quarta-feira, 13 de novembro de 2013

México vs Nova Zelândia: Poder local em busca do 15º Mundial



Da primeira vez que a Nova Zelândia chegou a um Campeonato do Mundo, já o México tinha participado por oito vezes, tendo recebido um Mundial (1970) e preparando-se para acolher o segundo (1986). Curiosamente, nesse quente verão espanhol de 1982, em que os neozelandeses se estreavam na alta-roda do futebol mundial, não estavam presentes os mexicanos, quiçá mais preocupados em deixar boa imagem no seu Mundial, 4 anos volvidos. Entretanto, a Tri, como é conhecida também a selecção da América Central, voltou a participar em mais seis Campeonatos do Mundo, enquanto que a Nova Zelândia teve o tão desejado regresso em 2010, conseguindo impor 3 empates na fase de grupos (contra Itália, Eslováquia e Paraguai!).

Portanto, e tendo em conta o historial de presenças em Mundiais, diria que antes deste "play-off" entre México e Nova Zelândia a pressão vai toda para a formação que joga regularmente no Estádio Azteca. Os mexicanos vêm de uma fase de qualificação atribulada, na qual tiveram três treinadores, indo agora para o quarto (Miguel Herrera, técnico do América, que foi chamado para orientar, pelo menos, durante este "play-off"). O antigo internacional mexicano, conhecido pela sua compleição física algo desastrosa enquanto jogador, procurou garantir estabilidade no seio do grupo através da não-convocatória de jogadores mexicanos que joguem fora da Liga MX. Uma decisão polémica, vista por muitos como populista, mas que Herrera espera que seja eficaz durante esta semana, pelo menos.

A verdade é que temos de perspectivar esta partida tendo em conta este plantel e as ideias do treinador. Muita coisa mudou desde os últimos jogos de apuramento, com Victor Manuel Vucetich aos comandos da Tricolor. E mais ainda desde os tempos do Chepo de la Torre. Sem jogadores como Giovani, Chicharito ou Carlos Vela, percebemos como, em teoria, esta equipa fica a perder em termos ofensivos. No teste recente frente à Finlândia, vimos aquele que será, muito provavelmente, o "onze" desta noite, com uma representação de 7 jogadores do América (de um total de 10 convocados). O esquema 5x3x2 privilegia as subidas dos laterais, Aguilar e Layún, que dão bastante profundidade e são essenciais nos desequilíbrios. Ao meio, jogou o regular Medina (Club América), juntamente com Peña e Montes, dupla do Club León. A equipa teve alguns momentos de boa circulação e fluidez. O critério de Medina e as movimentações de Peña podem ser chave para desequilibrar uma Nova Zelândia que se espera fechada.

No ataque, figuram Oribe Peralta, do Santos Laguna de Pedro Caixinha e o talentoso Raúl Jímenez, goleador do Club América e provavelmente o avançado mais promissor da Tri. Peralta é um avançado robusto, inteligente, com sentido de baliza e que se sente confortável a jogar com um avançado com mobilidade, talento e excelente condição física como Raúl Jímenez. Sem Chicharito ou Vela, será Aldo de Nigris o substituto directo da dupla inicial. O avançado do Chivas tem tido um ano difícil, mas na selecção poderá, quem sabe, reencontrar-se com os golos. Miguel Herrera pretende uma equipa capaz de jogar um futebol atractivo, dominando os jogos e controlando o meio-campo. A impressão que ficou desse encontro frente à Finlândia é que há margem de progressão, sim, mas a equipa ainda não teve tempo suficiente para assimilar as ideias do treinador, se bem que boa parte do "onze" já conheça de ginjeira os métodos do treinador.



Do outro lado, estará uma Nova Zelândia desfalcada do seu principal defesa, Winston Reid, do West Ham. O seleccionador Ricki Herbert já pré-anunciou a equipa inicial, sendo que se espera um 3x4x3, onde o centro do jogo é Michael McGlinchey. O médio do Central Coast Mariners australiano é o principal distribuidor de jogo dos Kiwis, mostrando grande clarividência, tanto no passe curto como longo. Aos 26 anos, é o líder espiritual desta equipa, especialmente face à ausência de Reid. De resto, destacaria o poderoso Chris Wood, do Leicester City, jovem avançado que usa bem a sua altura para ganhar bolas aéreas, o central Tommy Smith (Ipswich Town), referência defensiva na ausência de Reid e os suplentes Smeltz e Rojas, este último, sem dúvida, o jogador mais talentoso da Nova Zelândia. Smeltz e Rojas, porém, vieram de lesões recentes logo será complicado terem muitos minutos...

No último jogo amigável que disputaram, os neozelandeses empataram em Trinidad e Tobago, jogando com alguns suplentes e num esquema essencialmente defensivo. Acredito que a equipa de Herbert entre mesmo assim hoje no temível Azteca (onde o México só perdeu 2 encontros em 78 disputados em fases de qualificação para um Mundial): linhas baixas, com o trio de centrais acompanhado de perto pelos laterais/alas Bertos e Lochhead e a tentar soltar o trio atacante, através da visão de jogo de McGlinchey. Espera-se portanto uma tarefa complicada para a 79ª selecção do último ranking FIFA. O México está completamente concentrado e unido rumo ao objectivo-Brasil. Resta saber como irá reagir depois de um ano conturbado...

Onzes prováveis:

MÉXICO: Muñoz; Aguilar, Rafa Márquez, Maza Rodríguez, Valenzuela, Layún; Medina, Peña, Montes; Peralta e Jiménez.
NOVA ZELÂNDIA: Moss; Vicelich, Smith, Durante; Bertos, McGlinchey, Christie, Lochhead; Brockie, Wood, Barbarouses.

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