segunda-feira, 18 de junho de 2012

Dia 10 do Euro, Grupo B: Rei Cristiano leva Portugal aos "quartos" do aposento










































Portugal-Holanda 2-1

A primeira parte da história está escrita, rapazes. Tudo o que vier agora é acrescento a uma bela história, a fazer lembrar gloriosas epopeias como 1984, 2000 ou 2004. Portugal derrotou os seus "fantasmas" e conseguiu uma justíssima qualificação para os quartos-de-final do Euro 2012, onde irá defrontar a República Checa (e logo volta um outro fantasma, com 1996 na memória, mas que terá de ser igualmente derrotado).

O jogo contra a Holanda só não foi perfeito porque os avançados continuam a desperdiçar muitos golos (podíamos ter goleado o nosso "modesto" adversário de ontem) e porque a defesa, em termos de bolas paradas, não está ainda bem afinada. Mas para quê lamentarmo-nos se tudo correu bem, perguntar-me-ão vocês? E correu tudo tão bem, que até o nosso maior craque decidiu voltar às exibições de sonho! Ainda há quem critique os críticos, passo a redundância. Eles existem também para mexer com o ego ferido. Ainda bem...

Quanto ao desafio, foi quase totalmente dominado por Portugal. No entanto, os primeiros 15 minutos foram laranjas. Concentração, posse de bola e um excelente remate de Van der Vaart, de fora de área, a bater Patrício, aos 11 minutos. Portugal tremeu... Mas havia muito para se jogar, como se viria a confirmar. Portugal não teve medo e ,de seguida, Ronaldo e Postiga tiveram duas incríveis ocasiões de golo. Portugal pressionava mais alto, o meio-campo luso esteve brilhante e não deu tréguas aos holandeses, que, de repente, se viram amarrados numa teia armada inteligentemente pela equipa de Paulo Bento.

E, depois de tantas ocasiões, lá chegou finalmente o primeiro momento de euforia portuguesa. João Pereira rompe da direita e isola magistralmente o CR7, nas costas da defesa holandesa. À saída de Stekelenburg, o craque não vacilou (como, infelizmente, havia acontecido frente à Dinamarca). Um golo dedicado ao filho, que fazia 2 anos. Tinham passado 28 minutos de jogo. Portugal não mais quis largar o controlo do jogo.

Só que no início do segundo tempo, os holandeses subiram linhas, pressionaram mais um pouco, tentando colocar-se de novo a um golo do resultado necessário. Portugal aguentou-se, firme. Foi criando mais oportunidades em contra-ataque (Nani, Coentrão...). 1-1 mantinha-se. Em Kharkiv e em Lviv, no Dinamarca-Alemanha. Era suficiente, mas perigoso...

Até que, pelo menos para mim, acontece um dos momentos-chave do jogo. Um golo, perguntam vocês? Nada disso, uma substituição. Simples e ineficaz, no caso. Bert van Marwijk foi tão simpático que decidiu tirar o lateral, entretanto amarelado, Willems para arriscar tudo e colocar Afellay na frente, junto a Robben, Huntelaar e Van Persie. No entanto o que aconteceu foi que Portugal aproveitou a defesa a 3 para "matar" o jogo. Aos 74 minutos, grande roubo de bola de Pepe junto à grande-área nacional, Moutinho lança Nani em correria desenfreada do lado direito e este descobre Ronaldo solto do outro lado. Este executa tão brilhante quanto friamente. Lindo momento! Cristiano sentou o defesa e com toda a calma deste e doutro Mundo colocou fora do alcance de Stekelenburg. Enfim, os bravos lusitanos estavam na frente do marcador! Depois disso, ainda assistimos aos remates ao poste de Van der Vaart e Cristiano Ronaldo. Últimos lances de emoção num jogo de quase um só sentido.

Até que chegou o apito final de Nicola Rizzoli. O primeiro passo estava dado. Faltam os próximos capítulos. Com esta vontade, determinação, carácter, qualidade e crença podemos chegar longe! E quinta-feira, no bonito Nacional de Varsóvia, temos umas contas a ajustar com uns checos (faço um parênteses para falar nos holandeses: 3 derrotas em 3 jogos mostram, de facto, uma equipa com carências defensivas, mau aproveitamento ofensivo e, sobretudo, desorientação táctica. Bert van Marwijk perdeu a guerra dos egos na selecção. Fim inglório para uma selecção que chegava a este Europeu como vice-campeã mundial. Chegaram assim, partiram sendo menos que a sombra dessa equipa).















Dinamarca-Alemanha 1-2

Concentrado no Portugal-Holanda, só tive oportunidade de ir escutando o que se passava no outro jogo do grupo. Em Lviv, a Alemanha foi superior em termos de resultado mas o jogo foi um pouco abaixo das expectativas. Alemães adiantaram-se por Podolski, por volta do minuto 19. Só que os dinamarqueses responderam bem, com o empate, pela cabeça de Krohn-Dehli, ao minuto 24. Resultado aceitava-se ao intervalo.

Na segunda parte, dinamarqueses entraram com vontade e tiveram excelente ocasião, nos pés de Jakob Poulsen. De repente, quase a entrar no último quarto-de-hora, Portugal marca em Kharkiv. A Alemanha ficava a um golo da eliminação. O susto passou, quase de seguida, com o tento de Bender(ontem muito bem na posição de lateral-direito), a 10 minutos dos 90´. Suspiraram de alívio os germânicos. O apuramento e o primeiro lugar estavam garantidos. Dinamarqueses, apesar de tudo, decepcionaram um pouco ontem. Na altura chave faltou claramente coragem. Ainda bem para Portugal...

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