segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Apontamentos do fim-de-semana: De uma "bomba" de última hora ao sorteio europeu em 10 Paços seguros

1. Hulk e Witsel de partida. Uma triste notícia para o futebol português surgiu nesta segunda-feira. Hulk e Axel Witsel vão sair para o Zenit russo, por 60 e 40 milhões de euros, respectivamente. Perde muito mesmo a nossa Liga e sobretudo os actuais líderes do nosso campeonato. O dinheiro da Gazprom acabou por se revelar decisivo neste fecho de mercado. O Zenit quer mesmo chegar à Champions a curto prazo.
2. A importância de Salvio e a eficácia da dupla Cardozo/Rodrigo. O Benfica bateu o Nacional por 3-0 este fim-de-semana. No entanto, só na 2ª parte mostrou bom futebol, a partir do momento em que Matic reequilibrou a equipa a meio-campo e permitiu que Witsel se soltasse das acções mais defensivas. Salvio foi, ainda assim, o maior desequilibrador. Pelo segunda jornada consecutiva. Correu, deu largura ao jogo encarnado e desmarcou Maxi para a assistência do primeiro golo e cruzou para Rodrigo no segundo. Rodrigo esse que voltou a revelar bom momento de forma, a mostrar que tanto ele como Cardozo (2 golos) não vão amolecer com a recente chegada de Lima.
3. O efeito-James. Foi como uma lufada de ar fresco para a equipa portista, que perdia aquando da sua entrada (minuto 36). Com a sua capacidade de jogar entre linhas e qualidade de passe desbloqueou o jogo em definitivo. Logo 5 minutos depois de ter entrado fez um golo, num sublime chapéu a Ricardo. No início do segundo tempo (claramente o melhor período dos dragões) assistiu, com passe geometricamente perfeito, Jackson Martínez para o segundo do Porto. Além disso teve o condão de ter despertado a equipa de um certo marasmo, da pouca assertividade no capítulo dos passes e da pouca clarividência. Vítor Pereira soube contornar o problema...com estilo.
4. Belíssimo Paços a travar o 4º grande. Muita atenção a este Paços de Ferreira. Se for tacticamente competente e eficaz nas bolas paradas e contra-ataque como foi ontem frente ao Braga (2-0), pode muito bem causar dificuldades a qualquer um dos "grandes". Especialmente na sua caixinha de fósforos (com todo o respeito), a Mata Real. Destaco 4 jogadores: o central Cohene, autor do primeiro golo, o médio de contenção André Leão, puro batalhador no meio-campo, o criativo médio Vítor, muito talentoso e ardiloso nas manobras ofensivas e ainda o experiente e possante ponta-de-lança Cícero, que segurou os centrais do Braga e lhes ganhou quase todas as bolas de cabeça. Em suma, um conjunto com muito bons valores. Já quanto ao Braga destacaria a falta de recursos e, mais que um cansaço físico, o cansaço mental. Com isto quero dizer, que faltaram ideias e criatividade aos minhotos para dar a volta a uma situação adversa. Apesar da boa reacção no início do 2º tempo faltou sempre capacidade de criar para concretizar.
5. Desastrados Liverpool e Tottenham... Péssimo início para dois dos maiores defensores de um futebol atractivo e apoiado na Premier League. André Villas-Boas soma 2 empates e 1 derrota (com a agravante dos empates serem contra os humildes WBA e Norwich em casa). Brendan Rodgers e o seu Liverpool estão piores: somam 1 ponto. Este fim-de-semana foi derrotado por um Arsenal tremendo em contra-ataque (que jogo de Cazorla e Podolski!). Pontos em comum? Falta de fluidez, muitas bolas perdidas, falta de criatividade e de capacidade de concretização. O Tottenham só acordou com o reforço Dembelé, o Liverpool nem sequer esboçou reacção. Preocupante, no mínimo...
