terça-feira, 19 de junho de 2012

Dia 11 do Euro, Grupo C: As favoritas deixaram a gigante Croácia a chorar















Croácia-Espanha 0-1

Foi um fim inglório para os croatas. Jogaram futebol de qualidade, mostraram carácter, raça e grande capacidade de choque. Não costumo falar em arbitragens, mas ontem se o senhor Stark tivesse estado mais acertado porventura a Croácia estaria no lugar onde merecia. Embora, diga-se, os espanhóis, futebolisticamente falando, mereçam sempre seguir em frente.

Apesar de tudo, o jogo não correu de feição à Roja. Muitos passes falhados, dificuldades acrescidas em entrar na área croata, em suma, uma partida difícil, fechada, muito graças ao belo esforço e organização táctica da equipa de Bilic. Da primeira parte, destacam-se alguns remates de meia-distância, geralmente parados por Pletikosa. Não houve muito mais...

No segundo tempo, os espanhóis conseguiram criar mais perigo, sobretudo depois da entrada de Navas, que soltou mais a equipa do ponta de vista ofensivo, se bem que lhe tenha retirado o poder ofensivo de ter um "9" ( Navas entrou aos 61´ , para o lugar de Torres). No entanto, os homens dos Balcãs tiveram excelentes oportunidades, por Rakitic e Perisic. Este último entrou a meio da 2ª parte, assim como Jelavic, regressando então a Croácia ao esquema apresentado nos dois primeiros jogos. Slaven Bilic arriscava tudo e a equipa de Del Bosque tremia um pouco, especialmente na zona mais recuada.

O jogo só ficou resolvido aos 88 minutos. Antes mais uma excelente substituição de Del Bosque, ao colocar Cesc Fabregàs no lugar de um desinspirado David Silva (minuto 73). Fabregàs viria, aliás, a ajudar a resolver o jogo, numa excelente jogada em que isolou Iniesta e este assistiu Jesus Navas que, de baliza aberta, não perdoou. Resultado injusto, apesar da estatística mostrar uma Espanha com mais bola (64% de posse) e com mais remates perigosos. Nos últimos minutos, os croatas procuraram desesperdamente o golo do apuramento, sem sucesso. Ficam pelo caminho, para mim injustamente, dado que revelaram qualidade suficiente para estar nos quartos-de-final. Em especial, ontem. Fizeram tremer, e muito, a campeã da Europa e do Mundo.



























Itália-Rep.Irlanda 2-0

Não gostei da exibição italiana. A avaliar pelo jogo de ontem, acho que teria sido mais justo os croatas seguirem em frente que os italianos. Estes últimos só me deixaram água na boca na estreia frente à Espanha e durante parte do 1º tempo frente à Croácia. De resto, jogaram o suficiente para passar mas sem fascinar.

Há uma tentação, diria, quase suicida dos italianos para se fecharem em copas quando estão a vencer por 1-0. Como disse aqui há uns dias o comentador Luis Freitas Lobo, numa análise bastante pertinente, para os italianos o 1-0 é como se fosse uma goleada. Nos últimos 2 jogos tive essa impresão. E não me agradou, de facto.

Mas, cingindo-me ao jogo de ontem, aquilo que se viu foi uma Itália q.b., que entrou em campo esperando que o jogo se resolvesse por si só. Não aceleraram muito o jogo, jogaram a passo e lá chegaram ao golo, a caminho do intervalo, após canto de Pirlo, através da cabeça de Antonio Cassano. Vantagem à italiana, portanto.

Depois, chegou o vírus do adormecimento das segundas partes. Os resultados em ambos os campos (1-0 neste jogo, 0-0 no outro) eram suficientes para levar a Itália a um incrível 1º lugar no grupo. E eles, sabendo ou não, lá se deixaram arrastar, suavemente, qual turista num fim de tarde de ondas calmas numa praia qualquer. E com isto ganharam algum entusiasmo os irlandeses, com vontade de estragar as contas aos italianos. Pelo menos pareceu, num livre que Buffon defendeu para a frente com dificuldade. "Mamma mia", suspiravam os italianos (e não suspiravam pelos ABBA, seguramente).

Só que a 15 minutos do fim, Prandelli tirou Di Natale (que até estava a ser o melhor elemento do ataque), para colocar o irreverente e ao mesmo tempo irritante Mario Balotelli. Que viria a resolver o jogo num meio-pontapé de bicicleta, após canto. Os especialistas chamam-lhe pontapé de triciclo, dado que não executou o movimento completo. Interessante definição, tendo em conta que o ar de menino mimado do italiano de origem ganesa me faz imaginá-lo mais facilmente num triciclo do que numa bicicleta...

Entretanto, chegou o fim do jogo. Italianos esperavam ansiosos pelo final em Gdansk. E lá terminou com vitória espanhola. Grande festa (curiosamente, os italianos lideraram o grupo durante boa parte do tempo e acabaram a festejar o 2ª lugar). Não só dos italianos, como também dos irlandeses (e aqui aperta-se-nos o coração. Lá vão eles para casa. Falo, claro está, dos fantásticos adeptos dos Boys in Green. Ontem apesar da derrota lá voltaram a sair em festa. São mesmo assim e nós só lhes temos que agradecer os bons momentos que proporcionaram!).

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