terça-feira, 21 de agosto de 2012

Notas breves do fim-de-semana: Das agruras e emoções da Liga portuguesa a uma goleada à holandesa passando pelos dois lados do Merseyside

1. Benfica-Braga. Foi um bom jogo. Sem a qualidade e a intensidade de um duelo a meio da época, este novo clássico do futebol português teve o condão de nos deixar na expectativa quanto ao resultado. Sporting de Braga surpreendeu com boa postura de jogo e tentativa de domínio nos primeiros minutos. Benfica ia tentando responder, sem a eficácia desejada. Os quatro golos do jogo, dois para cada lado, só apareceram no segundo tempo. Resultado justo. Duas equipas que, com estratégias um pouco diferentes, tentaram ganhar. Anularam-se e o empate assenta na perfeição.
2. Leões e dragões a zeros. Como se podem explicar brevemente os empates de Porto e Sporting? Basicamente defrontaram duas equipas que encontraram dificuldades de construção dos respectivos plantéis. Então apostaram tudo na defesa do 0-0. E ficou provado que tanto portistas como sportinguistas estão ainda muito "verdes" no capítulo da finalização. Já deviam saber que muitos jogos deste campeonato obrigam a que se ultrapassem defesas muito cerradas. Marcando o primeiro, até pode dar goleada. Se não se marca, finito.
3. Líderes surpreendentes. No final da 1ª jornada quem leva o estatuto de líder são o Olhanense e o Marítimo. Quem diria, hein? Já não digo tanto pelos madeirenses (embora tenham ganho no difícil terreno do Rio Ave, na estreia de Nuno Espírito Santo no comando dos vilacondenses) mas sim pelos algarvios! Incrível como conseguiram uma vitória com os reservas da época passada e mais 3 ou 4 reforços. Será mesmo incrível? Não, a resposta é simples: Sérgio Conceição (e mais não digo...).
4. 3-3. Outro "quem diria, hein?". Quem diria que um Beira Mar-Académica seria o jogo mais extraordinário desta primeira jornada, hein? Quem diria que os dois primeiros jogadores a bisar seriam Abel Camara, dos da casa, e Edinho, pelos vencedores da Taça de Portugal? O mais incrível deste duelo foi o desenrolar do resultado. Briosa reduzida a 10 aos 6 minutos, após grande penalidade cometida por João Real e convertida por Balboa. Depois um golão e um cabeceamento de Abel Camara. 3-0, minuto 56. Depois dos 69´ aos 88´ o sobrenatural (ou não!) aconteceu: Cissé e Edinho, por duas vezes, empataram jogo que tem tanto de extraordinário como de emocionante. Festejaram e muito os conimbricenses. Pedro Emanuel disse que foi o jogo em que mais festejou na vida. E foi um empate. Como é bonito o futebol.
5. Messi+ 10 que são uma delícia. Barça frenético no primeiro tempo: 4-1 à Real Sociedad, com 2 do ainda melhor do Mundo (ainda e, quiçá, para sempre). 5-1 no final, com o regressado David Villa (bem-vindo sejas, o mundo do futebol tinha saudades!) a completar a goleada. Catalães começam já em vantagem sobre o rival de Madrid...
6. Deslize dos rapazes de Mou. Quem não começou o campeonato lá muito bem foi o Real Madrid. 1-1 em casa contra o Valência (Higuain; Jonas). Primeira parte morna, segunda de grande domínio dos madridistas, sem ter, no entanto, a eficácia desejada. Ronaldo sofreu com a implacável marcação dos companheiros de Selecção João Pereira e Ricardo Costa (lia ontem na Marca que ele até parece ter-se sentido intimidado com a presença dos colegas e amigos do outro lado...). Uma má estreia, apesar de tudo, perfeitamente recuperável no que resta da época.
7. Quinta-feira, 21h30, a não perder: Barcelona-Real Madrid, 1ª mão da Supertaça de Espanha. Primeiro grande duelo entre rivais da nova temporada. Pode ser a Supertaça mas não deixa de ser um Barça-Real...
8. Péssimo Liverpool. Inexplicável. Ou talvez não. Mais um ano, novo treinador, a máquina até parecia quase calibrada mas o L´pool perde 3-0 na estreia da Premiership contra o West Bromwich Albion. Razões? Sobretudo a falta de um jogo constante (vive muito dos fogachos de um individualista Suárez) e o descalabro defensivo. Muito trabalho ainda para Brendan Rodgers.
9. Fellaini é uma maravilha. Se houvesse uma eleição para as 7 maravilhas do futebol actual podia, com um bocado de sorte, incluir o belga do Everton Marouane Fellaini (e não era pelo cabelo estilo afro, não senhor). Ele é uma espécie de faz-tudo na equipa dos toffees (sim, caramelos! A origem desta designação deve-se à Mother Noblett´s Toffee Shop, loja de doces próxima de Goodison Park e que, diz-se, em dias de jogos vendia um rebuçado de menta chamado "Everton Mint"...). Ataca, defende, é o carregador de piano da equipa. Ah! E fez o golo da vitória sobre o Manchester United, ontem à noite, na mítica casa do Everton (Goodison Park, inaugurado em 1892, também conhecido como Grand Old Lady). Um cabeceamento imparável a derrotar um United, que apesar dos novos reforços, não se conseguiu impor de forma alguma a um excelente Everton.
10. NEC-Ajax, 1-6. Acho que não é preciso dizer mais nada, pois não? Mas digo: isto mostra o que é o futebol holandês. Uma equipa com uma defesa ao nível do Infesta (o Infesta me perdoe a comparação com este tal NEC Nijmegen) e outra, claramente mais forte, a destilar talento através das botas de talentos como Eriksen, De Jong ou o jovem sueco Sana.

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