quarta-feira, 9 de abril de 2014

5 apontamentos do fim-de-semana de futebol internacional

1. Atlético até em modo-poupança consegue manter a liderança. Rimou, não foi? Soa bem mas melhor ainda soa esta fantástica luta a três pelo título espanhol. Boa vitória do Atleti, contra um adversário competitivo e difícil de defrontar como o Villarreal. Este era, sem dúvida, um dos jogos mais perigosos que a equipa do Cholo Simeone tinha até ao final do campeonato, até porque chegou a meio de uma dura e equilibrada eliminatória europeia contra o Barcelona (altura inconveniente...). Os colchoneros ganharam por uma bola a zero, tendo Raúl García marcado mais um golo de cabeça esta época, após canto do lado direito. Os líderes da Liga espanhola dominaram no primeiro tempo, não concederam muitas chances ao Submarino Amarelo e foram mais eficazes, mesmo sem ter criado muitas ocasiões de golo. Excelentes exibições de Filipe Luís, Godín e Alderweireld e bons momentos de Diego ou Raúl García. Nos últimos 45 minutos, notou-se claramente o peso da eliminatória da Champions, tendo o Atlético de Madrid acabado a pedir a hora. Salvar este tipo de vitórias, numa fase tão complicada da época, sabe mesmo bem. E soa bem, já agora...

2. André Ayew e Çalhanoglu: heróis de uma sexta-feira à noite. Imensa exibição do internacional ganês, decisivo no triunfo do Marselha sobre o Ajaccio (3-1), apontando um hat-trick (já agora, também o seu irmão Jordan marcou ao serviço do Sochaux, no sábado, no empate a dois em Bastia) e rubricando uma exibição brutal como médio-centro. Segundo o L´Équipe, irá abandonar o OM no Verão (juntamente com Mandanda, N´Koulou e Valbuena), o que a confirmar-se será uma má notícia para os adeptos marselheses (que ficaram a saber, esta semana, que poderão vir a ter Marcelo Bielsa como treinador na próxima época). Já na Bundesliga, o herói voltou a ser...Çalhanoglu. Quantas vezes já terei falado neste espaço deste magnífico jogador ao longo da temporada? Todas as que ele mereceu, por certo! Mais uma vez, foi importantíssimo num triunfo de um Hamburgo que tenta escapar à descida de divisão. Apontou mais um golaço e teve pelo menos mais dois remates perigosíssimos, que teriam dado dois golos do outro Mundo. Um talento puro a surgir nos relvados do histórico clube nortenho, claramente habilitado a dar o salto para um patamar competitivo mais atractivo.

3. O Anderlecht de Tielemans. Tem apenas 16 anos mas o perfume espalhado pelo seu talento em cada jogo faz com que ele parece um jogador bem mais experiente. Youri Tielemans é só mais uma de muitas promessas da (aparentemente) inesgotável  fábrica de talentos belga. Médio-centro de fino recorte, grande visão de jogo e capaz de meter passes de ruptura extraordinários, o jovem internacional sub-21 belga foi uma das figuras do gordo triunfo do Anderlecht sobre o Club Brugge (3-0), que relança a equipa de Bruxelas na luta pelo título nacional. Além disso, apontou um excelente golo (o 1-0), num remate de primeira, de pé esquerdo, à entrada da área. Este golo foi o primeiro passo dado rumo a uma importante vitória, construída numa primeira parte de luxo. Início forte e pressionante da equipa de Besnik Hasi (que boa decisão terem-no colocado no lugar de um insípido John van der Brom), com Kouyaté tremendo na recuperação de bola, Tielemans em evidência na construção de jogo, apoiando-se no trabalho dos alas Najar e Praet (com tendência a vir por dentro) e um eficaz Cyriac, autor de dois golos, o segundo deles absolutamente brutal. Na 2ª parte, o Anderlecht tentou controlar o jogo, permitiu até que o Brugge criasse perigo mas nada que colocasse em questão a vitória da formação de Bruxelas. Uma grande exibição colectiva na noite em que um adolescente saltou para as luzes da ribalta.

4. Primeiras notas do Malmo de Age Hareide. Grande entrada na Allsvenskan do campeão Malmo, agora orientado pelo experiente técnico norueguês Age Hareide (60 anos). Depois do 3-0 ao Falkenbergs a abrir o campeonato, resultado repetido no "clássico" contra o Gotemburgo, desta feita fora de portas. Excelente primeira parte do Malmo, pressionando desde início o adversário, jogando no seu meio-campo e aproveitando as ocasiões que criava. Duas extraordinárias definições de Guillermo Molins (remate cruzado e chapéu) deram uma justa vantagem a uma equipa onde todos pareciam trabalhar em sintonia e de uma forma bastante convicta. Na verdade, o Gotemburgo tentava explorar as transições rápidas, mas o acerto defensivo do Malmo foi tal que os donos da casa tiveram poucas chances para tentar uma épica reviravolta (ou empate, vá...). Na segunda parte, o Gotemburgo cresceu, também porque o campeão permitiu essa aproximação do seu oponente. Criaram-se ocasiões suficientes para o Malmo ficar assustado mas numa jogada rápida, Eriksson assistiu o experiente Rosenberg e o jogo ficou resolvido. Um passeio em Gotemburgo para um Malmo que vai deixando, desde já, muito boas sensações para esta nova temporada...

5. O Clásico Rosarino. O confronto Newell´s Old Boys-Rosario Central não é só mais um clásico do futebol argentino. É, provavelmente, um dos maiores eventos futebolísticos do ano na América do Sul, pela paixão que desperta e por ser capaz de parar uma cidade grande como Rosario. No Estádio Marcelo Bielsa, assistimos no último domingo a uma excelente vitória do Rosario Central, com um golo apontado, curiosamente, por um habitual suplente (Niell). O jogo foi aberto e vimos boas oportunidades de parte a parte, sobretudo no primeiro tempo. Guzmán brilhou na baliza do Newell´s, o que mostra bem que o Central foi uma equipa constantemente audaz e perigosa. No final, triunfo pela margem mínima para os forasteiros, num dérbi rosarino que foi super-entretido e que teve aquilo que se espera de um jogo grande: emoção, oportunidades, espectáculo e golos (embora só tenha havido um...).

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