quinta-feira, 28 de junho de 2012

Euro 2012, Meias-finais: Um fim inglório para uma Selecção de heróis (Portugal-Espanha 0-0, 2-4 após g.p.)



























Acabou. Foi bonito, sonhámos alto (de maneira absolutamente legítima) e acabámos por morrer na praia pela 5ª vez em 6 participações em meias-finais de grandes competições. Apesar de tudo, muita satisfação e muitas ilações positivas a tirar para o futuro. Portugal esteve muito bem, jogou futebol de alto nível e deixou um sentimento de ansiedade por 2014 (bem sei que ainda temos a fase de apuramento, mas é impensável não estarmos presentes no Mundial do Brasil...).

Quanto ao jogo, foi emotivo mas nem sempre disputado com qualidade. Especialmente na 1ª parte, assisitimos a um confronto entre duas equipas que estavam com algum receio (para não dizer muito) de arriscar. É normal, uma meia-final, duas equipas fortes, uma um pouco mais que a outra é certo, mas ambas com grande vontade de estar presente na final. Portanto, houve, de facto, algum medo de errar e de colocar em causa a presença em Kiev no próximo domingo.

Portugal foi corajoso. Veloso, Moutinho e Meireles fizeram-se valentes e souberam equilibrar a tal "aparente" luta desigual de centro-campistas. No entanto, foram os espanhóis a criar as duas primeiras ocasiões de golo, por Arbeloa e Iniesta. Portugal, sem criar oportunidades, ia, pelo menos, aguentando muito bem a nível defensivo e equilibrando forças a meio-campo. E depois de algumas (poucas) tentativas inconsequentes, lá conseguimos criar perigo: Cristiano Ronaldo, à entrada da área, rematou perto do poste esquerdo da baliza de Casillas. Melhor ocasião da 1ª parte, já perto do fim. Portugal ganhava esperança...

No segundo tempo, Portugal muito bem de início. Incrível Moutinho a pautar o jogo a meio-campo. Fez Xavi parecer mais pequeno, o que por si só é incrível. Os espanhóis raramente conseguiam entrar no nosso espaço defensivo. E Hugo Almeida lá foi rematando, dando a sensação que se fosse Ronaldo a assumir esse papel poderíamos ter melhor sorte. Mas não... Numa belíssima jogada de contra-ataque, aos 89 minutos, jogada clara de golo para Portugal. Meireles tinha duas opções, uma à direita (se a memória não me falha Nélson Oliveira,  que entretanto havia substituído Almeida) e à esquerda o CR7. O passe não foi feito no timing certo, o madeirense não conseguiu a melhor recepção e depois rematou bem por cima. Grande oportunidade para a estocada final (literalmente final) a não resultar. Vinha o prolongamento, então....

Nos últimos 30 minutos de jogo, Espanha por cima. Duas ou três ocasiões claríssimas (grande Patrício a salvar dois golos certos). Era notório que as substituições do mestre Del Bosque (mais uma vez provou que é um treinador enorme) haviam resultado. A velocidade, drible e profundidade de Navas, à direita, e Pedro, à esquerda, e a capacidade de desestabilização de Fabregàs no centro deram outra vida à Roja. Portugal mais fatigado lá aguentou e levou o jogo para a lotaria (tal e qual) de pénaltis. E aí ganharam nuestros hermanos (4-2). Sorte? Nada disso, foi azar nosso...

Ficámos por aqui, nada de mal a dizer, só agradecimentos. Faltou-nos alguma eficácia nas poucas ocasiões que tivemos, mas todos sabemos como é difícil marcar a esta Espanha, que além do meio-campo e ataque estupendo tem ainda uma defesa praticamente insuperável. E um banco fantástico. Portanto, Portugal conseguiu bater-se com um grupo de jogadores fantástico. Del Bosque podia colocar qualquer dos 23 convocados que continuaria a ter uma equipa fenomenal. E é isto que eu quero guardar no fim deste jogo: a nossa Selecção, morta à nascença na boca de tanto médico-parteiro sem curso, mostrou ser capaz de lutar com os melhores do Mundo. E queremos mostrar mais daqui para a frente. Que chegue 2014 e bem depressa!







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