terça-feira, 1 de novembro de 2011

Sporting Gijón vs Athletic Bilbao: apontamentos de um domingo de manhã


O que fazer a um domingo de manhã depois de não se sair na noite anterior? Exacto, ver um bom jogo de futebol. Tem muito por escolher, visto que habitualmente temos um jogo matinal aos domingos em Espanha, Itália, Holanda, Rússia e por vezes em Inglaterra. No último domingo, sem ressaca pelo meio, assisti a um confronto táctico muito interessante entre duas equipas com objectivos diferentes no campeonato espanhol. De um lado, o Sporting Gijón, bem desenhado para jogar em contra-ataque pelo seu treinador Manolo Preciado. Do outro, um Athletic de Bilbao em renovação, orientado agora pelo mítico treinador argentino Marcelo Bielsa. Estavam, portanto, reunidas condições para um bom jogo. E penso que os 90 minutos não defraudaram o espectador. Ambas as equipas começaram montadas em 4x2x3x1, sendo que no Sporting destacaria o duo de pivots mais defensivo( Rivera e Eguren) em contraste com o Athletic, que actuou com uma dupla de trincos mais móvel( Iturraspe e Ander Herrera). Durante a 1ª parte, o Sporting procurou essencialmente o avançado David Barral, jogador muito móvel, de finta desconcertante e sempre pronto a atirar à baliza. Muito bem a aparecer nas costas da defesa basca, Barral foi claramente o homem em destaque no Sporting no primeiro tempo. O Sporting foi essencialmente uma equipa de contra-ataque durante todo o jogo, mas especialmente no primeiro tempo. Criou as melhores ocasiões, pese embora a posse estivesse toda do lado do Athletic( 65%). Do lado basco, como referi, a equipa tinha a bola, mas só quando Ander( fantástico play-maker) soltava Llorente é que o ataque funcionava. O jovem Muniain esteve pouco em jogo, por isso foi preciso soltar o craque contratado ao Saragoça no último Verão. Ander Herrera foi o autor de inúmeros passes de ruptura, que, no fundo, deram a ilusão de perigo junto da área do Sporting. E digo ilusão porque o aproveitamento foi escasso. Chegamos, portanto, com 0-0 ao intervalo. Mais posse para os bascos, melhores oportunidades para os de Preciado. No segundo tempo, Bielsa tirou o lesionado Borja Ekiza( central com futuro, forte na antecipação e leitura de jogo), para colocar um avançado( Toquero). Recuou Iturraspe para central e passou a jogar com Ander como médio mais recuado. Mas como poderia estar um play-maker a jogar tão recuado? Pois, o certo é que Iturraspe muitas vezes voltava a ser o trinco e ficávamos com uma defesa a 3( algo tão comum nas equipas de Bielsa), para muitos um suícidio numa equipa como o At.Bilbao. Do lado do Sporting, tudo se manteve ao intervalo. Inicio equilibrado, com os bilbaínos a inaugurarem o marcador pouco antes dos 60 minutos, após canto( golo de Susaeta). O treinador do Sporting decidiu a partir daí tirar um dos trincos, o esforçado Rivera, para colocar um autêntico " tanque" de ataque, Mate Bilic, internacional croata. E foi uma aposta ganha! Com Bielsa a abdicar das suas unidades mais perigosas( Llorente e Muniain), o Athletic Bilbao já nem o contra-ataque "cheirava". Foi então que o Sp.Gijón partiu para cima da defesa basca e acabou por conseguir o golo num excelente remate de Bilic( com alguma sorte à mistura) a 20 minutos do final do jogo. Depois disso, mais ocasiões para este Sporting, uma autêntica locomotiva de contra-ataque, especialmente com Morán à direita, De las Cuevas à esquerda e a dupla Barral-Bilic na frente. Belo jogo, um bom confronto táctico, entre dois excelentes treinadores, embora o Sporting tivesse merecido melhor sorte, pois nem sempre posse de bola significa necessariamente criação de mais e melhores oportunidades de golo...

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