quinta-feira, 24 de abril de 2014

A Realeza do futebol está de boa saúde e recomenda-se!

Quem esperava um massacre do Bayern, terá saído completamente defraudado do encontro de ontem à noite no Santiago Bernabéu. Eu vou dar a minha visão pessoal da coisa: nestes duelos de gigantes, é muito difícil termos encontros realmente desequilibrados. De um lado estava um Bayern encantador, inovador, campeão quase dois meses antes do fim da época, sim, mas do outro encontrava-se uma equipa de labor, de autênticos caballeros de honor, conforme está escrito no maravilhoso hino do clube. E o resultado, se para muitos foi inesperado, para mim não, absolutamente nada...

Ora então, tínhamos frente-a-frente um Real descansado por não ter jogado no fim-de-semana e motivado pela recente vitória na Copa del Rey e um Bayern, que tendo ganho no fim-de-semana, vinha de um período de dúvidas deixadas sobretudo após as duas derrotas seguidas em Augsburgo e em casa frente ao Borussia Dortmund. Os bávaros entraram, como seria de esperar, mais fortes, jogando no meio-campo contrário, pressionando alto, para depois recuperarem mais rapidamente a bola. A essa pressão alta respondia o Real, aparecendo no mesmo 4x4x2 que havia derrotado o Barça na semana passada, com linhas baixas e compactando o bloco através do recuo do duplo-pivote Xabi-Modric e com os laterais especialmente envolvidos no processo defensivo. Na verdade, a sensação de superioridade do Bayern durou pouco e ao quarto-de-hora surgiu o primeiro e único golo dos madridistas, após recuperação de Isco e jogada construída de forma rápida e vertical por Cristiano e Fábio Coentrão, para que Benzema finalizasse à vontade em plena grande área alemã. Um exemplo de contra-ataque letal, ainda para mais logo na primeira ocasião do jogo para o Real Madrid. O Bayern procurou responder, mas a posse não se traduzia em perigo, enquanto que do outro lado, através de contra-ataques rápidos conduzidos por jogadores como Di María, Modric ou Fábio Coentrão, com apoio de Benzema (uma espécie de pivot/receptor muito útil lá na frente) ou Cristiano Ronaldo, os merengues iam causando sobressaltos junto da área contrária.

Depois de uma primeira parte equilibrada, entretida e com muitas variantes interessantes, o pós-intervalo pressupôs que o Bayern voltasse à carga, sempre com Robben como um dos mais activos, mas nunca conseguindo colocar em xeque a baliza de Casillas. A partir daí, o Real Madrid soube ir ganhando o meio-campo, graças às incansáveis actuações de Xabi Alonso e Modric (o jogo destes dois merecia um texto à parte, de tão completo, soberbo e eficaz que foi) perante um Lahm em dificuldades e um Kroos desaparecido. A entrada de Javi Martínez permitia, em teoria, ao Bayern ter uma presença mais física e segura na saída de bola mas digamos que as diferenças não foram muito notórias. No Real, ainda entrou Bale (para o lugar de um Ronaldo ainda condicionado), o que supôs alguns sustos para a defesa bávara. Perto do minuto 90, após um dos poucos erros defensivos do Real Madrid (com Sergio Ramos ao barulho...), no lado esquerdo, Gotze ia empatando mas Casillas salvou a equipa de Carlo Ancelotti. No final, a vantagem mínima é justa e reflecte o que ocorreu, em termos gerais, neste encontro: um Real ligeiramente mais perigoso, mais acertado em termos defensivos e eficaz perante um Bayern dominador, mas incapaz de criar muito perigo e algo descontrolado atrás. A contenda segue em Munique dentro de cinco dias, com a certeza de que pode mesmo acontecer de tudo neste duelo de titãs!

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