velocidade.
6. Qual o melhor adversário para as "meias": Espanha ou França? Teoricamente é a França, claro está. Embora o historial não seja lá muito bom, especialmente em semi-finais. Acho que contra os gauleses seria um jogo mais equilibrado. Contra nuestros hermanos, a tarefa seria muito provavelmente mais complicada. O seu jogo apoiado, cheio de criatividade e magia do meio-campo para a frente, pode tornar-se numa complicação para a equipa nacional. Embora a última amostra em termos oficiais (Mundial-2010) não tenha sido má de todo...

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