6. A rábula de Van Persie: como ser vilão e herói num mesmo jogo. Chegou a ser vilão mas no final tudo acabou bem. Southampton, 2 de Setembro de 2012, confronto para os anais da História. Era o jogo 1000, na Premier League, do Sir Alex Ferguson. Momento especial para a estatística, só mais um jogo para o mestre dos bancos. E díficil se tornou, porém, este desafio. Southampton espevitado e super-interessante fez tremer o United de Ferguson. Lambert e Schneiderlin marcaram para os donos da casa. Pelo meio, Van Persie tinha feito o primeiro da história (já aí se adivinhava desfecho heróico...). O jogo foi-se aproximando do fim e Ferguson achava que o seu jogo 1000 estava cada vez mais perdido (ele e todos viam o evidente: Southampton manietava um desfalecido United, completamente desprovido de ideias). Entretanto, o tal Van Persie teve a ousadia de falhar uma grande penalidade (ai a moda dos Panenkas...). Vinha ao de cima um Van Persie vilão, capaz de estragar a festa do Sir. Não! Não podia acontecer. O holandês, reforço de proa do United para esta época, resolveu dar a volta com 2 golos nos últimos 5 minutos. Ferguson saltou como se estivesse no primeiro jogo, há 25 anos, em Oxford (jogo esse que até perdeu...). Como passar de herói a vilão e de vilão novamente a herói em simples 90 minutos. Uma lição de um mágico e estranho mundo chamado futebol.
7. Milan e Pazzini à procura da redenção. Abbiati; De Sciglio, Bonera, Acerbi, Antonini; Ambrosini, Montolivo, Nocerino; Boateng e El Shaarawy; Pazzini. Assim mesmo, em 4x3x2x1, se apresentou o AC Milan para esta jornada da redenção, depois do percalço inicial contra a Sampdoria. E conseguiu os primeiros 3 pontos, em Bolonha, graças a um "hat-trick" de um renovado Pazzini. O ponta-de-lança ex-Inter procura redimir-se da última temporada (péssima) e, para já, começou muito bem. E os restantes? Gostei deste novo Milan. Muitos italianos, num desenho táctico habitual últimas épocas. Boateng, agora com o "10" nas costas, assume papel mais preponderante. A seu lado, atrás do avançado, joga um dos mais promissores internacionais italianos (embora pelo nome não pareça): El Shaarawy. No entanto, apesar de tudo, o jovem craque teve uma prestação pobre em Bolonha. Depois o meio-campo: Ambrosini como tampão e Nocerino e Montolivo a destilarem classe. Com a lesão, ainda no primeiro tempo, de Montolivo, porém, algo mudou: entrou o raçudo e mais defensivo De Jong, reforço de Verão recrutado ao Man.City. Foi revezando-se com Ambrosini nas tarefas mais defensivas, mostrando ainda pouca habituação ao novo onze. Por último, dois elementos: a defesa e Bojan. A defesa está muito alterada: lateral de 19 anos à direita (De Sciglio), cumpridor a defender e sem arriscar muito no ataque, dupla de centrais frágil (Bonera-Acerbi) e o lateral-esquerdo da época passada, Antonini. Quanto a Bojan, procura o seu momento neste empréstimo aos rossoneri (o seu passe pertence ainda à Roma). Pode crescer, com a Liga dos Campeões e com a falta de recursos no plantel de Allegri. Veremos. Para já, algumas certezas e muitas dúvidas.
8. OM em grande e um renovado Gignac. Por falar em jogadores ressuscitados, e depois de Pazzini, falo-vos agora do francês André-Pierre Gignac. Descartado e desprezado por Didier Deschamps, foi "ressuscitado" esta temporada pelo novo treinador Élie Baup, que se viu confrontado com a falta de recursos finaceiros para atacar o mercado. Tem estado em grande. Depois de ter resolvido em Montpellier, voltou a marcar. Um golão, de levantar qualquer estádio, em especial o mítico e maravilhoso Velodróme, casa do Olympique de Marselha. Marselha esse que tem estado muito bem. Com menos bola e apostando mais no contra-ataque, bateu o Stade Rennes, em mais uma excelente exibição de futebol (3-1).
9. Voando nas asas de um imperial Falcao. Assim foi o Atlético de Madrid rumo a mais uma Supertaça Europeia. 4-1, resultado final, contra o Chelsea. 3 de Falcao, só na primeira parte. O segundo, então, é algo de magistral, uma execução ao alcance de poucos. Melhor "9" do momento? Nem hesito na resposta: sim!
10. Sorteio das competições europeias. Positivo na Champions, onde todos os representantes nacionais têm hipóteses. Benfica-Barcelona, Braga-Man.United e FC Porto-PSG vão ser grandes duelos, seguramente. Na Liga Europa, vida aparentemente fácil para o Sporting, relativamente interessante para Académica (atenção, no entanto, ao Atlético de Falcao) e difícil para o Marítimo.

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